O Caminho do Guerreiro escrita por dede black


Capítulo 10
Um motivo maior


Notas iniciais do capítulo

Ola!!
Bem mais um capitulo, mais uma vez espero que quem esteja lendo mesmo sem se manifestar esteja gostando.
Boa leitura



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- Que raio de samurai é você que espera a morte em vez de a abraçar até ao último suspiro? – O homem que salvará o rapaz o questionou.

- Então vai ficar olhando ou vai responder?

Soujirou estava sem reação há minutos atrás, estava convicto que era o fim.

Mas vindo do nada como um fantasma surgiu o misterioso salvador, que não só salvou sua vida como consequentemente a vida de Sayo.

Isso lhe doía mais que mil facadas, pensar que se rendeu tão facilmente e a humilhação de ser salvo por um desconhecido.

- Vou voltar a perguntar, porquê raios, você se entregou á morte sem lutar? – O misterioso homem de kimono negro voltou a questionar, se aproximando de Soujirou.

Himura baixou sua cabeça queria esconder a vergonha que estava sentido. Respirou fundo, e ainda com seu rosto olhando as pedras no chão. Respondeu.

- Eu pensei que não havia hipótese, que era o fim. Afinal eu apenas tinha uma espada, que nada me iria valer contra um revolver encostado ao meu crânio. – Suas palavras transmitiam a vergonha que sentia.

- Uma espada ou um revolver tem as mesmas hipóteses de ganhar, tudo depende das mãos de quem as maneja. – O homem disse suas palavras calmamente ao mesmo tempo que colocava sua espada de volta na bainha. – Mas acima de tudo você precisa aprender que um verdadeiro guerreiro jamais se entrega á morte, a menos que tenha uma causa muito maior. Senão caso contrario um guerreiro, um verdadeiro guerreiro apenas desiste quando morre. – Finalizou suas palavras, e agarrou a espada de Soujirou que estava caída no chão.

- Pegue sua espada de volta, e se certifique que da próxima vez só a larga quando já estiver morto. – O estranho esticou seu braço estendendo a espada de Soujirou. Esperava que o rapaz a segurasse.

E assim Soujirou o fez, voltou a segurar a espada nas suas mãos, a guardando em seguida.

Ainda lhe custava olhar nos olhos de seu salvador, como filho de um honrado samurai seu orgulho estava ferido, não por ter sido salvo. Mas sim por ter sido covarde ao ponto de se entregar á morte.

- Quem é a rapariga? – O estranho questionou olhando para Sayo que ainda permanecia de joelhos.

- É uma amiga. – Respondeu Soujirou seco.

- E também uma ninja. – Finalizou o estranho.

Soujirou o olhou desconfiado, como ele sabia que Sayo era uma ninja?

- Vamos se levante, seu amigo está seguro, e agora que estou aqui também esta segura. – O estranho ordenou se colocando em frente á Sayo.

A jovem levantou brevemente a cabeça.

Com esforço se levantou, e olhou nos olhos do misterioso homem por alguns segundos ficou perdida nas duas esferas misteriosas que a observavam.

- Quem é você? – Quis saber sem rodeios se recuperando do transe, para ela tudo isso era estranho.

O homem sorriu levemente com a impertinencia da rapariga.

- Sou Toshi Okita, em tempos na época em que as batalhas eram ganhas com coragem, honra e com espada em punho fui um honrado guerreiro. Agora nesta nova era em que para muitos a honra não passa de uma palavra e que as batalhas são ganhas com armas de fogo, sou apenas um guerreiro que se recusa a abandonar em tudo o que acreditei, e acima de tudo me recuso a esquecer tudo o que vivi. – Okita dizia suas palavras seriamente, mas cheias de orgulho.

Soujirou o olhava com admiração, jamais pensou encontrar na era Meiji um homem com tais pensamentos. Sem dúvida esse homem era um exemplo.

- E o que você estava fazendo aqui na floresta? – Voltou a questionar Sayo, a jovem continuava desconfiada.

