O Retorno escrita por Abraxas


Capítulo 5
Capítulo 5: Ego sum Papa.




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Surge um silêncio sepultral naquele salão imperial. Eric retorna a se sentar no trono e espera. Dava-se para ouvir os passos do cavaleiro pisando no vidro quando caminhava. No momento que ele se senta no trono, alguns segundos depois, ouvi-se um grito de ódio. Um urro de uma adolescente que lutou muito para servir e proteger a sua Imperatriz. Dedicou mais que tudo e vê os seus objetivos ruindo como cacos de vidro.

A garota voa, isso mesmo, voa no pescoço de Eric. A consorte morde, chuta e esgana o usurpador. Entretanto, sem muito esforço, ele se desvencilha da antiga guardiã, com os seus soldados mercenários.

— Nossa!!! Que gata selvagem... - debocha.

A menina não foi nada polida.

— E tem um vocabulário extenso. - completa.

— Faço as minhas palavras a dela. - desafia Argana. Você nunca será imperador de Aspisínea! Nunca!!!

Sem dar muita importância, Eric destila o seu veneno:

— No meu mundo, pode-se torna-se monarca casando com um membro da família real. O herdeiro direto.

— Quem seria, Eric? Os cacos de vidro?! - diz Argana. Os filhos e filhas da

Imperatriz morreram há muitos séculos.

O homem ri.

— Ora... Quem senão essa adorável gata selvagem é a representante direta da Imperatriz. Logo, ela é a herdeira do espólio.

— Eric, seu idiota! Se a Imperatriz morrer, ela perde tudo. É a LEI!!! - corrige a Maga.

— Agora, eu sou a Lei! Entende?! Eu tenho o controle por aqui! Eu destrui a constituição deste Império apartir do momento que quebrei o espelho. Eu neutralizei os seus poderes! Eu tenho uma guarda imperial agora. Eu não preciso de uma adolescente chata e mimada para nada. Podia mata-la, mas não sou assassino.

— O que fez agora não é um assassinato? - questiona Diana.

— Quem disse que ela estava viva? - diz Eric. Pensem! Aquele espelho era um fantasma, um encanto formulado para mostrar aos terroristas que tinham falhado. Um truque! Uma ilusão! Foi um golpe de estado muito bem articulado para manter os nobres no poder. E essa tal de Argana é uma fantoche deles. Eu estudei muito sobre política e filosofia para reconhecer uma ditadura quando vejo uma. Eu não estou escravizando-os, mas sim, libertando-os.

— Louco! - conclui Argana.

— Sim, pode ser! Sendo Imperador posso mostrar aos cidadãos que existem outras formas de sistemas de governo. Para isso terei que me casar com essa gata selvagem.

A consorte resume tudo numa só frase:

— Que nojo...

— Rá! Não pense que será agradável para mim também. - diz Eric. Eu não sou pedófilo, além do mais, você não é o meu tipo, bonequinha de luxo, gosto mais de carne. Se é que me entende? - e olha para Diana.

A bela negra sente-se quase violentada com aquele olhar.

— Porco. - cospe a acrobata.

— Bem... Como sei que ninguém vai me apoiar na execução do meu plano...

— Eric, você não tem o direto de dominar uma nação livre. - censura Hank.

— Além do mais, você deveria lembrar de uma coisa, "querido"... - diz Diana.

— As nossas armas estão funcionando. - diz Scheila.

— Então conclui-se que elas estão assim porque você teve que usar a sua e não queria que fosse neutraliza-la. Porém esqueceu que as nossas armas estão "ligadas" umas nas outras. - explica Bob.

— Perdão, amigo... Mas temos que dete-lo. - conclui Presto.

Então o cavaleiro diz:

— Venham! Eu já esperava por isso... - e ele saca a espada.

As armas de Hank, Diana, Bob, Scheila e Presto estavam ativas como nada tivesse acontecido. Naquele momento, eles são a última esperança de Argana contra os desmandos de Eric, que exibe a sua espada e escudo. Os presentes observam uma estranha aura em volta do déspota.

— Vamos começar... - e Eric salta em direção de Diana.

