Complicated escrita por Dark_Hina


Capítulo 2
Indecisão


Notas iniciais do capítulo

Eu acho que não demorei muito.



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So complicated, I'm so frustrated.

É tão complicado, tão frustrante
I wanna hold you close, I wanna push you away,
Eu quero te abraçar forte, eu quero afastá-lo
I wanna make you go, I wanna make you stay.
Quero fazer você ir, quero fazer você ficar
Should I say it? Should I tell you how I feel?
Eu deveria dizer isso? Eu deveria dizer como me sinto?
Oh, I want you to know.
Oh eu quero que você saiba
But then again, I don't.

Mas novamente eu não digo
It's so complicated.
É tão complicado

Nós ficamos parados nos olhando, sorrindo mutuamente.

Estávamos a poucos centímetros de distância, nossas bocas bem menos e nos olhos do Grissom um brilho de satisfação, de realização. Eu estava levantando aos poucos minha cabeça, unindo ainda mais nossos lábios. Ele não se mexia, ele não contribuía para nossas bocas se unirem, mas também tão tentava evitar essa união.

Eu estava enfeitiçada por aquele momento, minha vontade de semanas estava perto de ser saciada. O hálito quente dele me hipnotizava e era quase um convite ao meu desejo, quando toda aquela minha ansiedade estava pronta para ser acabada e enfim realizar aquele sonho, todo o meu encanto por aquele momento passou.

Um nojo me veio em mente, uma raiva e uma angústia que nessas últimas semanas jamais imaginava que sentiria ao lado dele, a repulsa me veio da barriga para garganta e minha mente a aceitou de boa forma.

Virei meu rosto com força e abaixei minha cabeça.

Aliais, onde eu estava com a cabeça? Tudo o que eu mais queria... Tudo o que eu estava desejando, tudo que minha mente e meus lábios mais queriam sentir e aproveitar... Apenas tentar ter a mera ilusão que todos os meus pensamentos não eram desvairados, somente achar que eu não estava realmente enlouquecendo graças à solidão.

Eu o queria e eu o tinha na minha mão... E eu o afastei.

Por um lado, eu tinha todo o meu desejo, por outro tinha repulsa de quem ele era, talvez, a pessoa que eu mais admirava.

Engoli a seco.

Ele recobrava aos poucos as atitudes, ficou ereto de joelhos e sua cabeça estava virada para outro lado, seus olhos demonstravam claramente que não queriam contato comigo, ele parecia um pouco constrangido.

–Você me conta sua teoria enquanto me desamarro? – Eu falei tentando forçar um sorriso e ele balançou a cabeça de forma positiva.


Ele saiu de cima de mim ficando em pé ao lado da mesa. Ele começou a fala enquanto eu me desamarrava, sinceramente não estava escutando nada que ele dizia, parecia um zumbido.

Eu não gostei dele ter saído de cima de mim... Porcaria Sara! O que você quer afinal?...

Eu estava irritada, na verdade bufando de raiva e nem percebi que estava demonstrando isso.

–...então por isso... – Eu rosnei enquanto jogava para longe de mim a fita. – Sara? – Ele me olhou com uma interrogação enorme na face.

–Desculpa, doeu quando puxei da pele.

–Certo. – Ele me encarou por um tempo, fingindo acreditar em minha mentira. –E tudo indica que ela foi á última a morrer.

–Se você pensa assim. – Ele volta a me encarar.

–Está tudo bem Sara?

Não, não está! Você me deixa louca confusa e eu não faço a mínima idéia do porquê!

Eu engoli a seco.

–Me desculpa estou com muito sono.

–Você anda se desculpando demais, Sara.

–Talvez eu não consiga ser um robô com você, minha mente funcione a mesma medida que minha capacidade humana. – Eu estava tentando fazer o que? Que ele fosse embora ou que me demitisse? –Mas eu não durmo, não é? – Um sorriso sarcástico tinha aparecido no meu rosto.

Ele balançou a cabeça de forma negativa e ia saindo da sala, mas eu tinha que chamá-lo. Não posso deixar as coisas como estão... Eu simplesmente não consigo me imaginar em paz.


–Grissom espera! – Ele parou em frente à porta. –Desculpa... Quer dizer... Por favor, me fala de novo o que você acha que aconteceu. Er... A luva que encontramos... Não achamos digitais na casa toda, ele pode ter rasgado a luva quando saiu da casa. – Caminhei em sua direção. Eu não sei aonde eu queria chegar com aquilo... Ele apenas exalou com força e sorriu para mim, depois balançou a cabeça de forma positiva e começou a falar.


Dessa vez eu estava prestando atenção nele, escutando cada palavra. Ele terminou de falar e olhou para mim com um sorriso no canto do rosto, eu retribuí. Mesmo que tenha prestado atenção em tudo estava com minha cabeça distante...

–Sara tudo bem mesmo? – Eu voltei a sorri. Não, não está nada bem.

Eu poderia falar a ele tudo, eu deveria falar a ele tudo... Todo o medo, a respiração alterada, as minhas vontades loucas... Que ele me faz perder o que resta da minha inocência... Só que eu tinha que optar pelo que me quebrava, pelo que me mata, eu tinha que ser contra minha felicidade, tinha que ser a favor do medo.


Eu exalei com força, e olhei nos olhos dele, naquela imensidão azul...


–Desde quando você se importa com isso? – Eu tinha que estragar toda a ilusão que ele se preocupava comigo.

–Desde a sua licença de seis meses. O laboratório precisa de você e não quer me arriscar em te quase perder de novo. – Claro, o laboratório... Sempre o laboratório... Tudo bem, antes um facada nas costas do que no coração... Quem sabe pode concertar qualquer hérnia de disco que eu tenha futuramente, ou então me causar uma...

Minha garganta já estava incomodada de tanto engolir a seco.


–Sua perita está bem Grissom.


Eu só disse isso saindo da sala balançando a cabeça de forma negativa... Grissom nunca havia me enganado, nunca tinha me dito que sentia algo por mim, mas aquelas frases... Aquelas indiretas... Sim eram indiretas! Sobre a beleza que ele tinha aprendido quando me conheceu, disse para um mendigo que eu era sua namorada... Por que eu, se tinha a Catherine?... Aquela planta... Não foi um presente muito convencional, só que Grissom é Grissom...

Eu respirei fundo e exalei com força, coloquei um pouco do café da cafeteira da sala de convivência em uma xícara, sentei-me debruçando-me sobre a mesa e a xícara ao meu lado. Era bem melhor engolir café do que saliva.

Deixei meus braços envolverem minha cabeça e nos meus olhos, mesmo sem querer, permiti que uma única gota de água salgada caísse deles. Não era sono... Era apenas confusão... Frustração... Muita complicação... Raiva...

Eu me deixei levar pela a agonia interna e me entreguei à queda nos braços de Morpheus.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.Comentes??SIGAM: @GSRBrasil!