The Keys Of Fate escrita por Ace


Capítulo 7
Um Pedido


Notas iniciais do capítulo

6 Meses...

Mas, afinal de contas, eu estou voltando^^

Aposto que sentiram minha falta! Pois bem, está na hora de eu fazer o que deixei atrasado então, preparem-se pra lr muito, ok^^



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Aquela voz repetia insanamente e repetidamente aquela frase, e cada frase escoava pela caverna, formando um “Não olhe pra trás” infinito. Analisando agora, a voz podia ser gélida, e até mórbida, mas era uma voz feminina que um dia, foi com certeza muito bela.

Um bafo gelado e aterrorizante se espalhava pela nuca deles. Lux sentiu como se aquilo queimasse.

-O que fazemos agora? –Spe perguntou, se arriscando a falar alguma coisa na presença daquela coisa.

-Eu tentei protegê-la. –A voz interrompeu.

Protegê-la... Proteger quem? Quem precisava de proteção?

-Ela correu. Correu muito. Eu tentei protege-la.

Kick estendeu a mão um pouco pra trás do corpo, ela sentiu algo passar por ela. Algo como um fio, um maço de fios sedosos e macios, mas eles atravessaram a mão dela. Como se não fossem realmente físicos. Eles não estavam realmente lá.

-Ele foi atrás dela. Ela olhou pra trás. Ela parou. Ele a matou.

Lux juntava os pedaços daquilo. Ela estava contando o que aconteceu com Rebecca. Spe olhou pro chão e viu um vapor esbranquiçado correr todo aquele lugar e dominar o chão, o frio ficava mais intenso, ele sentia que não ia conseguir mexer as pernas por muito mais tempo.

-Eu a pedi pra ficar em casa. Ela veio. Ela nos amava. Ele a odiava.

Lux olhou mais adiante, uma estalactite que gotejava a agua que o havia acordado momentos antes agora deixava cair pequenas pedrinhas de gelo que se espatifavam no chão. Aquele frio estava rachando os seus lábios e queimando sua nuca, mas, não sabia se era o medo ou a preocupação com seus novos companheiros que o impedia de correr dali.

-Eu lavei a alma dela. Minhas lágrimas a banharam. Eu tentei protege-la.

Alguma coisa ruim estava no ar. Juntando se com o frio e o cheiro de putrefação. Uma presença ruim. Spe só então percebeu que todas as estalagmites e estalactites agora estavam cobertas por uma camada muito fina de gelo e água congelada. Suas mãos tentaram alcançar as pistolas, mas o metal frio o impediu de segurá-las por muito tempo. E naquelas condições, provavelmente nenhuma bala sairia. Todos os 3 estavam desejando algumas camadas à mais de roupas naquele momento.

-Eu irei protege-la. Eu quero protege-la. Peguem-na.

Spe viu a sua respiração sumir no ar a sua frente enquanto seus pés estavam presos no vapor gelado. Lux sentia sua garganta cortar-se e seus lábios racharem. Kick sentia o peso dos equipamentos de metal que tinha, e o frio agora parecia queimar o seu corpo.

-Ele está chegando.

O som de coisas caindo se expandiu por todo o lugar. Pessoas, objetos e pedras caindo se espalharam por ai. Gelo rachando e se destruindo por causa de uma força enorme contra eles.

-Ele a quer. Não o deixem tê-la.

Passos foram ouvidos, coisas estavam sendo arrastados naquela direção. O cheiro de putrefação ficou forte de repente e o sentimento de que alguém muito poderoso estava chegando se espalhou em seus corpos. Lux tremeu e por um impulso, segurou a mão de Spe, que arriscou um sorriso de dentes que se batiam.

-Peguem-na antes dele. Ela está com medo. Eu quero protege-la. Me ajudem.

Uma horda aparentemente infinita de zumbis e esqueletos se juntava lá fora. O frio estava insuportável, mas parecia mantê-los longe.

-Chegará a hora. Corram. Não olhem pra trás.

Mãos gélidas e ósseas que mal aparentavam ter carne tocaram nas costas deles e os empurraram pra frente, os jogando no chão e fazendo as mãos de Lux e Spe se soltarem.

O vapor desapareceu, junto com seja lá o que estivesse atrás deles, o que ouve foi o som do vento rapidamente ocupando o espaço de um vácuo e então, o silêncio que perdurou por alguns minutos. Muito pouco tempo. Ainda assim, tempo o suficiente por gelo todo rachar ou se derreter e a horda de zumbis e esqueletos chegasse até a cela, atravessando o buraco que Kick havia feito. Esqueletos arqueiros atiraram rapidamente suas flechas, mas uma barreira de fogo se formou em frente aos 3, os protegendo dos inúmeros esqueletos soldados, zumbis e outros que se acumulavam em frente ao grupo.

Flechas queimavam no caminho, esqueletos e zumbis pereciam, mas Lux se cansava também.

-Ok, não temos muito tempo a perder pelo visto. –Spe sorriu e se levantou, finalmente pegando as pistolas nas bainhas, que já estavam a uma temperatura agradável. –Alguém está chegando e ele não nos quer aqui.

-Parece que eu não tenho opção senão ficar aqui e impedir vocês de morrer. –Kick jogou os cabelos pra trás e cerrou os punhos. –É muito difícil ser eu as vezes.

-Eu to morrendo aqui!! –Lux gritou, com as mãos estendidas pra barreira, por onde nada passava.