Okita voltou a sorrir levemente perante a desconfiança da jovem, era algo típico dos ninjas, por isso não se mostrava aborrecido. Se preparou para responder á pergunta da jovem, mas Soujirou o interrompeu.

- Chega de perguntas Sayo. Ele me salvou, e a você também. Então chega de questionários e desconfianças. – Soujirou olhou seriamente para Sayo lhe mostrando que o questionário havia chegado ao fim.

Em seguida se virou para Okita, o observou e logo lhe propôs.

- Eu e Sayo estamos numa viagem, vamos para Edo, gostaria de nos acompanhar? Seria uma grande honra ter alguém como você como companheiro. – Soujirou aguardava com espectativa a resposta de Okita. E Sayo por sua vez estava incrédula com Himura.

Sayo não acreditava no que estava ouvindo. Soujirou sempre se mostrou muito desconfiado, tanto com ela como com Hiko.

E agora convida esse sujeito que acabará de conhecer há minutos atrás para os acompanhar até Edo.

Sem perguntas? Sem dúvidas?

- Himura. Precisamos conversar, agora! – Sayo segurou Soujirou pelo haori o puxando para uma distância segura de Okita.

- O que raios pensa que esta fazendo Himura? – Sayo por fim deixou seu tormento sair. – Você não o conhece e nem tão pouco sabe as intenções dele.

Soujirou respirou profundamente ingerindo as palavras de Sayo. A olhou determinado e logo lhe virou as costas, e lhe respondeu.

- Ele me salvou. Isso me basta.

 E com essas palavras Soujirou voltou para junto de Okita.

Sayo apenas ficou observando, e chegará á conclusão que por mais que contestasse não iria adiantar. Soujirou era teimoso. Então apenas restava esperar a resposta de Toshi, e ficar atenta aos mínimos detalhes.

- Sua amiga ninja não gostou de mim, certo? – Okita constatou o óbvio com um sorriso nos lábios. – Estava pensando em recusar sua oferta, mas só pela desconfiança de sua amiga irei aceitar. – Finalizou e o que Sayo não queria ouvir foram exatamente as palavras que Okita disse. Um sim.

- Agradeço por aceitar e não ligue para Sayo, ela é mesmo assim, mas no fundo é uma ótima pessoa. – Soujirou pediu sem jeito.

- Eu nunca disse o contrário, não duvido que ela seja uma boa pessoa. Mas admita, é uma boa pessoa irritante. – Com as palavras de Okita tanto ele como Soujirou caíram numa gargalhada sonora.

- Podem rir. Eu irei rir por último. – Murmurou Sayo irritada para si mesma.

- Vamos logo Himura, a estrada nos espera não há tempo a perder. – Implicou rabugenta olhando para Soujirou mas evitando cruzar os olhos com Okita.

- Certo, estamos indo. – Soujirou informou parando de rir e voltando a sua postura séria.

Okita deixou Soujirou ir na frente, atrás dele ia Sayo, e era exatamente com ela que queria falar. Mas isso seria mais tarde.

Sem muito dialogo como de costume Himura caminhava na frente abrindo caminho entre alguma vegetação mais alta, Sayo que se encontrava nas suas costas permanecia pensativa.

A ideia de ter alguém como Okita com eles a incomodava, não só por não saberem muito sobre ele, mas principalmente por ter visto como ele foi frio ao usar sua espada.

Ter alguém assim por perto seria bom?

Com esses pensamentos o dia foi se passando e a noite se aproximando.

Sayo e Soujirou havia dias que não comiam adequadamente e por mais que lhes custasse seus corpos começavam a se ressentir.

- Himura! – Sayo chamou o rapaz. Que atendeu ao chamado e se aproximou para saber o que ela desejava.

- Eu não aguento mais, me sinto bastante fraca. Eu aguento não dormir. Mas comer, se não tivermos uma refeição decente não iremos aguentar até Edo. – A jovem partilhou sua agonia com Soujirou, que sabia bem como ela se sentia. Ambos partilhavam o mesmo problema.

