O Retorno escrita por Abraxas
A multidão grita. No imenso pátio imperial as pessoas ovacionam, espremidas, a espera do proncionamento da Imperatriz. Depois de alguns minutos, surge a mulher de cabelos longos e castanhos.
Há um frenezi, mulheres levantam os eus bebês em direção da sua líder como os abençoasse, homens levantam o punho em riste como se a saudasse. Em resumo, todos a viam não como uma chefe de estado, mas sim como uma deusa.
A Imperatriz faz um gesto como pedisse silêncio e é prontamente atendida. Em seguida, a mulher começa a falar:
- Súditos! Aqui estamos reunidos para que possa pedir uma coisa a todos. Nos úlitmos séculos, estive presa, mas governei este Império sem conhecer pessoalmente este povo maravilhoso. Agora que os conheço, vejo que tudo que fiz por vocês valeu a pena. Sobretudo, nos momentos difíceis. Neste momento, quero agradecer a vocês pela atitude que tomaram no incidente do golpe dos invasores alienígenas. Muito obrigada!
Ao ouvir o agradecimento, a massa fica histérica. Só depois de alguns minutos que a Imperatriz pôde voltar a falar.
- Súditos! Nós vencemos!!! Vencemos graças a confiança, o carinho, a força e a fé que depositaram em mim. Sem a ajuda de vocês nunca teríamos conquistado esta vitória! Entretanto, nós vencemos uma batalha, mas não a guerra. Os nossos inimigos, os invasores, tramam nas sombras. Sim! O Mal nunca dorme!!! Estes inimigos daquilo que é genuino e verdadeiro querem se vingar. Vingança! Sim! Os monstros alienígenas querem destruir tanto a mim quanto o nosso maravilhoso Império. Vocês vão deixar isto acontecer?! - grita a mulher.
- NUNCA!!! NUNCA!!! NUNCA!!! - brada a multidão.
- Vocês farão o que for preciso para destruir o Mal?! Ir no mundo deles, destruí-los e os seus reinos que contaminam as águas, o solo e o ar com sua tecnologia maldita para salvar o nosso mundo?!
- SIM!!! SIM!!! SIM!!! - bradam as pessoas.
- Então reuna os eus maridos e filhos, mulheres guerreiras, heróis e aventureiros!!! Vamos marchar rumo ao mundo maldito invadi-lo e destrui-lo!!! Procure o posto de alistamento e lute por seu mundo! Dê o sangue por este mundo! Salve a Vida das gerações futuras! SALVE O NOSSO MUNDO!!! - brada a Imperatriz.
- MATTIA!!! MATTIA!!! MATTIA!!! - ecoa o nome por kilômetros.
Em seguida, a Imperatriz se retira da varanda onde fez o discurso e comenta entre os dentes:
- Quase lá...
- Essa não!!! - foi a exclamação do cientista romeno ao saber da morte do seu chefe.
A notícia do falecimento de Eric foi recebida com um misto de pesar e indiferença do grupo que se separou de hank e seus amigos.
Argana é a líder dos "apáticos".
- Em resumo, colheu o que plantou. Agora que o caso está resolvido, o que vamos fazer deter Tiamat? - diz Argana com frieza.
Presto fica irritado com indiferença da Mestre dos Magos e pergunta:
- É assim que nos vê, Argana, objetos?
Com o olhar mais inocente do mundo, diz:
- Não. Insetos.
O mágico enfurece.
- Olhe aqui, sua...
- Cuidado com o que vai dizer, alienígena! A situação que está havendo foi, de grande parte, culpa do seu amigo! Com a sua ambição desmedida causou esta confusão toda. Agora temos que buscar um meio de corrigir tudo aquilo que o seu amigo provocou.
Derrotado, Presto se cala.
- Agora o que vamos fazer? - repete a pergunta a maga.
Zoroastro inicia o debate.
- Acho que devemos reunir o máximo de aliados possível.
- Tens toda a razão. - concorda a maga. A questão é, quem? Os "castelanos" serão defensores da Imperatriz, graças ao Usurpador. - e olha para Presto. Nenhum mercenário ou aventureiro vai lutar contra um Império justo e muito bem administrado por uma Deusa-dragão milenar que já o governava antes. Os mais poderosos inimigos do Império foram derrotados ou são aliados incondicionais. Pelo que me lembre, nós somos os atuais inimigos do Império...
- Argana, estava pensando em Malekit... - comenta Zoroastro.
- Hum... Malekit... Um semi-deus retardado para enfrentar uma das criaturas mais inteligentes de nosso mundo? Luta justa, não?
