Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são meus, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.

O CASAMENTO

Chiisana Hana

Capítulo XVIII

Seiya deixa a Mansão Kido. Sente-se triste, porém aliviado por achar que fez a coisa certa. Saori se tranca no escritório e chora. Acaba por adormecer na poltrona. Acorda somente no dia seguinte, meio desnorteada, quando Tatsumi abre a porta à força.

(Tatsumi, nervoso) Srta. Saori, procurei-a por toda a casa! Pensei que a Srta. tivesse saído com o estrupício, quer dizer, com o Seiya, mas quando liguei para ele soube que a senhorita tinha ficado aqui no escritório desde ontem. Pensei que estivesse morta!

(Saori, esfregando os olhos) É... passei a noite aqui... que horas são, Tatsumi?

(Tatsumi) São dez horas da manhã, senhorita.

(Saori) Mande servir meu café. Estarei na mesa em alguns minutos.

(Tatsumi) Sim, senhorita.

(Saori, pensando) Calma, garota. Não foi nada. Você já passou por coisa pior. Não foi nada...

Já devidamente sentada à mesa, Saori come sem pensar em nada até que um telefonema interrompe seu café.

(Empregada) Srta. Kido, Sr. Julian Solo ao telefone.

(Saori, surpresa) Julian? O que será que ele quer?

(Tatsumi, murmurando) Boa coisa não deve ser.

(Saori, olhando reprovadoramente para o mordomo) Tatsumi! (pensando) Que estranho. Parece que o Julian adivinhou que eu e Seiya terminamos. (para a empregada) Me dê o telefone. Bom dia, Julian. Você é a última pessoa de quem eu esperava receber um telefonema agora. O que houve?

(Julian) Saudades, Srta. Kido. Apenas saudades.

(Saori) Ora, não brinque comigo.

(Julian) Eu não estou brincando. Li num jornal que haverá uma festa de reinauguração do Coliseu GRAAD daqui a alguns dias e como a senhorita não me convidou, resolvi convidar-me por conta própria. Sei que isso não é absolutamente de bom tom, mas é uma oportunidade única de revê-la.

(Saori) Tenho uma proposta. Que tal ser meu par na festa? Estou sem companhia..

(Julian) Essa é a melhor notícia que recebi nos últimos anos! Será uma honra acompanhá-la.

(Saori) Então considere-se convidado. Se desejar, pode se hospedar na minha mansão. Isso aqui é tão grande que às vezes me sinto perdida.

(Julian) Eu vou sim. Jamais recusaria um convite seu.

(Saori) Está bem. Até breve.

(Julian) Até breve, Srta. Kido.

(Saori, após desligar o telefone) E não é que eu acho que ele adivinha mesmo? Ai, ai... Vai ser bom ter uma companhia diferente na festa.

(Tatsumi) Srta. Saori, não se lembra do que ele fez?

(Saori, sorrindo e saindo da mesa) São águas passadas.

(Tatsumi) Não vai terminar de comer?

(Saori) Perdi a fome. Traga a correspondência.

(Tatsumi) Aqui está, senhorita.

(Saori, ainda pensando em Julian) Que chato. Não tem nada interessante nessas cartas... ei! Essa aqui é Shiryu! (abrindo) É o convite para o casamento dele! Uau! Ouviu isso, Tatsumi? Shiryu vai casar! Ótima notícia! Torci tanto para aqueles dois ficarem juntos!

(Tatsumi) Ouvi sim. (pensando) Acho que estou ficando velho. Peguei aquele moleque no colo quando ele chegou ao orfanato ainda bebê, agora ele já vai casar e eu não me casei...

(Saori) Você vai para a festa comigo.

(Tatsumi) Eu?

(Saori) É. Shiryu convidou você. Ah, vou ter que escolher mais vestidos! (pensando) Bastou arrumar um amigo rico e bonito para me acompanhar à festa e receber a boa notícia do casamento de Shiryu para amenizar minha dor. Ótimo! (gritando) Tatsumiiiiiiii! Mande preparar um carro! Eu vou ao shopping!

