Love And Hatred escrita por Mary Ayumi


Capítulo 24
A arte de manipular


Notas iniciais do capítulo

Eu particularmente gostei muito de escrever esse capítulo. Geralmente não costumo escrever fanfics que envolvam ação, e coisas muito bem descritas como numa luta, mais para mim foi muito bom fazer este teste. Adorei escrever essa cena de luta (Opa, um spoiler) >_< RSRS. Enfim, espero que esteja no mínimo um pouquinho agradável. Boa leitura *-*



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A tarde caía rápida como o vento. Gaara e Ino conversavam sobre o bebê enquanto as horas passavam despercebidas. Gaara esquecera-se completamente de seu compromisso no País do Vento, bom, não havia realmente se esquecido, mas naquele momento sua prioridade era somente ficar com Ino e a mantê-la a salvo. Ele sabia que o trajeto de Suna até a Aldeia do Vento era perigoso. Aquela floresta escondia segredos e inimigos que adorariam ver o poderoso kazekage implorar pela vida. Ele sabia que era impossível aquilo acontecer, afinal, ninguém teria a ousadia de enfrentar o demônio Sabaku no Gaara.


– Você quer que eu volte para casa, Gaa-kun? – Ino murmurou com os olhos angelicais encarando profundamente o ruivo a sua frente. Sabia que conseguiria convencê-lo facilmente a levá-la consigo.

– Não poderei deixá-la ir de qualquer forma. Não sei dizer qual é menos perigoso. Se é continuar comigo, ou voltar a Suna. – sussurrou ele encarando o chão enquanto pensava.

Ino deu um sorriso triunfante e passou pelo Sabaku a passos largos. – Ótimo. Então eu vou com você. Eu tenho certeza que estarei bem mais segura.

– Não. – ele exclamou franzindo a testa. – Eu levarei você de volta a Suna, e aí sim poderei seguir tranquilamente para o País do Vento.

Ino cruzou os braços fazendo um bico tipicamente infantil. – Como você é malvado, Gaara. – depois ela desfez a birra, e correu o mais rápido que pode, na direção que Gaara seguia quando o encontrara. – Tudo bem, eu volto. Se conseguir me pegar.

Gaara bufou esfregando lentamente a mão no cabelo. Porque ela tinha que ser tão teimosa? Correu atrás dela, irritado. Não estava para brincadeiras. Só queria deixá-la em segurança.

– Ino, pare de ser tão infantil! Sabe o quanto é perigoso você ficar correndo por aí. – Gaara gritou correndo velozmente tentando pegá-la.


Ele sabia o quanto a loira era extremamente ágil, e mesmo estando grávida ela corria como o vento. Com preguiça de ficar correndo como um baka atrás dela, conjurou uma enorme mão de areia que a pegou e puxou Ino para seus braços.

– Chega! – ele sussurrou no ouvido dela a apertando junto à seu corpo. – Você vai para casa. Agora!


Ino girou entre os braços dele, o encarando de frente. – Gaara, por favor. – ela sussurrou mordiscando o lábio com uma expressão ingênua que ela sabia que o instigava. Gaara sentiu o corpo tremer quando ela aproximou o rosto do dele e selou seus lábios aos seus. – Eu quero tanto ficar perto de você. – ela continuou dizendo contra os lábios dele. A respiração descompassada dos dois se misturando com o ar frio do anoitecer. – Deixe, meu amor...


Gaara suspirou. Não conseguia resistir a ela. Não enquanto os lábios rosados e macios dela roçavam nos seus, nem quando as delicadas e alvas mãos dela acariciavam levemente seu braço, nem quando sua voz delicada e doce soava em seus ouvidos. Ela era sua perdição, a mais maravilhosa e perfeita das maldições que o assombrava noite e dia sem descanso.

– Me beije de novo. – ele ordenou de olhos fechados, a respiração ofegante chocando-se com o rosto dela.

Ino sorriu sinceramente, aproximou o rosto do dele e encaixou os lábios delicadamente entre os de Gaara. Ele não contentou-se com aquele toque tão superficial, então, levou uma das mãos fortes até a nuca da moça e a puxou aprofundando o beijo e a fazendo mais sua. Gostava tanto de senti-la assim, tão perto.


– Você ganhou Ino. – Gaara sussurrou para ela com o tom de voz firme. – Vamos passar a noite aqui e amanhã você me acompanha até a Aldeia do Vento.


Ino sorriu vitoriosa e se jogou nos braços de Gaara abraçando-o forte. Tum. Tum. Tum. Ela gostava de sentir o coração dele batendo. Era sua melodia favorita, a melhor e mais profunda das canções. Ino sabia que tinha um espaço para ela naquele coração. “Nem que seja um pedacinho... O menor dos pedacinhos, mais eu fico feliz de morar aqui.”


