Anjo de Vidro escrita por DiraSantos


Capítulo 16
Capítulo Quinze: Aflição


Notas iniciais do capítulo

Talvez esse seja o capitulo mais forte da fic, mas espero que gostem.
Bjs



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/117144/chapter/16

Capítulo Quinze: Aflição

Meus joelhos dobraram-se de tanta dor, parecia que estavam enterrando pregos nos meus ossos, algo dentro de mim se agitava violentamente, querendo romper minhas costelas, se debatia dentro de mim, rasgando meus órgãos e rachando minhas costelas, segurei meu abdômen, tentando impedir que algo saísse de lá de dentro, tentando diminuir a dor entorpecente que se alastrava por meu corpo . Minhas asas estavam esticadas quase quebrando, estavam ficando mais escuras e vermelhas, era o que acontecia quando um anjo estava sendo... sendo...

Possuído.

Quanto mais você lutar mais dor vai sentir.

Falou Galit em uma voz calma na minha cabeça, me contrai mais, fazendo minhas asas baterem, querendo me levantar, mas um demônio quebrou minha asa esquerda, e pela primeira vez eu gritei de dor, foi um urro estrangulado, algo bestial, nunca pensei que algo como aquilo poderia sair de meus lábios. Meu corpo começou a se contorcer mais por dentro, senti meus órgãos se enrolando um nos outros.

— Como ela ainda está viva? —Perguntou o conjurado que tinha quebrado minha asa.

—Ela é um anjo, é mais resistente. — Respondeu o que eu tinha decepado-lhe a mão, ainda com um pouco de dor na voz.

Não lembro ao certo o que aconteceu, mas sei que criei força para abrir os olhos e vi Justin, me encarava os olhos marejados, pedindo aos Céus para que eu continuasse viva, não tivesse força para sorrir meus músculos estavam contraídos e muito doloridos...

 Mais uma onda de dor e dessa vez eu não me agüentei, Galit tomou conta do meu corpo, a dor parou, mas sentia algo pior. Uma sensação fria e vazia, eu não me controlava, era só um fantasma em minha mente, só uma lembrança.

Enquanto isso, ele levantou minha mão a olhando.

—Você realmente é bonita... Mas que droga! Por que quebraram a asas?! —ele gritou com a minha voz, dando uma tapa na cara do outro. —Hum, você tem um corpo em boas condições.

Fique com meu corpo, mas deixe Justin ir, eu imploro.

—Ora, por que salvar o humano? —Não respondi, por que ele já estava sabia, inconscientemente, passei minhas imagens com Justin, todos os momentos que passamos juntos. A sensação de vazio piorou, quase me matando, era muito pior do que a dor física, contrai minha alma, querendo fazer aquilo passar, Galit andou em direção a Justin, tirou o pano de sua boca e o fez me olhar.

—Diga alguma coisa para o seu anjo. —Ordenou, Justin pareceu nos diferenciar.

—Say... Me perdoe, eu não devia ter duvidado de você. E... —Galit nos empurrou em direção aos lábios de Justin, mas ele tirou os lábios dos dele.

— Por que recusa sua amada? —Perguntou Galit curioso, Justin me olhou outra vez, depois para ele.

—Não foi ela que me beijou. — Se eu pudesse, teria sorriso, Galit ficou irritado e se virou andando com meu corpo.

—Por isso que eu detesto o amor, veja como ficam pateticamente ligados. —Falou jogando minha mão para o alto, e uma idéia apareceu sem uma mente, me senti como gelo, nada para me esquentar, para me dizer que estaca viva.

Não, não na frente dele. Por favor.

—É uma idéia perfeita! Vamos ver como nossa querida estrela reage ao ver sua amada se matando. — Pegou uma adaga da cintura de um de seus cúmplices e o posicionou em meu pulso, fazendo um grande talho nele, por onde o sangue jorrava, começou a pingar no chão úmido, formando uma poça de sangue vermelho vivo.

—Não! Deixe ela em paz! — Gritou Justin debatendo o corpo. Galit pegou meu outro pulso e fez o mesmo, e deu uma risada gutural.

—Ele ficou agitado, vamos ver... Ah! Isso. —Falou pegando uma arma, engatilhou a arma.

—Não! Não toque nela! —Gritou Justin mais uma vez.

—Ora, não vou tocar nela, ela mesma vais e dar um tiro. —Galit colocou a arma no pescoço, e colocou meu dedo no gatilho, tentei respira fundo, sem conseguir. Eu ia morrer, relaxei minha alma, sabendo que nada mais ali me pertencia.