A acrobata dá um salto no ar e desvia do golpe do empresário. Hank dispara as suas flechas de energia, porém o escudo de Eric o protege do ataque. Scheila fica invisível e Bob sacode o seu bastão e ataca. Eric não desvia do golpe do justiceiro e interpõe a sua espada contra o tacape. Eric sente o delicado toque da bibliotecária em suas costas e a golpea com o seu escudo, no estilo do super-herói norte-americano, Capitão América. Scheila é jogada longe. Sem dar muita trégua, Diana dá cambalhotas e atinge o rosto do empresário com os pés. Atordoado, Eric ajoelha, mas ainda detém o golpe de Bob. Nos seus lábios escapam um comentário:

— É pesado demais... Ahn...

— É verdade, Eric. A energia cinética é suficiente para destruir este prédio inteiro. - diz Bob.

— Mas não para me deter!!! - a aura entorno de Eric aumenta e o empresário joga o justiceiro para longe dele.

O choque contra a parede foi tão forte, que o rapaz o atravessa.
Hank atira as suas flechas em cima de Eric que avança na direção dele. Diana interpõe no caminho do empresário e o golpea com o seu bastão retrátio. Porém, o escudo o protegia. Hank disparava cada vez mais flechas energéticas em cima do cavaleiro que, dessa vez, defendia-se com o manejar de sua espada.

De súbito, uma energia sai da espada e vai em direção do arqueiro que o joga para cima como um boneco e, em seguida, cai estatalado no chão. Sem o hank para auxilia-la, Diana sente mutas dificuldades para enfrentar Eric. Daí, ela grita:

— Presto!!! faz alguma coisa!!!

— Eu já fiz! - diz o mágico.

Realmente uma espécie de trepadeira envolveo empresário com a intenção de imobiliza-lo, mas tem pouco efeito, pois Diana é jogada em cima de Presto e ambos ficam inconscientes.

A luta tinha acabado.

Antes que qualquer pessoa pudesse falar alguma coisa, Eric coloca uns óculos avermelhados e corre na direção atrás do trono.

— Vem cá, Scheila! Você não vai fugir!

O empresário dá um salto fantástico sobre o trono. Argana fica estarrecida com a força sobre-humana de Eric e este agarra algo no ar. O homem retira o capuz da bibliotecária que se debate no chão.

— Solte-me desgraçado!!!

— Sinto muito, querida... Hora de dormir. - e pressiona uma artéria no pescoço que a faz dormir.

Com a bela ruiva nos seus braços, Eric ordena, para os seus subordinados, que levem todos para as masmorras do castelo.

— Acredite, Argana, é para o seu próprio bem. - ironiza Eric.

— Você vai pagar muito caro, Eric. - ameaça.

— Pena que você não sabe o quão caro é essa dívida. Se fosse em outras circuntâncias jamais faria isso.

— Por que está fazendo, então?! - pergunta a Maga.

— Mais tarde, saberá...

Os nossos heróis, mesmo lutando contra o antigo parceiro, Eric, apesar da vantagem numéric, foram derrotados. Além de alguns estarem desacordados, Argana, altiva, como sempre, busca uma maneira de sair dessa situação delicada. Os guardas jogam todos numa mesma cela. A Maga acha esta atitude muito tola, pois é mais facil deles se organizarem e elaborar uma fuga.

Entretanto a Mestre dos Magos não está ali para ensinar a um despota como se faz as coisas.

Presto é o primeiro a dispertar.

— Você está bem? - pergunta Argana.

— Estou. Caramba! O que aconteceu com o Eric?! Ele parecia estar possuido!!!

A Maga abaixar o olhar.

— Gostaria de dizer para você que fosse isso... Mas, infelizmente...

— Não seja delicada com o Presto, Argana. O cara é podre mesmo! - corrige Diana.

— Eu sei que o Eric está cego de ambição. - diz o mágico.

— Ele é cego de ambição por natureza.

— Parece que você tem uma opinião formada a respeito do seu amigo, Acrobata. - diz, em tom irônico, Argana.

— Não é opinião, é experiência mesmo. - completa Diana levantando do chão. Vou dar uma olhada nos outros.

Argana segue a sugestão da mulher e ajuda aos companheiros de Diana.

Quando os outros despertam e constatam que estão presos, o grupo procura avaliar a situação e decidir o que fazer.

— Não é preciso ser muito inteligente para saber que as armas não estão conosco... - comenta Bob.

— O que me surpreendeu foi o fato do Eric nos derrotar com certa facilidade. - observa Hank.

— Parecia que ele tinha algum auxílio. Aquela energia... - medita Scheila.