- Argana, tem uma idéia melhor? Ou vai ficar criticando as idéias dos outros? - questiona Presto.
Um pouco irritada, a maga responde:
- Alguém tem que ser realista aqui! Eu não tenho ilusões a respeito...
Súbito, Wendy Mackenzie surge no meio do grupo ofegente. A loira estava apavorada.
- O que houve, garota? - pergunta Hank.
- E-esqueletos! Muitos esqueletos-vivos!!! Eles querem conversar com vocês!
Argana gela, Zoroastro ri e outros ficam confusos. Quando o barbudo pára de rir, explica aos presentes:
- Amigos, acho que conseguimos um exército.
Sem entender muito, o grupo fica diante a uma comitiva de quarenta esqueletos humanos com espadas, escudos e um bandeira roxa e preta.
- Saudações, rebeldes! - diz o líder dos esqueletos com roupas de sacerdote, porém tão cadavélico quanto os outros. Sua Majestade, a rainha Lilith Astarte, convida a todos para tratar de uma aliança política contra o nosso inimigo em comum. O Império Aspisíneo. Aceitam?
Uma inusitada caravana surge no horizonte de uma imensa planice, os corpos como também os veículos fazem uma gigantesca sombra ante ao crepúsculo daquele céu avermelhado.
Aproximando-se mais, nota-se a presença de cadáveres carcomidos pelo avançado estado de putrefação e estes guiam os outros membros da caravana que possuem uma aparência mais "viva".
Com uma visão mais acurada, constatamos que os "vivos" são os nossos velhos conhecidos.
- Por que a cara emburrada, Argana?
- Por que ela? Por que, logo ela?!
- Pode ser destino...
- Pára de ironia, Zoro!
- Quer coisa mais irônica do que isso? Eu a prendi e você fugiu dela.
Ambos somos seus inimigos, entretanto precisamos dela, bem como a rainha da Sarrelatti...
- Pára, Zoro!!! Odeio ouvir esse nome!
- Traz lembranças...
O olhar de ódio da cigana faz o sacerdote se calar.
Os dois permancem calados, mas ficam lado-a-lado sentados no interior da carruagem, sendo outros quatro são usados como transporte para os integrantes restantes da força de resistênica.
Subitamente, Argana interroga Zoroastro:
- Como estes cadáveres passaram pela sua barreira?! Pelo que me lembre, a sua magia impedia que o poder daquela coisa não poderia ultrapassar a fronteira do seu reinado maldito.
O sacerdote dá um risinho no canto da boca.
- Liberei, parcialmente, o selo para que Lilith pudesse ver quem é a sua nova rival no domínio deste mundo. A Necrorainha deve ter entendido o propósito da minha intenção e quer, certamente, estabelecer um acordo.
- Hunf! Trocando seis por meia dúzia...
- Não exatamente. - diz sacerdote. Lilith Astarte é muito mais política quando está numa situação de inferioridade.
- Por que isso não é surpresa para mim? - comenta a maga.
- Os semelhantes se repelem... - debocha.
- O que disse?!
- Nada! Nada não... - o homem tenta segurar o riso.
- Hunf... - e vira o rosto.
A viagem prossegue.
Em seguida, Hank aproxima-se da carruagem montado em seu cavalo, então ele pergunta à dupla de magos:
- Estamos próximos do tal Reino dos Mortos-vivos?
Zoroastro demonstra que é o único disposto a responder.
- Sim. Sabe esta planície árida, era o antigo limite do Reino de Sarrelatti... - sente-se um calafrio em todos os presentes devido a raiva da Mestre dos Magos. Durante a sua tentativa de conquista dos outros reinos e depois da sua humilhante derrota, os seus limites territoriais diminuiram muito. - continua a narrativa. Hoje é um décimo do que era, mas, por vingança, nada nasce aqui. Nenhum animal, planta, água, nada! Aqui é um deserto sem qualquer tipo de Vida.
Hank entende o que o sacerdote quis dizer.
Súbito, um dos cadáveres orderna que todos parem.
- Chegamos! - diz.
Depois que o cadáver ordena que todos parassem, pois teria dito ao grupo haviam chegado ao seu objetivo. O reino maldito de Lilith Astarte.
Havia uma constatação um tanto óbvia. A fronteira. Os mais observadores notariam que o deserto e o reino são distintos.
Começando pelo solo. Enquanto o deserto era constituido de uma areia clara, o solo do reino era uma terra ácida, cinza e contida por fragmentos de ossos. Há também uma diferença no clima, o ar do deserto era seco, no reino era "mofado" com num ar enclausurado numa esquife. Fora do reino o Sol brilha e nele não, pois é coberto por uma espessa névoa gélida.
