Girl Power escrita por branstark


Capítulo 1
Somos atacadas no Central Park por esqueletos


Notas iniciais do capítulo

Esse é o primeiro capítulo, espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/119740/chapter/1

Eu estava feliz... Não, feliz era pouco para definir como eu me sentia. Finalmente eu estava saindo daquela droga de hospital. Estava internada lá fazia mais de três semanas, não aguentava mais ficar ali nem mais um segundo. Pensavam que eu era louca e praticava automutilação. Não era nada disso, os cortes no meu pulso, os arranhões no meu rosto e em meus dançarinos, não fora eu que os causara. Coisas estranhas aconteciam comigo, eu jurava ver pessoas-pássaro, tinha a sensação de ser seguida e outras coisas muito piores. Não gostava nada disso. Como se não bastasse o TDAH e a dislexia que eu mantinha em segredo dos fãs – se é que eu tinha algum depois de toda a confusão. Selena, Miley e Taylor iam me buscar no hospital, eu estava à espera delas quando uma limusine preta parou na minha frente e os vidros das janelas traseiras se abriram, mostrando três rostos muito conhecido:

-Demi! – disseram Ley, Sel e Tay em uníssono.

-Meninas! – elas abriram a porta da limu e eu entrei. Abraçamo-nos e a Miley ria enquanto eu dizia que ela estava me esmagando.

-Certo, me diga – começou Miley -, como foi nesse lugar?

-Péssimo. – resmunguei. – Foi horrível, era o tipo de lugar que eu não gostaria de passar as férias.

-Demi, coisas estranhas estão acontecendo conosco. – Taylor advertiu.

-Como assim? Mais coisas estranhas?

-Mais? – indagou Selena – Mais é pouco, semana passada no aeroporto de Boston me acusaram de estar com uma arma quando o detector de metal soou, e eu não tinha coisa nenhuma!

-E você conhece o temperamento da Selena... – Taylor balançou a cabeça.

-Ei! – disse Selena e rimos.

-Bom, de qualquer modo – disse Miley – agora você não está mais internada.... Aliás, estão dizendo por aí que você se “automutila” por causa do término do namoro com o Joe.

Soltei uma gargalhada. [Não, Miley, eu não estou fingindo rir para dissipar a dor, ok? Posso continuar?]

-Claro que não! Eu... Eu apenas não me “mutilei”!

-Mas então, quem cortou seus pulsos? – Taylor franziu o cenho.

Respirei fundo. Eu não poderia contar a elas a verdade. Quando eu fui acusada de ter batido nos meus dançarinos e de cortar os pulsos, foi tudo quando um... Ahn... Cachorro do mal ou seja o que o aquilo for nos atacou. Eu tentei ajudar minha equipe, eu via aquele cachorro gigantesco machucando-os. Mas quando tudo acabou, eles disseram que eu havia agredido-os. Duvidei das minhas capacidades mentais depois disso.

-Sério, eu não cortei meus pulsos! Eles arranharam nas garras do... – parei de falar.

-Do o quê, Demi? – perguntou Miley desconfiada.

-Nada. – abaixei a cabeça.

-Demitria Devonne Lovato, o que te arranhou? – Selena colocou as mãos na cintura.

Então eu as contei tudo, esperei que elas me chamassem de louca, psicótica ou pior, mas não. Elas ouviram tudo com muita atenção e começaram a contar histórias delas. Taylor disse já ter visto esse “cachorrão” uma vez, quando fez um show no Texas. Selena jurou ter visto seu estilista com os olhos vermelhos, literalmente, vermelho, rubros.

-Será que colocaram alguma erva no nosso café da manhã? – Miley pousou a mão sobre a barriga.

-Você deve reconhecer erva né, fumou uma vez. – Taylor revirou os olhos. Miley fechou a cara. Sim, Miley tinha mesmo fumado, aquele vídeo era real, mas ela não queria mais usar drogas, ela não queria perder os fãs por um vício que poderia destruir sua vida, bem, ela estava certa.

-Não acho que eu esteja louca – afirmou Selena – eu vi aquela chama nos olhos do Paul, eu sei que não foi imaginação minha!

-Selena tem razão – Miley se pronunciou -, nossa saúde mental está perfeita... Pelo menos... Eu acho.

Olhei pela janela da limusine. Estávamos perto do Central Park, eu precisava de ar fresco.

-Ei, por que não damos uma volta pelo Central Park? – perguntei.

-Seria ótimo, não dá pra conversar na minha casa, meu irmão está lá. – disse Miley.