— Não sei o que é, mas uma coisa é certa, não veio das armas que usa. - diz Argana. O poder das armas são equivalentes. Não há porquê para tamanha diferença de poder, há menos que tenha alguma espécie de auxílio, como observou a ladina.

— Será que não tem um maio de fugir daqui? - pergunta Bob. Irmã, será que com os seus talentos poderia...

A ruiva não deixa que o seu irmão conclua a frase para chegar até a fechadura da cela. Em seguida, tira um grampo perdido do cabelo, pois a sua capa com os seus apetrechos não estava mais sobre o seu poder.

Durante a sua investida, um golpe inesperado atinge as mãos da bela ruiva.

— Nem pense nisso, mulher! - ordena o guarda. Volte para o fundo da cela!

Com as suas delicadas mãos muchucadas para coronhada da AK-47 do mercenário, obedece a imposição do homem. Óbvio que Bob fica furioso, mas é contido pela própria irmã.

Numa outra cela, no extremo oposto, mas um pouco fora da visão do grupo, um outro detento diz ao carcereiro:

— Você é novo por aqui? - pergunta.

— Se for, é daí?! - responde rispidamente.

— Acho que deveria dar uma lição nela, carcereiro. Para mostrar aos outros quem manda por aqui.

O guarda observa o homem barbudo vestido de branco, turbante e túnica. O mercenário fica curioso, pois o sujeito lembra aqueles lideres religiosos islâmicos.

— Lição?! Bem... Você poderia me indicar qual lição aplicaria a tão bela criatura? - diz em tom irônico.

— Separa-la dos outros e amarrar as suas mãos. - sugere o barbudo.

Scheila gela. Argana faz uma cara que conhece aquela voz.

— Aí, Bin Laden!!! Gostei! Ei, gostosa!

A bibliotecária vai para o fundo da cela.

Cheio de más intenções, o guarda foi relapso ao entrar na cela para arrasta-la para fora, pois esquece da superioridade numérica num cubículo tendo seis pessoas. O impulsivo Bob agarra o sujeito e o imobiliza. Os outros saem da cela e deixam o homem desacordado no interior dela.

— Quem foi o FDP que deu essa idéia...

— ...que os tirou do seu confinamento? Não é, jovem? - completa o barbudo as palavras de Bob.

Argana fica estupefada diante a cela do homem.

— Irman Zoroastro?! - exclama a Maga.

— Ao seu dispor, Mestre dos Magos.

Diante do sacerdote, Argana procura se manter segura, pois ela mesma foi responsável pela prisão do clérigo. A Mestre dos Magos começa a dialogar com Irman Zoroastro:

— Quer dizer que você está disposto a nos ajudar. Por quê? Afinal eu e meu sistema político o prenderam aqui.

O homem, que estava sentado no interior da sua cela, alisa a sua longa barba e responde à mulher:

— Digamos que entendo o motivo da invasão e que será de nenhuma utilidade para meus propósitos. O homem que os lidera não é de todo mal, entretanto está agindo segundo a Natureza do seu mundo. A competição. Não é um mundo como o nosso que, para sobrevivermos, tivemos que cooperar uns com os outros. Os homens do seu mundo lutaram muito entre si, já nós tivemos que lutar contra criaturas externas e igualmente inteligentes. Logo o amigo de vocês quer recuperar o investimento que fez, porém ele descobrirá, pela pior maneira, que neste mundo, os habitantes estão acostumandos a enfentar invasores alienígenas. - aponta o sacerdote ao grupo.

— Você conhece muitas coisas sobre o nosso mundo, senhor. - desconfia Diana.

— Sou dos maiores magos deste mundo.

— E modesto também. - debocha a acrobata.

— A minha modéstia será o menos dos seus problemas se perceber que as coisas não estão como deveriam. Por tanto acho melhor que fôssemos partir o mais rápido possível daqui. - diz o clérigo.

— Quem disse que deveríamos confiar em você? - questiona Diana.

Irman Zoroastro olha nos olhos da bela negra.

— Sou o único que tem algum poder por aqui. - responde.

— Qual? Simpatia? - ironiza a acrobata.

— Persuasão e um séquito tão grande que vocês nem imaginam.

— Prove! - desafia Diana.

O clérico pede para que o libertem de sua cela e assim que foi atendido, o homem começa a contar uma história.

— Aqui foi o laboratório do meu antigo mestre e quando isto aqui foi transformado em um calaboço, eles não sabiam das passagens secretas...

