Anjo de Vidro escrita por DiraSantos


Capítulo 22
Capítulo Vinte e Um: Amiga


Notas iniciais do capítulo

PERDÃO PELA DEMORA.
Mas ai está, vou deixar pronto o próximo capitulo, para postar amanhã.
Espero que gostem.
Beijos



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Capítulo Vinte e Um: Amiga

Por alguns segundos, Sebastian só pressionou sua boca contra a minha, parecendo querer algo da minha reação, mas não aconteceu, então abriu meus lábios com os seus, o calor e o leve gosto de Sal me esquentou e meus lábios se movimentaram no dele, pegou minhas mãos, as apertando contra os músculos de seu peitoril.

Não sabia o que estava sentindo. Meu corpo e uma pequena parte de minha mente me forçavam a reagir e eu gostava, era quente e agradável, os lábios de Sebastian era cheios, macios e pareciam formigar nos meus,  sua outra mãos segurava minha nuca, me mantendo ali. Mas algo no meu âmago me fazia querer sair, querer largá-lo e simplesmente ir ao encontro de Justin, me esconder entre seus braços, e ficar ali, a sensação que eu sentia com ele era diferente desta; Justin era doce, carinhoso e me segurava como se fosse frágil, sensível demais ao toque.

Seu ar acabou, Sebastian apoiou sua testa na minha, respirando fundo.

—Perdão. —Pediu outra vez, os olhos avermelhados fechados. Eu não sabia o que responder, dei um sorriso. Mas algo começou a se mexer dentro de mim, algo que me fez sentir vontade de vomitar, uma ânsia de vomito de mim mesma, do que eu tinha acabado de fazer. Afastei-me dele, me empurrando para trás.

—Say? —Me chamou, esticando a mão para mim, tocando com cautela e carinho meu cotovelo esquerdo.

—Não, Sebastian, pare. — Algo na minha resposta fez ele recuar imediatamente, em seu instinto suas asas se abriram, seus olhos fincaram nos meus.

—Me perdoe, Say. —Pediu, a voz controlada e as mãos em punhos apertados em seu corpo, olhei para o lado. Tinha magoado mão somente eu e Sebastian, mas Justin também, eu não poderia esconder nada dele, não podia, não era justo com ele.

—Não dou perdão, sou um anjo, só isso. —Ouvi minha voz, o sentimento nela tinha sumido, era algo frio, gélido e cruel demais.

Sebastian deu um passo vindo na minha direção, ficando perto outra vez.

—Não. —Ele suspirou e voltou a ficar longe, virou um pouco o rosto.

—Não só um anjo, Say. Não só isso. —murmurou fitando para as cristas brancas e espumantes das ondas lá fora, passou as mãos no cabelo negro. —Não vai me desculpar, não é?

—Não tem motivo para pedir desculpas. —Respondi, ajeitando a toalha branca em meus ombros colocando as mãos bronzeadas na bermuda de surfista, ele sorriu e olhou para algo acima da minha cabeça, dando um sorriso.

—Pensei que, sei lá, iria ficar com raiva, arrancaria minha cabeça fora.

—Isso pode deixar comigo. —falou Micaela surgindo, na porta. —E você vem comigo. —Falou me puxando pelos ombros, respirei fundo, deixando ela me levar para longe da cena que tinha acontecido.

—Obrigada, Micaela. —Agradeci, sorrindo pra ela.

—Tudo bem, mas você tem deixar esses garotos de lado um pouco. —Me Disse ela, franzindo o cenho encarei seu rosto pálido perolado graças as estrelas.

—O que isso significa?  —Micaela sorriu e me puxou varanda a dentro, mas, antes de entrar na casa gritou:

—Sebastian, você fica fora essa noite! —E fechou a porta rápido, e com mais velocidade —mas não o bastante— ele apareceu na porta.

—Como é?

—Dorme na casa de qualquer amigo, hoje é para as Garotas, e sua testosterona alta diz o contrário. Dá o fora!

Dentro da casa, só tinha a luz amarelada do abajur, na mesinha perto da Televisão uma grande vasilha preta cheia de pipoca, duas canecas cheias de chocolate quente com dois grandes marshiallow boiando na superfície quente e atraente do chocolate, alguns DVDs empilhados e um controle.

—Vai se trocar, depois desse. —Foi o que fiz, subi as escadas, tomei um banho quente e vesti algo quente que, por culpa da idéia de brilhante de mergulhar no mar a noite tinha acabado comigo, estava cansada desci as escadas com meu cabelo pingando no moletom com capuz que eu usava.

—Olhe, vamos ver Marley&Eu. Senta ai.

O filme era lindo e um tanto engraçado, Marley era um cachorro um pouco bagunçado, mas era um grande amigo. No final, bom eu realmente chorei, ver o pobre labrador deitado naquela cama fria, seus olhos castanhos se fechando, foi triste, foi como sentir que eu estivesse lá, vendo aquele cachorro morrer.

—Ah, não era para ele ter morrido. —Rezingou Micaela, pegando um pequeno guardanapo para enxugar as lagrimas, curiosa, me virei pra ela.

—Para quê tudo isso? —Ela sorriu e se virou, encarando meus olhos.

—Eu sei que vocês se beijaram, Say. Também sei que você vai contar isso logo para Justin, e também sei que você não gosta de pedir conforto para outra pessoa, então fiz essa festa do pijama para nós duas e me promovi a sua Melhor Amiga. —Surpresa, mas feliz de poder confia em alguém, ela esticou a mão e segurou a minha.

