O Amor Pode Dar Certo escrita por liz


Capítulo 19
Capítulo 12 - Parte 3


Notas iniciais do capítulo

A última parte da festa.
Um capítulo um pouquinho maior.



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 – Porém, nos três juntos somos melhor que um milhão!! – John falou convencido e Lizzie riu, mas não podia deixar de concordar.

Lizzie não teve tempo para responder, pois Mike entrou na varanda, chamando a atenção dos dois.

– John... Temos um probleminha.

– O que houve?

– É melhor você ir ver, a Clara... – Mike começou a dizer, mas foi interrompido pelo barulho de um vidro se quebrando no chão, depois ouviu-se gritos.

Lizzie e John se entreolharam e todos correram na direção do barulho. Chegando lá, Clara estava conversando, ou melhor dizendo, gritando com uma mulher. A mulher era alta, morena como Clara, olhos verdes, cabelos longos, bem vestida e muito maquiada. Aparentava ser mais uma adolescente que uma adulta. Clara gritava coisas quase incompreensíveis e chorava. As duas não estavam no salão principal, e sim em uma sala um pouco mais reservado, porém algumas pessoas assistiam a cena assustadas.

Assim que viu John, Clara olhou para o irmão, olhou para Lizzie e para Mike, olhou para a mulher à sua frente e não agüentou, saiu correndo e chorando. Lizzie olhou para John interrogativa. O garoto foi até a mulher, que parecia estar triste e decepcionada, porém não perdia a pose.

– Olá Courtney – John a cumprimentou, porém não foi muito simpático.

– John... Desculpe-me, eu não quis incomodar, eu só queria falar com a Clarinha, porém ela não parece muito querer falar comigo.

– É porque ela não quer. – Ele respondeu um pouco mais arrogante que o habitual. Mike e Lizzie olhavam a cena sem entender muita coisa.

– John... – Apesar da grosseria de John, a mulher pareceu não se importar.

– Courtney, é melhor você ir embora... Ela não vai querer falar com você, e você conhece mais do que ninguém como a Clara é.

– Eu tenho o direito de falar com ela! Ela é minha filha!! – Courtney quase gritou.

Aquilo foi mais um surpresa para Lizzie. A mulher que estava de frente para John e que poucos minutos atrás estava brigando com a Clara, era a mãe da Clara. A mãe que Clara brigava constantemente, que foi parar várias vezes no jornal, por suas atitudes infantis, por sempre sair com homens mais novos, por parecer mais um adolescente inconseqüente do que uma mãe respeitosa.

– O papai sabe que você está aqui? – John perguntou ignorando a resposta de Courtney.

– Ainda não falei com o Oliver...

– Courtney, se não quiser mais barracos, por favor, vá embora, outro dia você fala com a Clara, ela não está com cabeça para isso agora... – John falava calmamente, porém a mulher não queria muito escutar.

Isso já foi o suficiente para Lizzie, ela saiu do salão e foi atrás de Clara, a amiga estava sofrendo. Andou pela casa, mas não encontrou Clara em lugar nenhum. Resolveu, então, perguntar à um empregado.

– Er... Com licença, o senhor poderia me dizer se viu a Clara?

– A Senhorita Clara subiu aos seus aposentos. No andar de cima, quarta porta à direita, após o corredor. – O homem respondeu.

– Muito obrigada!

Enquanto Lizzie andava pela casa, seus pensamentos estavam em outro lugar. “Nossa, quanta coisa está acontecendo nessa festa, primeiro a ex-namorada de John, agora a mãe da Clara aparece. É Liz, bem vinda ao mundo dos ricos, famosos e poderosos”.

Lizzie após andar um pouco, finalmente encontrou o quarto que o empregado havia lhe dito.  A porta estava entreaberta, mas Lizzie achou melhor bater na porta antes de entrar.

– Clara? – Ela perguntou.

– Morri!!! – Clara respondeu.

– Sou eu, a Liz, posso entrar?

Clara não respondeu, então Lizzie aceitou o silêncio como uma resposta afirmativa e entrou no quarto. O quarto de Clara era grande, maior que o da própria Lizzie. As paredes eram pintadas de roxo, lilás e branco. Muitos pôsteres e fotos eram encontrados. E havia uma guitarra, junto com uma caixa de som, no canto do quarto. Além de uma estante enorme com vários CD’s, uma televisão de plasma, um dvd, e uma cama de casal, na qual Clara estava deitada.

– Clara... – Lizzie chamou e novamente ficou sem resposta. A garota então sentou-se na beirada da cama, e apenas ficou observando Clara – Se você não quiser falar, tudo bem...

