PDV Bella

- Olha só quem lembrou que tem casa. – disse meu pai assim que eu entrei em casa segunda-feira depois da aula.

Tinha varias coisas estranhas nessa cena, primeiro: meu pai falando comigo, eu nem lembrava mais como era a voz do meu pai. Segundo: ele estar em casa. Terceiro: sua voz era amistosa e, por que não, divertida.

- Onde você estava? - perguntou ele ainda calmo.

- Na casa da Rose. – disse desconfiada. Não é como se ele soubesse quem é Rose.

Ele apenas assentiu e voltou sua atenção para a TV. Foi nesse momento que minha mãe surgiu pela escada com um sorriso enorme. Ela foi até meu pai e o beijou nos lábios, ele sorriu pra ela e ela veio até mim e me abraçou.

- Ta tudo bem por aqui? – perguntei chocada, o que tinha acontecido neste final de semana?

- Tudo sim e como foi o seu fim de semana? – ela me perguntou e me fez contar todos os detalhes sobre os Cullen, principalmente sobre Esme, seu jeito de se vestir sua aparência e essas coisas. – Não se esqueça do jantar.

- Que jantar? – ainda estava cedo pra jantar.

- O jantar que eu disse que iria fazer quando os Cullen chegarem, você vive na casa dos Hale! Temos que conhecê-los.

- Ah sim você disse. – ela disse? Nem me lembrava mais. – Eu vou avisar. – o pior é eu já ter avisado e avisar de novo.

Subi para o meu quarto tomei um banho e fiquei na minha cama com meu notebook. Edward estava on-line, mas eu não tinha coragem de falar com ele, não tinha coragem nem de ficar disponível. Na verdade eu não tinha era o que falar com ele. Então fiquei ali escondida até que ele saiu. Minha única alternativa foi sair também, jantar e dormir.

E foi o que eu fiz, ou melhor, o que eu tentei fazer. Após o jantar minha mãe apareceu no meu quarto.

- O que está acontecendo Bella? Você não é de ficar trancada no quarto, aconteceu alguma coisa?

- Ah mãe – decidi me abrir com ela – é o Edward. Ele... ele... mexe comigo, não consigo parar de pensar nele.

- Este garoto não é mais novo que você?

- É! Mais eu não me importo. Ele não parece um garotinho, e nem age como um.

- A idade não importa mesmo. – disse com uma cara pensativa e eu fiquei feliz que pelo menos ela concordasse comigo. Então ela continuou: - Já deu pra ele?

- MÃE! – gritei constrangida. – Pelo amor de Deus! Você só pensa nisso é?

- Querida não adianta se enganar, as coisas com os homens só dão certo assim.

Percebi agora que minha mãe não era boa em conselhos e sem sobra de duvidas, não era uma boa influencia.

- Mãe eu nem fiquei com ele ainda. E do jeito que as coisas andam nem sei se isso vai acontecer um dia. – Contei toda a historia pra ela pois precisava desabafar.

- Você não já fugiu com ele uma vez? Pra ensiná-lo a dirigir? Então, foge com ele de novo, vá para um lugar sem movimento e pronto. Lá você dá pra ele. – disse como se isso explicasse e resolvesse tudo.

- Ai mãe. Tenha dó! – eu disse escondendo meu rosto no travesseiro.

- Ai eu só tava tentando ajudar. – ela disse saindo do quarto.

Eu ri quando estava sozinha, pra minha mãe as coisas eram tão simples e sempre tão fáceis de serem resolvidas, e claro sempre com sexo e sedução no meio. Quando eu menos esperava ela entrou e se sentou novamente.

- Mas já que você prefere ser menos radical... Você tem que seduzi-lo, seja agradável e seja tudo o que ele quer e espera de uma mulher. Faça-o se apaixonar por você. Não vai ser difícil, você é linda e atraente, e ainda é mais velha que ele, homens gostam dessas coisas. Quando ele estiver na suas mãos vai fazer tudo o que você quiser e não vai ter mãe ou irmãzinha chata que separe vocês dois.