– O meu coração todo pertence a você, Ino. – ele respondeu acariciando os cabelos dourados dela. – Todos os pequenos pedacinhos são seus.

Ela sentiu o rubor tomar-lhe instantaneamente a face. Não sabia que havia pensado tão alto assim. Soltou uma suave risadinha pelo nariz.

Gaara olhou para o horizonte, o sol já não estava no céu, quem estava era a lua, brilhante e branca iluminando indiretamente a copa das árvores.

– Teremos que continuar nosso caminho amanhã. Já está muito frio para continuarmos. – O Sabaku disse olhando em volta. Puxou Ino para um canto, e a fez sentar, apoiando as costas em uma árvore que jazia ali. – Eu ficarei vigiando as coisas enquanto você dorme.

– Mas você também precisa dormir Gaara! – A Yamanaka exclamou preocupada fitando profundamente os calmos e envolventes olhos verde água do marido. – Eu vigio!


Gaara balançou a cabeça. – Durma! É o melhor que pode fazer por mim.

Ino deu-se por vencida enfim. Não adiantaria ficar brigando com Gaara. Ela sabia que ele venceria sem dúvida no final. Além do que, ele tinha razão. Ela precisava descansar. Seus olhos começaram a pesar. Ela os esfregou várias vezes e voltou a abri-los dizendo a si mesma, que não estava com sono. Ela bocejou, e fechou os olhos com a desculpa de que seria “Só por um minuto, eu acordarei bem rápido.” – O minuto dela durou várias horas... Horas suficientes para que o dia amanhecesse.


********************


A luz do sol batendo em seu rosto entre uma fresta de um casulo de areia, a fez despertar. Abriu lentamente os olhos, enquanto bocejava e esticava os braços se espreguiçando. Parecia um gato dorminhoco. Foi varrida por uma sensação de alívio, enquanto esticava lentamente cada músculo de seu corpo. Sentia-se estranhamente renovada esta manhã. Ainda lembrava-se dos belos sonhos que teve com Gaara e com seu filho durante a noite. Fez um movimento sutil com a mão que fez o casulo de areia desmanchar-se.


– Bom dia. – ela exclamou sorrindo. Logo em seguida, olhou em volta e constatou que seu “Bom dia” fora inútil já que Gaara estava dormindo, envolvido por um casulo de areia como o qual jazia em volta dela ainda à pouco.

Ela sorriu abertamente ao presenciar aquela cena. Gaara parecia tão vulnerável enquanto dormia. O rosto de pele alva e os cabelos cor de sangue tampando os olhos fechados. Repentinamente teve a idéia de pegar algo para comer, assim quando Gaara acordasse poderia comer algumas frutas ou legumes para saciar a fome.


Levantou-se e passou a mão nas vestes para limpar a areia que havia grudado ali. Inútil, ela sabia que logo ela voltaria. Em silêncio caminhou em meio a floresta, afastando-se aos poucos do lugar onde Gaara estava. Olhava para os lados procurando alguma árvore frutífera em meio aquelas outras tantas árvores enormes. Sabia que estava se afastando muito de Gaara, mas conformou-se com a idéia de que voltaria logo, antes que ele acordasse e desse por sua falta. Ao longe viu algumas maças, sorriu de leve e correu para pegá-las.


Agachou-se para escolher algumas que estavam mais maduras, e distraída, não percebeu o som de passos na grama úmida. Gaara ao longe corria cortando o vento, o mais rápido que podia procurando Ino pela floresta que nesse momento parecia um labirinto.


– Ino! – Gaara gritava enquanto olhava atentamente em volta. O coração batendo forte no peito, e a culpa começando a invadi-lo. Como poderia ter dormido? Deveria ficar protegendo-a! Sentiu o braço latejar, e olhou para ver o porquê daquilo. Sua blusa tinha um rasgo, e em sua pele havia um furo “Um dardo envenenado” – pensou na mesma hora. Grunhiu e continuou correndo sem se importar com o filete de sangue que escorria de seu braço.


Ino recolheu as frutas e colocou algumas nos bolsos segurando outras com a mão. Ao longe estava Hiruko, uma das principais marionetes de Sasori, aproximando-se sorrateiramente da loira. Ele não queria lutar com ela, apenas atingi-la com uma das armadilhas que ele guardava em sua tão amada marionete Hiruko. Sem dúvida, era sua marionete favorita... ele não queria usá-la para matar a Yamanaka. Oh, claro que não... mas, seria tão recompensador. Se ser bonzinho e contar-lhe a verdade não adiantava, ele não teria outra alternativa. Queria vê-la morta. Para poder pegar seu belo corpo, e depois de, com ele satisfazer seus desejos carnais, transformá-la em mais uma marionete de sua coleção.

Seu corpo tremeu ao pensar nessa mera suposição. Sasori gostava muito da idéia de usar o suntuoso corpo de Ino como uma de suas marionetes. Poder manipulá-la e usá-la como bem quisesse. Era um de seus anseios mais assíduos. Manipular. Ele gostava dessa palavra.