Selena abaixou a divisória que separava a cabine do motorista da cabina do passageiro e falou:

-Robert, pode parar aqui, por favor?

-Vão ficar no Central Park, senhoritas? – perguntou o motorista que parecia se chamar Robert.

-Sim, pode vir nos buscar daqui uma hora?

-Claro. – Robert foi parando o carro, fez uma baliza rápida e saiu, abrindo as portas para nós.

-Obrigada, Robert. – dissemos.

-De nada, senhoritas. Estarei aqui daqui uma hora.

-Certo. – Taylor sorriu para ele.

Enquanto nos aproximávamos mais no Central Park, fui percebendo a semelhança entre nossas roupas. Todas usávamos jeans e regatas. Sorri comigo mesma. Selena, Miley e Taylor eram minhas melhores amigas, e as únicas que eu tinha. Claro que de uns tempos para cá, tivemos algumas desavenças, mas já era de se esperar que superássemos.

-Faz muito tempo que eu não ando assim sem ninguém pedir autógrafo na rua. – disse Taylor, mas no mesmo segundo, uma garotinha loira de vestidinho rosa parou-a.

-O-oi. – gaguejou a criança. – P-pode me dar um a-autografo?

-Claro! – Taylor se ajoelhou na frente da garotinha. – Qual seu nome, pequena?

-P-payton.

-Payton? Seu nome é lindo. – Taylor pegou o pequeno caderninho da mão de Payton e a caneta rosa brilhante e assinou seu nome. – Aqui. – Taylor entregou o autógrafo e a caneta a garotinha e deu um beijo em sua testa.

-O-obrigada. – Payton correu para uma mulher sorrindo, parecia ser sua mãe, a mulher assentiu e sorriu para Taylor como se agradecesse.

-É, pelo visto eu estava errada.

Passamos um bom tempo conversando, as vezes pessoas vinham nos pedir autógrafos e as vezes víamos paparazzi, mas nós os ignoravam. Quando estava quase na hora de ir embora. Ouvimos gritos e pessoas correndo pelo Central Park. Me assustei de repente. O chão tremia um pouco. Ah, de novo não., implorei em pensamento. Mais coisas estranhas era a última coisa que eu precisava.

-O que é isso? – perguntou Selena. Alguma coisa urrou atrás de nós, girei os calcanhares e vi... Não, aquilo não era possível era? Esqueletos não podem se mexer, ou podem? Eu queria correr, mas de repente meus pés pesavam 15 quilos e eu não conseguia dar nem um passo sequer. Aquilo era impossível, eu deveria estar realmente louca. Olhei para as meninas e vi que elas pareciam ver o que eu via, pois estavam apavoradas. Taylor parecia prestes a desmaiar, Selena se afastava com pequenos passos, Miley estava com os olhos esbugalhados encarando os... Esqueletos. Era muitos... Mais de vinte talvez, eles avançavam e nossa direção com armas como espadas e escudos esquisitos. Vamos, Demi, fuga., dizia um voz na minha cabeça, mas eu não conseguia, poderia passar a vida tentando e ficaria naquele mesmo lugar para sempre. Então o esqueleto que estava mais próximo de nós se quebrou ao meio, em seguidas os outros se partiram também. Fiquei atordoada, e as garotas pareciam estar mais ainda. Vasculhei o local com os olhos, procurando um motivo para eles se partirem daquele jeito, ali estava. Uma garota loira e alta segurava uma... Espada também e os quebrava ao meio, atravessando a espada em suas costelas, mas em poucos momentos os esqueletos estavam ali novamente, reconstruindo-se. Mas ela não estava sozinha, um garoto moreno também estava ali, ele lutava contra outros esqueletos, os movimentos tão rápidos que meus olhos mal podiam acompanhar. Algo em mim disse que eu deveria ajudar, mas preferi não me meter. Havia também um outro garoto que chutava todos os esqueletos e ele corria de um jeito engraçado.... Oh, meu Deus! O que é aquilo nas pernas dele? Peraí... Aquelas eram as pernas dele! Peludas... Com cascos... Ele era um bode?! O garoto-bode correu até nós e a Selena gritou como um gatinho assustado. Miley correu para trás de Taylor.

-Acalmem-se! – pediu o cara. – Bééé! – ele fez mesmo esse som? – Percy! – ele gritou para o garoto moreno que voltou atenção para nós. O garoto que deveria se chamar Percy era bonito, tinha olhos da cor do mar e ele tinha o rosto delicado... Pelo menos parecia, mas quando ele quebrou outro esqueleto com a espada mudei de ideia. – Acho melhor levamos elas embora, AGORA!