Seiya também recebe a carta de Shiryu...

(Seiya, com o envelope nas mãos) O demente do Shiryu vai casar mesmo! Que é isso?

Junto ao convite, há um bilhete. Seiya o lê em voz alta.

“Eu não disse a você que me casaria com Shunrei ainda este ano? Eis a prova em suas mãos, nos casaremos no dia quatro de outubro, meu aniversário, caso você não lembre.

Não interprete isso como ‘maldição’, mas não sei por que tenho a impressão de que seu relacionamento com Saori vai de mal a pior, já que da última vez que nos falamos você só reclamou. Esteja minha intuição certa ou não, lembre-se que tudo na vida tem uma razão de ser. Quando sorteamos os locais de treinamento, a China não saiu para mim por acaso. Da mesma forma, a Grécia não deve ter sido sorteada por você por acaso. Alguma razão profunda fez com que tirássemos aqueles papéis. A minha eu sei qual é. Você já descobriu a sua?

Fique em paz.

Abraços do seu meio-irmão

Shiryu

P.S.: Shunrei está aqui ao meu lado e também manda abraços para você e para Seika.”

As palavras de Shiryu não saem da cabeça de Seiya. O bilhete parecia uma espécie de premonição...

(Seiya, consigo) Ai, nunca mais chamo o Shiryu de demente. Eu, hein? Que coisa. Vou lá no cafofo do Shun ver se ele também já recebeu o convite.

--C--H--I--I--

Ikki chega em casa e confere a correspondência.

(Ikki) Putz! Shiryu vai casar! Eu odeio admitir, mas tenho uma saudade desses meus meios-irmãos... Shiryu, Hyoga... até das bobagens que o Seiya fala eu sinto falta quando ele passa muito tempo sem vir aqui... (campainha toca. Ikki abre a porta) Seiya! Estava pensando em você.

(Seiya) Em mim? Que deu em você.

(Ikki) Nada. Entra aí.

(Seiya, mostrando o envelope) Vocês já receberam?

(Ikki) Acabou de chegar. Iremos a Rozan, ... Seiya, senta aí. Comi um negócio que não me fez bem.

(Seiya) Vai lá.

Minutos depois, Shun chega em casa...

(Shun) Ikkiiiiiiiiiiiiiiiiiii! Ikkiiiiiiiiiiiiiiiiiii!! (ao ver Seiya sentado no sofá) Seiya!? Cadê o Ikki? O que você está fazendo aqui?

(Seiya) O Ikki está no banheiro. Parece que comeu alguma coisa estragada. E eu vim saber se vocês já tinham recebido isso aqui... (mostrando o convite)

(Shun) O que é isso? Deixa eu ver!

(Seiya) É o convite para o casamento de Shiryu!

(Shun) Você está brincando?

(Seiya) Não estou não! Olha aí.

(Shun, gritando) Gente! É verdade!! Nós vamos, né?

(Seiya) Vai todo mundo. Vai ter avião da fundação pra levar a gente. Nós quatro vamos ser os padrinhos. Eu e Seika, Ikki e Pandora, Hyoga e Eiri, você e... Saori... eu acho...

(Shun) Por que eu e Saori e não você e Saori? Você não é o namorado dela?

(Seiya) Ia ser eu e Saori mesmo. Está no outro papelzinho do convite. Mas como nós terminamos o namoro ontem, acho melhor mudar isso. Na hora não vai fazer diferença.

(Shun) Espera aí. Deixa eu me sentar. É muita novidade de uma só vez para uma pessoa sensível como eu... como assim vocês terminaram? Pareciam tão bem.

(Seiya) Parecíamos? Bom, nós conversamos e achamos melhor terminar antes que perdêssemos até nossa amizade. Acho que não tínhamos mais certeza do que sentíamos um pelo outro.