- Eu entendo. Faremos o seguinte. Você vai preparar um abrigo para passarmos a noite. Eu e Okita veremos o que podemos fazer quanto á comida. – Ao ouvir as palavras de Soujirou Sayo assentiu e se afastou para realizar sua tarefa.

Soujirou se aproximou de Okita que olhava atentamente o céu perdendo sua tonalidade azul e começando a ficar negro.

- Acha que podemos caçar alguma coisa por aqui? – Himura questionou retirando Okita de seu momento.

Toshi mais uma vez sorriu, e lhe respondeu.

- Claro. Iremos nos separar. Você, vai para norte eu irei para sul. O primeiro a matar algo volta. – Okita ordenava como se fosse um líder.

Por mais que lhe custasse admitir Soujirou não tinha gostado. Mas acatou sem discutir.

Ambos partiram cada um para seu lado. Sayo permaneceu apanhando alguns troncos para fazer uma fogueira. O abrigo, ela achará uma clareira composta por altas árvores que com suas copas faziam um abrigo perfeito.

 Se sentou de baixo de uma das árvores, o fogo já estava acesso aproveitava para aquecer suas mãos.

O breve momento sozinha também lhe deu a hipótese de pensar no seu motivo de estar no meio de uma floresta, passando fome e dormindo mal, viajando com um desconhecido e enfrentando a morte. E o único nome que explicava tudo isso era um. Anji. Era apenas para poder voltar a olhar em seu rosto que se submetia a tudo isso. Só lhe restava esperar chegar a Edo rapidamente. Depois seria a vez de Himura cumprir sua promessa e a ajudar a encontrar o homem pelo qual seu coração aclamava.

Fechou os olhos e se encolheu mantendo assim o calor no seu corpo. A noite estava anormalmente fria.

- Ainda sozinha? – Okita a surpreendeu chegando com um coelho decapitado nas mãos e um sorriso no rosto.

- Estava sozinha, agora já não estou. – Retrucou Sayo sem simpatia alguma.

Okita deixou o coelho cair no chão, e se aproximou de Sayo se sentando ao seu lado.

- Ótimo. Assim podemos falar. – Suas palavras foram acompanhadas pelo movimento que fez ao retirar a espada mais curta que usava á cintura e a colocou no chão.

- Não pense que me assusta. – Sayo ripostou ríspida achando que estava sendo ameaçada.

- Também não era essa minha intenção. Apenas quero falar com você sem Himura por perto. – A suavidade com que Toshi disse suas palavras estranhamente tranquilizou Sayo.

Vendo nos olhos da ninja que já não estava tão rígida. Resolveu começar logo antes que Soujirou voltasse.

- Me diga o motivo por que você não gosta de mim. – Pediu por fim com um sorriso nos lábios. – E não diga que é por eu ser um estranho, ninguém odeia assim tanto um estranho sem um motivo maior. - Finalizou sem retirar o sorriso de seus lábios.

Por um breve tempo permanecerá apenas olhando um para outro, Sayo estava confusa não sabia ao certo o que responder, mas no fundo sabia que Okita tinha razão. Tinha que haver um motivo no seu mais profundo íntimo para detestar assim tanto o homem na sua frente.

Toshi levou sua mão até ao rosto da rapariga sendo o movimento acompanhando pelos olhos dela. Ao sentir o toque quente no seu rosto Sayo fechou os olhos. Sentia raiva de si mesma por se deixar ser tocada por ele.

Sentiu a respiração dele se aproximar, quis abrir os olhos e o afastar, mas não conseguia. Então se limitou a abrir os olhos e encontrou um par de esmeraldas a observando.

- Acho que ambos descobrimos o motivo de seu odio. – Murmurou Toshi quase encostando seus lábios nos de Sayo.

Ela se prontificava para lhe dar uma resposta, ou tentar. Mas os passos de Soujirou fizeram Okita se afastar dela, mas antes lhe sussurrou.

- A nossa conversa ainda não terminou.


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Notas finais do capítulo

Gostaram??
Eu pessoalmente adorei escrever o capitulo.
Gostaram do Okita???
Bjs



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