Ela sorriu e eu sorri de volta. Era isso que eu tinha que fazer, eu só não sabia como. E eu não queria por Edward contra a família dele, eu só queria colocá-lo do meu lado.

- Foi isso que você fez com Charlie por acaso? – perguntei para descobri o que havia de errado que eles estavam bem e todos agindo como uma família.

- Sim. – ele sorriu bandida e maléfica. – Afinal pelo que você diz todos tem uma família perfeita e não quero que fiquem falando da gente por ai.

 Eu ri. Ninguém muda completamente de uma hora pra outra, minha mãe ainda se importava demais com as aparências.

- Não ri não Bella. Você acha que eu me casei pra ser assim? Não mesmo. Seu pai era o homem mais doce e cavalheiro que eu já tinha visto em toda minha vida. Mais com o passar dos anos as coisas foram esfriando. As responsabilidades do casamento, da paternidade e do trabalho ocupavam tempo demais pra sobrar tempo pra nós dois. Nós fomos fracos e não lutamos. Não quero viver assim pra sempre e não quero que você tome isso como um exemplo e isso aconteça com você também.

Fiquei algum tempo em choque, eu não sabia o que falar e nem sabia que minha mãe se sentia assim. Fui para perto dela e a abracei.

- Vai dar tudo certo mãe. Vamos ser felizes de novo. Nós três juntos.

- Eu sei que sim. Você é uma filha maravilhosa e merece uma família perfeita.

Ela beijou minha testa e saiu. E pela primeira vez em muito tempo eu sentir a chamado amor de mãe. Não importava todos os meus defeitos, ela me achava perfeita de qualquer forma. E não estava em busca de uma felicidade só para ela. Ela queria que eu fosse feliz também.

Mais novamente ela voltou me fazendo rir.

- Ah Bella, já ia me esquecendo: tome cuidado com essa Esme, sogras podem ser perigosas, essa sua então... ta gritando perigo!

E dessa vez foi embora e não voltou.

O Bom é que ela disse que Esme era minha sogra né, e isso era uma coisa que me parecia tão distante e talvez até impossível.

Dormi bolando um plano para fugir com Edward amanhã, eu não tinha uma desculpa ou um motivo para sair com ele, eu esperava apenas que ele aceitasse.

O dia amanheceu e eu me levantei para ir à escola. Eu apenas ia chamar Edward para ir a algum lugar e rezava para que ele aceitasse.

Cheguei a escola e estavam todos me esperando. Somos em direção aos prédios e Emmett foi o primeiro a se separar, sua aula seria em um prédio diferente do nosso.

Rosalie ia contando as fofocas mais recentes para Alice e devia ser algo engraçado já que as duas não paravam de rir.

Como por uma obra de um destino maravilhoso eu e Edward fomos os únicos que seguiram, todos já estavam em suas salas, tomando coragem parei antes de chegar perto de nossas salas. Edward parou e me olhou, abriu a boca como se fosse falar algo mais eu fui mais rápida:

- Você quer sair? – meu rosto estava absurdamente quente.

- Sair? – ele perguntou meio confuso.

- É! Tipo, eu, sei lá, não to muito afim de assistir aula. – obvio que eu tinha que agir como uma idiota, bem a minha cara. – Agente podia sair por ai, quem sabe dirigir um pouco. – sorri de leve.

- Seria ótimo. – ele deu o sorriso mais lindo do mundo. – Então vamos logo. – ele disse e pegou minha mãe saindo apressadamente de lá.

ELE PEGOU MINHA MÃO! Eu já estava vendo a hora de ter um infarto, segurei firmemente sua mão resistindo o impulso de levá-la ao peito e agarrar-me a ela como se fosse vital, e nessa hora realmente parecia.

Entramos no meu carro tentando não parecer fugitivos já que algumas meninas que davam em cima do Edward, que por sinal eu odiava, estavam por perto nos olhando com um olhar de puro ódio.

