Soldados da Dor escrita por Natii_C


Capítulo 6
Capítulo 6 - Bem -vinda !


Notas iniciais do capítulo

Geentee bouaã , deesculpaa a demora pra postar o capitulo
maas agora ta aai,
espeero que gosteem
;*



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Os olhos de Emmet brilhavam de alegria diante do acontecido. Mesmo depois de tantos anos convivendo com almas - seres sempre tão pacificadores, que desejavam, antes de tudo, a paz - ele não conseguira perder o maior vício humano: a vingança.

Laurent já não fazia mais parte de mundo algum. O que, no ver de Emmet, era um favor e tanto.

No fim do corredor ensanguentado, uma mancha amarela começou a surgir. Era Rosalie, seus longos cabelos loiros voando, emoldurando de desespero o rosto juvenil.

-Emmet. - sua voz era rígida mas, ao mesmo tempo, fraca - O que foi que você fez?

Rosalie passou os olhos por alguns segundos ao redor do lugar. Procurando Laurent, é claro. Uma idéia assustadora lhe passou pela cabeça. Se Emmet realmente tivesse feito o que ela estava pensando, seria demais. Ele já havia passados dos limites.

-Não. Você não fez isso. Você é louco, cara?

-Queria ver se fosse você no meu lugar, Rose. O que faria?

-Simplesmente tentaria conversar com ele. Mas é sempre assim, não é? Vocês homens só sabem resolver as coisas na base da porrada. Muito bem. Mais uma vez, você conseguiu me irritar. Meus parabéns, Emmet.

-Ah, não vai começar de novo com esse seu joguinho? Mas é claro que você iria lá e simplesmente conversaria com ele. - Emmet afinou a voz, imitando a de Rosalie, uma ponta de sarcasmo aparecendo. - Você é mulher. Não tem domínio nem sobre si mesma e fica aí, querendo bancar uma de boazuda pra cima de mim dizendo o que eu devo ou não devo fazer.

As palavras saíram descontroladas da boca de Emmet, ferindo Rose mais do que tapa ou violência.

-Ok, ok! Se é assim que você quer, vai ser assim. - Rosalie começou a marchar para dentro de uma sala, mas se interrompeu, virando as costas na direção do rapaz - Só me faz um favor: não me dirija mais a palavra.

-Rose! Rose! Ei, por favor! Volta aqui.

Mas era tarde demais. Rosalie não era do tipo de mulher que abaixa a orelha e coloca o rabo por entre as pernas e voltar feito um cachorrinho. Emmet tinha perdido o amor da sua vida. Talvez não para sempre , mas por um bom tempo.

Emmet não tinha tempo para discussões. Havia muito o que fazer, inclusive restaurar a alma de Bella. Num rodopio de 180º graus com os pés, saiu do corredor, cheio de pesar. Quem sabe o trabalho não tirasse da sua cabeça todos os problemas.

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Ali estava ele, concentrado como nunca no exercício de inserção. Seus olhos fitavam cuidadosos o pequeno e juvenil corpo colocado a sua frente. A primeira vista, as mãos do homem pareciam grandes demais para realizar aquela tarefa que exercia tanta delicadeza e cuidado. Mas Emmet sempre tivera um dom sobrehumano com as mãos. Cuidado e delicadeza ele tinha de sobra - pelo menos a respeito do seu trabalho.

Sozinho na sala mal iluminada, vez ou outra, Emmet suspirava. Não era algum sentimento ruim que o fazia reagir assim e sim o fato de estar sentindo orgulho de si mesmo agora. Orgulho por que assim podia salvar vidas - mesmo que essas não fossem humanas -, porque estava fazendo o que gostava.

Tudo ali era silêncio, a não ser por alguns estalidos que as tesouras e agulhas faziam durante a inserção.

