O Amor Pode Dar Certo escrita por liz
No outro dia, na escola, era a segunda aula: biologia. Lizzie tentava se concentrar mas não era uma coisa fácil, já que não era uma de suas matérias preferidas. John não havia chegado, o que fez Lizzie pensar que o garoto faltara a aula.
– Lizzie, o que é o Princípio de Hardy-Weinberg? - O professor perguntou. Lizzie não respondeu, ficou pensando e quando ia falar que não sabia, alguém aparece na porta.
– Com licença professor. – Lizzie imediatamente reconheceu aquela voz. John! O Garoto estava na porta, com a mochila nas costas, o cabelo meio desarrumado e sorrindo marotamente, Lizzie podia ver os olhos meio esverdeados do menino brilhando. Lizzie ao vê-lo não pode deixar de sorrir também, mesmo que involuntariamente.
– Pode entrar, mas espero que tenha uma justificativa. – O professor falou sério.
– Sim, eu tenho. – John foi na direção do professor e lhe entregou um papel, o professor leu o papel seriamente e mandou John se sentar ao lado de Lizzie.
– Onde você estava? – Lizzie perguntou curiosa.
– Bom dia para você também – O garoto falou sorrindo.
– Os dois querem conversar lá fora ou vão me deixar continuar a aula? – O professor perguntou para John e Lizzie.
– Desculpe professor. – John e Lizzie responderam juntos.
Depois de mais uma aula, finalmente o sinal do intervalo tocou, e todos saíram da sala. Lizzie guardava seu material enquanto John a esperava do lado de fora da sala, a garota se dirigiu até a porta.
– Oi. – John falou sorrindo.
– Oi. – Lizzie respondeu e os dois caminharam calados até a cantina. Lizzie pegou algo para comer enquanto John só a observava. Os dois se sentaram em uma mesa, um pouco mais afastada de todos.
– Então... Vai me contar aonde esteve ou vai continuar com todo esse mistério? – Lizzie perguntou e depois deu uma mordida em sua maçã, esperando a resposta de John.
– Meu pai passou mal hoje de manhã e eu tive que acompanha-lo até o hospital. – John falou.
– Ah. Desculpe-me... Mas, porque você estava sorrindo assim que chegou na sala? – Lizzie perguntou se lembrando da cena.
– Porque eu te vi. – O garoto respondeu fazendo Lizzie corar violentamente – Você não parecia muito interessada na aula, mas continuava linda...
– Err.. Eu não gosto muito de biologia. – Essa era a única coisa que Lizzie conseguiu falar.
– Percebi, sua cara era de desespero. – John falou rindo.
– Então era por isso que você estava rindo, não? – Lizzie perguntou com tom brincalhão. John não respondeu, apenas sorriu maliciosamente.
– E seu pai? Já está melhor? – Lizzie perguntou preocupada.
– Sim. Foi só uma queda de pressão. O que eu perdi das primeiras aulas?
– Nada... Pensei que você fosse faltar.
– Por isso estava tão triste, não é? – John perguntou em tom de brincadeira. – Não se preocupe, não vou te abandonar...
– Deixa de ser tão convencido!! – Lizzie falou dando pequenos socos no braço de John, que apenas ria.
O silêncio reinou por alguns segundos, Lizzie aproveitou para continuar a comer. Um menino, que Lizzie reconhecera ser do terceiro ano, se aproximou da mesa e começou a conversar com John.
– Oi John.
– Mike! – John falou apertando a mão do menino.
– E ai? Vai para a festa amanhã à noite? – O garoto perguntou sem ligar para a presença de Lizzie.
– Não sei, acho que não... Você vai?
– Sim. Vai ser legal. Vamos?
– Vou ver.
– Então, ate mais. – Mike falou saindo da mesa e piscando o olho para Lizzie, que apenas ignorou.
– Muito educado esse seu amigo. – Lizzie falou sarcasticamente.
– Você vai para a festa? – John perguntou.
– Não fui convidada. – Lizzie falou olhando para a própria comida.
– Então eu estou te convidando.
– Er... Não gosto muito de festas, prefiro ficar em casa.
John não respondeu nada, apenas ficou olhando para Lizzie e depois de alguns minutos o garoto fala:
– Eu também não vou...
– Por que? – Lizzie ergueu a cabeça.
– Porque eu não quero ir sozinho...
– Mas... – Lizzie foi interrompida com a chegada de Catherine e de uma outra menina que Lizzie não conhecia.
– Oi John. – Catherine falou sorrindo.
– Oi. – O garoto disse sem muita vontade.
– Vai pra festa amanhã?
– Não sei.
– Te espero lá. – Catherine falou saindo e dando um sorriso.
– Pronto. Você não vai mais sozinho... – Lizzie falou se levantando.
– Eu quis dizer que eu não vou porque você também não vai. – John falou também se levantando e deixando Lizzie vermelha com seu comentário.
– Você quer andar mais devagar? – John perguntou já que Lizzie estava praticamente correndo. Lizzie olhou para trás e desacelerou.
– Er... Liz... Eu queria falar com você.
– Pode falar.
– É que minha meia-irmã vai chegar hoje de Miami, você quer ir comigo pegá-la no aeroporto?
– Não sabia que você tinha uma irmã – Lizzie falou parecendo surpresa.
– Filha do meu pai com a primeira esposa. Ela é apenas um ano mais velha que eu. Se você não quiser ir tudo bem.
– Claro que eu quero. Vou adorar conhecê-la.
– Ótimo, as duas e meia te pego na sua casa, ok?
– Certo. Qual o nome dela? – Lizzie perguntou curiosa.
– Clara.
Lizzie apenas sorriu.
– Sabe, eu mal a conheço, mas parece que ela brigou com a mãe....
– Hum... – Lizzie estava extremamente interessada.
– Da última vez que a vi, nos tínhamos 15 anos, ela havia pintado o cabelo de roxo. Meu pai ficou extremamente irritado. – John falou seguindo Lizzie e os dois pararam em um banco e se sentaram.
– Seu pai parece bastante conservador.
– Ele se importa muito com que as outras pessoas acham dele ou o que elas vão falar. Isso me irrita, principalmente quando eu quero fazer alguma coisa e ele me fala: “ O que eles irão falar da gente se você fizer isso?”. Minha irmã também é como eu, não ligamos pro que os outros pensam. – John falava enquanto Lizzie prestava bastante atenção.
– Deve ser difícil.
– Sabe, você é a primeira pessoa que eu falo isso. – John comentou fazendo Lizzie corar. – Então, é a sua vez de me contar uma coisa que você nunca contou pra ninguém.
Lizzie riu, mas concordou.
– Hum... Deixe-me pensar. Meu pai nunca se deu muito bem com a minha avó materna, e ela morava com a gente, então os dois discutiam muito. Eu odiava ver eles dois brigando, então eu sempre me escondia dentro do guarda-roupa, até que os dois parassem. E eu ficava lá, sozinha, mergulhada em meus pensamentos. – Lizzie falou olhando para os próprios pés. – Meus pais depois ficavam me procurando e só depois de muito tempo é que eu saia do guarda-roupa.
– Autista desde cedo, hein?? – John falou e os dois riram.
– Assim não vale, eu te conto uma coisa minha e você ri.
– Mas você também riu. – John acusou Lizzie e fez a garota rir ainda mais.
Era a primeira vez que Lizzie expunha seus sentimentos assim, nunca havia contado isso para ninguém. As coisas definitivamente estavam começando a mudar.
Continua...
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Desculpem a demora.
beijos.