Às vezes dava vontade de chorar e fazer Edward prometer que nunca iria olhar pra elas e muito menos pensar nelas. Eu já não sabia o que fazer para controlar o ciúmes, eu já estava vendo a hora que iria voar no pescoço de alguma dessas vadias por ficaram olhando o que é meu. Ok, não era meu, mais isso não vinha ao caso. O problema era que elas podiam dar em cima dele descaradamente, sem medo de nada, por que por mais que Alice ameaçasse, ela não iria fazer nada, mais se fosse eu ela iria dar um jeito de me afastar dele, e isso eu não iria agüentar.

Eu reclamava de barriga cheia, pelo menos Edward não dava bola pra nenhuma delas, não que eu tenha visto, e era isso que me matava, a incerteza. Antes que eu surtasse dei a partida e dirigi pra nenhum lugar premeditado.

- Você quer ir pra onde? – eu perguntei.

- Não sei, para onde você quer ir? – ele me devolveu a pergunta.

- Podíamos ir pro mesmo lugar daquele dia. O que acha? – ele sorriu e assentiu.

(...)

- Não Bella! Assim é muito difícil. – disse emburrado, ele realmente não deviria fazer isso, a vontade continua de beijá-lo que eu sentia aumentava quase insuportavelmente com aquele biquinho.

- Mais você tem que fazer. – eu disse arrumando as pedras simulando uma vaga de estacionamento.

Quando entramos no carro meu corpo arrepiou-se com os pensamentos que tive, e então os arrepios viraram um tremor que não passou despercebido por Edward.

- O que aconteceu? – perguntou preocupado. – Está com frio? Quer meu casaco?

- Não, ta tudo bem, obrigada. – apesar de sentir seu cheiro ser ótimo não iria me ajudar em nada agora.

As cenas no meu sonho voltaram com força total e eu me imaginei fazendo amor com ele dentro do carro. Aqui e agora. Meus pensamentos foram longe demais e eu precisava urgentemente me controlar. Enquanto eu explicava pra ele o que fazer eu comecei a ficar com muita raiva. Se Edward já beijou outras meninas antes por que ele não me beija?

Tenho certeza que sou bem melhor que qualquer menininha que ele já ficou.

Por um segundo fiquei paralisada com tal pensamento. Já fazia muito tempo que não tinha um pensamento tão mesquinho e egoísta assim. Não sabia se ficava feliz por não pensar mais assim, ou se ficava triste pela regressão.

Fui tirada de meus pensamentos quando o carro deu um solavanco, e então percebi que Edward tinha passado por cima de uma pedra. Ele me olhou com uma carinha hilária que não teve como não rir, estava assustado e provavelmente com medo de que eu brigasse.

- Não ri não que a culpa sua! – me acusou.

- Minha? – tentei parar de rir e fazer uma cara de ultraje.

- É sua sim. Eu to te chamado e você parece estar no mundo da lua. – eu acho que minha cara não foi das melhores pelo modo que ele me olhou. – Você ta com algum problema Bella? – ele perguntou delicadamente segurando minhas mãos.

- Não, não é nada. – e sabendo que isso não tinha convencido continuei: - Mais mesmo assim obrigada por se preocupar. – dei um sorriso fraco.

- Quero que você saiba que você pode me contar tudo, que se você precisar de alguém pra conversar eu vou estar aqui.

Acho que esta claro que eu quase morri agora. Num movimento inconsciente eu aproximei meu rosto do dele lentamente. Edward não se mexeu e eu não sabia se isso era uma aceitação ou se ele estava chocado demais para se afastar.

Eu já sentia sua respiração em meu rosto, seu hálito delicioso tocando meu rosto com a delicadeza de uma caricia.

Foi então que meu cérebro voltou a trabalhar corretamente.  O QUE EU ESTAVA FAZENDO? Eu iria beijá-lo? Assim do nada?

