Complicated escrita por Dark_Hina


Capítulo 1
Você por perto


Notas iniciais do capítulo

Tentei não fazer muito longo, mas acho que não aconsegui.
Justificativa pelo que acontece nesse capítulo 4.07 Invisible Evidence.
Depois daquele episódio acho que toda demonstração é aceitável.



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I'm so scared that the way I feel,

Estou com tanto medo da maneira que me sinto,

Is written all over my face.

Está escrito tudo em minha testa.

When you walk into the room,

Quando você anda pelo quarto,

I wanna find a hiding place.

Eu quero achar um lugar escondido.

We use to laugh,

Costumávamos rir,

We used to hug,

Costumávamos nos abraçar,

the way that old friends do.

o jeito que velhos amigos fazem.

But now, a smile and a touch of your hand,

Mas agora, um sorriso e um toque da sua mão,

Just makes me come unglued.

E não quero desgrudar.

Such a contridiction, do I lie or tell the truth.

É uma contradição, eu minto ou digo a verdade.

Is it fact or fiction.

É fato ou ficção

Oh the way I feel for you.

Oh, a maneira que me sinto por você.


A chuva batia contra o pára-brisa e fora seus pingos caindo em cima do capô do carro os únicos barulhos audíveis eram os das rodas correndo contra o asfalto e o pulsar acelerado do meu coração.

Não, eu não sabia o porquê daquilo.

Já fazia algum tempo desde que Grissom me acordava a noite e eu ficava desse jeito, com o coração acelerado, com um frio na barriga, eu ficava ansiosa demais e sinceramente não sabia se era pelo caso.

Do início da avenida já se via as luzes vermelhas e azuis das sirenes da polícia, também era bem visível as faixas amarelas, outra coisa que não era nenhum pouco imperceptível eram os círculos de repórteres em volta da cena.

Estacionei meu carro e corri em direção a casa segurando o guarda-chuva e meu kit, os policiais abriram o caminho para minha passagem.

Não adiantou de muita coisa o guarda-chuva, cheguei um pouco molhada na casa. Assim que eu passei pela porta vi no chão um tapete branco com uns sapatos descartáveis, sacolas e ao lado uma toalha branca.

Olhei para frente, Catherine estava processando a sala, só quando deixei meu kit no chão ela percebeu minha presença.

–Ãh... Oi Sara. – Ela arqueou as sobrancelhas quando me viu parcialmente molhada.

–Oi. – Falei sem ânimo.

–Tire os sapatos... – Ela iria começar um discurso que eu já conhecia.

–Coloque os descartáveis, pegue o guarda-chuva coloque em uma sacola, enxugue o kit, prenda o cabelo e se tiver alguma roupa molhada tire. – A interrompi terminando a fala. –Catherine, eu não sou um novata que vai contaminar a cena do crime. Por que você acha que eu não sei o procedimento? – Ela apenas jogou no ar um exalar pesado.

Eu sabia a resposta, ela não confiava em mim. Ninguém lá confiava, eu era a intrusa no formigueiro. E Catherine sabia disso. Ela queria se equiparar ao Grissom no jogo de xadrez mental, ela queria demonstrar que estava na minha frente.

–O caso é importante. Muitos holofotes, eu estou apenas fazendo meu trabalho de maneira cuidadosa. – Ela disse em complemento do seu ato.

–Eu sei. Você está tomando cuidado para eu não passar a sua frente. – Eu fico com que parte? – Falei quando terminava de colocar as ‘tocas’ nos pés que chamavam de sapatos descartáveis.

–Você fica com o Grissom, no andar de cima.

–Ele disse que eu deveria ficar lá?

–Eu e ele damos conta, você veio como apoio, por favor, não estrague o nosso caso. – De certo não esperava ouvi as últimas palavras da Catherine. Por um momento interpretei de má forma o que ela disse e me vi ficar olhando estática para ela. –O que você está fazendo aí parada? Vá logo!

–Calma Catherine! Eu já estou indo. – Não sou tão rápida para fugir de você como seus homens.

Subi as escadas em espiral até ver Grissom no corredor, senti o espaço ficar menor, minha respiração oscilou e a única coisa que eu pude fazer foi forçar um sorriso, ele não sorriu de volta, apenas assentiu com a cabeça.

–Noite cheia?

–Três corpos, duas mulheres e uma menina. Irmãs. Os pais viajando. Mortas do mesmo jeito, na mesma casa e em cantos separados. Já processei os dois quartos do final do corredor falta esta suíte. A cozinha foi arrombada e a arma do crime foi uma faca. – Ele falou entre a porta e o corredor apontando para dentro do quarto e segurando seu kit na outra mão.

–Ok eu te ajudo na suíte. – Falei enquanto me dirigia para o quarto. Ele arqueou as sobrancelhas e me olhou com uma cara surpresa. Quando eu ia cruzar a porta ele segurou meu braço e me olhou.

–Não, eu cuido disso, vá lá para baixo, para a cozinha. Estamos correndo contra o relógio, aqueles jornalistas estão prontos para acabar com o laboratório. Você é bem mais útil lá em baixo.

–Catherine disse que só vim para dar apoio.

–Catherine não é a supervisora.

