O Amor Pode Dar Certo escrita por liz


Capítulo 39
Capítulo 23 - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem



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 Música do Capítulo: Nobody Knows

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– Sua vez de dizer alguma coisa interessante sobre você – Mike falou sorrindo enquanto caminhava em direção a uma das malas de Clara e pegava um sutian preto com caveiras que estava na frente.

– Mike, solta isso!! – Clara correu até o menino e pegou o sutian da mão dele, colocando todas as roupas que conseguia dentro da mala.

– Pronto, já sei que você tem um sutian preto com caveiras, o que mais?

– Vou te contar uma coisa que provavelmente você já sabe. – Clara falou abaixada enquanto terminava de fechar a mala.

– Huh?

– Eu. Te. Odeio. – Clara falou devagar, dando ênfase para cada palavra. Mike sorriu abertamente e a garota fez um bico, irritada por não conseguir deixá-lo irritado.

– Sabia eu adoro as suas mudanças de humor repentinas? – Mike sentou-se ao lado da garota , ambos encostados na parede. – Vamos, conte-me algo sobre você, afinal, não fui eu quem começou essa brincadeira.

Clara ficou em silêncio e Mike também resolveu não falar nada. Cinco minutos se passaram sem os dois trocarem uma palavra. Clara respirou fundo e fechou os olhos, Mike percebeu que ela estava para dizer uma coisa muito difícil.

– Há dois anos... Eu fui internada em uma clínica..

– Hum? – Mike a incentivou.

– Drogas... Maconha – Clara respirou fundo mais uma vez – Eu só comecei para chamar a atenção da minha mãe. No começo... No começo eu nem gostava, mas acabei viciando, e... Bem, eu consegui o que queria: chamei a atenção da minha mãe, mas foi somente para ela me mandar para essa clínica.

Mike apenas ficou calado e Clara abriu os olhos e passou a observar as expressões do garoto. Mas ele estava imparcial, não parecia surpreso e também não parecia julgá-la, apenas tentava entendê-la.

– Você não vai falar nada? – Clara perguntou com a voz um pouco rouca.

– Hum, eu tive um amigo imaginário, Briam, até os oito anos de idade – Mike fez uma cara de intelectual e Clara não agüentou e riu alto.

– Mike eu acabo de te dizer que eu era uma drogada... Drogada, entende? E você fica ai falando dos seus amigos imaginários

– Clara, todo mundo comete erros, já te falei isso. Você se arrependeu do que fez, por isso você não faz mais isso, apesar de as vezes parecer que sim.

– Hey!
– Além do mais, você é uma pessoa totalmente diferente agora.

– Mike, eu já fiz muita coisa da qual não me orgulho.

– Mas você se arrependeu!

– As vezes só me arrepender não basta. Mike, eu já me droguei, já armei para a minha melhor amiga, já pensei em me suicidar, já bati o carro da minha mãe de propósito...

– Isso eu também já fiz!

– O que?

– Eu também já bati o carro do meu pai de propósito. Na verdade não foi bem uma batida, eu joguei o carro dele em um lago. – Mike falou e Clara riu.

Os dois voltaram a ficar em silêncio.

– Sabe aquelas histórias de filmes e livros, que tem o casal que se ama e a vilã que faz de tudo para separá-los? – Clara perguntou e Mike apenas voltou a olha-la. – Bem, eu era a vilã.

– Karen era a minha melhor amiga desde que eu fora morar em Miami. Nós éramos inseparáveis. Todo domingo a tarde nos combinávamos de nos encontrar em um píer que havia lá, nos levávamos e passávamos horas tocando, até escurecer. Ela fazia parte da minha banda.

Clara se ajeitou no chão, desconfortavelmente, e Mike continuou a olhando curioso.