Então a coragem foi embora e eu dei um beijinho em seu rosto. Agradeci rapidamente por sua gentileza e comecei a explicar como estacionar rapidamente e sem deixar tempo para que ele falasse alguma coisa sobre o ocorrido, só diminui o ritmo quando ele disse que não estava conseguindo entender comigo falando tão rápido.

A amanhã passou e já tinha passado da hora do almoço, decidimos ir almoçar num lugar bem bacana que tinha na cidade. Lá nos poderíamos almoçar e depois jogar fliperama. Eu percebi que Edward fazia de tudo para deixar o ambiente mais agradável, fazia piadinhas e comentários aleatórios.

Eu decidi esquecer os problemas e curtir com ele os últimos momentos que tínhamos. O almoço transcorreu bem e eu consegui ser uma boa companhia apesar de ter passado o tempo todo pensando se deveria dizer pra ele o que sinto. Mais e se ele achasse absurdo? Que nos conhecemos a pouco tempo para eu nutrir tais sentimentos? E se achasse que eu era velha demais pra ela? Novamente a idade era um problema.

Eu ainda continuava achando que o meu amor não era errado, eu só queria fazer ele e as outras pessoas enxergarem isso.

- Acredita que um menino da escola me chamou para fazer um teste para o time? – ele disse muito animado, seus olhos brilhavam e seu sorriso era contagiante.

- Mas isso é maravilhoso. – eu disse sorrindo também animada, ele assentiu mais logo depois o seu sorriso sumiu. – O que foi?

- É Claro que Alice não vai deixa. Vai dizer que é perigoso e blábláblá. – Eu tinha acabado de descobrir que nunca iria conseguir ver Edward triste e não fazer nada.

- Eu dou um jeito ta bom? – disse tão próxima a ele que o abraço foi quase automático.

- Mesmo?

- Mesmo!

- Promete?

- Prometo!

- Com mindinho e tudo? – disse erguendo o dedo mindinho pra mim. Não aquentei e cai na gargalhada segurando se dedo. – Olha que promessa com o mindinho é a coisa mais seria que existe. – ele disse tentando parecer serio, ri mais ainda.

- Pode deixar, vou cumprir minha promessa. Quando é o teste?

- No domingo. – domingo me lembrou o jantar de sábado.

- Você vai no jantar na minha casa no sábado? – perguntei esperançosa.

- Claro. – disse sorrindo daquele jeito que me fazia perder o fôlego.

- Ótimo, agora vamos que daqui a pouco a aula acaba, e nós temos que ter uma desculpa por não aparecer em momento algum. Sua sorte é que não tem aula com nenhum deles, eu tinha uma aula com a Alice hoje. – disse tentando imaginar o que iria dizer a ela.

- Droga eu não tinha pensado nisso. – ele disse aparentemente pensando em uma desculpa.

(...)

Estávamos em frente a escola esperando o pessoal e até agora eu não tinha achado uma desculpa. Vi Alice saindo do prédio principal e assim que nos viu quase correu em nossa direção e seu olhar não era nada bom. Eu estava tão preocupada com ela que só percebi que os outros estavam com ela quando pararam a nossa frente.

Houve um silencio terrível e logo Alice começou:

- Aonde é que vocês estavam? – dava pra ver de longe que ela estava com raiva.

- Um colega meu levou um jogo e nós ficamos lá na sala jogando, por isso não apareci no almoço. – disse Edward com segurança.

- E você Bella? Também não apareceu na aula.

- Ah, eu tava... – senti minhas bochechas corarem de nervoso. Então Alice deu um sorrisinho.

- Ou eu devia perguntar com quem você estava? – dizendo isso deu um gritinho e começou a cantarolar apenas o ritmo daquela velha musica que dizia assim: Ta namorando, Ta namorando! Sim eu mereço.

- Ai Alice. – corei mais ainda. – Sabe como é né. – eu disse esperando que isso adiantasse.

- Uhhhhhh, e vocês estão namorando? Estão ficando há muito tempo? – nem tive coragem de olhar para Edward, mas percebi que ele deu um risinho.

