Point Of View (ponto de Vista) escrita por Suzy Leal


Capítulo 2
Tarefas a Fazer...


Notas iniciais do capítulo

Pessoal leiam e comentem..bjs



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O baile infelizmente se foi... e essa é uma das coisas na qual eu não quero lembrar. Mas acho que aqui não vai ser tão ruim. Essa casa é muito grande, capaz de ficar perdida aqui.

O Michael disse que aqui se tem alguma tarefas para fazer, apesar de todos os empregados ele disse que são contratados mais para cuidar dos animais. Então me deu algumas tarefas para principio de conversa.

Claro que eu nem posso reivindicar, já que vou ter que morar aqui até completar meus dezoito anos.

Lista de à fazeres:

1-Pegar ovos no galinheiro;

2-Limpar as baias;

3-Alimentar os cavalos e dar sal para o gado; (não sei nem como começar a fazer isso)

4-Escovar os cavalos usados no dia após dar o banho.

Acho que o Michael se esqueceu que eu acabei de chegar por aqui. Não tenho costumes com fazendas.

-Como quer que eu faça alguma coisa... eu nem sei aonde fica a baia e quais os cavalos usados no dia. –disse a Michael.

-Edward irá te ajudar. –ele disse calmamente.

-E quem é Edward? –perguntei.

-Seu primo.

-Primo?

-Oh... ele é filho do meu irmão... que sofreu um acidente juntamente com sua esposa, desde então o Edward mora aqui conosco.

Uau!!! Que história... coitado do garoto, deve ser o maior revoltado com a vida...

-Nossa... –foi meu único comentário.

-Ele foi a Wigam comprar ração para os cavalos. Assim que ele voltar, ele irá ajudá-la. Enquanto isso você pode ajudar a Jasmine com os à fazeres da casa.

Ele realmente quer me ver trabalhando.

-Isso se você já tiver acabado de arrumar as suas coisas.

-Sim, eu arrumei tudo ontem a noite.

-Não estou querendo ser mandão com você, é apenas que aqui na fazenda todos temos à fazeres. Entende?

Não, não entendo... eu nem sei mexer com essas coisas e olha só... eu vou ter que fazer coisas antes vistas apenas nos filmes.

-Claro.

-Bom... estou indo para o curral, soube que algumas vacas estavam com alguns ferimentos.

-Tudo bem.

Me direcionei para a cozinha, onde sabia que encontraria com a Jasmine. Ela era uma mulher jovem, parecia alguns anos mais nova que meu pai. Assim que entrei ela estava acabando de preparar algumas panquecas para o pequeno Tobey.

-Oi. –disse assim que me viu na cozinha.

-Oi. –disse sem graça.

-Aceita panquecas?

-A mamãe faz as melhores panquecas do mundo. –disse o Tobey com a boca cheia. Ele era um menino muito fofo, e aquela carinha de esperto dele.

-Também não é isso tudo Tobey. –disse ela sem graça.-sente-se.

-Tudo bem. –logo ela veio me servindo.

-Acho que em algum lugar ali no armário tem geléia de amora, se você quiser.

-E eu mamãe?

-Tobey, você tem alergia a amoras. Bella, pode pegar para mim a geléia de morango?

-Sim. –ao abrir o armário tomei um baita susto, nunca tinha visto um tão cheio... eles tinham bastante mantimentos por aqui.

-Você não vai querer a geléia de amora? –ela me perguntou.

-Ahn... prefiro a de morango também.

-Tudo bem. –então ela voltou para a pia, como se fosse lavar a louça ou fazer qualquer outra coisa. –de onde você é mesmo?

-Source.

-Source. Legal, eu já visitei aquela cidade. É realmente um lugar muito agradável para se viver.

-É. –concordei, enquanto comia. –e como você conheceu o Michael?

-Foi em uma dessas visitas dele a alguns congressos e encontros de fazendeiros.

-Pelo jeito, você também gosta bastante dos animais.

-Na verdade, passei a gostar depois que vim para cá. Os animais são fascinantes. Mas eu fui naquele congresso apenas por curiosidade. Afinal eu sou formada em direito, não era a minha praia.

-Uau!

-Ele nunca havia me dito que tinha uma filha. -comentou.

-Bom... acho que ele nunca soube que tinha uma filha. Acho que minha mãe teve que ir embora antes mesmo de saber que estava grávida de mim.

