O tempo parou por um momento. Internamente, Naruto conflitava-se com seus instintos e suas experiências passadas. "Eu tenho que vencer essa!", repetia para si mesmo. Inoshi o encarava diretamente nos olhos, enquanto aguardava sua resposta. Nesse segundo que levou séculos, o loiro suprimiu qualquer tipo de medo dentro de seu coração, e afugentando o último fiapo de incerteza para longe de sua mente, respirou fundo e enfim teve forças para dizer alguma coisa.

- Sim, Inoshi-san. Vim aqui porque combinei de buscar Ino as oito, e pretendo fazer isso se não se importa – disse Naruto, com toda a coragem que pôde reunir no momento. Inoshi avaliava cada fator: o tom de voz, os movimentos corporais, a respiração, enfim... Tudo no loiro era analisado, já que o clã Yamanaka era famoso em detectar mentiras e por isso normalmente seus membros acabavam integrando a ANBU por algum tempo. Por fim, após constatar que realmente o garoto o enfrentava de peito aberto e sem qualquer tipo de receio nisso, o homem sorriu.

- Até que enfim, alguém que tenha a coragem de dizer isso na minha frente e ficar aqui para ver no que dá. Eu gosto disso. Ao menos você é melhor do que aquele Uchiha fujão. Pode entrar, fique à vontade – disse Inoshi, com um sorriso ainda aberto.

Naruto adentrou a casa dos Yamanaka com relativa facilidade, e logo estava sentado num dos sofás brancos da sala, dividindo o ambiente com os donos do lugar. Ino ainda estava em seu quarto, se arrumando. A mãe de Ino o fitava sorridente, afinal já esperava a visita do loiro no fim daquele dia. Na verdade, o único que não fora avisado era Inoshi, já que não se podia prever sua reação.

- Então, Naruto-san, há quanto tempo vocês estão saindo? – perguntou inocentemente a Sra Yamanaka, procurando quebrar um pouco o gelo.

- Na verdade... – o loiro pôs a mão em sua nuca, coçando-a e corando um pouco – Essa é a primeira vez que nós saímos, mas eu conheço a Ino tem um bom tempo.

- Entendo... Espero que vocês se dêem bem, vocês formam um par tão bonitinho – a mãe de Ino parecia testar a capacidade de Naruto em ficar vermelho ao invés de ajudar a relaxar a tensão no ambiente. Inoshi apenas ficava calado, observando as reações do garoto. "Nossa, esse cara realmente é o que se pode chamar de pai super protetor", pensou Naruto.

Nesse momento, no andar de cima, Ino saía do banho. Ainda enrolada numa toalha, abriu seu armário. Permanecia indecisa sobre que visual adotar para sair naquela ocasião. Imaginava que Naruto fosse estar com suas roupas laranja de sempre, mas não custava nada dar uma espiada. Por sorte, a porta do quarto da loira dava convenientemente para uma pequena passarela que levava até uma bifurcação, entre o corredor para onde ficava o quarto de seus pais e o banheiro, e do outro lado a escada. Portanto, podia ver o andar debaixo da porta de seu quarto. Abriu uma pequena fresta, apenas para conferir se o jovem estava lá, e se estivesse, como estava vestido. Na hora em que a jovem deu com os olhos no rapaz que a aguardava no andar inferior, não só seu queixo, mas a toalha que cobria seu corpo também caíra instantaneamente. "Meu Deus! Quando ele ficou tão bonito?". A pergunta ressoou inúmeras vezes na mente dela até se decidir.

Abriu uma gaveta, onde guardava com todo o carinho a sua peça de roupa favorita. Tinha de ser essa, ele merecia, de fato, seu melhor visual. Foi até seu banheiro novamente, e de forma rápida se arrumou. Olhou-se no espelho novamente, deu um último retoque na maquiagem, estava perfeita. Ali tinha início uma noite daquelas que não se pode esquecer nunca mais.

Sakura finalmente terminara seu turno daquele dia. Como era a discípula de Tsunade, tinha permissão para ir para casa assim que o dia terminasse e o movimento do hospital baixasse, mas certamente não era todo o dia que a jovem de cabelos rosados decidia ir para casa após ficar apenas por um dia no trabalho. Mas aquela era uma ocasião diferente. A conversa que teve com Ino naquela manhã havia a deixado distraída, e sentia que estava fora de condições para atender qualquer emergência caso ocorresse, e se fosse para piorar a situação de um paciente, preferia ficar em casa.

