O Amor Pode Dar Certo escrita por liz


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

*Reeditado: 08/10/2009



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"Enquanto não superarmos
a ânsia do amor sem limites,
não podemos crescer
emocionalmente.

Enquanto não atravessarmos
a dor de nossa própria solidão,
continuaremos
a nos buscar em outras metades.
Para viver a dois, antes, é
necessário ser um."

(Fernando Pessoa)

Capítulo 1

O despertador. Sempre o despertador.
Porque o despertador tinha que tocar tão alto?

Lizzie teve vontade de jogar a droga do despertador pela janela, mas, ao invés disso, apenas resmungou alguma coisa e acabou com o barulho dando um tapa no pequeno relógio que ficava ao lado de sua cama.

A garota se levantou da cama com um pouco de dificuldade, arrastou-se até o banheiro e lá tomou um banho e fez sua higiene pessoal.  Resolveu comer apenas uma maça, já que não estava com muita fome.
A escola de Lizzie era uma das escolas de maior reputação do Estado, a maioria dos alunos era de classe média ou alta, podia-se dizer que era um colégio de elite. A casa de Lizzie era relativamente perto do colégio, de modo que, às vezes, ela ia andando, como fez naquele dia. No caminho encontrou sua antiga melhor amiga, Catherine, que agora era somente uma colega, quase uma desconhecida.

– Bom dia – Lizzie falou sem o menor interesse.

Catherine respondeu e as duas continuaram andando, falando pouco e somente o necessário.

Ao chegarem à escola, as duas se separaram. Catherine foi falar com suas amigas, as populares da escola. Foi exatamente por esse motivo que a amizade entre Lizzie e Catherine havia acabado. Para Lizzie, não era problema que Catherine encontrasse novas amigas e nem que essas amigas fossem populares. Porém, a garota começou a agir de modo estranho, não falava mais com Lizzie e a humilhava.

Catherine já não era a mesma garota que Lizzie conhecerá há exatamente três anos:

 

Olá, meu nome é Lizzie, você é nova na escola não é?

– Sim...

– Será que eu poderia me sentar com você?

– Claro – Os olhos de Catherine brilharam, era a primeira pessoa que ia falar com ela.”

 

Lizzie continuou seu caminho, foi direto para a biblioteca, tinha que devolver uns livros que havia pegado.

Bom dia Sra. McGould – A garota cumprimentou a bibliotecária.

– Bom dia Lizzie, veio devolver os livros??

– Sim. – Lizzie falou enquanto abria a mochila e tirava alguns livros.

– Gostou??

– Adorei “Crime e Castigo”

– Sabia que você ia gostar.  Chegaram mais livros clássicos – A Sr. McGould falou enquanto apontava para uma estante no final da biblioteca

– Não sei... As aulas vão começar, não vai ser fácil para mim. Mas, talvez no próximo mês eu pegue.

– Bom, você que sabe.

Nesse momento um garoto chega perto da Sra. McGould e pergunta:

– Com licença Senhora, poderia me dizer se aqui tem o livro: “Os Miseráveis”?

A Sra. McGould abriu a boca para responder, mas Lizzie foi mais rápida.

– Na última estante, terceira prateleira de cima para baixo.

Tanto o menino quanto a Sra. McGould ficam olhando para ela, surpresos. A bibliotecária apenas dá um pequeno sorriso.

– Obri... Obrigado – O garoto responde.

– Disponha – Lizzie fala voltando-se para a Sra. McGould.

– Lizzie, querida,você devia aproveitar mais a sua vida em vez de só ficar lendo, lendo. Saia com suas amigas, assista um filme, curta a vida.

– Eu já não tenho amiga – Lizzie deixou os livros que estava na mão em cima do balcão e saiu da biblioteca um pouco ressentida.

“E daí que eu só gosto de livros? E daí que eu não saio de casa? E daí que não tenho amigas? Quem se importa??”Lizzie escuta o sinal tocando e anda um pouco mais rápido para chegar à sala.

Ela entra em sua sala e vê que o professor ainda não chegou e suspira aliviada.

Vai atrás de sua cadeira, ela sempre se sentava naquela cadeira, na frente e no canto. Ninguém gostava de se sentar lá, já que sempre era um alvo fácil para os professores e não dava para conversar. Para Lizzie, isso pouco importava. Porém, ao olhar para sua cadeira ela viu que alguém tinha se sentado lá.

– Com licença, mas essa cadeira é... é minha – Lizzie falou tentando ser a mais educada possível.

– As cadeiras aqui têm dono? – O garoto perguntou com um certo tom de sarcasmo.

– Não – Lizzie respondeu um pouco relutante,

– Então, essa daqui tem seu nome?

– Não...

– Então ela não é sua. – Ele respondeu com um tom óbvio. Lizzie olhava perplexa para o garoto. Nem ela podia acreditar que existia pessoa mais bruta que ela.

– Ainda tem várias cadeiras para você se sentar.

– Esquece.

Lizzie sentou-se em uma cadeira duas fileiras atrás, ainda observando o menino-ladrão-de-cadeiras.

O professor de matemática, um homem baixinho e meio careca, entra na sala e cumprimenta alguns alunos, em seguida entra o coordenador que também faz a mesma coisa.

– Quero desejar a todos um ótimo ano! Também quero apresentar-lhes o novo aluno, John Spencer. – O coordenador aponta para o garoto que Lizzie havia acabado de ‘conversar’. O garoto apenas dá um sorriso simpático para a turma.

 “De onde eu ouvi esse sobrenome, Spencer.... Spencer” Os pensamentos de Lizzie são interrompidos com o professor de matemática dando as boas vindas para todos e perguntando como foi as férias.

“A primeira aula tinha que ser matemática, logo matemática”

– Para o primeiro dia de aula, vamos fazer uma atividade em grupo – o professor falava animadamente.

Matemática e uma atividade em grupo, melhor impossível”.

 



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