O reino é uma eterna noite.
Quando o grupo passa pela fronteira, todos sentem um calafrio assustador e rapidamente procura se proteger, exceto Argana, afinal ela nasceu ali.
- Cara!!! Aquele é o castelo do Conde Dracula?! - pergunta, abismado, Presto.
Os originados da Terra concordam, mas os nativos ficam indiferentes a observação.
Quando a caravana chega a ponte movediça, logo são recepcionados por uma estranha mulher. A sua aparência lembra a de uma cientista louca. Óculos, cabelos negros, longos e escorridos, pele pálida, magra e, aparentimente, saudável.
- Como vão todos?! - cumprimenta a mulher. Sou Assalam, 1ª ministra, cientista-chefe e reprsentante de Sua Majestade Lilith Astarte. - e sorri.
Só aí, nota-se os caninos salientes da moça.
- Vampiros... - comenta Zoroastro.
- São os únicos que tem uma aparência mais simpática por aqui. - dispara Argana. Os vivos deste reino são tratados como gado de corte. Cuidado! Eles costumam conversar muito com a comida antes de degluti-lo.
- Para derrotar Tiamat nós não temos muitas opções. - responde Zoroastro.
- Rá! Peça a eles para escrever isto em sua lápide. - ironiza Argana.
- E na sua, escrevo o que? - pergunta Assalam ouvindo a conversa.
Súbito, Argana pega o pescoço da mulher de óculos.
- Eu destrui uma vampira separando a cabeça do resto do corpo só usando uma das mãos! - responde Argana furiosa.
- Pax! Abusus non tollit usam! ( Paz! Não se deve condenar uma prática por causa de um abuso! ) - argumenta. Lembre-se, Mestre dos Magos, estamos no meio de uma trégua.
Argana solta a garganta da vampira.
- Que nojo! Sua pele é gélida! - e, magicamente, a Maga lava as mãos.
- Pena que não posso dizer o mesmo. A sua é deliciosa... - e lambe os beiços.
- Então, o que vocês me oferecem para ajudá-los? - questiona Lilith Astarte já se adiantando e esperando o óbvio.
Irman Zoroastro encara a Rainha dos mortos-vivos com um misto de raiva e repulsa. Ambos são considerados inimigos do Império Aspísineo antes que Tiamat assumisse o poder em definitivo, porém é única coisa que os dois tem em comum.
Lilith Astarte pode ser comparada a uma atriz pornô fantaseada com uma "lingerie" de Hallowween, muito sensual, corpo escultural, mas um pouco vulgar. Um véu transparente encobre o seu corpo, mas não esconde nada. É possível ver os seios nus e o tapa-sexo negro. Os seus cabelos negros fartos e longos completam a endumentária, além do trono de ossos a qual está sentada.
- Que tal a sua vida? - inquire o sacerdote. Acha que Tiamat é uma dragoa que gosta de uma serpente aduladora pelas suas costas?
Lilith ri.
- Tiamat é inteligente. - afirma a rainha. Ela nunca me aceitaria ao lado dela, pois sabe que não tenho nenhuma intenção de ajudá-la. A partir dos séculos, tornei-me uma niilista. Não gosto deste mundo, enjoei dele. Sou uma espécie de Deusa da destruição, a essência da entropia. Gosto de destruir, corromper, macular... Coisas que odeia, não é verdade, sacerdote?
Zoroastro fica sério.
- Além do mais, tenho uma filosofia de vida. Tudo tem um preço.- e a mulher levanta-se. A minha mão-de-obra não é nada barata.
- Imagino... - diz o sacerdote.
- Eu fiquei muito tempo presa neste lote minúsculo, roendo os próprios ossos, reciclando sangue, aprimorando tecnologias para os meus escravos humanos. - e desce do altar a qual está instalado o trono.
Sabe, os ciganos são um povo muito solícito e generoso. Durante séculos, na época da minha expansão territórial, capturei muitos, camponeses também... - e caminha na direção de Argana. Ah! Mestre dos Magos?! Puxa... Eu lembro de você. Quantos anos tinha quando fugiu daqui? Sete? Dez? Não me lembro. Porém lembro o que fiz com os seus parentes. - e aponta para o trono. Sabe, eu costumo sentar no crânio da sua mãe, aposto que ela gosta...
Súbito, um soco atinge o rosto da mulher.
