Muito além do Desejo escrita por LoaEstivallet


Capítulo 5
Renascer do desejo


Notas iniciais do capítulo

Obrigada às minhas leitoras fieis e pacientes, que me apóiam e aguardam os caps, lêem e dão suas opiniões... Como a fic está muito no comecinho, ainda não deu pra saber se ela vai vingar, mas eu garanto que escrevo até o final!
Beijoooos



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Isabella entrou pelo apartamento como um furacão.

Tentou listar na mente tudo que precisaria para passar uma semana em Londres, e foi colocando sobre a cama.

Jacob já estava ciente da abrupta viagem de negócios, da qual fora informado por sua noiva via celular, e surpreso voou para casa na tentativa de se encontrar com Bella antes de sua partida.

Encontrou-a já no banho, a mala pronta na soleira da porta.

Marchou determinado até o box de vidro.

- Bella?

- OiJake – Ela falou já saindo – Você saiu cedo da firma hoje...

Abraçou-o e colou delicadamente seus lábios no dele.

Mas Jacob não correspondeu. Estava tenso e imóvel.

- O que houve? – Ela perguntou, estranhando o comportamento do companheiro.

- O que houve? Como assim o que houve? Você mal começou a trabalhar e já vai viajar? – A voz do rapaz era indignada.

- Jake... Eu estou indo porque faz parte de minhas obrigações como gerente de contas... Os clientes da CULDEN são, em sua maioria, internacionais... Você sabia que eu teria de viajar muito a trabalho...

- Mas não fazia idéia que você estaria partindo já no primeiro dia... E para ficar uma semana!

- Eu sei que foi meio brusco, mas querido, nós sabíamos que seria assim. – Ela falou com a voz doce, afagando o rosto castanho e másculo do noivo.

Jacob suspirou derrotado. Ela tinha razão. Ele sabia desde o começo que seria assim, e havia aceitado de bom grado, já que aquele era o sonho da mulher que ele amava.

Enlaçou sua cintura, trazendo-a para mais perto.

- Você tem razão... Me desculpe... Mas é que nós dois já passamos tanto tempo separados quando você estava fazendo sua especialização... E agora tudo vai voltar a ser como foi naquele tempo.

- Não vai. Eu morava em Londres naquela época... Agora eu terei de viajar com certa frequência, mas minha casa, nossa casa é aqui, e eu sempre voltarei.

O rapaz apertou-a com mais força, enterrando o rosto em seus cabelos molhados.

- Eu te amo, Bells. Preciso de você em minha vida. Sem você ela não tem nenhum significado.

Isabella estremeceu.

Tinha medo da intensidade do amor de Jacob. Ela nunca conseguiria corresponder à altura.

Suspirou incomodada.

- Eu também te amo, Jake.

Aquilo não deixava de ser verdade. Ela o amava, se sentia confortável com ele, segura. Mas não era o amor arrebatado, a paixão ensandecida que um dia sentira por E...

Não! Se repreendeu. Ela não podia pensar nele. Não desse jeito.

Edward estava ansioso.

Andava de um lado para o outro da sala vip que sua empresa mantinha no aeroporto de Nova York. Precisaria embarcar dentro de vinte minutos ou não decolaria no horário. Perderiam sua autorização de voo, e uma nova só sairia depois das quatro da manhã, devido ao intenso tráfego aéreo. Se assim fosse, perderia a reunião.

Ele nem considerava a possibilidade de viajar sem ela.

Obviamente ele poderia resolver tudo sozinho. Afinal fizera isso algumas vezes depois que Dimitri, o antigo e preguiçoso gerente de contas fora demitido. Não seria um grande problema.

Mas ele queria que ela fosse.

Por mais que Edward tentasse evitar sua ansiedade em estar sozinho com Isabella, em outro país, longe de sua mulher, longe da empresa, era só nisso que ele pensava.

Seu coração acelerou quando viu através do vidro, os longos cabelos negros dela ondularem em suas costas, enquanto ela questionava ao segurança onde ficava a sala da CULDEN SA.

O fortão apontou para o vidro, onde Edward estava praticamente colado para observá-la.

Ao vê-lo, ela sorriu, ao passo que ele tentou disfarçar sua óbvia ansiedade. Mas Bella se arrependeu do gesto espontâneo no mesmo segundo. Abaixou a cabeça e seguiu para a entrada da sala.

- Pensei que não viria. – Edward falou tentando manter a formalidade, assim que ela adentrou o recinto. Mas o tom de alívio era evidente.

Isabella o olhou de soslaio e sentou-se, inconformada com o efeito daquela voz em seu corpo.

- Eu sou uma profissional, senhor Cullen. O senhor me deu uma tarefa, e eu devo cumpri-la.

Edward se empertigou e sentou-se no sofá em frente à moça, amargurado com seu tratamento frio.

