O Caminho do Guerreiro escrita por dede black


Capítulo 11
Revelações


Notas iniciais do capítulo

Ola!!!
Bem quero agradeçer pelos leitores novos que surgiram. isso me deixou bastante animada.
Bem acho que este capitulo até ficou intresante.
kkkkkkkkkkkk
Boa leitura.



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Toshi levou sua mão até ao rosto da rapariga sendo o movimento acompanhando pelos olhos dela. Ao sentir o toque quente no seu rosto Sayo fechou os olhos. Sentia raiva de si mesma por se deixar ser tocada por ele.

Sentiu a respiração dele se aproximar, quis abrir os olhos e o afastar, mas não conseguia. Então se limitou a abrir os olhos e encontrou um par de esmeraldas a observando.

- Acho que ambos descobrimos o motivo de seu odio. – Murmurou Toshi quase encostando seus lábios nos de Sayo.

Ela se prontificava para lhe dar uma resposta, ou tentar. Mas os passos de Soujirou fizeram Okita se afastar dela, mas antes lhe sussurrou.

- A nossa conversa ainda não terminou.

- Conseguiu apanhar uma ratazana! – Soujirou que já havia anunciado sua presença com o barulho de seus passos, se gabou da ratazana estripada que trazia na mão.

A alegria do momento não lhe deixou notar o clima tenso que havia entre Sayo e Okita.

- Me alegro agora de ter matado este coelho, caso contrário teria que comer o seu rato. – Toshi tentou desaliviar a tensão e se meteu com Soujirou apontando para o coelho decapitado no chão. Ambos sorriam.

Sayo por sua vez ainda continuava sentada no chão atonita.

O que tinha acontecido era de loucos, se deixou tocar e quase se deixou beijar por Okita. O comentário que ele fez ainda a deixará mais confusa. Acho que ambos descobrimos o motivo de seu ódio.

O que quis ele dizer com aquilo?

Teria ele razão? Isso não deixava a jovem ninja. Tentava encontrar dentro dela um significado para aquelas palavras, e acima de tudo tentava encontrar um motivo para ter baixado tanto a guarda com aquele homem.

Sabia perfeitamente que estava perdida de amores pelo homem que a criou, mas não podia negar que se Soujirou não tivesse voltado aquele beijo teria acontecido.

E isso e deixava furiosa com todos, mas principalmente com ela própria.

- Sayo. Vamos aproveitar o fogo que você fez, e assar o coelho que Okita matou. – Informou Soujirou retirando Sayo de seus pensamentos.

A jovem o olhou por um breve minuto como se não tivesse raciocinado as palavras. Mas logo se recuperou e lhe respondeu se levantando do chão.

- Não vou comer esse coelho, prefiro comer a ratazana que você matou. – Informou de mau humor deixando Soujirou desconfiado, e Okita com um sorriso torto.

- Têm certeza que prefere a ratazana? O coelho chega para todos. – Voltou a insistir Soujirou.

- Já lhe disse que não. Eu fico bem a ratazana. – Teimou a ninja se afastando um pouco dos dois companheiros.

Soujirou se aproximou de Okita, podia não ter reparado no clima tenso quando chegou. Mas estava convicto que algo se tinha sucedido na sua ausência.

- O que ouve enquanto eu estive fora? – Questionou o jovem aprendiz se sentando ao lado de Toshi.

- Nada de mais, apenas estivemos conversando. – Respondeu Okita descontraído enquanto retirava a pele do coelho.

Soujirou lhe lançou um olhar desconfiado. Sabia que algo não estava certo. Apenas palavras não iriam irritar tanto Sayo.

- Okita agradeço você ter-me salvado e pretendo que me acompanhe até Edo. Mas por favor contribua para o bom relacionamento entre você e Sayo. – Pediu Soujirou olhando diretamente nos olhos de Toshi.

Por sua vez o homem que agora retirava as tripas e entranhas do animal nas suas mãos, lançou um olhar sugestivo.

- Himura, eu não tenho problema nenhum com sua amiga. Ela me odeia, tudo bem ela tem esse direito. Mas eu também tenho o direito de saber o porque desse ódio. Então suas palavras sobre boa convivência estão sendo direcionadas á pessoa errada. – Suas palavras foram acompanhadas pelos olhos atentos de Soujirou, que se limitou a abanar afirmativamente sua cabeça antes de se dirigir até Sayo.

A jovem olhava seriamente o céu escuro perdida em pensamentos.

Soujirou se aproximou e se sentou ao lado da mulher que outrora lhe havia despertado desconfianças, agora era uma pessoa em quem ele tinha confiança.

- Onde se meteu a ninja animada que eu conheci? – Questionou Soujirou tentando encontrar uma alternativa de começar a conversa sem ir direto ao ponto.

Sayo olhou com o canto do olho para o rapaz, suspirou fundo e voltou a olhar para o céu.

- Ela se perdeu algures por ai, e as minhas hipóteses de a reencontrar se foram quando você convidou esse estranho para nos acompanhar. – A rapariga murmurava suas palavras sem retirar os olhos do escuro manto que cobria de escuridão toda a paisagem.

- Eu não consigo entender o porque desse odio por Okita, ele me salvou não deveríamos agradecer por isso? – Continuou a questionar o rapaz que tentava compreender as atitudes e motivações de Sayo.

- Nem eu consigo entender… - Sibilou a jovem. – Mas o facto de ele te ter salvado não significa nada, já se perguntou porque raios ele te salvou? – Continuou a jovem argumentando.

- Agora vá comer o seu coelho e me deixe sozinha. Por favor. – Pediu Sayo com palavras frias.