Diga pelo menos que eu sinto muito.

 Pedi, com a sensação de estar chorando sem lagrimas.

—Ela diz que sente muito. —falou Galit, mas algo deu errado, minhas mãos não se mexiam. —Ah que porcaria, esqueci, alguém vai ter que atirar por ela, seus pulsos foram cortados.

Entregou a arma para um dos conjurados, que colocou o cano gélido na lateral do meu pescoço, mas, antes, Galit pegou a mesma adaga e desenhou uma cruz entre meus seios, foi quando ouviram uma lagrima sincera de carinho e amor cair no chão, horrorizados se viraram para Justin que olhava para baixo.

—Não sinta. Por favor, não me abandone. —Aquilo me tocou, senti a vontade de correr a ele, segurar seu rosto, mas Galit franziu o cenho.

—Cale a boca, vamos dê logo esse tiro! —Primeiro ouvi só o barulho, depois, quando Galit deixou meu corpo cair no chão e me deixou senti a dor e a dormência em minhas mãos a dor ardente no meu peito e o tiro não passou em meu pescoço, mas pela minha clavícula e saiu por baixo do meu seio esquerdo. Eu sentia, agora, o sangue escorrendo denso e quente por meu peito, meus pulsos sem movimento em uma dor pesada e lerda.

Puxei meu ar com força, mas me afoguei em sangue, tossindo mais ainda.

Meu pulmão.

Ele estava perfurado, me deitei de volta na poça de sangue e vi os olhos arregalados de Justin para mim, enquanto a dor tomava conta de cada centímetro lúcido da minha mente, suas lagrimas de medo me cortavam, dilaceravam minha alma em pequenos pedaços.

—Não! Como vocês podem estar aqui?! —Gritou Galit na voz bruta e estranha por cima da de Jasmine outra vez.

—Vim em socorro de uma irmã. —Falou a voz de Miguel, por um segundo eu pensei estar delirando, mas consegui virar minha cabeça e ver as asas Miguel abertas largas e altas e lívidas.

—Saray! —Gritou a voz de Gabriel, não consegui virar meu olhar, meu corpo se recusava, outra vez, tentei respirar mis tossi meu sangue sujando meu rosto, e deixando-o escorrer pela minha boca. Meu corpo foi levantado e vi o rosto pálido e imaculado de Gabriel, seus olhos azuis mergulhados em dor e angústia, ele me colocou em seu colo depois levantou as mãos vendo sua pele macia e alva mergulhada em meu sangue, seus olhos e arregalaram. —Em nome de Deus Saray!

—Saray! —gritou à voz lisa e infantilmente aconchegante eu já tinha ouvido, Noemi se aproximou, chorando e soluçando desesperadamente, me deitou de novo em meu sangue e colocou minha cabeça em seu colo. —A bala ainda está alojada!

—Não... Ela me atravessou. —Minha voz saiu cortada e estrangulada, depois que pisquei e tive a impressão que não ia mais abrir, minhas pálpebras estavam pesadas demais.

—Say!  —Micaela, logo depois Sebastian. Tive um pensamento inútil e engraçado, era a primeira vez que eu ouvia meu nome tantas vezes. Talvez, quando estávamos morrendo, pensávamos coisa tolas como essas... Eu estava perdendo as esperanças.

—Você não vai me deixar! —Gritou Noemi, colocando as mãos dos dois lados da minha cabeça se concentrando toda sua energia curativa e suas asas brancas abertas em volta de mim, cobrindo meu tronco, meu olhos queriam fechar, eu estava fraca, cansada e dolorida, lutava para tentar focar em seu rosto..

—Say... —Olhei em direção a voz de Justin, com esforço, seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar, sorri para ele, ou tentei, ele se baixou, afastando asas de Noemi, tocou na minha mão, apertando entre as suas. —Say, por favor....

—Saia de perto dela, garoto. —Falou Miguel serio, puxando o corpo dele para cima e o empurrando para longe.

— O que?! Não! Ela está aqui por minha causa! —Gritou tentando e desvencilhar das mãos pálidas elegantes e fortes de Miguel

—Saia. —A voz de Gabriel soou como um trovão, os olhos ejetados e raivosos, me senti mal, eu estava causando dor ao Arcanjo Gabriel... Eu não podia.

Micaela afastou Justin, enquanto Noemi trabalhava, Gabe segurou minhas mãos rezando. Podia ouvir a voz de Justin chamando por mim.

Depois disso só escuridão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tá bom?
Dramático demais?
Bjs



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Anjo de Vidro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.