Voltando ao nosso protagonista, Naruto ainda aguardava por Ino. Não que tivesse realmente se passado muito tempo, uns dez minutos no máximo, mas a presença de Inoshi deixava o loiro extremamente desconfortável. Em sua mente, contava os segundos para sair dali e se livrar desse olhar analítico. Parecia que a qualquer movimento em falso e o pai de Ino o comeria vivo ali mesmo, sem nem dar chance de defesa. Estava tão tenso que mal ouvira os passos da garota ecoando atrás de si. Apenas acordou de sua tensão quando sentiu um par de braços o agarrando pelo pescoço e uma voz familiar sussurrar em seu ouvido.

- Nossa não tinha idéia de que você era tãããão lindo! – disse Ino no ouvido de Naruto, fazendo-o ficar todo arrepiado. O garoto não teve outra reação senão levantar num salto, e se virar para olhar para a loira.

- Ah, boa... – infelizmente para Naruto, a visão a sua frente o incapacitou de terminar a frase. "O que em nome do ramen fizeram com essa garota? Ela está simplesmente... maravilhosa!", o loiro embasbacou-se em notar a beleza estonteante de Ino bem diante de seus olhos. Ela trajava um vestido roxo, que ia da alça no pescoço até metade de suas coxas, dando ênfase nas curvas sensuais de seu corpo e ao mesmo tempo a deixando charmosa. No lugar das sandálias ninja, usava sapatos de salto (para ficar do mesmo tamanho de seu acompanhante), e em seu pescoço um colar dourado. Seus cabelos exalavam um perfume suave e gostoso, além de estarem soltos, indo até sua cintura.

- Naruto?

- ...

- Naruto? Acorda!

- Hm? Gah! Desculpe... – mais uma vez o jovem coçava a nuca, corado, provocando risadas na loira.

- Então, vamos? – perguntou Ino, e Naruto assentiu apenas com um menear de cabeça, ainda incapaz de falar.

- Esperem – Inoshi se interpôs entre a porta e o casal – Não durma fora de casa, estamos entendidos? Senão eu vou arrancar os seus olhos – disse apontando para Naruto.

- Certo pai. Até mais então! – e dizendo isso, Ino puxou Naruto para fora de sua casa e fechou a porta atrás de si.

Naruto jazia imóvel perto da loira, sem saber o que fazer. Ainda estava sob efeito do choque de sair com uma garota tão bonita. Foi então que resolveu pôr seu plano em ação, e deu um sorrisinho com o canto de sua boca que surpreendeu Ino. Repentinamente o jovem desapareceu numa nuvem de fumaça, deixando sua companheira perplexa.

- Um... Clone? – Ino parecia lentamente compreender o que se passava ali, até que viu uma silhueta saindo das sombras, indo de encontro a ela carregando algo.

E lá vinha Naruto, com um arranjo de lírios brancos em suas mãos e um sorriso imenso tão característico estampado em seu rosto. A princípio Ino não acreditou no que estava vendo, mas quando lhe foram estendidas as flores, não pôde deixar de corar.

Já fazia quinze minutos que Naruto estava ali, vigiando a entrada da Floricultura Yamanaka, a espera de uma brecha. Pretendia fazer uma surpresa para Ino, conselho do sábio Shikamaru, mas para isso precisava que a loira saísse por um momento. Ia desistindo quando finalmente a viu sair para fazer uma entrega. Tinha de ser rápido. Entrou na loja e foi direto ao balcão.

- Bem-vindo! – disse a Sra Yamanaka ao loiro – Imagino que queira um arranjo de flores, certo?

- A senhora leu meus pensamentos! – Naruto se surpreendeu com a atitude da mãe de Ino.

- Certo, então vejamos... Que flores você pretende dar?

- Bem... – Naruto fez uma cara de pensativo, até que constatou o óbvio – Não tenho idéia...

- Lírios – disse a dona da loja repentinamente.

- Como?

- Ela ama lírios, eu os daria num arranjo bem bonito se fosse você – o espanto do loiro era cada vez maior. Ela sabia?

