O Anjo Perdido escrita por VanNessinha Mikaelson


Capítulo 6
Capítulo 6. O Vale dos Caídos III




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Capítulo 6 – O Vale dos Caídos III

O Vale dos Caídos era um local bem mais extenso do que as almas que ali viviam imaginavam que fosse. Havia morros cobertos de fogo; planícies infestadas de armadilhas; e havia, também, os territórios gélidos do lugar. E era em um destes que a moça precisava ir. Entretanto, as dificuldades de mobilidade que apresentava eram enormes. A luta contra Mephisto fora desgastante ao extremo. A cada subida de morro, a cada passo dado a fim de escapar das armadilhas e a cada queda que tinha, se lembrava de Samael. Recordava-se, com indisfarçável rancor, de quão menos complexa seria a missão se o Primogênito a auxiliasse a aprisionar os demônios desertores. Mas os pensamentos se tornaram vazios quando chegou ao último morro, o mais alto e mais difícil de escalar. O local estava quase que tomado pelo fogo; sangue e lodo cobriam por completo as inúmeras partes onde as chamas não o alcançavam.

Após muito caminhar, com o sangue a escorrer-lhe de um grave e profundo ferimento na perna direita, ela se aproximou de um grande e gélido salão, onde havia um caixão. Assim que abriu a tampa da suposta sepultura, a demônia tocou de leve nas asas do anjo que ali dormia.

– Kasbeel, nós precisamos conversar. Acorde, por favor.

– Que foi? – perguntou, surpreso por ter sido chamado. – Disse-me, certa vez, que me acordaria somente se existisse algo grave para acontecer...

– É algo muito sério. Seu irmão foi jogado no físico de um jovem chamado Samuel Wolkmmer.

– Fala de Castiel?

– Sim, dele mesmo.

– O quê! – Exclamou o anjo caído. – Quem se atreveu a atirar meu irmão no planeta azul?

– Ainda não sei. Mas descobrirei logo.

– Então por que solicita minha ajuda, se pretende desvendar a situação sozinha?

– Não estou sozinha nessa empreitada. Belzebu, Alastor, Leviatã e Nergal me auxiliam como podem. Eles prenderam muitos demônios de uma determinada divisão; dentre eles, vários eram os rebeldes. Mas Samael, que não se encontrava no Vale quando dei tais ordens, mandou que o General soltasse todas as entidades, sem procurar saber por que as aprisionei. Mephisto, por exemplo, sabia que Abdiel mandou os demônios atrás de seu irmão; ele dizia isso enquanto era sumariamente retalhado por Alastor; e Mephisto fazia parte do plano também. Eu, por outro lado, tentei descobrir com o Arcanjo Uriel se eles têm alguma notícia de Castiel, que chegou até mesmo a sonhar com a arma de guerra que lhe pertencia. E Uriel, por sua vez, me relatou que seu irmão consta nos registros que há nos Céus como um anjo missionário em Plutão. Só que quem controla tais registros atacou Castiel e eu há uns dias; mas não tenho mais nenhuma informação para passar a você além destas.

– Que quer que eu faça, então? Posso ir conversar com meu irmão, para verificar se ele se recorda de mim?

– Ainda não é um bom momento para isso. Gostaria de que me ajudasse a recapturar os fugitivos.

– Está bem. Mas... Espere! O que Abdiel quer com Castiel?

– Não faço a mínima idéia.

– Abdiel nunca foi líder de coisa alguma. Quando caímos, ele se arrependeu; contudo não voltou ao Céu como pretendia. Assim ele permaneceu por aí, a alimentar coisas negativas em seu coração. Mas... Que Droga! Para que ele quer meu irmão?

                    – Descobrirei isso também. E manterei você informado de tudo.

                    – Certo. Enquanto isso eu descerei para cooperar com o General.

O anjo decolou com rapidez; nem notou o ferimento que dificultava os movimentos corpóreos da demônia.

Ela, por sua vez, iniciou o árduo caminho de volta de maneira lenta, quase arrastada. A perna continuava a sangrar abundantemente; a dor lhe era insuportável. Entretanto tinha de ser forte; Castiel precisaria mais dela a partir de agora. E a mulher de negro não o deixaria sozinho em um momento tão difícil e relevante da inevitável guerra que viria.

Mesmo enfrentando a dor e vencendo o cansaço extremo, ela chegou ao planeta Terra e parou em uma rua próxima à residência onde o anjo dormia.


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