-Annabeth! – berrou Percy para a garota loira que olhou para ele e quebrou o braço de um esqueleto. – VAMOS!

O garoto-bode virou-se para nós, desesperado.

-Vocês precisam vir conosco! – ele pediu.

-Eu não vou a lugar nenhum com um burro. – disse Selena.

-Ei! Eu sou um sátiro! – o menino-bode parecia ofendido.

-Sátiros não são aqueles animais da mitologia grega...? – perguntou Miley perplexa.

-Não temos tempo para isso, vocês precisam vir conosco!

Percy e a loira chamada Annabeth estavam se aproximando quando chegaram até nós, Annabeth disse:

-Grover, precisamos ir, o esqueletos vão se reconstruir em questão de minutos.

Olhei para os ossos espalhados pelo gramado do Central Park. Aqueles monstros não estavam mortos? Hm... Quer dizer... Eles já estavam mortos...

-Vocês não os mataram? – perguntei e minha voz falhou duas vezes.

-Não é possível matar esqueletos. – respondeu Annabeth com frieza.

-Então como é possível destruí-los? – perguntou Taylor franzindo a testa.

-Não podemos destruí-los – explicou Percy com presa – só existe uma maneira de escapar deles.

-Qual? – Selena estava suando rios.

-Fugir. – ele apontou para os ossos agora se reajustando.

-Olhem só, não sei vocês, mas eu não quero ficar aqui com esses monstros. – gemeu o bode, Grover.

Eu estava muito soada, e meus pés doloridos. Eu estava usando um salto muito alto, a única que estava muito confortável era Selena com seus inseparável tênis Converse. Corremos pela Sétima Avenida inteira e fomos parar em frente a Starbucks Coffee.

-O que... Nós vamos fazer agora? – perguntou Taylor ofegante. Mas Percy, Annabeth e Grover nem pareciam ter suado uma gota.

Annabeth gesticulou para a Starbucks ao nosso lado. Selena deu um grande sorriso.

-Você está certa, primeiro comer, depois pensar. – disse ela se direcionando à porta da loja. Annabeth a puxou de volta pela blusa, Selena cambaleou para trás quase caindo.

-Ei!

-Não, tonta, nós não vamos tomar um cappuccino descafeinado, vamos esperar o irmão de Percy, Tyson.

-Ty quem? – Miley esfregava o pé com a mão direita. Só então percebi que ela estava descalça e segurava na mão esquerda o seu par de sapatos Chanel.

-Tyson – disse Percy com paciência –, meu irmão.

-Ele é gatinho? – Miley levantou o olhar. Todos a encaram. – Que foi, gente?

-Você vai ver. – murmurou Percy.

-Ei, estamos sendo sequestradas?! – perguntei.

-Como? – Annabeth me fitou com uma expressão insondável. Encolhi-me um pouco, eu sabia que era mais velha que ela, mas mesmo assim, Annabeth me dava medo.

-É, ela tem razão – disse Selena -, vocês estão nos levando para onde? O que era aquelas coisas no Central Park? Por que esse... – Selena olhou para as pernas de Grover e fez menção de vomitar – esse cara tem pernas de bode?!

-Eu já disse! – Grover revirou os olhos – Sou um sátiro!

-Mas sátiros não existem! – Taylor teimou. Annabeth bufou.

-Vocês nada sabem do que existe e o que não existe. – ela praticamente cuspiu as palavras.

Senti um impulso estúpido de bater naquela garota, mas sabia que se a desafiasse sairia machucada.

-Annabeth – Percy colocou a mão no ombro da garota e ela suspirou -, acalme-se. Elas vão entender na hora certa.

-Entender o quê? – perguntei – E em que hora certa?!

Então senti um vento vindo da minha direita. Uma van preta parou a beira da calçada. Olhei para ela, atônica.

-AH! – gritou Miley.

-Fique tranquila – assegurou Percy –, é o meu irmão.

Como se conhecer um sátiro, ser sequestrada por três  pessoas desconhecidas e ver esqueletos não fosse o suficiente, conhecer um cara de quase dois metros de altura quase sendo esmagado pelo teto de uma van é muito mais assustador, acredite. Annabeth nos empurrou para dentro da van preta e Percy, ela e Grover entraram sem seguida. O garoto alto virou-se para trás e disse:

-Percy, irmão, eram essas as garotas que você disse que ia levar para o acampamento?

