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  - Por que vocês chamam ela de bonequinha? - Dean recordava-se do modo como a mulher havia chamado a garota.

  - Suzanne sempre lia histórias para a filha antes dela ir dormir, quando Alice era mais nova. Ela sempre gostou de fingir que era uma princesa. Nunca teve com quem brincar, por isso as bonecas eram suas amigas. O pai dela deu esse apelido. Nossa bonequinha... - Sophie sorriu.

  - A história favorita dela é o conto da Branca de Neve. - Bryan estava de costas, observando a paisagem pela janela - Rainha do meu coração...

  - O que você disse? - O loiro não entendera.

 - Rainha do meu coração. - Repetiu - Era como a mãe da Branca de Neve chamava a menina no conto. 

  - Vocês devem gostar muito dela...

  - Você não faz ideia. - William adorava a jovem como se fosse sua própria filha.

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  Estava amanhecendo. Era uma manhã fria. Seus pés o levaram até o cemitério onde reencontrou o irmão pela primeira vez em centenas de anos. Andava fitando o nada. Uma voz faz com que ele vire-se de subito:

 - Miguel!

  - Alice? - O arcanjo não compreendera aquele encontro repentino.

  - Você tem um momento? - Perguntou enquanto se aproximava vagarosamente.

  - Pra você, a eternidade... - Sua expressão era vazia.

  - Você e Lucífer disseram-se apaixonados por mim. Por que? Quer dizer, o que fez com que você tenha se apaixonado por mim? - Usava um tom inocente.

 Miguel permaneceu em silêncio por alguns instantes. Não entendia o motivo daquela pergunta. Após refletir um pouco, disse:

  - O modo como você me ouviu quando eu precisava falar, fez com que eu me sentisse seguro; a maneira como você sorri me deixa fascinado e me acalma; a sua presença me alegra e faz com que eu não me sinta sozinho. 

  Alice estava corada. O anjo diminuiu a distância entre ambos. A jovem sentia a respiração ofegante deste, as mãos que rodeavam sua cintura.

  - Por que a pergunta? - O tom do anjo era tão rouco e baixo.

  - Miguel, eu acho que vocês se apaixonarem pela mesma pessoa em um dia é loucura... - Sua voz saia num murmúrio - Mas, a verdade é que eu já não sei o que estou sentindo por você ou Lucífer agora. Isso é tão errado...

  - Então eu não quero estar certo! - A garota fechou os olhos e rodeou o pescoço do mesmo com seus braços. Miguel não acreditava que aquilo estava acontecendo. Os dois ali, o beijo dela era fantástico... Soltou um pequeno suspiro abafado pelos lábios dela. 

  - Miguel... - Sussurrou entre os beijos trocados - Preciso respirar...

  - Desculpe. - Falou afastando-se um pouco. Sua face estava rubra. Jamais poderia imaginar que um simples beijo fosse tão... prazeroso.

  - Eu não... - Foi interrompida.

  - Não diga nada. Ouça... - Falava enquanto acariciava o rosto desta com uma das mãos - Eu não sei o que está acontecendo... só sei que você faz com que eu sinta coisas... E eu gosto de sentir o que estou sentindo. Mas eu preciso saber: você me ama?

  Aquela mesma pergunta. Alice o encarou com um olhar triste. Estava cada vez mais atordoada e o pior: estava ficando apaixonada pelos dois!

  - Eu tenho que ir... - Disse deixando o anjo aflito naquele lugar. Encarou o nada. O desespero que se apossava de sua alma naquele instante era indescritível. Estava perdidamente apaixonado...

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  - Alice? - Sammy sentia uma terrível dor de cabeça. Suas lembranças dos acontecimentos da noite passada tinham deixado de existir - Onde você estava?

  - Por aí. - Disse com uma voz vazia. Tinha acabado de chegar e encontrara Sam na sala com uma das mãos na cabeça - Se sente melhor?

  - É... acho que sim. - Falou com uma expressão amarga.

  - Ótimo. Vamos nos encontrar com os outros então.

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  - 'Cê tá melhor, Cass? - O Winchester fitava o amigo dos pés a cabeça.

  - Sim. - Castiel usou o habitual tom frio.

  - Tio Bryan, tia Sophie! - A adolescente correu ao encontro dos mesmos, abraçando-os.

   - Bonequinha! - Ambos disseram em uníssono.

   - E eu, não ganho um abraço? - Will estava radiante.

   - Will! - Alice o abraçava com força. Separando-se deste, olhou todos a sua volta e disse - Senti tanta saudades... 

  - Nós também. - Dean sorria.

  - Agora que estamos todos aqui, vamos fazer o que? - Samuel encarava o irmão.

  - Não faço a menor ideia.

  - Sabe, Dean - O moreno começou - Acho que a gente devia fazer uma visitinha pra tia Magnólia e os outros parentes da Alice.

  - É isso aí, Will - O loirou sorriu - Afinal, não a nada como a família.

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