(Shun) Que coisa, eu sempre achei que vocês ficariam juntos para sempre.

(Seiya) Aconteceu uma coisa, sabe? Além disso, namorar Saori às vezes era um pouco chatinho. Ela é bonita demais, certinha demais, deusa demais. Preciso de uma mulher normal.

(Shun) E que coisa foi essa que lhe fez perceber que o lance com Saori não era o que você queria?

(Seiya) Uma carta... vinda da Grécia...

(Shun, irônico) Ah, sei...

(Seiya) E você, quando é que vai arrumar uma namorada?

(Shun) Eu? Sou muito novo para pensar nessas coisas.

(Seiya) Deixa disso!

(Shun) Quero ver o convite do casamento direito. Vai ser lá em Rozan mesmo? Finalmente vamos conhecer Rozan. Deve ser tão interessante! Shiryu sempre fala muito bem de lá. Olha como eles estão lindos nas fotos!

(Seiya) Não muda de assunto! Quando é que você vai desencalhar? Quando vai deixar de ser novo demais pra isso? Quando vai deixar de ser BV?

(Shun) Bê-o-quê?

(Seiya) BV. Boca virgem.

(Shun) Não se lembra que sua irmã me roubou um beijo?

(Seiya) Ah, sim, mas esse não conta. Quando é que você vai beijar de verdade?

(Shun) Aff... Ikkiiiiiiiii! Você morreu aí no banheiro, foi?

(Ikki, gritando) Vai procurar o que fazer e me deixa em paz, meu! Que saco!

(Seiya) Shun, não foge! Estou te perguntando uma coisa!

(Shun) O que era mesmo?

(Seiya) Ah, desisto. O que é que vai ter para o almoço?

(Shun) Ainda não sei. Vou preparar qualquer coisa.

(Seiya) Posso ficar?

(Shun) Se ficar calado, pode.

--C--H--I--I--

Rozan.

Dias atrás.

(Shiryu) Então, vamos repassar a lista das coisas para o casamento.

(Shunrei) Certo. Já compramos toda a parte de decoração, as toalhas das mesas, já fiz a prova do meu vestido, você já provou sua roupa. A roupa de cama da noite de núpcias também já está comprada...

(Shiryu, rindo) Alguém ficou muito vermelha...

(Shunrei, abraçando Shiryu) Você sabe que eu ainda fico vermelha quando falamos nesse assunto...

(Shiryu) Eu sei. (acariciando-lhe os cabelos e rindo) Você está da cor dos convites...

(Shunrei) Shiryu, os convites! Temos que mandá-los logo se não pode não dar tempo! Vamos abrir o pacote para endereçarmos.

(Shiryu) Certo. E amanhã desço para enviá-los.

(Shunrei, abrindo o pacote de convites) Ah, ficaram tão lindos! Vermelho e dourado, com o ideograma da felicidade e nossas fotos noivos em trajes típicos! Exatamente como manda a tradição chinesa! Não ficamos lindos nas fotos?

(Shiryu, repentinamente triste) Sim. Ficamos.

(Shunrei) O que foi? Não gostou?

(Shiryu) Não é isso! Estão lindos. É que deu saudade do Mestre.

(Shunrei) Ah, é só isso? Que bobagem! Logo, logo ele vai receber o convite!

(Shiryu) É verdade... bom, vamos endereçar, então?

(Shunrei) Sim!

(Shiryu) Eu vou escrever um bilhete para o Seiya.

(Shunrei) Seiya?

(Shiryu) É. Não lembra que ele disse que enjoaríamos um do outro e que não haveria casamento?

(Shunrei) Ah, sim. Mas ele pode dizer o que quiser, eu nunca vou me enjoar de você. Nunca, nunca, nunca. Você é minha vida. O que seria de mim sem você?

(Shiryu) Ah, minha florzinha. Sou eu que todos os dias me pergunto o que seria de mim sem você. Eu te amo tanto.

Continua...