Fale Agora, ou Cale-se para Sempre. escrita por Bia11mil


Capítulo 1
1. Não Posso Desistir


Notas iniciais do capítulo

Espero muito que gostem!



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Os olhos negros se viam através daquele espelho de bordas prateadas. Seu terno preto da cor de seus cabelos brilhantes e sedosos misturava elegância e beleza deixando-o ainda mais tentador. Mas nada disso importava para ele mesmo, estaria muito melhor com roupas esfarrapadas se não tivesse que passar por aquele momento.

Ele a teve por anos sem nunca perceber que a amava. Ele a via todo dia, sentia seu perfuma doce, um cheiro delicado de laranja, no entanto nunca teve a coragem de dizer-lhe o que sentia aquele sentimento confuso que ele guardava bem fundo no coração, onde ninguém, a não ser ela, conseguiria penetrar.

Quem pensaria que ele, Roy Mustang, futuro fuhrer e conhecido como o maior pegador (e galinha) da central, estaria sofrendo por amor? “Estou provando do meu própria remédio” Pensava ele solitário.

Já estava arrumado em frente ao espelho para ir ao casamento de Riza, a mulher por quem foi, é e sempre seria eternamente apaixonado. Ele saia com muitas garotas para não admitir a si mesmo que a amava, mas de uns tempos pra cá até mesmo isso havia perdido a graça.

Lembrou-se com pesar de quando “ele” tinha vindo pega-la no trabalho. “Um ‘tipinho’ qualquer”, pensava Roy que não sabia o que a sua amada havia visto naquele ruivo sem sal, “Sou muito mais eu” continuava Roy.

Mesmo triste ele não iria se atrasar para o casamento, os últimos momentos de Riza solteira. Iria doer, mas ele iria a cerimônia e a apoiaria com um sorriso no rosto fingindo estar bem e a apoiando como ela sempre o apoiou. Tinha certeza de que ela não o amava.

Talvez nada tivesse acontecido se ele soubesse quantas bobagens pensava.

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Enquanto isso Riza já se encontrava pronta naquele lindo vestido branco. O vestido não tinha aquelas longas caudas como nos de novela, Riza não suportaria aquilo, na verdade, era belo na sua simplicidade. Cobrindo as pernas dela com seu tecido branco era um pouco justo deixando a silhueta da loira visível sobre os panos, o busto tinha alguns detalhes em prata que chamavam a atenção e suas alças também estavam cobertas com o prateado deixavam seu pescoço a mostra onde carregava um fino cordão de prata, também, com um pingente singelo. Não muito grande nem muito pequeno, apenas delicado na sua formosura. O pingente era um R prateado com pedras vermelhas, rubis. Todos achavam que o R era de Riza, e era isso que ela falava para todos, mas quem imaginaria que era, também, a letra inicial do nome de seu amor?

Não, o nome do marido de Riza não começava com R. Na verdade, seu nome era Ving. Riza sentia imenso carinho e ternura por ele, mas não o amava, nem nunca o amou. Ela não podia controlar seu coração que palpitava desesperado por um idiota que nunca a notaria, por Roy Mustang, seu chefe. Porém ela podia controlar suas ações e como uma mulher forte e decidida não deixaria sua vida acabar por um amor não-correspondido, se ele não a queria, tudo bem, ela acharia outro que a amasse.

Pensar naquilo doía, mas ela era forte, ou tinha que ser forte... Ela estava confusa: “Porque eu tenho que ser forte?”. A vontade de se entregar a fraqueza e desistir daquilo tudo para se entregar numa paixão louca e não-correspondida era grande, mas ela não podia ceder e veio a resposta em sua cabeça: “Eu tenho que ser forte, porque não sei ser fraca. Não sei ser frágil e não sei ser impulsiva. Não sei largar a lógica e o certo por uma aventura sem sentido, foi assim até agora e não vai ser por ele que eu vou mudar”.

Bateram na porta era Scieszka.

-Já está pronta Riz?

-Hã...A ta...Claro. – Murmura Riza sendo despertada dos seus pensamentos. – Estou pronta. Falta quanto tempo?

