Falling Inside The Black escrita por Enchantriz


Capítulo 10
Capítulo 10: Si Je Ne Jamais Voir Votre Visage...


Notas iniciais do capítulo

Legenda:
Rose -> lê-se Rolsi.



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Corri o mais rápido que pude até o hospital.


Só podia ser uma brincadeira de mau gosto! Não era possível! Eu tinha que ter escutado errado!


Abri a porta do hospital com tudo e procurei por algum familiar. Não tinha tantas pessoas como costuma ter.

Fui até o balcão que havia no centro do local.


- Rose... – parei na frente de uma mulher alta, morena de cabelos curtos.


Eu conhecia quase todos do hospital, quando pequeno, eu vinha muito para cá. Rose é uma das pessoas que eu mais conheço, eu sempre me perdia neste gigantesco hospital de 8 andares, e ela me procurava e me mostrava cada canto desse lugar branco que nem neve.


- Rose... – voltei a chamar. – Onde está a minha mãe? Ela está na sala dela, né?


A mulher se levantou e saiu de trás do balcão com a faze tristonha.


- Elliot... – falou meu nome com a voz baixa e suave.

- Ela não pode ter saído, ainda são 08h, o intervalo dela de 20 minutos é só as 09h... – disse me convencendo.

- Elliot, por favor...


Ignorei. Me virei indo até o amplo corredor da direita.


- Elliot! - gritou ela. – Onde você está indo? – me seguiu.

- Na sala da minha mãe vê-la, oras...


Senti uma mão segurar um dos meus braços e me puxar, fazendo-me virar. Rose estava com os olhos avermelhados e lacrimejantes. Segurou firmemente meus braços, respirou e disse... disse tudo o que eu não queria ouvir...


- Elliot... Não faça isso ficar mais difícil do que já é... – soltou meus braços e me olhou gentilmente. – ...a Sra. Louise não esta mais aqui...

- Eu não quero ouvir... – abaixei a cabeça.

- Meus pêsames... Sua mãe morreu num acidente de carro hoje cedo...

- “Eu disse que não queria ouvir...!” – gritei dentro de mim.


Eu não queria acreditar naquelas palavras. Meu coração estava doendo tanto.

Porque ela? Com tantas pessoas. Porque tinha que ser justamente a única pessoa que eu gostava e da minha família!?

Senti meus olhos lacrimejarem e os esfreguei com o braço.

           

Esperai ai...

Tinha que ter alguma coisa errada...


Olhei para Rose.


- Onde está o Max?

- Está no andar de cima cuidando dos ferimentos. – passou os dedos pelo rosto limpando as lágrimas.

- Que ferimentos? – perguntei já imaginando qual seria a resposta.

- Ele estava no carro com a sua mãe...


Fechei o rosto numa expressão de pura raiva e ódio.


- Você nunca foi com a cara dele. Porque o interesse agora? – perguntei.

- ... Porque eu vou matá-lo! – disse firme e sai correndo para a escada no final do corredor.

- Elliot!!! – Rose gritava correndo atrás de mim.


Tinha que ser ele, só podia ser ele!


Tava na cara que uma barbeiragem dessas era culpa dele.

Subi os degraus rapidamente e entrei na primeira sala a esquerda onde dizia: "primeiros socorros".

Sim... lá estava ele. Vivo e inteiro, com um dos braços enfaixados e a testa levemente manchada de sangue.

Max e o médico ao lado me olharam. O observei com pura raiva. Me aproximei dele e não pensei duas vezes antes de socá-lo o rosto, o fazendo cair da cadeira.


- É tudo culpa sua!!! – gritei o socando seguidas vezes.


O médico tentou me segurar e eu dei uma cotovelada em seu estomago e voei novamente para cima daquele homem que dessa vez me socou a boca.


- Controle-se garoto!


Limpei o sangue que escorria no canto de meus lábios.


- Só depois que eu ver você morto...!

- Elliot!!!