- Por um acaso estamos... Falando da mesma pessoa?

- Se quer conquistar minha filha, dê lírios... Acho que acertei, certo? – e piscando um dos olhos, começou a fazer um arranjo muito rapidamente – Aqui está, esse é por minha conta. Apenas se assegure de que irá fazê-la feliz, ao menos nessa noite.

- C-certo...

- O que está esperando? Ela vai voltar a qualquer momento! – foi quando Naruto se tocou, pegou o arranjo, e foi embora o mais depressa possível. Ino nem desconfiou por um segundo que ele esteve ali.

- São lírios! Como você...? – agora era Ino que estava surpresa.

- Um passarinho me contou... – respondeu o loiro sorridente – Mas sabe, mesmo que esteja te dando essas flores, você continua sendo mais bonita que qualquer flor no auge da primavera.

Ino mal pôde conter o rubor em seu rosto. Pulou rapidamente até a janela de seu quarto e deixou as flores ali. Foi o tempo suficiente para se decidir. Aquela noite era dela, afinal. Deveria esquecer um pouco do resto e se concentrar naquilo. Ao descer, beijou o rosto de Naruto e o abraçou por um momento, acariciando seu cabelo. O jovem não teve reação aparente.

- Belo começo, Don Juan – disse por fim a loira – Então, aonde vamos? Agora você me deixou ansiosa.

- Err... – após pensar em seu visual, em se aconselhar com Shikamaru, e ter ido comprar flores, tinha esquecido do essencial: aonde iriam? Pensou rápido e achou a resposta mais fácil – Na verdade, achei melhor deixar você decidir.

- Jura? Então eu já sei onde vamos. Se importa se nós não jantarmos?

- Bem, não – naquele momento seu estômago borbulhou. Naruto não comia nada desde o almoço, mas estava tão nervoso com seu primeiro encontro que no lugar de fome, sentia apenas um desconforto, fruto da ansiedade. Ino então soltou Naruto, e agarrou seu braço, e logo os dois estavam saindo da frente da casa dos Yamanaka. "Macio... Gah!", esse foi o pensamento do loiro ao ver o que estava colado em seu braço esquerdo.

Não demorou muito e logo o casal chegava ao parque de Konoha. Na verdade não era muito mais do que um campo aberto, com alguns bancos, muitas flores multicoloridas e algumas pequenas colinas. E foi exatamente numa delas em que Naruto e Ino pararam. Havia lá uma cerejeira, grossa o suficiente para abrigar os dois lado a lado. A lua ia alta, num céu claro e estrelado de verão. Passava uma leve brisa, amenizando o calor de uma noite quente que se sucedia.

- Então... O que acha do lugar – indagou Ino, curiosa.

- Muito bom – respondeu o loiro, sem muitas palavras. Estava extasiado demais para isso.

- E o que está achando do encontro até agora?

- Bom, também.

- Posso tornar isso tudo melhor? – um sorriso malicioso se abriu na boca da Yamanaka.

- Tem como vo... – Naruto se virou para encarar Ino, mas foi cortado em sua fala por um beijo repentino. Seus lábios apenas roçaram por um momento, para logo depois se separarem – Certo, tem como você tornar isso melhor.

Ino saiu de seu lugar ao lado de seu acompanhante e pulou no colo de Naruto, passando seus braços em volta do pescoço dele no processo. Seus olhares se encontraram. Lentamente seus rostos se aproximaram, dessa vez não seria mais surpresa para nenhum dos dois quando mais uma vez se beijaram. Seus lábios colaram, mas rapidamente Naruto tomava a iniciativa, pedindo passagem com sua língua para adentrar a boca de sua parceira. Estavam num beijo quente e apaixonado, e o loiro passou seus braços pela cintura de Ino, fazendo-a colar em seu peitoral. Separaram-se para buscar o ar que lhes faltava, ambos corados.

- Então, Naruto-kun, está gostando? – resolveu usar o prefixo –kun para ver a reação do loiro. Mal ou bem, ela adorava provocar as pessoas, e Naruto não era exceção.

- Acho que nem preciso responder, Ino-chan – Naruto sabia jogar como Ino queria, por mais que não soubesse dessa sua capacidade. Aparentemente ela se afetou mais com o fato de ser tratada com mais carinho do que Naruto cedeu com a pequena provocação da loira.