-A vida aqui é diferente da que você tinha no Source, mas tenho certeza que vai gostar daqui. Foi assim comigo.

Rimos juntas. Jasmine estava querendo se aproximar de mim, e pelo jeito tudo estava dando certo.

-Bom... eu vou levar o Tobey para a escolinha. Você quer vir? Assim conhece Wigam.

-Ahn... é que o Michael me deu uma lista de à fazeres, então....

-Oh, mas já? Pensei que ele iria esperar um pouco.

-É... –fiquei super sem graça. –ele disse que o Edward me ajudaria.

-Oh sim. Ele foi comprar a ração. Mas já deve estar chegando. –ela sorriu. –Tobey, já está na hora de irmos.

-Já mamãe?

-Sim meu querido, vamos? –ele saiu correndo para a sala. –deve ter ido pegar a mochila. Não vou demorar muito. Se precisar de alguma coisa é só me chamar, tudo bem?

-Ok. –respondi.

Assim que acabei com o meu café da manhã, lavei as louças e fui procurar o Edward. Apesar de não fazer a menor idéia de quem seja.

Tentando explorar a fazenda, encontrei onde ficavam os cavalos, eram incríveis e muito bonitos. E cada cavalo tem a sua baia, com direito a nome e tudo.... uau!!!

Acho que estava distraída admirando os cavalos, uma égua em especial, era diferente... sabe quando você apenas com um olhar se encanta com algo? Mas a baia estava sem placa, não dizia seu nome ou sua raça. Então segui, não deixei de notar o comportamento dela, ela estava mais agitada que os outros, senti medo já que não tenho costumes com cavalos e não sei o que ela queria. Afastei andando de costas, ainda virada observando os movimentos dela, não vi que alguém estava atrás de mim e quando vi já estava no chão.

-Au. –disse um rapaz.

-Oh, me desculpa. –assim que tentei me levantar. –eu não vi você.

-Ahn.. tudo bem. –logo depois se levantou.

-Sério mesmo, me desculpa, eu não quis...

-Hei, tudo bem. Eu já disse. –ele parou por um instante. –você é nova por aqui, certo? Nunca te vi antes.

-Ahn... certo, eu não sou daqui.

-E o que faz aqui?

-Eu vim morar com o Michael

-Morar com ele?

-Sim, era isso ou ir para o abrigo de menores... então essa foi talvez a melhor escolha.

-Oh... você deve ser Bella. Ele falou que você viria.

-Falou?

-Sim, prazer Edward Cullen. –ele estendeu a mão.

-Igualmente. –retribuindo. –o Michael falou algo sobre você me ajudar.

-E com o que seria?

-Uma lista de à fazeres aqui na fazenda. –mostrei a ele.

-Ok. –ele deu uma olhada –eu preciso acabar de descarregar a caminhonete. Assim que terminar começamos.

-Tudo bem.

-Se quiser pode esperar lá fora.

-Sim, mas antes queria te perguntar uma coisa.

-O que?

-Aquela égua... porque é a única sem nomeação?

-Oh... Luck ou Suerte seu nome de origem, é uma égua árabe que o tio Michael comprou, já há alguns anos quando era apenas uma potra. Não se sabe ao certo porque sua doma ainda não foi concluída. Mas o tio não quer vendê-la, diz ainda descobrir os segredos que a envolvem.

-Árabe?

-Sim, uma raça muito antiga, usada pelos árabes para o transporte pelo deserto. É um cavalo muito resistente, mas o tio Michael só tem a Suerte dessa raça.

-E Porque? Ela é tão bonita quanto os demais. Porque ele não cria outros animais dessa raça?

-Ele prefere outras, como o quarto-de-milha, o appaloosa ou mesmo o paint horse. São as preferência dos criadores daqui e para a venda talvez seja melhor negócio.

-Ahn...-a égua estava olhando em nossa direção, -então eu vou te esperar lá fora.

-Ok.

Me sentei em um toco de árvore próximo a baia, de onde dava pra observar que alguém treinava um cavalo no cercado.

-Ele é muito bom na doma de cavalos. –me assustei com a aparição de Edward que cheguei a cair do toco onde estava sentada, não me pergunte como fiz essa proeza.

-Hei, calma. –disse ele tentando me ajudar.

-Cara, você me deu o maior susto.

-Foi mal.

