Equinócio escrita por Jules


Capítulo 2
Uma nova peça no xadrez


Notas iniciais do capítulo

Eu nunca fiz uma fic nem nada parecido então espero que esse capitulo esteja bom.



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O dia está estranhamente ensolarado. O sol não costuma aparecer assim em Seattle. Hoje a briga com a Bella foi feia. Ela tentou me convencer de que eu estava roubando o pouco de tempo que ela tinha com a filha, eu tentei dizer que não, mas não adiantava discutir. Acabei cedendo e deixando que Bella e Edward fossem a qualquer lugar com ela.

O meu plano era sair um pouco durante o tempo em que eles ficariam fora então peguei minha moto. Doentiamente aquele era meu dia de sorte. Quero dizer pegar uma estrada de uma cidade movimentada, em plena sexta feira, numa velocidade de 200km/h sem ver sequer um policial – era até assustador.  O único sinal de vigilância pelo qual eu passei foi um pequeno deslumbre de Seth e Leah se movendo rapidamente entre as árvores como se eu precisasse de algum tipo de babá.

Desci da moto e fui me sentar em um banco de madeira no meio do parque. Os pais me olhavam apavorados achando que eu era algum tipo de maníaco que levaria seus filhos embora. Não tinha muita gente lá. Não para um dia como esse.

Aquele era um plano idiota. Não daria certo. Eu não ia conseguir esquecer Nessie nem que me pagassem. As lembranças começaram a invadir minha mente e se espalhar como veneno, mas uma coisa se sobressaiu.

Isso passaria, você sabe, se sofresse imprinting. Você não sofreria mais por causa dela.

O que Leah me dissera há tantos anos atrás e eu considerei ser a pior hipótese do mundo. Aquilo não era tão ruim, mas eu odiava o fato de eu ter tido o imprinting pela filha da Bella. Ela era minha melhor amiga! Renesmee é apenas uma criança! Se pelo menos esse fosse o caminho natural da minha vida – se é que esse tipo de baboseira existe – que eu tivesse tido o imprinting por uma menina mais velha! Aquilo me parecia tão errado!

Tremores violentos passavam por meu corpo. Minhas mãos estavam fechadas em punho.

- Ei, moço você está bem? – uma voz grave, mas feminina me perguntou - Por favor, se controle você não vai querer se metamorfosear aqui no meio de todo mundo não é?

Quando eu levantei a cabeça para olhar quem tinha dito aqui fiquei surpreso. Eu nunca tinha visto nada igual. Eu não a conhecia, nunca a tinha visto por aqui, então não fazia idéia de como ela sabia sobre metamorfoses.

- Moço, eu posso te chamar assim? – ela dizia ansiosa – Hã... respire fundo! Se acalme!

Eu continuava a olhar para ela. Alta, pele clara, com cabelos castanhos, compridos e encaracolados. Seus olhos talvez fossem o que chamasse mais atenção – eles eram enormes e cor de mel, seus cílios gigantes quase encostavam-se a sua sobrancelha – ou talvez fosse sua boca grossa, que parecia a boca de uma boneca de porcelana. Suas bochechas eram rosa, muito rosas.

- Por favor! – Ela continuou a tagarelar em pânico – Isso são segredos do oficio! Controle-se! Por favor!

Eu dei um sorriso zombeteiro e ela ergueu a sobrancelha. O pânico em sua voz fez toda minha raiva sumir.

- Juro que estou controlado – disse levantando a mão aberta e colocando a outra no peito – Agora, você pode me dizer como sabe os segredos do oficio?

- Meu pai me contou. Prazer, Juliet – ela disse se sentando ao meu lado e estendendo a mão.

- Jacob.

- Oi Jacob – ela disse devagar.

- Oi Juliet, agora pare de me tratar como louco e me diga como você conhece os lobos.

- Eu estou te tratando como um louco porque você parece um louco – ela disse sorrindo e seu sorriso era perfeito – O meu pai é um lobo e eu provavelmente serei uma, então ela já me contou tudo.

- Ah! Você não tem cara de ser loba – eu disse sorrindo.

- É porque eu sou meia vampira, meio humana também.

Pisquei incrédulo.

- Como?

- A minha mãe era um hibrido de vampira com humana e o meu pai um lobo. Ai eu nasci! – Ela fez cara de surpresa.

Eu ri e ela também.

Isso queria dizer que se a Nessie quisesse ela poderia ter filhos? Será que algum dia ela poderia ter filhos... comigo? Só se ela quisesse é claro! Mas eu ainda não conseguia pensar em Nessie daquele jeito, não quando ela aparentava ter apenas dez anos de idade.

- Legal. Você não é daqui né? Tem um sotaque diferente.

Ela corou, a cor era tão bonita!

- Eu sou brasileira – ela disse envergonhada. Ergui uma sobrancelha e ela agitou as mãos na frente do corpo – longa história!

- Um dia eu vou querer saber.

- Um dia eu te conto Jacob.

- Você tem horas, Juliet? – Perguntei. Juliet era uma menina legal, legal o suficiente para vir falar com um louco, mas a saudades que eu sentia de Nessie era tanta que chegava até a doer.

- São quase sete e meia, me chame de Jules, por favor.

- Obrigado. Jules eu tenho que ir, preciso ver uma pessoa...

- Como é? – Ela perguntou curiosa e assustada.

- Como é o que?

- O impriting – ela pronunciou como se tivesse medo da palavra.

- Como você sabe?

- Dá pra ver nos seus olhos quando fala dela.

Ela sorriu e eu fiquei um pouco maravilhado em seu sorriso.

- Não é tão ruim. Agora eu tenho que ir, até mais. Espero te ver novamente.

- Eu também – ela sussurrou enquanto eu corria para minha moto.


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