Calmamente, fez um corte com uma espécie de estilete no canto superior da nuca de Bella. Algumas gotas de sangue escorreram no lugar. Emmet pegou álcool e um gel esverdeado, que estancou o corte. Mais uma abertura pelo o outro lado, formando um ''V'' na costas do corpo desacordado. Por entre a abertura, suas grandes mãos passaram até finalmente encontrar um fio instalado na coluna vertebral da morta. Parece nojento, eu sei disso. No início, quando ainda era criança e via seriados de TV que falavam sobre a inserção, Emmet também se sentia nauseado. Mas daí foi se acostumando e percebendo que nascera com o dom.  Mas vamos voltar a cena principal.

Ambas as mãos de Emmet circularam pelo espaço vazio até que o fino fio foi inteiramente puxado para fora. A coisinha prateada brilhou no escuro da sala.

A alma era delicadíssima. Seu corpinho se assemelhava mais a um vidro recém-fabricado. Parecia ter sido lapidada e moldada conforme a perfeição.

-Isso é tão excitante - Emmet sussurrou para si mesmo. Seus olhos brilhavam tanto quanto a coisa prateada em suas mãos. Uma súbita emoção apareceu no rosto de Emmet. Alegria? Felicidade? Muito mais que isso. A emoção ia além de qualquer sentimento já conhecido.

Pelo pouco que Emmet sabia sobre o antigo corpo hospedeiro, Bella era rica mas, ao contrário de outras garotas, o dinheiro nao ra motivo de mesquinharia.  Ela dava valor às coisas mais simples do que fúteis.

-Seja bem-vinda ao seu novo lar, Bella.

Emmet parou por um minuto, deixando a alma de lado. Não havia por que continuar tendo o mesmo nome. A humanidade não faria mais parte daquele corpo.

-Quer dizer, seja bem-vinda, Renesmee.

 lguém bateu de leve na porta do laboratório onde Emmet estava.

Deve ser a Rose, vindo me pedir desculpas, ele pensou. Mas pensou errado. O êxtase que corria nas suas veias durou menos que uma injeção. Ao abrir a porta, se deparou com a pequena Alice. 

-Ah, é você. – o rapaz disse todo desanimado.

-Sim, sou eu. Esperou que fosse quem? Uma assombração. – Alice soltou um risinho abafado. Mais uma das suas piadinhas sem graça. A pequena mulher de cabelos curtos e meio avermelhados se jogou na poltrona almofadada preferida de Emmet.

-O que você quer, Alice? Sabia que está me atrapalhando. Estou terminando uma inserção.

-Bem, não precisa se preocupar, querido. Não vou te atrapalhar. Pode continuar aí com o seu trabalho.

Emmet já estava perdendo a paciência com a garota. Perdera até a concentração e o encanto com a nova alma, Renesmee.

-Olha, Alice, eu não estou de bom humor, portanto...

-É, já percebi isso mesmo.

-Será que dá pra você parar de ficar se intrometendo na minha vida e no meu trabalho?

-Emmet, Emmet ... – Alice rodopiava ao seu redor, massageando o ombro do amiga, claro que na ponta dos pés.

-Chega, Alice! Chega! – a visão monstruosa do que Emmet tinha sido a poucos minutos atrás estava, mais uma vez, voltando ao seu corpo.

Alice se afastou dele, pulando para fora da poltrona de couro do rapaz. Tinha medo. Ela sabia muito bem o tipo de humor que, ultimamente, andava atormendo o rapaz. Logo, sabia também que quando ele estava daquele jeito, era melhor ficar longe. Assim o fez. Alice saiu do laboratório.

Emmet continuou  seu trabalho. A retirada da alma de Bella fora apenas o primeiro passo. Logo, uma nova alma seria colocada no seu corpo, a alma de Renesmee.

A inserção - um trabalho, por sinal, nada fácil - começou novamente. O corpo prateado foi colocado na abertura em forma de ''V'' do corpo hospedeiro. Em seguida, Emmet começou a passar uma fina agulha por entre a pele humana. Não havia fio algum ali que pudesse ser visível. Sua habilidade com as mãos, tão rara, fazia tudo parecer mais simples. Numa fração de segundos, a abertura estava fechada. Por fim, passou um creme amarelado, que mais se assemelhava a uma gosma.

-Finalmente, caso encerrado. - Emmet sussurou para si mesmo.


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Notas finais do capítulo

e ai, o que acharam ?