— Passagens secretas?! - exclamam.

— Sim. O meu antigo mestre foi um dos construtores deste palácio. - e nisso o homem pega a chave das mãos de Bob e vai para a outra cela vazia.

— Quer dizer que aqui há uma das passagens? - pergunta Argana.

— Não. Aqui há sete delas. Dos quais, quatro levam diretamente para fora. Significa, Argana... - e entra no interior da cela. Se quisesse sair deste palácio, eu teria o feito. - e ao tocar numa pedra no alto do teto, uma porta se abre.

O barbudo faz um gesto para segui-lo, Argana obedece, já os outros ficam parados. Sem entender, o clérigo pergunta o porquê e obtém a seguinte resposta:

— Nenhum de nós irá com vocês semas nossas armas. - diz Hank.

— Mas sem poderes?! - exclama Argana. Eu não poderei ajuda-los, o único meio de recuperá-las é enfrentando o Eric e seus capangas...

— Você não entendeu, Argana. Nós vamos recuperar as nossas armas. - diz Hank.

— Não era primeira vez que isto aconteceu... Isto é uma das coisas que o antigo Mestre dos Magos nos ensinou. Sempre acreditar em nós mesmos.– explica Diana.

Ao ouvir as palavras de Diana e Hank, Argana fica chocada e diz:

— Seus loucos!!! Como vão recuparar as suas armas se o Eric os venceu de uma forma humilhante?!

Diana olha para a Maga e explica:

— Eric é um covarde! Está na sua essência. Ele nunca nos enfretaria se tivesse certeza absoluta que iria nos vencer. Ele sabe como pensamos, mas também sabemos como ele pensa. Certamente ele sabe que nós iríamos voltar para recuperar as nossas armas. Ele conta com isso.

De súbito, Presto tem um "insight" e começa a comentar, mas é interrompido por Scheila.

— Por isso mesmo! - exclama Argana. Vocês serão presos novamente!

Diana dá um sorriso.

— Realmente você não o conhece... Vamos lá, pessoal!!! - grita a acrobata.

A vibração contagia o grupo, exceto Argana e Irman Zoroastro que ficam confusos.

Ao subir as escadas que levam ao salão central da guarda, Scheila observa que as armas estão num armário. Na sala, há dois ou três guardas conversando. Acredita-se que tenha mais.

— As armas estão no salão da guarda. - diz Scheila.

Diana e Hank sorriem e se olham mutuamente.

— Vamos lá! - ordena Hank diante uma Maga e um clérigo surpresos por tamanha ousadia.

Como um relâmpago, Hank, Bob e Diana nocauteam os guardas. Scheila arromba o armário e retira as armas. Depois que todos conseguem o que querem, partem rapidamente para a prisão onde está a tal passagem secreta. Em seguida, depois de irem utilizar a passagem, chegam para o lado de fora da cidade.

Limpando as suas roupas, Argana fica impressionada pela incrível Sorte que tiveram...

— Eu sabia que este tal de Eric é muito burro.

Diana diz direta:

— Eric é covarde, mas não é burro.

— Ele, simplesmente, facilitou as coisas para a gente, só isso! - diz Bob.

— Facilitou como assim?! - exclama a Maga.

— Eric é muito inteligente. - diz Hank. Ele contava com a nossa fuga. Para que pudéssemos investigar o que está acontecendo ou ajuda-lo.

— Ajuda-lo?! Ele fez um golpe de estado?! - indigna-se Argana.

— Eric é o nosso amigo e passamos por muitas coisas juntos. Somos os únicos que ele realmente confia. - diz Diana. Mesmo sendo um canalha... - comenta entre os dentes.

— Eu não entendo...

— Simples, Argana. - explica Presto. Se quisesse nos prender, ele nos separaria sem que nós nos víssemos e as nossas armas. Óbvio que ele estaria com elas. A verdadeira intenção dele era que fugíssimos.

— Por quê?! - pergunta a Maga.

— Porque existe algo ou alguém que está no controle da situação. Algo que é muito maior que ele. Então o Eric está nos dando um tempo precioso, caso não consiga, para nós possamos derrotar essa ameaça. Apesar dos pesares, Eric ainda tem a alma de um cavaleiro...

Ao dizer estas palavras, Diana olha para o castelo refletido à luz do luar.


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Notas finais do capítulo

( Fim do capítulo 5 )



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