Muito Bem Acompanhada escrita por MsWritter


Capítulo 15
Enquanto o meu mundo se despedaçava você estava jogando




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Por entre as cortinas na janela do quarto, finos raios de sol entravam. Foi assim que Tony descobriu que já era dia. Ele sabia que tinha que se levantar, se preparar. Mas sair da cama significava tirar a ruiva de cima de si. Significava acordar Pepper. E como ele não queria fazer isso. Como ele queria mantê-la ali, adormecida, embalada pelo som de seu reator e pelo calor de seu corpo nu. Em paz, por entre as cobertas, num mundo de sonhos em que a realidade do mundo não pudesse feri-la. Ali, protegida como armadura nenhuma seria capaz de protegê-la. Mas no final, apesar de se saber um covarde, sabia também que isso ela não era.

Em sua relutância em acordá-la mas sabendo que era o certo, Tony começou a brincar com os cabelos dela. Os músculos do corpo sobre o seu tencionaram e relaxaram, para uma voz ainda rouca de sono dizer:

– Você ainda está aqui. Já é a manhã seguinte e você ainda está aqui.

– Claro que estou aqui. Você me prendeu na cama. - E deu um leve cutucão nas costelas dela.

– Técnica infalível de imobilização que todas as mulheres devem aprender: tire a roupa, deite-se sobre o homem e ele não consegue mais sair. - Pepper murmurou, franzindo o cenho ao perceber como aquela frase era machista.

– Naaa... Só funciona quando é com você. - Tony respondeu casualmente, para então percebeu o tamanho da bobagem que tinha dito. Céus. Era hora de fazer alusão à todas as mulheres com a qual fez sexo e abandonou na cama?

Mas Pepper riu. Depois de tantos anos tirando mulheres nuas do quarto de Tony, Pepper riu. Foi um riso rápido, sem humor, mas um riso mesmo assim. E depois disso ela tentou sair de cima dele, falando alguma coisa sobre ter que tomar banho. Atônito, Tony a puxou pelos braços e a beijou. E Pepper o beijou de volta. Depois, muito depois, ela pousou novamente a cabeça sobre o peito dele. Sua voz, apesar de baixa, ecoou pelo quarto como um brado:

– Nós vamos fazer isso para valer?

Tony pensou um pouco, acariciando os cabelos dela. Respondeu:

– Todo super-herói precisa de uma namorada preocupada o esperando em casa... Mas secretamente orgulhosa. Claro que podem usá-la contra ele mas... No nosso caso, acho que todo o mundo já sabe que eu não sei funcionar sem você...

Pepper ergueu a cabeça, olhando para Tony com o cenho franzido:

– Anthony Edward Stark! Você está me convidando para morar na sua casa?

Tony repassou seus últimos segundos de vida em sua cabeça. Efetivamente, ele estava mesmo era pedindo Pepper em namoro, ao colocar para ela toda a sua dependência e ao mesmo tempo o fato de ele se auto proclamar um super-herói. E ele disse alguma coisa sobre casa mas... Pepper estava na mansão de Tony antes dele acordar e às vezes ele nem percebia que ela tinha ido embora, porque ele ficava trancado na oficina. Sério, com eles dormindo juntos, para Tony nem faria diferença se eles estão morando junto ou não.

– Contamos muitas mentiras nessa semana. Como estou construindo uma carreira de super-herói, acho que podemos começar a transformar algumas delas em verdade.

Ganhou mais um beijo de Pepper. Depois ela estava ocupada demais entre dizer que Ed era um idiota e que essa era uma mentira que ela não queria tornar verdade e fugir dos braços de Tony e correr para o banheiro. Tony, gênio estúpido como era, demorou quase dez minutos para perceber que ela havia deixado a porta aberta.

Anthony Edward Stark, filho de Haward e Maria Stark e único herdeiro do império Stark. Diretor presidente da maior indústria de armas e tecnologia do mundo. Bilionário. Playboy. Filantropo. Gênio. Eleito cinco vezes o homem mais sexy do mundo. Homem de Ferro. Orgulhoso namorado de Virgínia Potts. Como era legal ser Tony Stark!

Ser Ed não era lá tão legal. Mas Ed era o orgulhoso namorado de Ginny, então ser Ed também tinha suas vantagens.

Tanto Ed quanto Tony estavam tendo sérios problemas em explicar para Pepper porque um new beetle amarelo estacionado na frente do hotel era uma opção de locomoção válida para eles, que haviam deixado o Porsche na casa dos pais dela.

– Ontem, quando eu te encontrei, eu não sabia o que fazer. A única coisa que eu sabia era que eu precisava te tirar dali e que com Lisa aos prantos pedir ajuda para a sua família não ia ser nada produtivo. Eu posso ter ganhado o camaro do Sebastian no poker e tê-lo trocado pelo carro do primeiro convidado que vi?

– Tony, enquanto o meu mundo se despedaçava você estava jogando a dinheiro de verdade?

– Sim?

– E ae você ganhou o Camaro do Sebastian e trocou pelo carro do primeiro convidado que você viu?

– Sim?

– Sem documentação nenhuma?

– Sim?

– Por que você está me respondendo com perguntas?

– Por que o camaro do Sebastian ainda não está totalmente quitado?

– Você vai devolver o carro para o dono.

Tony chegou a abrir a boca para falar, mas Pepper o interrompeu:

– E todo o dinheiro que ganhou do Sebastian antes dele ficar desesperado a ponto de apostar o carro. E também tudo o que ganhou de quem mais estava na mesa com você.

Tony que já tinha desistido de argumentar estava parecendo uma criança de quatro anos que foi colocada de castigo.

– Quanto ao camaro, se o novo dono conseguir terminar de pagar... - Pepper deixou o final da frase no ar.

Tony idolatraria Pepper até o fim de seus dias.


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