- Não coloque a Bella em uma sai justa Alice. – e apesar de rose ter me salvado o seu rosto dizia que ela gostava de tudo isso menos do que Alice. Sim eu estava ferrada.

- Ta bom, mas vai ter que me contar tudo depois Bellinha. – eu dei a ela meu sorriso mais amarelo e a ouvi dizendo para Edward em um tom de voz um pouco mais baixo: - Não suma assim outra vez. Sabe que eu fico preocupada. – fiquei espantada em como essas duas frases foram ao mesmo tempo tão carinhosas e tão possessivas.

Então uma idéia me ocorreu: será que Alice tinha aquele tipo de doença em que você se apaixona pelo próprio irmão? Era absurdo, mais Alice era absurda então eu não sabia o que pensar.

(...)

Finalmente o sábado chegara. Eu não dormi nos Hale de ontem pra hoje e isso significava que não via Edward a mais tempo do que era saudável. Eu já tinha pensado numa mentira para poder levá-lo ao teste do jogo, agora era só rezar para Alice cair nessa.

Terminei de me arrumar e olhei no espelho gostando do resultado. Será que Edward gostaria também? Eu usava um vestido preto soltinho, uma sandália de salto bege e alguns acessórios, um make básico, a boca estava vermelha e nos olhos apenas mascara de cílios.

Pouco tempo depois eles chegaram. É obvio que os meus olhos foram atraídos para Edward que estava especialmente lindo hoje. Alice e Rose vieram me cumprimentar e logo eu fui cumprimentar seus pais. O engraçado era que nossas mães estavam de vestidos justos e se mediam dos pés a cabeça, como se fosse uma competição ao algo do tipo.

Tudo que eu pensava foi esquecido quando Edward se aproximou e me deu um beijo na bochecha.

- Oi. – ele sussurrou sorrindo. Era pra me matar que ele fazia esse tipo de coisa.

Foi difícil me concentrar em outra coisa sem ser Edward durante o jantar. E algo que eu não esperava aconteceu, nossas mães estavam se dando super bem e conversavam como se fossem amigas de longa data. Aparentemente a pequena disputa que ocorreu na hora que eles chegaram não passou de besteira delas.

Depois do jantar enquanto estávamos na sala começaram a discutir o que faríamos nas próximas férias.

- Nós podemos ir a praia. – disse Emmett animado. – Quero ir para a Califórnia. – ele sorria igual uma criança em noite de natal.

- Affs eu mereço mesmo. – Alice reclamou. – Emmett me explica como agente vai fazer para ir para a praia no inverno? - perguntou impaciente.

- Ah mais eu queria ir pra praia. – disse decepcionado.

- É verão no hemisfério sul. – eu disse e todos olharam para mim. – Assim dá para ir a praia.

- Ebaaa – Emmett começou a gritar como o retardado que era.

- Nós temos um apartamento em Sidney. – disse minha mãe. – Vocês podiam ir pra lá.

A comemoração foi geral até que Alice parou e disse:

- O apartamento é grande para caber nós cinco. – eu gelei.

- Nós somos seis Alice. – disse com a voz falha.

- Mais o Edward não vai! Não esta na idade de viajar pro outro lado do mundo sem os pais.

Eu nunca odiei tanto Alice como nesse momento. Levantei disfarçadamente por que se ficasse lá mais um segundo ia quebrar a cara de Alice. Até que Carlisle interviu.

- Nada disso Alice. Não vai deixar seu irmão para trás. Se ele não for você também não vai.

- Mas pai... – ela tentou mais foi interrompida.

- Nada de pai. Edward vai e pronto.

Suspirei de alivio, acho que não tão baixo como pensei já que Edward olhou pra mim e sorriu, sorri de volta. Não tinha a menor chance de eu viajar se Edward não fosse.

- Mais vocês só vão depois do natal. – estabeleceu Esme e todos os pais concordaram.

- Ahh mas ai vamos ficar pouco tempo por lá. – reclamou Emmett.