Gaara corria, o vento batendo em seu rosto com força e a respiração descompassada e pesada. Flexionou os joelhos e pulou lançando-se em um dos mais altos galhos de uma das árvores mais próximas. Olhou em volta, e ao longe, no extremo oeste pode ver a silhueta de Ino recolhendo algumas coisas avermelhadas do chão, das quais, pela distância ele não conseguiu definir o que eram. Ele tranqüilizou-se um pouco, ela estava bem. Olhou em volta mais uma vez, e sua calma foi para os ares quando viu uma das mais fortes marionetes de Sasori à apenas alguns metros de Ino. “Kusso!” - ele gritou com o sangue fervendo.


Gaara pulou e correu o mais rápido possível para o oeste, onde vira Ino. Ele gritava tentando alertá-la, chamando-a várias vezes pelo nome. De nada adiantava. Corria e corria, como se a morte estivesse atrás dele. Finalmente chegou, seus pés derraparam no chão de terra e seu coração falhou uma batida.


– Ino! Cuidado, atrás de você! – Gaara gritou e a Yamanaka assustada virou-se gritando ao ver a figura sinistra de Hiruko. Sasori arrancou o pano que cobria a boca de sua marionete, e Gaara preparou-se para lançar nele um "Saikyou Zettai – Shukaku no Houkou", porém, Sasori foi mais rápido e a boca da marionete se abriu lançando vários espinhos envenenados na direção de Ino.

– Maldito! – Gaara gritou, sendo varrido por uma intensa sensação de fracasso, e pânico. Não queria perder Ino... Não podia perdê-la.


Ela gritou assustada, o rosto já molhado pelas lágrimas. Sua ação automática foi colocar os braços na frente do ventre para tentar proteger seu filho.


Os espinhos vinham rapidamente em sua direção, ela se encolheu com medo, e quando os afiados espinhos estavam a centímetros dela, subitamente, um casulo de areia surgiu a envolvendo em uma enorme bola de areia que recebeu os espinhos no lugar dela. Ino estava a salvo lá dentro, só havia desmaiado devido ao choque de quase morrer.


Gaara e Sasori estavam atônitos. Principalmente Sasori, que não conseguia acreditar em como Gaara havia criado um “Suna no Muya” tão rápido. Já Gaara estava completamente confuso, ele não havia feito nada, então como aquele escudo havia surgido para protegê-la?


Gaara nem parou para pensar. Juntou a maior quantidade de chakra que pode, e ordenou em um momento súbito de fúria. – Suna Shigure!

A areia levitou ao seu redor para mascarar o verdadeiro ataque que viria a seguir. Com um rápido movimento de mãos, Gaara invocou o ninjutsu Suna Shuriken, e lançou várias shurikens na direção de Hiruko que desviou delas facilmente. Ele já estava fraco, e Gaara sabia bem disso.


Para finalizar sua obra, ele conjurou “Sajin Sougeki” e dois enormes pilastres surgiram. Um em baixo de Sasori, que o fez levantar, e outro em direção ao primeiro pilar. Com uma força colossal os dois pilares se chocaram esmagando Sasori de um modo formidável. Um sorriso jubiloso brincou nos lábios de Gaara enquanto ele imaginava que Sasori poderia estar morto ou no mínimo muito machucado, se aquilo não o tivesse matado, podia pelo menos, atrasá-lo. Ele correu até o casulo de areia onde Ino permanecia, e com um movimento de mãos fez uma grande fenda se abrir para ele então, poder tirar dali o corpo desacordado de Ino. Ele a pegou cuidadosamente nos braços caminhando lentamente para longe dali.


Seu rosto ainda estava molhado pelas lágrimas, os fios louros caindo-lhe sobre a face, e a expressão branda, contrastando com o medo que esparzia de seus intensos olhos, minutos atrás. Gaara respirou profundamente acariciando o rosto dela com carinho.

– Tudo vai ficar bem, Ino. Tudo vai ficar bem... – ele cochichou no ouvido dela, beijando-lhe levemente a testa. – Eu estou com você, meu amor.



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Notas finais do capítulo

Fiquei animada com as cenas que descrevi nesse capítulo e em um momento de tédio abri meus editores de imagem e resolvi fazer um pequeno banner para complementá-lo. Espero que não tenha ficado de todo ruim. RSRS. Infelizmente, Love and Hatred está chegando ao fim... eu também lastimo muito isso, mas, enfim, tenho que postar o tão temido último capítulo. Não sei quando irei fazer isso, (e nem como) mas será breve. Fico muito feliz com os reviews. Minhas leitoras(es) são divos *---* Obrigada mesmo. Espero ansiosamente a opinião de vocês sobre esse capítulo. Continuação dele no próximo ^^