– Eu passei a gostar de um garoto, Henry. A Karen só sabia que eu gostava de alguém, mas não sabia quem era. Algumas semanas depois, nós nos apresentamos em uma festa e lá estava ele. A Karen e o Henry ficaram nessa festa e logo em seguida passaram a namorar. Foi simplesmente horrível para mim ver a minha melhor amiga namorar com o garoto que eu gostava. Não que isso justificasse as coisas que eu fiz... Mas...  – Clara não conseguiu completar a frase, seus olhos se encheram de lágrimas e ela apoio a cabeça entre os joelhos.

Mike se aproximou mais dela e a abraçou.

– Eu os separei... Eu deixei minha amiga infeliz e depois fugi! – Clara falava baixo, quase sussurrando.

 Mike mais uma vez consolou Clara, ele não a deixou de abraçar nenhum minuto, ficou fazendo carinho no cabelo dela até que o choro cessasse. Quase quarenta minutos depois, Clara já estava bem mais calma.

– Vamos sair desse chão? –Mike perguntou a ela, e a garota apenas confirmou, se levantando.

Os dois se sentaram no pequeno sofá de dois lugares que tinha no quarto de hotel. A televisão ainda estava ligada em um canal de música.

 

"Nobody knows but me

That I sometimes cry

If I could pretend that I'm asleep

When my tears start to fall

I peek out from behind these walls

I think nobody knows

Nobody knows no"

 

(Ninguém sabe

Ninguém sabe além de mim

Que às vezes eu choro

Se eu pudesse fingir que eu estou adormecida

Quando as minhas lágrimas começam a cair

Eu espio o que há por trás dessas paredes

Eu acho que ninguém sabe

Ninguém sabe não)

 

 

– Desculpa, Clara. Eu não devia ter perguntando.

– Não, Mike... Eu que peço desculpas, por tudo que eu te fiz, o que eu falei da última vez... -  Clara fechou os olhos. – Eu não queria ter falado aquilo, não é o que eu acho de você, você sabe.

Mike sorriu e apenas abraçou a garota, de lado.

– Desculpa também linda, por ter falado daquele jeito com você. E desculpa pela Vanessa.

– Mike, como você disse, você não tem que me dar satisfações.

– Errado, eu te devo todas as satisfações do mundo. – Mike falou acariciando a cintura de Clara, que estava com a cabeça apoiada no peito dele.

– Minha mãe te acha um gato – Clara confessou rindo.

– Todas as mães dizem isso – Mike falou convencido e recebeu um tapa de Clara no ombro. – E é isso que eu mereço? Depois de tudo eu mereço um tapa?? – Mike perguntou sério, mas depois começou a sorrir. Clara não respondeu, apenas voltou a se apoiar no ombro do garoto.

 

"Nobody likes

Nobody likes to lose their inner voice

The one I used to hear before my life

Made a choice

But I think nobody knows

No no

Nobody knows

No"

 

(Ninguém gosta

Ninguém gosta de perder a voz interior

A que eu costumava ouvir antes de minha vida

Fiz uma escolha

Mas eu acho que ninguém sabe

Não não

Ninguém sabe

Não)

 

– Clara?

– Huh?

– Se você não gosta de ficar sozinha em um hotel, porque não vai para a casa da Liz? – Mike perguntou.

– Não quero atrapalhar a vida de ninguém, já está na hora de aprender a me virar sozinha.

– E o seu pai? – Mike perguntou depois de um tempo

– Eu não quero falar sobre ele.

 

"Baby

Oh the secret's safe with me

There's nowhere else in the world that I could ever be

And baby don't it feel like I'm all alone

Who's gonna be there after the last angel has flown

And I've lost my way back home

I think nobody knows no

I said nobody knows

Nobody cares"

 

(Baby

Oh os segredos estão seguros comigo

Não há nenhum lugar do mundo que eu pudesse estar

E baby não sinta como se eu estivesse totalmente só

Quem vai estar lá depois que o último anjo voar

E eu me perdi do caminho de casa

Eu acho que ninguém sabe não

Eu disse ninguém sabe

Ninguém se preocupa)

 

– Por que você me contou tudo aquilo sobre a Karen? - Mike perguntou com a voz baixa, mas carregada de emoção.