-Sim, Tyson. – respondeu Percy. Como assim? Eles já pretendiam nos achar? Olhei para Taylor e ela parecia tão desconfiada quando eu.

-Ei – Grover me chamou, olhei para ele -, você não é aquela garota do seriado de tevê... Hm... “Sunny Entre Estrelas”?

-Sou eu mesma. – tentei manter a voz calma.

-Cara, eu assisto sempre! Pode me dar um autógrafo?!

Todos no carro riram.

-O que foi? Um autógrafo de alguém famoso vale dinheiro, sabia? – ele  cruzou os braços indignado.

-Vocês são bonitas. – comentou Tyson casualmente.

-Obrigada. – agradecemos.

-Tá certo – Miley disse -, eu sei que vimos esqueletos, um homem-bode...

-Sátiro. – corrigiu Grover, Miley fingiu não ouvir.

-... Uma loira que sabe embainhar muito bem uma espada e um garoto meio caladão, mas me digam, o que está acontecendo?

Miley fez a pergunta que eu queria fazer a muito tempo. Annabeth respirou fundo.

-Escutem, já ouviram falar da Mitologia Grega?

-Tipo os deuses e tudo mais? – perguntou Selena.

-Sim, eles mesmos. – Annabeth prossegui. – E os monstros, do tipo, Minotauro, Nereidas, Ninfas, Centauros, sátiros... – ela colocou ênfase em sátiro.

-Epa, epa, para, para, para! – Selena levantou as mãos. – Está querendo dizer que tudo isso existe?!

-Não estou “querendo dizer”, eles existem.

Franzi a testa e mordi a parte inferior da minha bochecha. Aquilo era impossível, realmente, como tudo aqui poderia ser real? Se bem que eu conheci de verdade um sátiro...

-Então Grover é um sátiro? Da mitologia grega? – perguntei, perplexa.

-Sim – Percy disse -, e vocês são filhas de deuses gregos.

Miley deu uma daquelas risadas que pareciam urros dela.

-Está de brincadeira, não é?

Mas ninguém ali estava rindo. Annabeth parecia bem séria.

-Não.

Miley piscou algumas centenas de vezes ainda desacreditada.

-Mas se somos filhas de deuses... – Taylor disse, era incrível, ela era a única que ainda parecia calma. – Quer dizer que um de nossos pais não.. Não são realmente nossos pais? – a voz dela falhou.

Meu coração martelou no peito. Não iria suportar aquilo, meus pais que não eram exatamente meus pais... Que tipo de mentira eu estava vivendo?

-Exatamente, mas não sua mãe e seu pai. – esclareceu Percy rapidamente. – Apenas um de seus “pais” teve um caso com os deuses.

Todas ficaram em silêncio. Então meu pai ou minha mãe não era meus pais de verdade? Então esse tempo todo eles mentiram para mim? Então todas as vezes que eu os chamara de mãe ou pai, não eram realmente meus pais?

-Como saber quem é seu pai ou sua mãe? – perguntou Taylor quase em um sussurro.

-Bom, seu pai ou sua mãe vai reclamar vocês como filhas logo, graças à um juramento que eu fiz com os deuses, eles devem reclamar seus filhos quando eles fizerem 13 anos. Vocês estão bem longe de treze anos. A propósito, quantos anos vocês têm?

Apesar do nó em minha língua, consegui falar:

-Eu tenho 18, a Selena também...

-... Eu tenho vinte e um, a Miley tem 18. – terminou Taylor.

-Nossa, vocês passaram muito tempo sem problemas pelo visto.

Bufei, sem problemas? O que eu estava vivendo agora então?!

-Sem problemas? Tá de sacanagem! – Miley logo disse – Estamos aqui, em uma van indo pra sei-lá-aonde, passei a metade da minha vida sem conseguir ler direito, sou hiperativa... Quer mais o quê? – ela explodiu. Olhei pela janela do carro, estávamos saindo da rota 25A, e o carro seguia por meio de bosques, contornando o litoral norte.

-Ah, sobre a hiperatividade, TDAH – quando Percy falou sobre o TDAH levantei a cabeça para olhá-lo – e a dislexia, é normal para um semideus.

-Semi o quê? – perguntou Selena.

-Semideus, é como chamamos quem é metade deus, metade humano. Bom, continuando... Essas coisas de dislexia e etc são normais para semideuses. Vocês estão ligadas ao grego antigo, não a língua de hoje em dia. A hiperatividade são seus reflexos de batalha, vocês não conseguem ficar paradas.

-Isso explica por que eu sou elétrica no palco. – disse Miley com a voz distante.