—Você é incrível. —Eu falei, ele deu um sorriso, fechou os olhos brancos como neve e encolheu os ombros parecendo estar envergonhada. Mas em enganei:

—Eu sei,eu sou simplesmente maravilhosa. —brincou, se virando para procurar algum filme. —O que você que ver? Comedia, terror, suspense, romance...?

—O que preferir.

—Ótimo, tem um filme que eu gosto, deixe ver... P.S: Eu te amo. —Enquanto ela se levantava para trocar, eu pensei em Justin, como eu falaria algo assim, Micaela estava certa, eu precisava ficar sozinha com um ombro amigo, com alguém que não me julgaria, ficaria ali e me ouviria, me ajudando a passar por tudo. E essa pessoa era Micaela.

Minha Melhor Amiga.

—Você acha que Justin vai me... me perdoar? —Agora eu entendia sobre o que ele me falara, eu precisava saber que ele tinha me perdoaria. Micaela se virou para mim.

—Perdoa sim, ele te ama, até eu já comprovei isso — Falou ela pulando no sofá, senti meus olhos brilharem.

—O que quer dizer?

—Pensa assim, se ele não te amasse, não teria te aceitado tão bem. Eu notei isso, qualquer outra humano teria enlouquecido. —Ela falou sorrindo para mim.

—Espero que ele continue assim, não sei se...

—Ninguém o entende melhor do que você, mas, não esqueça, eu estou aqui pra isso. —disse apertando minha mão. —Olha vai começar!

Confesso que não prestei muita atenção no filme, minha mente voltava a Justin sempre. Como uma adolescente preste a convidar o garoto mais bonito da escola, eu ficava repassando todas as possíveis reações dele quando eu falasse que tinha acontecido. Suas expressões, sua reação, sua ação...

Tudo isso me preocupava, eu falaria com ele, eu precisava disso.

—Guerra de Almofada! —Anunciou Micaela.

Os raios do Sol tocaram meu rosto, aquecendo minha pele fria, abri meus olhos. Eu ainda estava deitada no sofá, com meu pescoço um pouco dolorido por ter dormido ali, me levantei, esticado os braços, olhei em volta, uma enorme bagunça. Mas tinha sido revigorante, por um segundo eu tinha esquecido tudo, só em concentrara em acertar as costa de Micaela com a almofada verde

—Sanduíche natural? —Perguntou Micaela, na cozinha.

—Com bastante tomate, por favor. —Subi, ainda um pouco sonolenta, mas certa do meu destino. O banho durou um pouco menos do que esperava, eu tentava relaxar o pequeno tendão de minhas asas, o esforço para me levantar antes que eu entrasse no mar, ontem a noite, tinha me dado câimbras fortes.

Era mais um ponto, eu era mais cuidadosa com as minhas asas. As observei.

As longas plumas avermelhadas pareciam pesar mais minhas asas, um peso que eu sempre carregaria. O desespero de sentir a morte escorregando seus dedos por minha alma era um tipo trauma que eu carregaria pela eternidade a fora, sentada no chão do boxe, minha cabeça—pesada— apoiada contra meus joelhos, minhas asas molhadas jogadas ao meu redor, eu respirava fundo, sentindo minha omoplata e o tendão da minha asa se contrair a cada gota de água cálida que caia.

Quando notei que ali já estava demais, não podia desperdiçar água, me fechei contra minhas asas, percebendo duas longas e delicadas plumas brancas... Não fazia sentido elas estarem ali...

—Seu café está aqui na escrivaninha, Say. —Disse Micaela, saindo rápido. Respirei fundo, vestindo uma calça jeans, um tênis branco e, ainda somente com a parte de cima da langeri branca, peguei o sanduíche e dei uma mordida.

—Não consigo. —Larguei tudo, vestia camisa e me concentrei na energia de Justin...

Aproveitando a sensação do tele-transporte, por um segundo, me senti quente, sem matéria física, eu só era... Só era eu, minha alma fica livre. Esse espaço entre as dimensões era um feixe do Céu, era quente e frio, agradável, acolhedor, macio... era um lugar que, nada adentrava, só a alma, só uma alma pura, só uma alma que se permitia ser feliz.

Mas logo acabou, cai em um beco iluminado pelo Sol da manhã.

—Corta! Vamos tentar agora sem as garotas ao fundo. Meninos... Sejam naturais, relaxem, estão andando pela rua, só isso... —Era um comercial, andei para fora do beco, tinham fechado uma rua pequena, vi Justin ao longe, recebendo uma camada de pó re arroz, no rosto, ainda tossindo um pouco, se virou, olhando na minha direção.

—Say... —sussurrou, me abraçando e empurrando de volta ao beco iluminado, aproveitei o calor de seus braços. —O que está fazendo aqui? Quer sabe, esquece, o importante é que você está.

—Justin...

—Foi difícil pegar no sono depois que saiu ontem. Eu... precisei ficar relembrando do seu rosto para dormir —Ele não tinha me ouvido, continuou me mimando, dizendo como minha imagem em sua mente o fez se sentir bem de novo, de como suas mão ficaram vazias quando fui embora. Eu ia acabar com aquilo?

Sim, eu ia. Não suportava mais, não iria esconder mais nada dele.

—Justin... —ele me deu um leve beijo em meus lábios e sorriu. —Tenho que falar uma coisa

—Fale, meu anjo. —Riu de leve de sua pequena e doce ironia. Sentindo um aperto forte no meu coração, falei:

—Eu beijei Sebastian noite passada.


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Notas finais do capítulo

Perdão pela demora
Mas espero que tenham gostado.
Beijos