-Desculpa, querido. –Kick falou, saltando pela barreira. O fogo não a atingiu, mas seu chute atingiu em cheio um esqueleto que se desfez em pedaços logo depois. Uma flecha quase atravessou seu ombro, mas foi convenientemente destruída por uma bala de Spe.

Balas se atiraram rápidas e aos milhares em vários zumbis e logo, uma pilha deles se encontrava no chão. Respirando ofegante e fundo, Lux mantinha não só a magia como uma chuva de lanças de gelo que brotava do teto e cortava os monstros ao meio em uma questão de segundos.

Zumbis estavam escancarados no chão, esqueletos se tornavam pó. E uma enorme quantidade deles estava recuando. Os chutes de Kick exterminavam zumbis e os deixavam ao chão. Mas seu corpo estava ficando cansado.

Outro som. Sussurrante e feminino percorreu os ouvidos deles.

-Abaixem-se. –Uma força sobrenatural os mandava fazer algo e não se negava aquilo.

Eles se jogaram no chão, ao exato mesmo tempo que uma rajada de um vento gelado tomava o ar do lugar e dissolvia os zumbis em estatuetas de gelo que haviam gritado por piedade. As estatuetas se quebraram em um pó brilhante e reluzente que tomou o chão. Do outro lado das barras de pedra daquela cela estava um outro monstro, mas não parecia um monstro realmente. Era uma Sohee.

E ainda, era diferente das outras Sohees. Ela chorava e tinha uma aparência delicada e singela. Suas lágrimas desciam como água e atingiam o chão como um cristal de gelo. Ela parecia pedir ajuda e era possível ver em seu rosto, uma face bonita e que não merecia estar ali.

-Ajudem-me. Peguem-na. Ele se aproxima rapidamente. –Ela falou, olhando pros lados e depois chegando mais perto. –Rebecca chora.

A confirmação final. No chão, os olhos dos 3 se esbugalharam e só puderam olhar pasmos pra Sohee de aparência desesperada em sua frente. Rebecca, a Chave da Coragem. Aquela Sohee estava falando dela o tempo todo. Era a história dela, e ela estava confiando neles pra ir atrás da chave. Mas quem estava se aproximando?

-Corram. Vão. Atrasá-lo-ei. Rebecca chora. Os espíritos sabem. Ele está chegando perto. –Ela olhou pros lados. Ao redor dela, o frio ia se espalhando pela cela. Kick olhou ao redor e se pôs de pé um tanto ofegante.

O espirito na frente deles parecia atordoado e pedindo uma ajuda desesperada, alguma coisa muito ruim estava acontecendo.

-Quem está chegando? –Lux se dignou a perguntar, indo um pouco mais pra frente.

-Ele. Ele a conhece. Ele a quer. Ele sabe quem são e onde estão. A Caverna ruirá por ele. –Os olhos tinham uma tonalidade vermelha por lágrimas que teimavam sair de seus olhos. –Salvem-na. Salvem-no. Salvem-nos. Salvem-se. Ou tudo ruirá.

-Lux, acho que ela pode estar falando do caçador. –Spe gritou, se aproximando dele.

-O Caçador o conhece. O Caçador o manipula. O Caçador quer voltar. –A Sohee choramingou. –Peguem-na. Salvem Rebecca. Salvem-nos. Salvem-se.

Um tipo de rugido vagou pelas entranhas da caverna e passou por eles. Era algo muito poderoso que se aproximava e com cheiro de putrefação.

-Atrasá-lo-ei. Tempo tens pouco. –Ela choramingou, recuperando a postura. –Corram. Não Olhem pra trás. Esse é o pedido dos espíritos. –E nisso, ela desapareceu, mas o frio se mantinha ali.

Os 3 se entreolharam, questionando a realidade do que acontecia ali e mesmo sua sanidade.

-Parece que nós não temos tempo a perder. –Kick suspirou, pondo a mão no peito. –Vamos atrás de Rebecca.

-O Caçador quer voltar... –Lux pensou alto. –Isso pode ser mesmo verdade? Quer dizer, supondo que ele volte, isso causaria o caos, não causaria?

-Absolutamente. –Spe falou, esticando o pescoço. –Então, acho que isso é um convite pra uma aventura, Lux. –Spe se pôs atrás de Lux e o abraçou pelas costas, colando os dois corpos.

O calor. Aquele calor era algo familiar, em uma memória muito vaga e antiga da sua mente. Algo que ele esqueceu ou que nunca teve uma importância real.

-Namorem depois, pombinhos. –Kick falou e o bruxo deu um pontapé no prateado que ainda ria. –Vamos chutar alguns cérebros!

Algo acontecia. Alguém estava atrás da Chave da Coragem. Uma Sohee que implorava ajuda e zumbis que atacavam. Um medo que se instalava nas entranhas de seus corações. Uma vaga lembrança na cabeça do bruxo. E um Caçador que queria vingança.

Definitivamente, algo iria acontecer. E não iria ser muito bom pra eles.


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Notas finais do capítulo

Minha força não foi totalmente recuperada ainda, mas é uma questão de tempo até eu voltar com força total. Espero que se divirtam com os capitulos que eu vou atualizar até lá^^

Considerem o meu retorno como uma ampulheta ou um jogo de baralho. Quando a areia cair por completo, quando a ultima cartada for dada, eu retornarei!!!

MWAHAAHHAHAHAHA!!!^^



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