Clara então levantou o rosto e se sentou.

– O que você está fazendo aqui? – A pergunta que normalmente teria um ar um pouco arrogante, soou normal e calmo.

– Eu vim ver como você estava – Lizzie respondeu, também calma.

– Porque?

– Porque você não estava bem, e eu me preocupo com você assim como você se preocupa comigo.  – Lizzie respondeu e Clara não soube o que falar.

– Eu a odeio. – Clara disse após alguns minutos de silêncio.

– Você não pode odiar sua mãe – Lizzie respondeu.

– Ela não é minha mãe, ela não age como minha mãe, ela não se importa comigo. Ela não me queria como filha, nunca quis – Falando isso, Clara voltou a chorar.

Aquela menina que aparentava ser tão forte, agora chorava feito uma criança. Todos têm seu ponto fraco, alguns gostam de escondê-lo, outros fazem questão de mostrá-lo. Lizzie percebeu, então, que a família era o ponto fraco de Clara, porém não era só o de Clara, parecia ser o de John também.

– Clara, apesar de tudo ela é sua mãe, ela te ama, eu tenho certeza disso.

– Não tenha tanta certeza – Clara falou direta.

– Se ela não te amasse o que ela estaria fazendo aqui agora? – Lizzie perguntou.

– Ela só quer aparecer... Só! Ela nunca se importou comigo, nunca foi à um show meu! Se duvidar ela não sabe nem que faculdade eu quero fazer nem quantos anos eu tenho! – Clara já estava quase gritando.

– Clara, não fale assim.

– Mas é verdade. Quando eu era menor, ela saia para as baladas e eu ficava em casa, com a babá, esperado ela voltar bêbada e quase sempre com um homem quase 15 anos mais novo do que ela. Ano passado, ela estava namorando com um cara da minha idade!!!! Entende isso? Ela quer se comportar como uma adolescente, acho que ela nunca saiu da adolescência dela. E o pior, nas festas, ela sempre competia com todo mundo para ver quem chamava mais atenção, competia até mesmo comigo. Lembro-me perfeitamente do meu aniversário de 12 anos, ela passou a festa toda bêbada, além de quase fazer um striptsease! – Clara já chorava.

– Clara... Eu sinto muito...

– Ela... Ela... Ela não queria ter me tido... Ela ia abortar...

– Não diga isso.

– Não fui eu quem disse,foi ela!! Há um mês... Ela estava bêbada, como de costume, então eu briguei com ela, falando para ela não beber tanto assim, a única coisa que ela respondeu foi que não era por esse motivo que ela não queria me ter... Ela ia abortar, mas o Oliver não deixou... Entende? Por isso eu considero o Oliver muito mais da minha família que a minha própria mãe! – Clara agora já chorava bastante. Lizzie a abraçou, tentando consolá-la.

– Eu a odeio... – Clara repetiu, mas dessa vez Lizzie não a repreendeu.

Alguns minutos depois, ouve-se uma batida na porta, John entra no quarto.

– Clara... Ela já foi... – John comentou calmamente, com uma voz doce.

– Obrigada, John – Clara se sentou novamente na cama, tentando enxugar algumas lágrimas.

– O papai a mandou ir embora... Mas ela disse que ainda voltava para te ver.

– Eu não quero vê-la – Clara falou com certeza na voz.

– Eu sei... A gente vai dar um jeito, ok? – John falou e Clara o abraçou.

Outra batida na porta é escutada, dessa vez quem entra é Mike.

– Finalmente encontrei vocês! John, seu pai está te chamando – Ele avisa.

John se levanta, olha para Lizzie, olha para Clara e por último olha para Mike, e depois sai do quarto da irmã.

– Clarinha, está melhor? – Mike pergunta.

– Já disse para você não me chamar de Clarinha, não gosto...

– É por que sua mãe te chama assim, não é? – Mike perguntou, dessa vez sério, sentando-se na cama. Clara não respondeu, abaixou a cabeça e pela primeira vez Lizzie viu Clara sentir vergonha de alguma coisa. Os três ficaram em silêncio por um bom tempo, até que Lizzie se levantou.

– Vou deixar você aqui com o Mike, vou atrás do John...

– Certo – Mike falou.

Lizzie saiu do quarto, deixando Mike e Clara sozinhos. Clara ainda tentava enxugar algumas lágrimas, porém cada vez que passava a mão no rosto borrava a maquiagem, fazendo Mike sorrir.

– Clara... Desculpa... – Ele falou sério.

– Pelo que? – A garota não entendeu.

– Pelas brincadeiras hoje, as vezes eu não sei quando parar e acabo machucando as pessoas... Desculpa.