-Exato. Vocês são semideusas.

Aquilo era demais para a minha cabeça. Eu? Demetria Lovato era metade deusa? Rá-rá.

-Mas como vocês sabiam que nós éramos semideusas? – perguntei. Todos e fitaram curiosos.

-Não foi difícil, acredite. – comentou Annabeth sorrindo pela primeira vez. Ela era bonita, não era como eu, um fantasma pálido que não pegava um bom solzinho a muito tempo. Annabeth era bem bronzeada e loira, parecia uma daquelas líderes de torcida que me zoavam na escola, balancei a cabeça tentando afugentar as memórias – Quíron nos mandou para cá faz um tempo, disse que deveríamos encontrar quatro semideusas, bom, não foi difícil quando vimos os esqueletos atrás de vocês. Se fossem simples mortais não enxergariam nada daquilo.

-Quem é Quíron? – perguntou Taylor enquanto remexia na bolsa que só agora eu percebi que ela carregava.

-É o nosso diretor de atividades do acampamento.

-Alguém por favor pode me dizer o que é esse tal “acampamento”? – perguntou Selena visivelmente irritada.

-CHEGAMOS! – Tyson disse animado virando-se no banco com dificuldade para nos olhar. Só então percebi que ele não tinha dois olhos, ele tinha um olho só. Soltei um grito agudo. – O que foi?! – perguntou ele desesperado olhando para os lados.

-S-seu olho! Você só tem um!

Tyson riu da minha afirmação.

-Você esperava o quê? – Grover riu um pouco – Ele é um ciclope!

-Sério, Demi. – Miley balançou a cabeça, desgostosa. – Até eu percebi que ele era um ciclope.

Ótimo, agora minhas amigas estão me acusando de ser excessivamente distraída. [Pare, Taylor! Eu não estou sensível hoje! Pare de rir! Estou falando sério!]

Saímos da van e percebi que estávamos abaixo de uma colina. Olhei bem para ela. Aquele era o tal acampamento? Parecia apenas uma colina vazia com uma árvore gigante, não um acampamento.

-Venham. – chamou Annabeth. Saímos da van preta. Eu e Selena nos entreolhamos, aquele lugar era realmente estranho. Quando Grover, o menino-bode saiu da van, ele limpou seus cascos no chão e se espreguiçou. Tyson, o Ciclope também saiu da van e ele não tinha quase dois metros, parecia ter quase 3! Agarrei-me a primeira coisa que achei ser um braço e percebi que cravei minhas unhas naquilo. Alguém gemeu de dor ao meu lado.

-Ah, desculpe, Percy, desculpe! – eu disse desesperada. Ele esfregou a mão no braço.

-Sem problemas. – ele disse ainda gemendo um pouco. Encarei minhas unhas pintadas de amarelo fluorescente. Estavam realmente precisando ser aparadas.

-Você é mesmo alto! – Selena levantou bastante o pescoço para olhar no rosto de Tyson. Tyson sorriu.

-Certo, onde está o tão falado “acampamento”, não estou vendo nenhum! – Miley revirou os olhos.

-Sigam-nos. – Annabeth começou a subir a colina e nós fomos atrás dela. Quando chegamos ao topo, nada.

-Novamente: onde está o acampamento? – Miley repetiu. – Só estou vendo uma árvore e um... AH, MEU DEUS!

Olhei para onde Miley apontava, era outra grande árvore com um... Dragão aninhado ao redor dela. Era gigante, maior que Tyson até. Ele roncava e no galho mais baixo da árvore havia uma pequena coisa brilhante. Pelo menos era pequena na frente o grande... Hum, dragão. Selena e Miley arquejaram e Taylor deu um passo para trás. Não me movi, algo me dizia que aquele dragão não nos faria mal algum.

-Peleu! – Annabeth chamou o dragão.

-Hum... Annabeth? – chamou Selena nervosa – Deixe ele dormir, ele deve merecer...

-Bobagem. – disse Annabeth. O dragão lentamente abriu os olhos, e focou-os em Annabeth. Levantou levemente o queixo e Annabeth fez um tipo de carinho nele. – Como anda, garotão?

O dragão parecia nem perceber nossa presença, e eu achava isso ótimo. Depois de acariciar o dragão Annabeth resolveu passar pela árvore.

-Venham. – chamou-nos. Percy e Grover fizeram o mesmo. Nós nos entreolhamos, dei de ombros, e juntas passamos pelo dragão e árvore.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Deixem reviews e façam uma humilde autora feliz ;D