O Corvo-mestre escrita por Bwriter


Capítulo 2
Capítulo 1:


Notas iniciais do capítulo

Agora os mistérios começam.



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Após andar por todo aquele trajeto, Henry se deparou com uma enorme fazenda.

Aquele lugar possuía uma atmosfera extremamente tenebrosa. O menino teve de pensar duas vezes antes de passar pela porta. Era como se algo dentro de si gritasse avisando que ele não teria escolha depois que entrasse. Que sua vida seria controlada para sempre.

   A porta se abriu provocando um alto rangido. O sol começava a se por no horizonte quando um corvo negro pousou ao lado de Henry em uma madeira vertical ao seu lado fazendo com que o menino levasse um susto a ponto de fazê-lo cair no chão.

O corvo começou a se movimentar de forma estranha. O menino tentava limpar seu rosto da lama que se acumulara.E em uma movimento rápido e estranhamente assustador, o corvo se transformara em uma estranha figura de mestre. Seu rosto era de um pálido ofuscante que se quebrava no fosco cabelo comprido e marrom. Sua aparência mal cuidada e seus dentes substituídos por ouro o faziam parecer ainda mais desesperador.

- Então, Henry – o Corvo-Homem, como o menino chamava no momento começou a falar com uma voz rouca e aveludada – vejo que seguiu nossos chamados.

- Sim.  – Henry procurava cada vez mais medir suas palavras – Mas porque me quer aqui?

- Eu preciso de um 13º seguidor, meu querido – o homem dizia, afagando as bochechas escuras de lama do menino – Não se sinta especial demais.

- Você ainda não me disse seu nome – Henry começava a suspeitar que aquele homem fosse um pedófilo ou algo assim

- Me desculpe como posso ser tão indelicado? – o Corvo batia em sua própria testa e em seguida lhe estendera a mão – Digamos que daqui pra frente você deve me chamar apenas de Mestre.

 

Um calafrio percorreu a espinha de Henry. Mestre? Ele não tinha muita experiência de vida, mas algo lhe dizia que aquele não era um nome de uma pessoa que pode lhe fazer bem, certo?

- Venha vou te mostrar seu alojamento – o homem lhe estendeu a mão, porém Henry se negou a tocá-la.

  O menino seguiu o estranho Mestre até seu alojamento. Reparou que não havia apenas sua cama ali. Pelo contrário, havia incontáveis camas por ali, de alguma forma aquilo era um pouco reconfortante para Henry.

- Limpe-se, vista suas roupas e vá deitar. Seu trabalho começara pesado amanhã – O Mestre disse já descendo as escadas que davam ao alojamento.

Henry estava deitando com os dentes tilintando de frio. Pensava se não teria sido burro demais em seguir aquele sonho estranho. Seus amigos poderiam estar precisando dele. Richard poderia se virar, mas Lirtigo e Frande haviam aprendido a contar com Henry para tudo, como um irmão mais velho. Ele esperava não se arrepender de seu feito. Finalmente Henry foi abraçado pelo sono, sua barriga ainda roncava, mas o menino nunca se sentiu tão cansado.

    Henry foi saudado com um liquido gelado em seu rosto. O gosto ferruginoso da água do local logo lhe fez lembrar de onde estava. Embora não tivesse comigo um grama de comida sequer, à noite, o menino se atrevera a provar a água da pia. Esperava que aquilo não lhe fizesse mal. Não que fosse ser uma dor insuportável, ele já tinha passado por muita coisa nesse mundo para se deixar abater com uma simples aguazinha ferruginosa.

   O menino finalmente criou coragem e abriu os olhos, um de cada vez.

- Ah, finalmente acordamos a bonequinha – um menino de aparência rústica e fedida estava de pé fronte a ele – Não se assuste querida, não vamos te machucar.

- Chega de gracinhas, se apresentei e deixem-no em paz – ouviu-se a voz do Mestre ao fundo.

Todos rapidamente fizeram uma cara espantada e se apresentaram.Henry pode guardar o nome de apenas três dos 8 meninos que se apresentaram: Guarino, o alto de cabelos ruivos desalinhados,Tlínimo, o gorducho-gago com cabelos pretos e Saudinere,o loiro escuro que mantinha um pedaço de grama na boca aparentando fumo.

  Henry se aprontou para o café se perguntando se haveria meninas no local,mas ao que parecia aquela escola, ou seja lá como fosse chamada, era só para homens.

  Desceu as escadas correndo imaginando o enorme banquete que ele gostaria de ter em sua frente ao chegar ao refeitório. Chegou em frente a duas pesadas portas de madeira velha. Em frente a esta, encontravam-se duas mulheres de aparência maravilhosa porem mal cuidada que abriram a porta para Henry. Um maravilhoso banquete esperava por Henry, talvez ainda mais belo e apetitoso do que o que ele imaginara.Todos os garotos que estavam no alojamento estavam sentados ao redor de uma mesa, sendo servidos por mulheres igualmente bonitas e mal-tratadas como as que ele havia visto há pouco na porta.

  O menino se sentou ao lado de Saudinere e começou a devorar todo seu café da manhã. O mestre havia dado ordens de que todos se alimentassem bem no café para que pudessem ter um bom desempenho no trabalho do dia.

Ao fim do café, vendo que ninguém lhe dirigiria a palavra de forma alguma, Henry foi para o lado de fora. Sua tarefa era limpar a charrete e encher os sacos das farinhas.O menino não se sentia bem vindo naquele local.Porém, à noite, atreveu-se a perguntar a Guarino algo que ficara em sua cabeça desde a manhã.

- Quem são aquelas garotas? – o menino falou, de forma extremamente interessada.

- Nem pense em se interessar por nenhuma delas ouviu? – Guarino gritou voando no pescoço de Henry.

- Me desculpe, não sabia que você gostava delas – o menino respondia arfando por debaixo dos dedos fortes de Guarino.

- Eu não gosto delas. Só não deixe que o Mestre saiba, certo? –  Guarino soltara o pescoço de Henry – A não ser que queira perder esse pescoçinho.

- Por que? – Henry à cada momento achava aquele lugar mais estranho.

- Isso não é importante, Henry.


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Notas finais do capítulo

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