Voltaram a se beijar, tão ardentemente quanto antes. Pareciam que estavam se devorando por dentro. Só que um instinto interno de Naruto começou a despertar. A excitação do momento estava causando um efeito que Ino pôde sentir por estar convenientemente sentada no colo do loiro. Por um momento a jovem quebrou o beijo, e fitou atentamente o jovem. Seus olhos estavam vermelhos, e marcas em suas bochechas, como se fossem bigodes, haviam aparecido.

Naruto deixou seu lado animal tomar o controle, e rapidamente voltou a beijá-la, com força. Desceu uma de suas mãos para os quadris de Ino, enquanto a outra foi para um dos seios. "Ah... Ele é bom... Ah...", pensava a loira enquanto se rendia aos prazeres das carícias de seu acompanhante. Ele passou a beijar seu pescoço, dando suaves mordidas com seus caninos agora desenvolvidos. Lentamente Ino gemia baixinho, se controlando para não gritar de excitação.

O auto-controle do loiro estava se esgotando, e logo a mão que estava nos quadris foi subindo pela virilha. Deitou-a na grama, passando um de seus dedos pelas partes da loira, que agora gemia mais alto. Ainda se beijavam de forma lasciva, quando os traços da Kyuubi começaram a ficar cada vez mais fortes. Logo uma aura vermelha começava a rodear Naruto. Ele retirou a alça do vestido de Ino, desnudando a parte superior de seu corpo, para então abocanhar um de seus seios. O curso que as coisas tomavam cada vez era mais excitante para os dois.

Ino agora estava incapaz de reagir. Cedera completamente ao prazer proporcionado e só gemia. Sentia que se continuasse por mais algum tempo assim estava fadada a ter sua primeira vez com ele, mas só por aquela noite, isso não importava. Sentiu uma mão indo por dentro de sua calcinha, e logo um dedo a penetrava lentamente. E mais um. O ritmo aumentava cada vez mais. Estava impossível segurar. Ela gemia alto, por sorte o parque estava vazio, até que gritou. Tinha tido seu primeiro orgasmo.

O grito de Ino despertou a consciência dentro de Naruto. Rapidamente o chakra maligno foi suprimido, e ele estava de volta a si mesmo. Levantou-se, dando espaço para a loira se recompor. Não sentiu vergonha, na verdade tinha sido muito bom, mas sentiu que deveria parar por ali. Consultou um relógio que levava em seu bolso. Duas da manhã. Era hora de ir, senão teria seus olhos arrancados.

- Err... Ino...- Naruto não sabia bem como dizer que tinha que ir, logo depois de ter feito o que fez.

- Temos de ir, não é? – indagou a loira com uma voz tristonha.

- É...- foi tudo o que ele foi capaz de responder. Ino se levantou, já com suas roupas no devido lugar. Beijou-o novamente, um último beijo antes de ir. Recostaram-se na árvore e desfrutaram por mais alguns minutos, até finalmente precisarem de ar.

- Não fique com vergonha. Foi... – Ino corou um pouco ao dizer – Foi muito bom. Nunca pensei que você fosse capaz disso.

- Bem... Obrigado, eu acho... – e dito isso, ambos partiram. Naruto insistiu em levar Ino de volta para casa, então seguiram para o mesmo lado.

No meio do caminho, ninguém disse uma palavra, mas Naruto sentiu que algo estava errado. Enquanto isso, na cabeça de Ino, a culpa da traição que fizera com suas amigas agora recaía sobre seus ombros. Tinha sido inconseqüente, mas de certa forma valera a pena. Foi capaz até de ter seu primeiro orgasmo, o que achava impressionante. Naruto realmente a surpreendera, mas infelizmente era algo que não poderia durar por mais do que alguns minutos. Chegaram, enfim, na casa de Ino. Ela deu mais um último beijo rápido nos lábios dele.

- Naruto, olha... Foi ótimo, mesmo. Você tem tudo para ter sucesso com as garotas, só tenha paciência e tudo vai dar certo... Mas eu preferia que não nos víssemos por um tempo...

- Mas...

- Naruto, por favor. Me deixe em paz! – e dizendo isso, já com lágrimas saltando aos olhos, Ino entrou em casa, deixando Naruto perplexo com sua atitude.