Himura consentiu e deixou a jovem sozinha, voltando para junto de Okita. As palavras de Sayo de alguma forma o tinham atingido, já se perguntou porque raios ele te salvou.

Sem palavras, apenas ao som do vento os dois comeram o coelho que Okita havia caçado.

Soujirou queria fazer perguntas ao homem na sua frente, mas ele mesmo tinha proibido Sayo de as fazer, com que direito iria ele as fazer?

- Quer me dizer alguma coisa? – Questionou Okita vendo os olhares que Soujirou lhe lançava. Olhares indecisos e culpados.

- Não, não quero dizer na… - Vamos seja um homem de coragem e me diga logo o que pretende perguntar. – Interrompeu Okita incentivando Himura.

Ambos se olharam por segundos.

Soujirou cerrou as mãos, engoliu em seco. E fez a pergunta que lhe estava corroendo.

- Porque me salvou? – Tentou se mostrar o mais serio possível.

Mas tudo o que recebeu foi uma gargalhada sonora de Okita, que despertou a atenção de Sayo.

- Ora meu jovem, não te censuro. Afinal não há como você entender, somente samurais, guerreiros de verdade que viveram no esplendor e no orgulho de empunhar uma espada em mãos sabendo que podiam fazer a diferença podem compreender. – As palavras de Toshi eram ditas com extremo orgulho acompanhadas de um sorriso.

- O que isso significa? – Perguntou Soujirou confuso e um pouco envergonhada. O rapaz realmente não sabia o que era ser um guerreiro de verdade, mas estava na busca.

- Isso meu jovem inocente significa que um guerreiro como eu que segue a ética e as regras do código Samurai jamais poderia presenciar uma injustiça sem fazer nada. Uma espada não serve só para matar, principalmente para proteger. – As palavras de Okita eram ouvidas atenciosamente por Soujirou e por Sayo que mesmo longe se colocou na escuta da conversa.

- Resumindo eu lhe disse quando lhe salvei que era alguém que me recusava a esquecer o que vivi, por isso aprenda que na era Meiji você talvez conheça pessoas que precisem de um motivo para fazer o que está certo, mas os guerreiros de honra que sobreviveram ao final da época Tokugawa jamais precisarão de um motivo para fazer o que está coreto, mesmo que isso implique a morte. – Toshi seguiu seu discurso e o deu claramente por terminado ao se levantar a se afastar de Soujirou.

Himura permaneceu quieto analisando tudo o que tinha ouvido. Talvez Toshi estivesse certo. Afinal ele era só um miúdo que procurava vingança e aprender a arte de manejar sabiamente uma espada. Era impossível poder aprender ou entender do dia para a noite coisas que ele não viveu. Seu pai sempre lhe ensinou algumas coisas sobre a ética de um guerreiro. Mas da teoria á prática há uma distância gigantesca. E o facto de não ter entendido o porque de ter sido salvo por Okita só provava a enorme distancia entre ouvir falar e viver na pele.

- Himura você esta bem? – Sayo questionou preocupada se aproximando.

- Irei ficar. – Respondeu, e continuou. – Em Edo me espera um mestre, mas até chegarmos vou pedir a Okita que me ensine a lutar e me fale mais sobre esse código dos samurais. – Suas palavras estavam cheias de convicção. Sayo ainda pensou em ripostar, mas sabia que seria inútil.

- Você é que sabe. Agora apenas durma. – Informou a jovem se retirando para junto de uma árvore mais afastada. Onde se sentou com o corpo encolhido. A noite já com o fogo apagado e com o frio que se sentia seria longa.

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Não muito longe dali mesmo com a escuridão da noite vagava um coração sedento de sangue e vingança.

Sua força de vontade de honrar os amigos perdidos e o nome de um clã manchado não o permitiam baixar a guarda e descansar. Não havia tempo para isso.

O caminhante sabia que estava extremamente próximo de seu alvo, e também sabia que sua presa não se encontrava sozinha. Uma fonte lhe dissera que uma jovem ninja seguia caminho com o seu alvo.

Ao saber disso o primeiro nome que lhe veio á cabeça foi o de sua pequena. Mas estava convicto que nem tao cedo a voltaria a ver.

O Cheiro de sangue e de tripas invadiam as narinas do caminhante, e isso só lhe deu a certeza que realmente apenas alguns metros o separavam da vingança.

Ao passar por alguns arbustos se seguiu uma enorme clareira rodeada de árvores gigantescas com copas enormes que quase não deixavam visão para o céu noturno.

E a visão que tanto desejara chegou. Um jovem dormia com sua espada na mão. Espada aquela que reconheceria em qualquer lugar.

Aquele era Soujirou Himura.

- O que quer daqui? – Uma voz se fez ouvir, o desconhecido olhou para onde vinha o som. E da sombra escura de uma das árvores saiu um homem de kimono preto.

Por alguns segundos se olharam fixamente, mas quando ambos avançaram alguns passos e ficaram iluminados pela breve luz da lua que passava entre as copas. Se surpreenderam.

- Toshi é você? – O desconhecido questionou admirado.

- Anji? – Okita se mostrou admirado ao ver o rosto conhecido, um rosto que julgava morto juntamente com o resto do grupo Hannya.


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Notas finais do capítulo

código Samurai Bushido literalmente, "caminho do guerreiro", é um código de conduta e modo de vida para os Samurai (a classe guerreira do Japão feudal ou bushi), vagamente semelhante ao conceito de cavalheirismo que define os parâmetros para os Samurais viverem e morrerem com honra.
Gostaram??
Espero que sim, kkkkkkkkkkk
Estou pensando em começar a escrever os proximos capitulos em POVs, voces leitores o que acham?
Até o proximo



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