Athena está em seu quarto, descansando, feliz pela melhora de Yasmin. Ela ouve uma voz chamando-a. Não sabe de onde vem. Ela simplesmente presta atenção:

            - Athena.

            Athena nada entende e pergunta, desconfiada:

            - Quem é você?

            - Ah, você não conhece a voz de seu pai?! Quem sabe assim. – e nesse momento começa uma chuva muito forte, com relâmpagos e trovões.

            - Zeus, você nunca me procurou. O que quer de mim agora?

            - Só vim agradecer por você finalmente ter devolvido meu filho.

            - Filho? – Athena pergunta, confusa.

            - Você o escondeu muito bem, levei anos para encontrá-lo. Mas agora, finalmente, ele está aqui comigo.

            - De quem você está falando?  - Athena faz uma longa pausa. – Saga, é o Saga?

            - Ah, era esse o nome humano dele? Bem, eu não sei, até porque não me interessa.

            - Saga, o Mestre aqui do meu Santuário?

            - Minha filha, eu realmente não sei. Só vim te dizer que estou com meu filho porque estou feliz de tê-lo reencontrado e para alertá-la do erro que cometeu ao ter me enfrentado. Mas não se preocupe, ele está bem. Adeus, filha.

            - Zeus! – Athena grita. De repente pensa que aquilo pode ter sido um sonho. Mas olha para fora e chove torrencialmente. Ela pensa em correr e contar o ocorrido a Yasmin, mas teme dar-lhe falas esperanças, justo agora que ela está em franca recuperação. Então Athena vai ao quarto de Kanon. Bate em sua porta:

            - Kanon! – ele abre a porta rapidamente.

            - Athena, o que houve?

            - Eu posso entrar?

            - Claro! – Kanon faz sinal para que ela entre. Sentam-se na cama. Ele se preocupa com a expressão séria dela e presta bastante atenção:

            - Eu ainda não entendi direito, não sei se foi um sonho, mas Zeus falou comigo.

            - Zeus? – Kanon pergunta, surpreso.

            - Sim, ele disse que veio me agradecer por eu ter devolvido o filho dele, que eu o havia escondido muito bem, que eu o havia enfrentado fazendo isso, eticétera. Então eu concluí, talvez de maneira errônea, que ele esteja se referindo a Saga.

            - Saga? Mas ele não disse de quem se tratava?

            - Quando eu perguntei se era Saga, ele disse que não conhecia seu nome humano. Enfim, o que você acha?

            - Kanon se levanta da cama, pensativo, com um sorriso misto de esperança e alívio e responde, empolgado:

            - Eu acho que só pode ser Saga, devemos acreditar que seja, não temos nada a perder. Mas, o que podemos fazer? Quero dizer, prometi para Yasmin que se soubesse onde Saga está iríamos lá buscá-lo. Tem como ir lá, Athena?

            - Só os deuses podem ir até o Olimpo, mas talvez, com um objeto meu ou que tenha sido banhado com meu sangue, vocês consigam entrar, mas, Kanon, e quanto a Yasmin? Acha que devemos contar isso a ela? Digo isso porque, tenho medo de lhe dar falsas esperanças e ela piorar novamente.

            - Athena, eu acho que se há o mínimo de esperança, devemos arriscar. Agora está tarde, eu falo com ela amanhã. Obrigado, Athena.

            - Por nada. Até amanhã. Boa noite.

...

            Na manhã seguinte, Kanon vai ao quarto de Yasmin como em todas as manhãs. Ele entra e diz, com expressão séria:

            - Preciso te contar uma coisa. – ambos sentam-se:

            - Fala, Kanon. – Yasmin se preocupa um pouco.

            - Lembra da promessa que te fiz de resgatar Saga?

            - Como não vou me lembrar? Claro que sim, o que tem ela? – Yasmin pergunta, levemente irritada.

            - Talvez... eu tenha a chance de cumpri-la?

            Yasmin pula da cama e diz, quase gritando:

            - Como, Kanon?

            - Ontem à noite, Athena me procurou dizendo que Zeus falou com ela, para agradecer sobre o filho que ela lhe havia devolvido, que ela o havia escondido, que iria pagar por isso, eticétera e tal. Mas ele não disse de quem se tratava. Ela falou sobre Saga e ele disse que não sabia seu nome humano...

            Yasmin o interrompe, com lágrimas nos olhos:

            - Só pode ser o Saga, Kanon. Como fazemos para ir até lá?

            - Isso Athena disse que pode nos ajudar.

            - Então vamos, Kanon.

            Kanon a pega pelos braços, a faz sentar na cama e diz, segurando sua mão:

            - Yasmin, vamos com calma. Pode não ser ele, Athena pode ter sonhado.

            Yasmin se levanta, se dirige até a janela e diz, olhando para cima:

            - Se há a mínima chance de trazer Saga de volta, eu faço qualquer coisa, Kanon.

            Kanon se enche de esperança com a alegria de Yasmin e diz:

            - Se é o que você quer, então nós vamos. Vamos lá falar com Athena. – e saem correndo em direção aos aposentos da deusa.