- Acho que não tem problema perder uma semana de aula. – disse Lillian olhando para os meus pais, os pais de Edward e para o próprio marido como se esperasse aprovação. – Só uma semana, já são duas semanas lá e ta de bom tamanho! – outra regra.

Comemoramos o resto da noite.

- Essa viajem vai ser demais. – disse Alice quando estávamos apenas eu e Rose próximas a ela.

- É Alice mais vê se não vai trancar Edward no apartamento. – disse Rose parecendo distraída.

- Ah Rose, mais ninguém merece ter que tomar conta dele o tempo todo. – sai de perto antes que me irritasse mais.

Alice tinha algum problema mental, eu tinha certeza.

Vi que Edward tinha ido lá pra fora e fui atrás, coloquei um casaco que estava perto da porta e sai para o gelo da noite. Ele estava lá sentado próximo ao jardim, me sentei ao lado dele recebendo um sorriso em troca. Eu amava quando ele sorria pra mim. Um simples sorriso era capaz de me fazer esquecer todos os problemas e dificuldades.

Queria pedir que me abraçasse, que dissesse que tudo ia dar certo, mas invés disse apenas disse:

- Você podia dizer para Alice que esta com dificuldade em alguma matéria e que eu vou te ajudar a estudar. – olhei dentro de seus olhos verdes que nessa luz mais pareciam azuis. – Sabe, pro teste do time. – algum tempo se passou e ele não disse nada, apenas ficou olhando em meus olhos, sinceramente eu não sabia quanto iria agüentar até beijá-lo nem que fosse a força.

- Química. – sim, nós dois tínhamos muita química, isso era inegável. – Alice é péssima em química e não vai fazer objeção.

Demorei algum tempo pra me tocar que ele dizia química, a matéria química. Suspirando de decepção respondi.

- Eu pego você depois do almoço então. – queria pegar em outro sentido, mas ta difícil, por que né...

- Você podia almoçar com agente e depois saímos. – fiquei meio na duvida se conseguiria me comportar devidamente apenas com sua família lá. – Diz que sim, vai? – perguntou com os olhos brilhando e um sorriso infantil nos lábios.

- Claro. – disse sorrindo como uma boba. O que eu não fazia por ele? Ainda mais pedindo desse jeito.

- O que vocês estão fazendo? – Alice era com certeza a pessoa mais desconfiada do mundo.

- Só conversando e você? – disse Edward normalmente. E ela não respondeu.

- Conversando sobre o que? Aqui nesse frio? – perguntou ainda desconfiada parando em nosso frente.

- Bella vai me ajudar com os estudos, estou tendo dificuldades. – disse ele com a voz doce, tão doce que foi difícil não me perder. Argh eu era uma boba apaixonada, altamente melosa.

- Você sabe que pode pedir ajuda pra mim. – lá estava a Alice carinhosa de novo, essas mudanças dela estavam começando a me assustar de verdade.

- Mais é química Alice... – e antes que ele pudesse acabar ela disse.

- Ah então esquece, vai com a Bella mesmo. – dei um sorrisinho quase maligno no escuro. – Mas você não tinha dificuldade em química antes. – por que ela precisava tornar tudo tão mais difícil?

- Eu não estava no ensino médio antes Alice. – ele disse e ela pareceu aceitar.

Logo a hora de irem embora chegou, Edward disse aos seus pais que eu iria almoçar com eles e depois ajudá-lo com os “estudos”. Me despedi de todo como sempre deixando Edward por ultimo, ele me abraçou apertado colando todo seu corpo ao meu e eu quase gemi vergonhosamente. Eu sabia que sua voz jamais sairia da minha cabeça no momento em que ele disse com uma voz sexy no meu ouvido:

- Estou ansioso por amanhã. – e deu um beijo na minha orelha.

Esse Edward iria ser minha morte. E é claro que isso tudo não passou despercebido pela minha mãe que me observava enquanto estava petrificada no meio do hall. Quando a olhei ela me lanchou um sorriso que poderia ser nomeado como o sorriso mais safado do mundo.