Desequilibrada, Lilith cai e é segura pelo cientista romeno, Nicolai Garacosi.
- Sonhei com este momento por anos! - e avança no pescoço da Rainha. Morra, piranha!!!
As mulheres se engalfinham, a turba humana se afasta, os heróis e servos da necromonarca separam as gatas selvagens.
- Argana, quero beber cada gota do teu sangue fujão, você, por direito, é minha!!! - grita a rainha. Quero comer a sua carne e chupar teus ossos!!!
- Vou vingar o meu povo e minha família, monstro!!! Vou arrastá-la ao monte mais alto para que veja o belo nascer do Sol e vê-la queimar toda!!! Fritar-la até virar pó!!!
- Calma, Argana!!! Nós precisamos dela! - diz o romeno.
De súbito, a rainha dos mortos-vivos fica paralizada.
- Nicolai?! É você?! - pergunta Lilith Astarte.
O homem vira o rosto e pergunta:
- Nós nos conhecemos?!
- Não está me reconhecendo? Sou eu! Marguce, a fundeira!
Logo, o romeno lembra dela agora e as lágrimas escorrem. Em seguida, os dois se abraçam diante uma platéia perplexa...
Todos os presentes ainda não estavam acreditando no que os seus olhos testemunham. A Necrorainha Lilith Astarte e o cientista romeno Nicolau Garacosi são amigos e, pior, eram membros da segunda versão dos emissários do Mestre dos Magos, só quando era o antigo Vingador.
- Espere um pouco?! Você está dizendo que esta criatura foi uma das guerreiras que lutaram contra Tiamat há 5.000 anos atrás?! - questiona, incrédula, Argana.
- É o que parece... - diz o cientista. Ela está um pouco diferente, mas lembro do nome Marguce e de sua função no nosso grupo.
- Deve ser um truque! Só pode ser!!! - indigna-se a Mestre dos Magos.
- Por que não, escrava? Posso contar a minha história para vocês e comprovar a veracidade do que estou dizendo.
Os presentes ficam em silêncio esperando o seguimento da narrativa.
- Quando eu estive na luta contra os trinta e seis filhotes de Tiamat, muitos do nosso grupo já tinham sido mortos. Estávamos no meio de uma guerra. Nós não tínhamos meios de saber o que acontecia uns com os outros. Acho que o meu grupo considerou-me morta por causa do meu combate contra o Dragão para salvar a vida de Sharréu...
O cientista acena em sinal de concordância.
- Eu me lembro disso! Você se sacrificou pela vida da pequena Sharréu. Lembro também que o Dragão a levou para os céus, além das nuvens. Daí pensamos, se escapasse da boca do Dragão, não sobreviveria à queda...
- O que aconteceu com a Sharréu, Nicolai? - pergunta Lilith Astarte.
- Ela foi morta pela própria Tiamat... Entretanto, se não fosse ela, a maldita hidra dos inferos não teria sido aprisionada pelo nosso Mestre dos Magos.
A Necrorainha abaixa a cabeçaem sinal de respeito.
- Oh, titica de neve... - suspira.
Se havia dúvida, para Nicolai acabou de cessar quando a mulher disse o carinhoso prejorativo que Marguce dizia sempre a pequena garota de cabelos brancos.
- Como você sobreviveu há todos estes anos, Marguce? - pergunta a desconfiada Diana.
- Bem... Virei vampira, depois necromante, em seguida conquistei um reino e aqui estou! - e sorri.
- Não é isso! - interrompe Hank. Como escapou do Dragão e sobreviveu à queda.
Sem hesitar, a mulher responde:
- Eu ceguei o Dragão. Sem visão, o bicho não tinha noção da altura e começou a cair. A minha sorte que caímos no mar. Devido o impacto, a criatura me soltou. Nadei até a litoral de uma ilha e fiquei lá por uns anos. Sabe, esperando ser resgatada, mas como ninguém aparecia deduzi que todos tinham morrido. Depois fui capturada por piratas, fui vendida para um vampiro tarado. Com o tempo, sendo serva dele, aprendi a magia necromante, depois o destrui, em seguida, conquistei um reino, daí a Argana conhece a história, não é, "bolsa de sangue"?
- Você não mudou nada... - conclui Nicolai. A mesma debochada de sempre.
- Não, Nicolai! Muita coisa mudou em mim. Não sou mais aquela magrela altona pré-adolescente, mas sim a atual Rainha dos Mortos que tem um serviço para terminar... Matar aquela bruaca de escamas!!! Eu estou com vocês no que precisarem.
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( Fim do capítulo 15 )