• Quem é você? - perguntei a um moreno alto que me fitava com um         bloco de anotações.

• Meu nome é Death the Kid! Sou jornalista. - Jornalista? Ele disse         jornalista? Será que a Black*Star ficou tão famosa assim? - A         senhorita é?

• M-Maka Albarn.

• Muito prazer, Maka. - estendeu a mão num gesto de amizade. Eu         exitei. - Era exatamente com você que gostaria de falar. - por que         comigo? Eu não fui criticada? O que esse cara quer afinal? Acabei         cedendo e lhe dei um aperto de mão.

• Prazer, mas o que quer afinal?

• Ser o primeiro a entrevistar a suposta namorada do Wes Evans.

• Quem?

• Você foi flagrada aos beijos com o famoso músico, Wes Evans ontem.         E não adiante dizer que não o conhece. Todo mundo conhece o Wes.

• Mas eu não conheço! E não beijei nenhum músico famoso. - e ele         anotou alguma coisa “claro que beijei o músico famoso...” ele         sussurrou para si. - EU NÃO DISSE ISSO!

• Tire uma foto dela! - indicou para o fotógrafo, nem tinha notado         ele. - Daí não, seu idiota, a foto vai ficar assimétrica!

• Assimétrica? - perguntei com uma gota na testa.

Ele mesmo ajustou a câmera mais de um milhão de vezes querendo uma foto perfeitamente simétrica. Pior! Ele me ajustou também, mexia na posição do meu rosto, ajeitava meu cabelo, teve uma hora que ele resolveu parti-lo novamente! Parecia mais foto de presidiária. Eu estava a ponto de explodir de raiva. “Quem diabos é Wes Evans?” não parava de me perguntar. Wes Evans... Evans... Soul Eater Evans... Claro!

• Quem é Soul Eater Evans? - ele estranhou a pergunta repentina.

• Você estragou a foto! - sim, eu perguntei exatamente na hora dele         bater a foto. Devo ter ficado ridícula.

• Quem é Soul Eater Evans? - tornei a perguntar.

• Eu não sei! - gritou raivoso. - Ah... sim, eu sei. - acalmou-se. -         É irmão do sr. Wes Evans. Mas isso não tem nada a ver, a não ser         que... - arregalou os olhos. - Que você tenha beijado o Soul Eater         e não o Wes!

• Exatamente! - sorri.

• Acabou com a minha matéria! - ele se lamentou. Bem feito!

• Não tem problema, fazer matérias de fofoca não levam jornalista a         lugar algum.

• Eu não acredito em você! O Soul é só um nerd sedentário! [N/A:         eu estou invertendo os papeis ou é impressão minha?

• E que beija muito bem.

• Não precisa de detalhes! - gritou. - Bem, se era o Soul, eu não         tenho mais nada o que falar, srt. Albarn. Adeus!

Daí chega Tsubaki, que estranhara o movimento.

• O que está havendo? - Chegou meio tarde, né, Tsubaki?

• T-Tsubaki?! - O tal do Death the Kid acabou por entrevistar a         Tsubaki mesmo. Melhor! Eu saí de fininho no meu skate.

Queria ligar para o Soul, mas eu seria muito fácil se ligasse para ele um dia depois, eu devia esperar o outro dia, ou uma semana! Não, ele esqueceria de mim. Droga, o que eu faço? Poft! Esbarrei-me em alguém...

• S-Soul? - nós havíamos caído. Quando se levantou pude ver que não         era o Soul.

• Eu não sou o Soul, sou Wes Evans. - ele me estendeu uma mão para         me ajudar a levantar, e eu, claro, ignorei o gesto.

• Então você é o Wes. - falei enquanto tentava limpar a poeira da         minha roupa.

• E você é Maka Albarn? - apenas confirmei. - Já viu isso? - ele me         estendeu uma revista, parecia ser de fofoca, tinha uma foto de um         flagra de um beijo entre mim e o Soul. A matéria era mais ou menos         assim:

•  
  •  

    Wes Evans         larga a música clássica para pegar loira punk

    Wes Evans, o famoso violinista, foi flagrado aos beijos com uma         loira num bar punk. A moça é Maka Albarn, vocalista da não tão         famosa banda Black*Star. Rumores indicam que Wes está se         revoltando com a família Evans, já que seu irmão criticou a         banda e particularmente a cantora em uma revista de rock faz         pouquíssimo tempo.

Eu não disse nada. Nem entendi direito na hora.

• Vim aqui procurar satisfações, mas já entendi que não passou de         um engano. Esse meu irmãozinho, tinha que me aprontar uma dessas.

• Eu sinto muito.

• Mas, espera aí. Você não era a cantora que ele criticou?

• Sim. - ele me olhou por um bom espaço de tempo como quem não me         entendia. - Er... Ele não sabe quem eu sou. - voltou a fazer uma         cara de interrogação.

• Er... - recompôs-se - Lamento, mas agora ele já deve saber a sua         identidade.

• Hã?

• Quer dizer... eu não sei se ele lê revistas de fofoca, mas...         alguma hora ele vai saber da existência dessa matéria.

Droga! O que eu faço? Onde eu escondo minha cara? Ai, meu Deus! Eu vou acabar não tendo coragem de ligar para ele mesmo.

Algumas semanas se passaram e eu quase que esqueci o Soul Eater Evans, saiu uma matéria na revista do Kid com a Tsubaki. Ela parecia o grande exemplo da garota rebelde de Bikini Kill, e também tinha umas fotos sexy dela com a guitarra, Simone Simons que se cuide! Isso foi o suficiente para a Black*Star começar a fazer sucesso do nada. Só que enquanto a Tsubaki era a rebel girl, eu era só uma pobre lolita usada pelos Evans! Só por que eu não toco guitarra, sou magrinha e fofa baixinha? De alguma maneira isso me rendeu algum sucesso. Depois de uns tempos minha imagem de boneca acabou e só saiam matérias minhas com bad girl, mas isso já é outra estória. No dia seguinte fomos chamados para tocar no Shinigami'sBar.

I am

Doll eyes, doll mouth, doll legs

I am

Doll arms, big veins, dog bait

Yeah, they really want you

They really want you, they really do

Yeah, they really want you

They really want you, and I do too

I want to be the girl with the most cake

I love it so much, it just turns to hate

I fake it so real, I am beyond fake

And someday you will ache like I ache

Someday you will ache like I ache

Someday you will ache like I ache

Someday you will ache like I ache

Someday you will ache like I ache

Ai, meu Deus! Não pode ser! No meio da multidão, adivinha quem estava lá? Soul Eater Evans. Acabei fazendo a coisa mais idiota da minha vida, eu larguei o palco, o público, os meus companheiros de banda que ainda estavam tocando sem entender a minha reação. Daí pulei no meio da multidão, empurrando e batendo nas pessoas, nos meus fãs! Até chegar no Soul. Na hora eu nem sabia o que dizer ou fazer, por isso o abracei, meio que escondendo o meu rosto no seu corpo, por que assim eu me sentia menos constrangida, e não precisaria dizer nada. Ele passou a mão pelos meus cabelos.

• E você nem ligou, loirinha. - falou no meu ouvido, parecia estar         magoado de alguma maneira.

• S-Soul. - foi mais um sussurro, nem sei se ele ouviu. Mas ele me         beijou! Conduziu meu rosto com certa delicadeza ao seu e selou os         lábios no meu, daí a instantes o beijo ficou sério. O público         aplaudiu, fiquei com vergonha, mas estava tão feliz.

THE END