Fiquei encarando ele por um tempo.

-Vamos? –disse ele.

Me levou ao galinheiro que ficava depois do estábulo, num lugar um tanto distante da casa. Me deu uma cesta para colocar os ovos e entramos.

-Bom, acho que daqui pra frente você sabe o que fazer, é só recolher os ovos. –ele disse.

-Ok.

-Da lista, as baias já foram limpas hoje, e eu vou alimentar os cavalos hoje. Os cavalos... apenas no final do dia para banha-los.

Comecei a recolher os ovos, mas eram poucos pelo jeito elas não haviam botado muitos.

Edward me esperou pelo lado de fora do galinheiro, eu comecei a me sentir como se fosse uma criança que não sabe das coisas. Já que ele conferiu tudo o que eu fiz.

-Coloque esta cesta na cozinha, Jasmine vai cuidar deles.

Apesar do pouco tempo de convívio ele estava sendo muito mandão, usando muitas palavras no imperativo, mas ainda assim ele era muito bonito. Cabelos claros, olhos esverdeados, e era alto.

Segui com ele para as baias.

-Os cavalos são animais que tem uma percepção incrível. Eles sentem o seu medo. Então mesmo para entrar em sua baia para colocar a comida, deve mostrar que você é da confiança dele, seja amigável. Assim não lhe fará nada.

Apenas o observava.

-A ração será somente para a época da seca ou mesmo nos dias que nevarão. Como ainda está um pouco longe, o melhor é dar a eles a ração feita com o capim, vou deixá-la diariamente aqui, para que possa facilitar para você.

-Tudo bem.

-Se quiser pode tentar se aproximar dos cavalos. O Bug é o mais calmo por aqui. –se dirigiu ao corredor para pegar um pouco de capim. Ahn, como nós os alimentamos 4 vezes ao dia, duas refeições serão o capim fresco e duas o feno que está aqui, de forma intercalada.

-Certo. –eu ainda estou meio perdida, mas alguma hora isso tem que dar certo, não é?

-Bom, você pode começar agora, assim eu posso te ajudar. –ele disse cavalheiro.

-Mas, a maioria dos cavalos não esta nas baias. Não tem problema?

-Na verdade não, essa é com certeza a melhor hora para você conhecer o interior da baia e colocar comida e água.

Eu olhei em volta a procura de algo para colocar o capim. Juntei em uma espécie de balde que encontrei.

-Ali fica o milho. Eu gosto de fazer essa mistura. Pode pegar ai nesse tambor. –ele disse.

Eu apenas fiz o que ele disse e misturei o milho ao capim, claro que eu não queria pegar no capim. Estava molhado demais, além de que o Edward estava só me observando. Aff...

Estava super concentrada no que fazia, e segui para a primeira baia. Estava vazia, então tudo foi calmo, coloquei o capim juntamente com o milho, e sai. A segunda baia era ocupada por uma égua, que me estava prenha, ela estava muito lenta e com um barrigão enorme. Não sabia muito o que fazer, como estava com vergonha de pedir ajuda ao Edward resolvi fazer isso por conta própria. E ele até se sentou para ver o espetáculo.

Abri a baia e tentando passar confiança à égua, mostrar a ela que eu não era seu predador, fui me aproximando e consegui até fazer um carinho nela, estava pra colocar o capim no coche, quando tomei o maior susto da minha vida, meu celular tocou na hora, a égua começou a relinchar alto e meio que a empinar. Não sabia o que fazer, então a primeira idéia que veio foi sair correndo, então foi o que fiz. E bom... acho que eu não tenho mesmo muita sorte, principalmente se tratando em corridas, mal havia chegado do lado de fora, que levei outro susto, tomei um tombo daqueles... cara, que coisa horrível, e ainda tinha que ser em cima de um enorme monte de bosta... triste, eu sei.

Eu acabei não atendendo o meu celular, que a essa altura do campeonato deveria estar debaixo de todo aquele estrume. Que horror!!! E pra piorar a situação, quando eu dei por mim, o Edward estava quase caindo do banco que havia sentado de tanto rir da minha cara. Eu já estava rocha... fala sério... eu não merecia isso.

Pelo menos a égua não fugiu em disparada. Com toda a minha vergonha, me levantei, ainda olhando pra cara daquele caipira, rindo de mim, fechei a baia, peguei o meu celular e me dirigi para fora do estábulo.