– Não tem problemas, Mike, só te peço que não me chame de Clarinha.

– Certo, Clarinha, eu vou tentar – Mike brincou e Clara fingiu uma cara zangada, fazendo os dois rirem.

– Minha maquiagem deve estar toda borrada – Clara passou a mão pelos olhos.

– E está, você está parecendo um Urso Panda – Mike brincou, Clara se assustou e correu para o espelho.

– Ai!! Seu mentiroso!!!! – Clara pegou uma almofada e jogou nele, os dois riram.

– Você está linda, mesmo parecendo um Panda! – Mike ria da cara de revoltada que Clara fazia.

– Você é muito chato! – Clara o acusava sorrindo.

– Pelo menos o chato aqui te vez sorrir! – Mike falou e Clara voltou a ficar séria.

– Hey, hey! Não fica triste não, senão meu trabalho vai ser em vão! – Mike brincava até nas horas mais sérias. Ele se levantou e ficou perto de Clara, que estava perto do espelho.

– Obrigada... – Clara falou baixo.

– Pelo que? – Dessa vez quem perguntou foi Mike.

– Por estar aqui... Por tentar me alegrar, por se importar comigo, mesmo sem entender nada do que está acontecendo...

– É, né? Ninguém me conta dos babados! – Mike fez uma voz meio gay e Clara riu alto. – Clara, só de ver você sorrindo já vale a pena – Clara sorriu fraco – Então, vai ajeitar essa maquiagem, ajeitar o cabelo, que hoje a festa é nossa!! – Mike gritou com a voz gay de novo, fazendo Clara quase chorar de tanto rir.

– Mike, você me dá medo!

 

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Lizzie andou um pouco pela festa, até que finalmente encontrou John. Ele escutava a conversa de seu pai com um homem e parecia realmente entediado. Lizzie andou até ele, e quando John a olhou sorriu involuntariamente.

– Com licença – Ele pediu e saiu do grupo, voltando-se para Lizzie – Cadê a Clara?

– Ela está com o Mike... Está melhorando. Pelo que eu percebi do Mike, eles provavelmente vão estar rindo de alguma besteira que ele falou. Está gostando da festa? – Lizzie perguntou.

– Sinceramente, não... É horrível ter que ficar cumprimentando mil e uma pessoas e fingir que se interessa por negócios.

– John! Venha aqui, filho! – Oliver chamou o filho, e John revirou os olhos.

– Não falei

– Bem, eu vou andar por aí... – Lizzie falou já saindo.

– Nada disso, agora você vem comigo. – John a puxou pelo pulso, rodando-a, e a conduziu até onde o seu pai o chamava.

– Diga, pai. – John falou ainda segurando na mão de Lizzie, nenhum dos dois percebia tal ato.

– John, esse daqui é Lewis Bailey, meu sócio. – Oliver apresentou John a um homem alto, de cabelos grisalhos, usava óculos e tinha uma pequena barba. John cumprimentou o homem, que foi extremamente simpático.

Só então Oliver percebeu a presença de Lizzie ao lado de John e a cumprimentou.

– Olá Lizzie, como está seu pai? Ele não veio?

– Er... Não, senhor, ele e a mamãe preferiram ficar em casa. Porém, eles vêm me pegar.

– Pois quando eles vieram peça para eles entrarem, quero falar com o Richard, certo? – Oliver falou e Lizzie confirmou com a cabeça.

– Vocês dois são namorados? – O simpático homem, Lewis, perguntou, olhando para as mãos de John e Lizzie, que estavam entrelaçadas.

Lizzie corou violentamente e soltou a mão de John. O garoto, ao contrário, riu e negou.

– Que pena, formam um casal tão lindo. – O homem comentou, Lizzie ficou  vermelha, John sorriu e Oliver pareceu não gostar muito.

Algumas horas depois, finalmente a festa já estava perto de acabar, após o pai de Lizzie, Richard conversar um pouco com Oliver, eles vão embora. Lizzie se despede de todos e entra no carro.

– Gostou filha? – A mãe de Lizzie perguntou.

– Hum... Digamos que sim... Foi uma noite cheia de surpresas.

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

Espero que estajam gostando da fic. Uma amiga minha me deu uma idéia que eu, particulamente, achei ótima. A cada capítulo, eu escrevo aqui, nas notas finais, algumas características, histórias e curiosidades de alguns personagens. As vezes a autora( no caso eu ;D), tem em sua mente os personagens tão bem definidos que pensa que os leitores também têm.
Bom, dêem sua opinião se querem ou não, afinal, só vou escrever se quiserem.
Beijos