Anjo de Vidro escrita por DiraSantos


Capítulo 8
Capítulo Sete: Sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Aqui etá mais um!
Espero que gostem
Dando um UP para minha Leitora Premire

Juup_s

Bjs!
Espero que gostem!



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Capítulo Sete: Sentimentos

Entremos no ringe par patinar, ele pegou minhas mãos, ficando na minha frente.

—É fácil, é só ter equilíbrio. —E me mostrou como se fazia, depois de dois minutos olhando, eu já sabia o que fazer, e foi rápido, ele me largou e eu fiquei girando sozinha no gelo. Justin me encarava de longe.

—Você pega rápido.

—Mágica. —Respondi me divertindo com a neve que caia levemente ao meu redor, em pequenos flocos detalhados, de oito pontas, lindos. Mais uma perfeição do Criador; parei bem no meio e observei um floco perfeitamente simétrico cair na minha mão e não derreter.

Como anjo, eu não desfazia a criação do Senhor, nada era destruído ao meu toque, eu era incapaz de destruir a natureza, como a Pizza que ingerir a alguns dias atrás, bom eu tinha regorjeado para fora, só pela carne. Eu não era tumulo para outros animais, eu não comia carne, somente vegetais e leite, nem mesmo ovos pelo fato da ave nascer dele então seria canibalismo comer outra criação de Deus. Eu respirei fundo e soprei o floco que flutuou girando e girando até cai no chão.

—Hey! —Ele me assustou vindo eu meu encontro correndo, e sai correndo dele também. E nos próximos minutos, eu e ele brincávamos, correndo um do outro como crianças do pré-escolar. Eu comecei sentir minha garganta e meu tórax ardentes, como se uma chama cálida estivesse queimando vagarosamente, as chamas altas que chegavam a minha garganta me deixando estranhamente confortável e também um pouco inquieta.

Saindo da minha analise idealista do que estava causando o... Rubor agradável no meu peito, percebi que Justin tinha me agarrado pela cintura, me apertando forte em seu peito, respirando fundo em meus cabelos escuros, os lábios em minha testa, fazendo leves pressões na minha pele...

Quieto demais.

— O que houve Justin? —Perguntei, passando calmamente os braços por sua cintura, enquanto isso meu instinto gritava comigo, berrava me perguntando se eu sabia o que estava fazendo, eu iria deixar ele, cedo ou tarde, e a resposta que eu dava era simples. Eu tinha que protegê-lo, manter ele bem até uma segundo ordem.

Franzi os lábios, me perguntando se era uma desculpa que eu estava me dando, por que, onde eu estava mesmo os Comissários de Lúcifer pareciam tão pequenos, o suficiente para eu deixar tudo de lado por um tempo.

—Nada, eu só estava pensando em umas coisas... —Falou, me separei dele olhando em seus olhos, Justin sorriu para mim e colocou uma mecha dos meus cabelos atrás de orelha.

—Em quê?

—Em você. —Respondeu simplesmente, correndo os olhos no meu rosto pálido. — No fato de eu não saber nada de você, mesmo assim, me sinto tão... Bem, aqui. — Ele não tinha pensado quando falou aquilo, tinha saído do interior da sua alma, era como ele compunha suas musicas, parava em qualquer lugar e escrevia tudo que saia dali e sentia um alivio pesado quando fazia isso. Que acontecia graças ao fato dele ter deixado sua alma tomar conta de seu ser por certo tempo.

Uma alma não era algo que tinha feito para ficar preso, tinha uma força incrível e sua energia, quando liberada, fazia com que... O ser fosse feliz, feliz por simples fato de estar vivo, era um dos espetáculos mais pulcros e luminosos que existia. A massa espiritual era como uma nevoa intensa e colorida, como uma Aurora Boreal, iluminava seu portador ao seu redor como uma aura, que ficava mudando de cor e naquele momento, eu estava envolvida por essa energia, minhas asas se eriçaram, querendo se abrir, tive que em controlar.

A Energia vital me fazia bem, renovava um celestial. Era uma das coisas que provavam que a humanidade tinha algo belo, por fora da carapaça muitas vezes frias e cruéis.

—Fui muito meloso, não fui? —Perguntou ele para mim, fiz que não.

—De forma alguma. Devia ser mais assim. —Assegurei, ainda encantada com a energia que ainda estava em nossa volta, sumindo muito lentamente, sendo sugada mais uma vez para seu corpo.

E sem perceber, eu tinha tocado em um dos medos de Justin. O medo que ele tinha de se machucar, por ser aberto demais.

—Em um mundo como esse? —Perguntou se afastando de mim, saindo do ringue, andei até ele. Justin se sentou em um banco, olhando para baixo, com os antebraços apoiando pesadamente nas coxas.

—Se for honesto consigo mesmo, não vai sofrer.  —Expliquei, sentindo seu medo, lembrando de uma de suas namoradas, e de quando ela o traiu, me sentei ao seu lado, procurando seu olhar.