Estou toda suja e fedida, melhor a fazer é procurar um lugar para me limpar antes de voltar para casa. Fui diretamente para onde lavam os cavalos, não tinha ninguém lá. Então resolvi me dar um banho de roupa e tudo por ali. Quando estava tentando recuperar meu celular, o caipira resolveu aparecer.

-O que você quer? –disse a ele –já não riu demais da minha cara?

-Bom, já ri bastante, afinal foi engraçado.

-Não foi engraçado. –me defendi.

-É claro que foi. Onde já se viu trabalhar em uma fazenda com um celular ligado naquela altura.

Apenas o fuzilei com o olhar.

-Você se machucou?

-Agora isso te interessa?

-Oh, calma ai. Não precisa falar assim. Mas é melhor você voltar, ainda tem muitas baias sem comida.

-Eu não vou voltar. Se quiser você mesmo coloque. –e sai dali o mais rápido que pude em direção a casa.

-Hei, é melhor voltar. Isso aqui não é serviço meu. –ele gritou.

-Pois agora é. –gritei de onde estava.

Que cara mais estúpido. Toda a sua beleza se foi, depois de hoje. Minha cara está lá no chão de vergonha. E ainda por cima vou chegar em casa completamente molhada e ainda estou fedendo estrume. Que coisa!!!!

Corri pro meu quarto e tomei um banho, lavei meu cabelo.

-Que alívio. –disse para mim mesma assim que sai do banheiro.

Estava penteando meus cabelos quando meu pai gritou do andar de baixo.

-Bella, o almoço já está na mesa.

-Já estou indo. –gritei do meu quarto em resposta.

Ajeitei meus cabelos do melhor jeito que pude, como estava com fome, corri (com descrição claro) para a sala de jantar. Todos já estavam à mesa, com exceção de Tobey que a essa hora ainda estava na escola. Michael estava sentado ao lado de Jasmine, Edward à frente do Michel e uma única cadeira sobrando ao lado dele. Porque eles deixaram apenas essas quatro cadeiras na mesa? Será que eles não se lembram que eu estou aqui?

-Ai está você. –disse meu pai assim que eu me sentei.

Fizemos um agradecimento pela comida, e logo depois todos começaram a comer.

-E como foi a sua manhã? –meu pai se virou para mim.

Pensei no que dizer, não poderia falar sobre o grande king Kong que eu paguei.

-Ahn... foi... bom... digamos que construtivo. –falei e dei uma rápida olhada para Edward, afinal se ele abrisse a boca eu iria dar um chute na perna dele.

-Oh, que bom. Edward deve ter te ajudado no que precisou. O que precisar é só pedir a ele.

Não acredito nissoo... só o meu pai mesmo, aff... eu fugindo desse caipira, e meu pai me mandando procurar ele. Fala sério...

-E você não quer nos contar como foi a manhã? –alfinetou Edward.

Tinha que ser ele, não é??? Esse caipira me paga.

-Bom, depois do café eu fui recolher o ovos, segui para o estábulo. E só... –colocando uma colherada de comida na boca.

-Só isso. Tem certeza que não aconteceu mais nada? –Edward alfinetou mais ainda.

E é claro que eu o fuzilei com o olhar.

-É só isso Edward, não tem mais nada.

O almoço prosseguiu em silêncio. Jasmine e Michael trocaram algumas palavras, mas nada demais. Ao fim do almoço, ajudei Jasmine a retirar a mesa e a lavar a louça, enquanto os homens foram para a sala conversar.

-Mais tarde eu irei buscar o Tobey, não quer ir comigo? Assim pode conhecer a cidade. –disse Jasmine com toda a sua simpatia.

-Bom... eu não sei. –ainda indecisa. –mas acho que é uma boa idéia. –sorri.

Ela sorriu de volta.

-Eu sairei daqui, por volta das 14hs15min. Prefiro chegar mais cedo, enquanto isso podemos ir a comprar algumas coisas para você. Mão é uma boa idéia você gastar os seus tênis aqui na fazenda.

-Tudo bem. –que mulher resiste a uma compra? Além do mais ela tem razão.

-Eu já falei com seu pai e ele acha legal que você faça amizade com as pessoas daqui.

Apenas continuei a escutar Jasmine. E concordei com a cabeça.


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Notas finais do capítulo

Comentem...bjs