Mas ela tinha razão em ser tão protocolar, pensou. Afinal estavam ali a trabalho. Ele que estava fazendo o mais ridículo dos papéis, se deixando levar pelos anseios bobos que seu amor de adolescência lhe provocava. Precisava aprumar-se e agir como o superintendente que era. Um homem de negócios, um profissional qualificado e competente que deveria estar preocupado apenas com o futuro da empresa de sua família.

Jackson, o piloto de confiança de Edward, entrou na sala, sem cerimônia, exatos dez minutos depois da entrada da moça.

- Senhor Cullen, a aeronave já está pronta. O senhor e a... – Pausou, olhando Bella interrogativamente.

- Senhorita Swan. – Ela respondeu.

- Senhorita Swan, já podem embarcar. – Finalizou com um sorriso simpático.

- Vamos? – Edward perguntou de maneira gélida, sem direcionar-lhe o olhar, já se levantando.

Isabella sentiu um frio no estômago ao detectar sua súbita indiferença, mas seguiu-o até a aeronave tentando suprimir o sentimento angustiante.

Durante as cinco horas que se seguiram, Edward e Isabella não trocaram uma palavra que não fosse de cunho profissional. E apesar de encantada com a magnificência do transporte, Bella conseguiu esconder sua curiosidade sobre a estrutura de hotel cinco estrelas que o avião parecia ter.

Mas tão logo eles finalizaram a conferência sobre o novo cliente, sua curiosidade foi saciada.

- Ainda temos cerca de duas horas de viagem pela frente. Se desejar descansar um pouco, posso lhe mostrar onde ficam as cabines. – Edward falou largando-se no encosto do sofá de couro marfim que cobria toda a cabine onde estavam desde o embarque.

- Você vai se retirar? – Ela perguntou, mal contendo sua decepção.

Edward sorriu ao notar seu tom, mas manteve-se na linha.

- Não. Preciso revisar o contrato uma última vez. – Falou com o tom ameno.

- Não quer que eu faça isso? Ou o ajude? – Isabella perguntou ansiosa e impulsivamente, se chutando internamente assim que as palavras já não poderiam mais ser retiradas.

- Não é necessário. Descanse um pouco. O dia será longo amanhã.

Isabella se levantou relutante, mas não via mais nenhuma desculpa para se manter ali.

Por alguns segundos ela simplesmente encarou o homem encantador à sua frente. A camisa desabotoada no alto do tórax, o cabelo dourado levemente desalinhado, sua posição relaxada no encosto do sofá com os braços abertos, os lábios rosados e cheios selados, o olhar de esmeralda ardente, como se pudesse despi-la ali mesmo, sem nenhum movimento.

Um suspiro constrangedor escapou, e Edward sorriu torto adivinhando os pensamentos da moça.

Bella estremeceu e corou. Como poderia estar se rendendo desta maneira tão... Juvenil e inconsequente?

Edward levantou-se.

- Venha. – Ordenou.

A moça o acompanhou, confusa e inquieta, até uma das seis portas que existiam no corredor estreito. Ele a abriu para ela e segurou a porta até que ela passasse.

- Eu avisarei quando estivermos perto do pouso.

Exigiu-lhe todo o controle ignorar a expressão desejosa da moça.

Ela assentiu e ficou congelada, vendo-o fechar a porta.

Atirou-se na cama disposta ali, sem se dar ao trabalho de ligar a luz.

No escuro, ressentiu-se de sua fraqueza.

- Porque ele ainda tem esse poder sobre mim? – Sussurrou.

E antes que fosse capaz de perceber, seus olhos se fecharam com o peso do desgaste emocional que vivera naquele dia, conduzindo-a aos sonhos mais secretos.

Edward retornou à cabine onde estavam minutos antes, sentindo a angústia crescer em seu peito.

Como ele poderia se deter? O desejo de tomar Isabella nos braços era quase incontrolável. Tomou todas as suas forças ignorar a reciprocidade de anseios agora a pouco. Sim, porque ele notara o desejo arder como brasa nos olhos castanhos profundos de Bella. Sua boca entreaberta convidava-lhe a desvendar todos os segredos que ela escondia. E seu suspiro... Ah, o suspiro. Esse sim, quase arruinou com sua determinação.

Jogou-se mais uma vez no sofá, tentando encontrar uma saída.

Era inegável que ela ainda sentia algo por ele. Mas isso não significava necessariamente que se permitiria envolver. Ele percebera o notável solitário de rubi em seu dedo. Ela estava noiva. E provavelmente era apaixonada pelo afortunado homem que a tomaria como esposa.

A garganta de Edward se fechou desconfortavelmente, sufocando-o em seu despeito.

Como ele desejava estar no lugar desse homem.


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Notas finais do capítulo

O cap foi curtinho, por que eu ainda não consegui decidir entre uma das duas opções que tenho para esta "viagem".
Mas o próximo cap (que tem duas versões) já tá quase pronto, então não deve demorar muito pra postar.
Obrigada a todas!!!!!