—Fala como se já soubesse como é. —Ele respondeu, sem a intenção de ser frio ou grosso. Até por que, como ele ia saber disso? Desviei o olhar, não, eu não sabia como era. Não era humana para entender os medos deles, mas eu entendia os dele, eu entendia o motivo dele ter se fechado para esse mundo emocional, por medo da mágoa.

—Não, eu não sei. Mas sei que você é fechado demais quando o assunto é relacionamento. —Falei, Justin levantou os olhos para mim,  que começavam a ficar marejados.

—Como sabe disso? —Perguntou, a voz rouca e baixa, estava abeira das lagrimas lágrimas.

—O caso não é esse. Você gosta de escrever sobre o Amor não é? —Justin afirmou com cabeça— Apesar de nunca ter sentindo isso...

—Acho que estou começando a sentir... —Sussurrou esperando que eu não ouvisse, eu fiquei entorpecida. Meu corpo parou de funcionar, minha garganta ficou obstruída, continuei a olhá-lo nos olhos, pisquei e olhei para o lado, esperando que ele não tivesse percebendo que eu ouvi.

—Se não tiver o coração aberto para os outros e para si, não vai conseguir ser feliz como quer. —Respondi. Minha voz estava tremida, respirei fundo e olhei para o Céu, e apontei para a Lua.

—Vou te contar uma historia.

Justin abriu um sorriso.

—Logo depois que a Terra foi criada, o Sol e Lua que brilhava intensamente sozinha se apaixonaram, tão perdidamente que faziam os dias e as noites passarem voando na esperança de se verem a cada alvorecer e amanhecer. Deus, vendo todo aquele amor, se mencionou, mas não poderia sacrificar o lar de seus filhos, então fez com que a Lua perdesse sua capacidade de brilhar dependendo do abraço do Sol para brilhar, e —soltei um suspiro sonhador, adorava aquela historia— quando a Lua está nova, e quando ele vira seu rosto para beijar os lábios quentes e cálidos do Sol.

Justin ficou me olhando.

—E a moral da historia é...? —Ah, não tem jeito, homens não tem sensibilidade para entender uma historia de amor. Um pouco irritada olhei para ele.

—Que não importa quão impossível pareça um Amor, ou o tamanho da dor que você sente por uma pessoa. No fim tudo se acerta, por que Deus está do lado dos apaixonados, e todos podem ser felizes. — Expliquei.

—Quem te contou isso? —Perguntou me olhando curioso.

Eu lembrava quando foi, logo quando a Torre de Babel caiu, eu tinha já alguns milênios... Ah, foi a primeira e única vez que eu vi Nosso Pai, seus olhos afáveis sorriram para mim, enquanto eu estava sentada diante de si, ouvindo a historia em sua voz vultosa, rouca, leve, carinhosa, maleável... Eu era um grande ouvinte, sabia de todas as historias, e aquela foi a mais bonita,  o Senhor, logo que acabou, esticou a mão e acariciou meus cabelos, dando um sorriso que fez seus olhos quase se fecharem.

— Meu Pai. —Minha voz teve uma determinação e veneração, que até eu me assustei um pouco, respirei fundo, me re-lembrando do cheiro de mar, jasmim, de ar puro, e de carinho que tinha naquele cômodo, onde o Criador ficava sentado.

—Seu pai? Ele parece ser um cara legal. —Olhei para ele. Ah ele era sim.

—Ele é. —Respirei fundo, olhando mais uma vez para cima.

Depois de alguns instantes, Justin falou, mais calmo:

— Você é diferente. —Fitei seus olhos.

—De um jeito ruim? —Perguntei, tentando fazê-lo esquecer de seus medos que não o ajudaria em nada.

—De um jeito bom. —Ele deu um sorriso largo e pegou com carinho meu queixo, virando meu rosto para o dele, passou os olhos no meu rosto e voltou a me encarar. —De um jeito especial, muito especial.

Ele colocou os lábios nos meus, leves como uma pluma, quentes e agradáveis como a luz do Sol de manhã, minhas mãos se movimentaram, segurando as laterais de seu pescoço, enquanto suas mãos seguravam delicadamente meu rosto, com um carinho que eu me recordava de tê-lo visto aplicar em ninguém. Talvez eu estivesse sendo presunçosa, mas era a mais pura verdade, seu ar acabou.

Justin tirou o rosto do meu, apoiando a mesma no meu ombro, raspando seus lábios na minha pele. Peguei sua palma, fazendo pequenos círculos com meu polegar, ele começou a relaxar, parando seu rosto, seus lábios encostados no meu pescoço, sua respiração quente batendo em intervalos seguidos na minha pele.

Justin começou a pegar no sono, em um sono profundo.

Enquanto eu entrava pela janela do seu quarto, colocando ele na cama, Justin respirava fundo e tremia por causa. Ainda com as asas abertas, fiquei olhando para ele já largado na cama, só sem os tênis. Ele tremeu mais uma vez, ficando de peito para baixo na cama, respirei fundo a apertei meus ombros com as mãos.

—Boa noite. —Sussurrei e me inclinei para ele, dando um beijo em sua testa. Sai pela janela, voando para longem quando ouvi seu pensamento, que quase me fez cair em queda livre.

“Era... era a Saray?”


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Notas finais do capítulo

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