– Como ela está? – Temari perguntou afoita entrando no quarto de Gaara com uma xícara de chá na mão. Estava claro que a moça de cabelos ouro estava preocupada com a amiga. Ino estava dormindo, envolta de cobertas, travesseiros e lençóis.

– A cor voltou-lhe as faces. Ela está melhorando. Sei que está. – O ruivo deu um leve sorriso, e segurou a mão da esposa fazendo um leve carinho. Como a amava. Como estava feliz que haviam conseguido sair sãos e salvos daquilo tudo.

Gaara a tratava como um bebê, desde que haviam chegado, a pouco tempo atrás ele não desgrudou-se da Yamanaka nem por um segundo. Olhava-a. Como poderia ser tão linda? Deitada inerte como estava, Ino parecia uma estátua de alguma deusa grega da mitologia. Porém, para Gaara qualquer deusa se curvaria diante da beleza de Ino. Mulher nenhuma no mundo conseguia atrair a atenção do Kazekage de Suna como a frágil mulher com forte temperamento que estava agora dormindo como um anjo. “Meu lindo anjo.”, Gaara pensou para depois abaixar-se e depositar um suave beijo na testa alva de Ino.

Temari olhou para o irmão e sorriu – Bom... Eu vou ir cuidar dos afazeres da casa, não tenho dúvidas de que Ino vai ser muito bem tratada aqui. – Piscou rapidamente para o irmão, e colocou a xícara de chá sobre o criado mudo. – Não se esqueça de dar isso a ela. Vai fazer bem a ela, e acalmar o bebê. Eu estarei na cozinha, caso precise.

Gaara pensou em dizer obrigado, mas quando as palavras finalmente saíram, ela já havia deixado o cômodo.

*****

Gaara despertou com um suave toque em seus cabelos. O quarto já se mantinha em completa escuridão. Abriu os olhos devagar, e se deu conta de que havia dormido. Sua cabeça descansava no colo de Ino. E oh, que corpo! Mesmo podendo se ver a latência da barriga cada vez mais acentuada, ele a achava a mulher mais bela do mundo, dona de um corpo escultural mesmo com a aparência de gestação. Sorriu quando abriu os olhos e deu de encontro com os de Ino. O azul celeste que parecia ver sua alma.

– Oi, palito de fósforo. – ela murmurou sorrindo, com a sensual voz rouca de sono. Tudo era sensual em Ino, afinal. Qualquer pequeno movimento até por descuido era um deleite para Gaara que naquele mesmo momento levantou-se, e passou a mão pelos cabelos rebeldes. Como esconder um sorriso tão grande que tomava conta de suas face?

– Oi, minha loira desaforada. – disse apenas, e sem dar tempo para resposta tomou o delicado corpo da Yamanaka, enchendo-lhe de beijos. Um arrepio e um pequeno sorriso a cada centímetro que os lábios dele tocavam. Ela tinha certeza que havia feito a melhor escolha de marido que poderia. – Que tal um banho?

A loira sabia que precisava mesmo de um banho, mas sentia-se fraca até para pensar em levantar-se da cama.

– Eu vou te dar banho, amor. – Gaara sussurrou vendo a careta que recebeu em resposta. Beijou-a rapidamente, e se levantou direcionando-se ao banheiro para preparar o banho da esposa.

*****

– Venha, minha pequena. – Gaara pegou Ino em seus braços com o cuidado de quem carrega uma flor de vidro fragilíssimo. A mulher aninhou-se em seus braços. Confiava nele. Gostava de sentir seu coração batendo apressado junto ao seu, e sentir aquele perfume de brisa de fim de tarde que mesmo sendo noite emanava de seus cabelos cor de carvão em brasa. Ele era lindo, ela pensava enquanto observava cada detalhe do rosto do homem que amava, desde os orbes tempestuosos, e aqueles pequenos fios ruivos que despontavam em seu maxilar, até aquele queixo divinamente desenhado com uma sexy fissura no meio. Oh, sim. Ele sem dúvidas era o homem mais lindo que já vira em toda sua vida. Era um importante título, visto que Ino sempre foi cercada dos mais belos homens de Konoha, e até de Suna, depois que havia se mudado pra lá; todos que a viam ficavam completamente encantados com sua beleza delicada. Gaara sabia disso, só que ela era sua, seria sua por toda a eternidade. Ela o pertencia e a ninguém mais.

A banheira já estava quase cheia, e a espuma branca com um doce perfume de baunilha tomava conta do ambiente. Gaara colocou Ino delicadamente no chão, e a poupou-lhe até do trabalho de se desvencilhar-se das roupas. Tirou a camiseta que usava, para logo tirar o belo sutiã rendado vermelho que cobria os seios mais belos de todos. Mesmo atordoado pela visão dos seios com bicos cor salmão, abaixou-se, beijando-a no útero e fazendo-lhe um carinhoso carinho em suas costas, Ino afagou-lhe os cabelos.

– Nosso filho foi incrível hoje. – O ruivo murmurou para logo em seguida livrar Ino das calças que usava. – Ele a salvou. Não fui eu quem criou aquele casulo de areia, Ino. Foi ele. – levantou o rosto e fitou a esposa que adquiriu uma expressão surpresa.

– Mas... ele? Eu pensei que havia sido você, Gaara. Eu estava completamente certa. Eu...

– Eu sei. – Deixou a calcinha deslizar pelas pernas torneadas de Ino, fazendo o mesmo caminho com as mãos, em um carinho. Beijou-lhe suavemente a intimidade antes de suspirar e levantar-se. – Se dependesse de mim... Você e ele estariam mortos. – Gaara começou a retirar as próprias vestes. – Eu falhei, Ino. Foi ele quem protegeu você, e não eu. E esse é meu papel. O homem protege sua esposa. Eu não fiz isso, eu te fiz mal.

Com a loira em seu colo, imergiu-se na banheira de água morna, aliviando-se pela sensação que causava em seus músculos. Ino fechou os olhos, e com a cabeça pra trás, descansava-a no ombro do ruivo.

– O que está dizendo são besteiras. Não tem que pensar desse modo. Ele apenas fez isso, porque é seu filho. Ele é um herói, assim como o pai.

Gaara deu-se por vencido, e beijou o pescoço da esposa. Amava-a tanto que não queria mais discutir seus próprios problemas, queria apenas vendo-a sorrir, vendo renascer a Ino feliz e animada que conheceu e fez-se sua. Queria apenas se redimir por todas as vezes que a fez chorar, ou que, simplesmente, a fez sentir dor.

– Se ele é um herói... – começou ele aos sussurros no pé do ouvido de Ino. As mãos suavemente acariciando seus seios macios, e seu ventre. – Ele herdou isso de você, porque foi você quem me salvou de mim mesmo.