Ouvi novamente a voz de Rose.

Antes que eu me aproximasse de Max dois médicos me seguraram.


- Elliot se acalme, por favor! – pedia ela.

- Era pra ser você! Não ela! – comecei a gritar novamente em meio a raiva e o desespero. – É tudo culpa sua! Porque você não morreu no lugar dela!

- Eu não tenho culpa garoto, aconteceu o que tinha que acontecer...

- Maldito... – tentei falhamente me soltar.

- Elliot... por favor, vamos... – pediu outra vez a mulher. – Não piore as coisas...


Eu respirei fundo e me acalmei, puxei meu braço me soltando. Virei e olhei para aquele que se dizia ser meu pai, o que eu torcia para ser a ultima vez.


- Espero que sua vida daqui pra frente... seja um inferno. – falei serio. Sai andando sem dizer nada a ninguém. Eu não suportava mais ficar um segundo naquele hospital.



Voltei para casa cabisbaixo e distraído, devo ter esbarrado umas 3 vezes em algumas pessoas.

Assim que cheguei no apartamento, o porteiro, um homem de 43 anos em boa forma, tentava sorrir para mim.


- Sr. Elliot? Está tudo bem? – perguntou ao abrir o portão.


É lógico que não!


Balancei a cabeça positivamente e entrei. Fui direto para o que eu costumo chamar de minha casa. Tranquei a porta e encostei as costas nela por alguns segundos. Sentei-me no chão com as mãos nos olhos.

Eu estava morrendo lentamente por dentro.

Eu não sentia nada... não ouvia... não enxergava... era como se tudo tivesse parado naquele exato momento.



Passei o resto do dia ali, jogado.

Era irritante e insuportável a quantidade de vezes que o telefone tocara. Num súbito de raiva eu ataquei o tênis no telefone que caíra no chão. No meio de toda aquela intranqüilidade dentro de mim, acabei por adormecer por ali mesmo, encostado na porta.




Em Division of Two World o céu estava mais escuro, as estrelas mais brilhantes e aquela linda lua iluminando tudo no centro do céu noturno.


Eu estava no meio daquele jardim magnífico que Marion tanto gostava.

O ar estava com um leve cheiro adocicado que emanava das flores.

Coloquei as mãos nos bolsos costumeiramente e olhei para a lua. Pela primeira vez eu estava perdido e sem vontade alguma de "fuçar" aquele estranho lugar. Pude ouvir passos atrás de mim, mas não me virei, sabia quem era. Quando senti que ela tinha parado atrás de mim, fechei os olhos com força torcendo para que não chegasse mais parto e me olhasse, e conseqüentemente, já imaginando o quanto eu ia escutar dela.


- Então... – começou, com aquela voz suave e firme. – Me digas, Elliot... – sussurrou lentamente. – Qual é a sua dor?

- ...


Senti minhas pernas latejarem e enfraquecerem. Cai ajoelhado no chão sentindo um grande nó e queimação na garganta. Meus olhos voltaram a lacrimejar.


- Ter jogado fora... todos os sentimentos... para não poder olhar a verdadeira realidade... – as palavras pesavam e minha boca.

- E...?

- ... e com isso ter esfaqueado e escondido o meu eu humano...


Marion deu um longo suspiro e pensei começando a chorar: Por favor, não faça nenhuma piada...!


Ela parou ao meu lado, colocou os braços para trás e segurou as mãos enquanto dirigia seus belos olhos cor de sangue para a escuridão do céu.


- Você tem algum pedido?


Fechei a mão em punho segurando fortemente a grama. 


- ...quero ...quero que isso tudo acabe logo...

- "O futuro está aberto além do imaginável para saber porque a esperança morre." ... Elliot Von Teezy.


Comecei a chorar mais ainda enquanto socava o chão.

Aquilo tudo era... deprimente!

A aflição... pegou firme está noite.



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Notas finais do capítulo

Ultimo Capítulo:Capítulo 11: Sacrifice Silencieux



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