Não sei se eu deveria ficar feliz ou com raiva. No fundo senti que ele estava me defendendo. Não sei se é pensamento desvairado ou fato não notado, é que é difícil saber o que se passa com as pessoas, principalmente com ele.


Desci as escadas, Catherine ainda processava a sala.


–O que você está fazendo aqui? – Ela perguntou com cara de poucos amigos.

–Grissom disse para processar a cozinha.

–O assassino entrou pela cozinha.

–Sim, e...?

–Ele pode muito bem ter pegado a arma lá, pode ter deixado evidências muito importantes lá. – Ela falou indignada.

–Se achar essas evidências eu não serei a heroína da noite, Catherine. – Falei indo em direção a cozinha.

Deixei meu kit na entrada, coloquei as luvas de látex, peguei um pó de digitais, atravessei o espaço e comecei a passar sobre a maçaneta da porta.

Surpresa: nenhuma digital! Isso continue Sara! Sarcasmo é o melhor combustível para auto-estima.

Quando exalei de forma pesada deixei cair o pó fechado.

–Que ótimo! Parabéns! – Retruquei para mim mesma, ainda bem que não tinha quebrado o frasco.

–Tudo bem? – Olhei para a entrada, Grissom estava escorado lá.

–Tudo.

–Eu acho que não estava nos seus planos de vir para Las Vegas e ser acordada no meio da noite.

–Não mesmo.

–Está incomodada com isso? – Fiquei em dúvida sobre a resposta.

–Não. – Menti. –Eu não durmo.

–Pelo visto, assassinos também.

Abaixei-me para pegar o pó que havia caído e vi ao lado da mesa um amontoado de alguma coisa. Peguei, era um plástico igual ao que cobria minha mão.

Grissom se aproximou de mim e pela primeira vez aquela noite esboçou um sorriso.

–Você não contava com mais essa semelhança entre assassinos e eu? Usamos luvas de látex. – O olhar dele tinha um brilho de esperança.


~~


Se eu estava com sono na cena do crime esperar aqueles intermináveis segundos no laboratório para serem impressos os resultados do material gosmento encontrado no pulso de uma das vítimas me deixou com vontade de dormir.

Passei uma vista por cima do papel e quando ia me levantar para ir atrás do Grissom falar com ele sobre os resultados ele me aparece na porta.

–Você tem um minuto? – Ele me falou olhando por cima dos óculos com uma fita na mão e na outra um lençol.

–Eu tenho os resultados. – Ele me mandou um sorriso maroto e moveu bruscamente a cabeça indicando que devíamos ir para outro local.

Fomos até a sala das evidências.

–Então, o que você tem? – Eu falei olhando ele forrar a mesa.

–O motivo por eu amar esse meu trabalho. – Ele volta a mandar um sorriso de meia boca. – Venha deite-se aqui. – Ele apontou para a mesa.

–A não!

–É um homem pequeno... Eu não tenho mais de 1.70. – Eu engoli a seco, isso já era palhaçada.

–Eu estou com sono, mas prefiro deitar na minha cama.

–Vamos venha. – Ele estendeu a mão, com sua ajuda e a de uma cadeira me deitei em cima da mesa. – Tente não mover muito o pano.

–É fácil falar. – Retruquei. Eu queria saber se ele se sentiria a vontade no meu lugar.

Quando prestei atenção Grissom estava em cima de mim. Gelei. Eu estava deitada com a barriga para cima e ele em cima de mim, ajoelhado na mesa sobre meu ventre.

Eu fiquei com vontade de dizer alguns bons desaforos só que minha voz parou. Eu simplesmente não pude falar nada, só engoli a seco.

Ele se debruçou por cima de mim, apoiando suas mãos entre minha cabeça.

–Sara podia juntar as mãos? – As uni na frente do meu corpo, ele ficou ereto de joelhos e as amarrou com a fita adesiva. Voltou a debruçasse em mim, só que com os braços apoiados entre os meus e quase os espremendo. –Você consegue ter espaço para forçar as mãos?

–Você não amarrou minhas mãos com força. Elas, mesmo amarradas, têm livre espaço para girarem e se encostarem sem serem marcadas. – Ele fez que sim com a cabeça. – Como você sabia que o resultado para o material gosmento era a cola de uma fita isolante?

–Eu não sabia, Catherine achou uma debaixo do sofá. Esse é o tamanho exato das que ela achou, 10,5cm.

Eu sorri e ele me acompanhou no gesto, ainda estava em cima de mim e confesso que não queria que ele saísse, por mais que eu ficasse quase sem ar com ele por perto, eu gostava de pensar que estava tendo chances.

Chances de que? Só Deus sabe. Eu ainda não sabia o que sentia, o que tinha de tão diferente nele.

Ora, que em Gil Grissom não é sexy? Tudo nele é! Chega a ser perfeito. Acho que era esse fato que me deixa em dúvida de todo o redemoinho que tinha dentro de mim e tornava tudo tão complicado e difícil de compreender.


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Notas finais do capítulo

Quem gosta do GSR tem que seguir: @GSRBrasil.Continuação penso que semana que vem acho que no meio de janeiro...ENFIM!Comentários??