Minha Caixa escrita por RosangelaC


Capítulo 1
Entregador, o par romântico


Notas iniciais do capítulo

Fic surgiu de uma idéia doida que eu tive, espero que gostem.



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O manto negro da noite cobria o centro urbano daquela metrópole. As luzes dos grandes prédio comerciais, dos botecos e dos carros cortando as grandes avenidas, iluminavam a cidade à aquela hora do dia. Cansados do longo dia de expediente, trabalhadores voltavam a suas residências, buscando o conforto e aconchego de seus familiares, satisfeitos por mais uma diaria completa.

O que não era o caso de Osmirna. Isso mesmo, Osmirna, uma mulher de 26 anos, assalariada de uma empresa de consultoria. Para a sua idade ela estava bem? Sim, estava. Tinha sua própria casa, podia pagar suas contas e ainda tinha a libertade para comprar alguns mimos para si e para seu gato gordo, Mr. Miteus. Então por que ela não se sentia feliz ao poder voltar para casa? Simples, estava doente como uma condenada, fungando como se fosse uma retardada. Passaria sua folga semanal na merda, se entupindo de remédios e acomulando uma pilha de papéis com muco ao seu lado. E para melhorar a situação, por que não usar transporte coletivo?! Pois bem, lá estava ela em um dos vagões do metrô, espremida entre tantos outros trabalhadores. Era tão abafado que o ar era difícil de chegar aos pulmões dela.

Seu único consolo era olhar através da janela do vagão, distraindo-se com as luzes dos farois dos carros amarelas e vermelhas.

Ainda para completar sua dor de cabeça, ao sair da estação de metrô, em meio ao tumulto, a alça de sua bolsa arrebentou, a forçando a ter que carrega-la desajeitadamente por dois quarteirões.

Em sua casa, repetiu seu pequeno ritual, jogando os sapatos em um lugar da entrada, a bolsa no chão da sala, as roupas no caminho até seu sofá onde apanhou uma camiseta velha e aos pedaços, já usada e com um cheiro não muito bom. O que importava afinal, já estava sem olfato.
Literalmente jogada encima do sofá, ela só teve tempo de olhar Mr. Miteus deitado encima de um dos seus sutiãs em baixo na mesinha de centro. Podia ter brigado com aquela bola de pelos cinza? Claro que podia, mas a preguiça de levantar era muito maior. Em poucos minutos, já estava roncando e babando em um das almofadas decorativas.
A noite super interessante de Osmirna podia ter acabado ali, se sua campainha não tivesse tocado, assustando-a de tal forma a fazê-la despencar como jaca podre do sofá.
Com o cabelo parecendo um ninho de passarinho, olhos inchados, baba seca no canto da boca e nariz escorrendo, Osmirna se arrastou até a porta automaticamente, sem se importar com seu estado deplorável.

–Boa noite. Entrega para senhorita Mirna. - uma voz extremamente empolgada se pronunciou.

O dono da voz era um rapaz alto, de cabelos loiros em um corte despojado, seu sorriso era contagiante, seus olhos mel brilhavam ao entrar em contato com qualquer resquício de luz. Tal rapaz, que não devia ter mais do que 20 anos, olhava intensamente para Osmirna. Em compensação, ela havia cagado para qualquer atributo de beleza do jovem, dirigindo seu olhar apenas para a caixa que ele trazia nas mãos.

–Meu nome é Osmirna, você deve ter se enganado, moleque. - indiferente com a situação, enquanto esfregava seu nariz com uma das mãos, a outra já se preparava para bater a porta.

–Hey, espere! - exclamou um tanto chocado, impedindo que a porta fosse fechada -Você vai realmente terminar isso assim?

–Isso o que? - ainda sem prestar atenção, Osmirna estava mais concentrada em limpar sua mão suja de ranho na barra de sua camiseta.

–Esse é o momento em que você deveria me olhar e admirar o quanto eu sou bonito, ficar envergonhada com as bochechas coradas, gaguejando e se martirizando em como pode ser tão desastrada a ponto de atender a porta assim. Eu sorriria para você e seria simpático, perguntaria se você esta bem e quando você menos esperasse desmaiaria na minha frente, mas eu te impediria de cair, te carregando como uma princ... Hey!

Antes mesmo dele terminar de falar, Osmirna não tinha sequer ouvido metade do que aquele garoto estranho tinha falado. Sem se importar, simplesmente bateu a porta e voltou a se arrastar para o sofá.

–É cada maluco que me aparece...

Como pode me largar plantado do lado de fora desse jeito, Mirna?! inexplicável o loiro desmiolado de instantes atrás estava parado bem na frente de Osmirna, ainda com uma caixa em mãos.

–Você invadiu a minha casa?

–Claro que não. Foi a autora que me colocou aqui dentro. Se bem que ela realmente podia ter descrito isso, pelo menos.

–Do que cê ta falando, seu maluco? Que autora?

–Não me venha se fazendo de desentendida. Você sabe muito bem o que esta acontecendo.

–Não lembro se bebi... Será que comi algo estragado?

–Osmirna... Você é a pior protagonista que eu já vi.


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