Ela corria, tudo o que se ouvia naquela noite de inverno eram os passos dela, o tic tac de sua bota a deixava mais angustiada, a sua face mostrava medo, angustia, tristeza, raiva, todos esses e outros sentimentos, se escondeu atrás de uma coluna e se sentou no chão frio, as ruas estavam vazias, ela não tinha chances, seu braço doía e sangue saía de sua perna direita, mordeu a parte inferior dos lábios, sua face antes limpa e delicada agora possuía cortes e estava um pouco suja, ela não conseguia acreditar, não conseguia entender, não conseguia... Tudo lhe parecia um pesadelo do qual ela sabia que não iria acordar, ela ouviu passos, suas lágrimas caiam desesperadamente mais começaram a parar, o desespero estava tomando-a, ela se levantou pronta para fugir a qualquer estante, ela olha para trás, não havia ninguém, ela sentiu algo lhe tocar o pescoço delicadamente, mais mortalmente, o medo e o desespero a estavam tomando, mais tinha que continuar sã, ela ouviu.

- tentando fugir de mim menina?

Ela fechou os olhos, ela ouviu um barulho, parecia um tiro, a faca passou levemente pelo seu pescoço sem cortar-la e o homem caiu morto no chão, ela gritou, olhou para a direção em que saiu o tiro, lá estava ele, usando suas ultimas forças para protege-la, ela correu até ele e falou com uma voz tremida e transmitindo sua dor e sofrimento.

-pai.

Sangue saia pela boca dele, ela não iria conseguir viver mais, perdera sua mãe e agora seu pai, ele sorri fracamente e diz.

-fuja, fuja Lohanna!

Lohanna chorou mais e soluçava, não deixaria seu pai ali e falou.

- não, papai eu não vou.

Lágrimas continuaram a cair desesperadamente de seus olhos, de novo os passos, Lohanna chorou mais, seu pai tentou falar de novo mas ele morreu olhando nos olhos da filha, ela chorou, os passos se apressaram, ela se levantou e saiu correndo, segura de que não haveria impedimentos no trajeto até algum lugar seguro, mas também não haveria salvamento se ela não consegui-se chegar a tempo, ela corria mais que podia, mais do que agüentava, parou um pouco, ela ouviu algo e se virou, viu uma luz e em seguida tudo havia sumido.

O único barulho que ele pode escutar foi o de bater em algo, saiu do carro para ver o que havia acontecido, uma mulher deitada no chão, ele murmurou algo e foi ver se continuava viva, sim, mais seus machucados eram terríveis, não poderia ter sido apenas este acidente que a deixara assim, não tinha tempo para pensar, tinha que leva-la para algum lugar, pegou a menina no colo e com alguma dificuldade a colocou no banco do passageiro, logo em seguida entrou e pisou fundo, essa garota estava fugindo de algo, ou talvez...de alguém pensou ele, as ruas vazias, o rosto da menina apesar de tudo parecia delicado, ele achava que não teria impedimentos, que ia ficar pensando, esclarecendo as idéias, e encontra uma garota, ele olhou para ela e falou.

-eu só queria me livrar de algumas responsabilidades, e você aparece e me dá uma a mais.