-Só dez minutos. Mas você não devia se atrasar?

Scieszka entra fechando a porta atrás de si e vai até a sacada onde Riza estava com o queixo apoiado na palma das mãos observando o luar.

-Pode até ser, mas eu não gosto de me atrasar. No máximo uns cinco minutinhos. – Riza faz uma careta de quem não concorda com a tradição.

Scieszka ri, mas não é acompanhada pela amiga que continua com o olhar meio perdido, vagando pelo luar.

-O que foi? É o seu casamento, vamos ânimo!

-Claro. – Riza força um sorriso o que não passa despercebido.

-Você não o ama, não é? Ainda gosta do Mustang, né?

-Eu? Não, claro que não. Eu amo meu noivo e nem penso mais nele. – Riza se apressa a dizer agitada.

“Droga” pensou Riza, a simples menção daquele nome a fez mudar de comportamento, Scieszka perceberia.

-Eu sei que você está mentindo.

-É, percebi. – Riza diz e cira o rosto maquiado para o outro lado.

-Você não vai conseguir esquecê-lo se casando.

-Claro que vou. Com sorte ele nem mesmo virá hoje.

-Acho que não. – E Scieszka aponta para o carro negro que estava estacionado de onde saia um homem alto e forte, elegante e sarado, com um sorriso que deixava qualquer mulher louca e com os olhos negros, mas que continham um brilho comparável somente com o brilho do luar daquela noite.

Vendo aquele homem que a enlouquecia e matava por dentro Riza sai da sacada e volta para dentro do quarto de hotel. O hotel ficava ao lado da igreja para que ela não se atrasasse (ela odiava se atrasar) e como era no primeiro andar era possível ver todos os convidados que chegavam.

-Eu não posso desistir agora, Sci. O que eu falaria para o Ving?

-Que você errou. Riza, você não pode ser feliz casada com outro homem, que não seja o Mustang. Você pode até tentar, mas no final a relação nunca vai ser de amor, talvez agora no início tenha essa paixão por parte dele e carinho pelo seu lado, entretanto sem amor isso cairá numa amizade, só isso.

-E o que você quer que eu faça? Fique esperando ele a vida inteira? Deixe de ser feliz por ele?- Desabafou Rixa gritando com a amiga.

-Não quero que você o espere, mas que você se declare, fale com ele abertamente. Dê uma chance a ele.

-Claro uma chance ao homem mais galinha de toda a central. Super lógico o que você fala, está também entre os meus planos entrar no livro dos recordes como a mulher mais chifrada. Tenha paciência, né Sci?

-A vida é sua, você que deve vivê-la. Mas não acho a sua decisão muito inteligente para uma mulher como você.

Falando isso Scieszka saiu andando para fora. Iria esperá-la na igreja com os demais convidados. O motorista que eles haviam contratado já estava lá fora para levá-la, logo começaria o casamento.

Dentro do quarto Riza tinha um ataque de nervos que nunca tivera antes. “Claro como se fosse fácil desistir de tudo e falar com o amor da minha vida. Ela fala, mas também nunca se declarou para o Fuery... E olha que ele está sempre babando por ela...” Riza quis tomar alguma coisa que a acalmasse, odiava chá, mas nunca rejeitaria um bom chocolate quente. Mas se tomasse alguma coisa o seu batom sairia ”Droga, odeio maquiagem por causa disso, não posso fazer várias coisas pra não borrar. Eu concordo que realça o rosto e tudo o mais, só que as vezes ela realmente atrapalha.”

Já que não poderia beber um chocolate quente e nada a acalmaria sentou na cama com a colcha vermelha como o sangue e olhou o relógio. Havia se atrasado três minutos, já estava bom de atraso. Ela desceu e entrou no carro alugado para levá-la a igreja.

O casamento iria começar.


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Notas finais do capítulo

Se alguém leu (tomara que isso tenha acontecido) por favor deixe um reviwe, mesmo se for pra falar que está muito ruim aceito reviwes.



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