Clara não respondeu de imediato, e um silêncio se instalou no local. Nem um dos dois falava nada, Clara por não saber o que dizer e Mike por esperar a resposta da garota.

– Porque eu confio em você - Clara falou com a voz rouca, depois de um tempo em silêncio. E um sorriso quase imperceptível surgiu no rosto de Mike.

 

"It's win or lose not how you play the game

And the road to darkness has a way

Of always knowing my name

But I think nobody knows

No no

Nobody knows no no no no"

 

(Isto é ganhar ou perder não como você joga o jogo

E a estrada para a escuridão tem um caminho

E sempre sabe meu nome

Mas eu acho que ninguém sabe

Não não

Ninguém sabe não não não não)

 

– Mike, me responde sinceramente uma pergunta.

– Sim, claro

– Você gosta da Vanessa? - Clara perguntou erguendo a cabeça para olhar nos olhos dele.

– Não. Eu já falei que foi tudo um mal entendido e depois eu havia ficado com raiva do que você tinha tido e... - Clara colocou o dedo na boca de Mike, impedindo-o de falar.

– É só o que eu preciso saber - Ela voltou a se encostar no peito do garoto, respirando aliviada.

 

"Baby

Oh the secret's safe with me

There's nowhere else in the world that I could ever be

And baby don't it feel like I'm all alone

Who's gonna be there after the last angel has flown

And I've lost my way back home

And oh no no no no

Nobody knows

No no no no no no"

 

(Baby

Oh os segredos estão seguros comigo

Não há nenhum lugar do mundo que eu pudesse estar

E baby não sinta como se eu estivesse totalmente só

Quem vai estar lá depois que o ultimo anjo voar

E eu me perdi do caminho de casa

E oh não não não não

Ninguém sabe

Não não não não não não)     

 

– Estou com sono - Clara falou passando a mão pelos olhos

– Porque você não dorme?

– Porque eu não quero que você se vá - Clara falou lutando contra os olhos pesados

– Não se preocupe, eu não vou te deixar. Só vou sair daqui quando você permitir. Vou ser seu prisioneiro - Mike falou acariciando os cabelos de Clara e a garota sorriu, fechando os olhos em seguida.

 

"Tomorrow I'll be there my friend

I'll wake up and start all over again

When everybody else is gone

No no no"

 

(Amanhã eu estarei lá meu amigo

Eu acordarei e começarei tudo de novo

Quando todo mundo tiver ido

Não não não)

 

 

Mike olhou Clara dormir no seu ombro, ela parecia tão calma, tão serena. Não parecia em nada com aquela garota louca que ela era, ou parecia ser. Quantos segredos ela ainda devia esconder? Assim, parecia que nada a preocupava, que ela não poderia sofrer, que estava segura. Não parecia aquela garota que aparentava ser forte, mas por dentro... Por dentro, era muito frágil. Mike não resistiu e abaixou a cabeça, dando um selinho em Clara. Depois, voltou a acariciá-la, não percebendo o pequeno sorriso nos lábios da garota.

 

"Nobody knows

Nobody knows the rhythem of my heart

The way I do when I'm lying in the dark

And the world is asleep

I think nobody knows

Nobody knows

Nobody knows but me

Me..."

 

(Ninguém sabe

Ninguém sabe o ritmo do meu coração

O que eu faço quando estou deitada na escuridão

E o mundo está adormecido

Eu acho que ninguém sabe

Ninguém sabe

Ninguém sabe além de mim

Além de mim)


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Notas finais do capítulo

Bom, gente, estou de volta com um dia de atraso. Mas pelo menos não demorei uma semana. Enfim, demorei mais porque resolvi ajeitar algumas coisas dessa fic, o português, por exemplo. Quem quiser dar uma olhadinha, o primeiro e o segundo capítulos já estão ok ;D
Beijos apra todos e não esqueçam de comentar, é muito importante para mim