Last Sacrifice escrita por RoseBelikov


Capítulo 1
Capítulo 1




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Eu estava imersa nos meus sonhos quando um barulho horrível veio do lado de fora da minha cela. Eu me levantei, pronta pra xingar o guardião que estava fazendo isso, então eu vi Mikhail. Ele estava com a cara séria e usava a roupa formal de guardião. Ele pegou um molho de chave e começou a destrancar a porta.

-Rose, a gente não tem muito tempo. Vamos!

-Aonde? O que é isso?

Mikhail me olhou com um olhar paternal. Eu pude ver alguns guardiões caídos no chão.

-Você está fugindo Rose. Terá alguém te esperando aqui embaixo.

Eu o encarei confusa. Ele fez sinal para eu o seguir e eu fui atrás dele. Ele entrou em uma cela do lado e eu realmente estava perdida.

-Como você acha que eu vou fugir por aq...Oh!

Ele entrou no pequeno banheiro da cela, onde tinha um enorme buraco no chão.

-Vá Rose-Ele me deu um breve abraço. Eu não podia me dar o luxo de pedir explicações numa situação como essa. Aliás teria alguém me esperando lá embaixo.

Eu não pude falar mais nada. Quando eu vi estava pulando no buraco e encarando Dimitri. Protestos chegaram à minha boca mas eu fui interrompida por sua voz, como veludo na minha pele, apesar de toda a rigidez.

-Correr agora. Perguntas depois.

Eu estava precisando de explicações, mas usar o meu jeito vadia Rosemarie não ia adiantar nada agora.

-Tá- eu respondi enquanto ele me jogava algo como uma mochila.Eu não pude resistir a tentação de provocá-lo -Homem das cavernas.

Eu fiquei com raiva ao ver que ele não teve nenhuma reação.

-Me dê algo. Um papel velho ou alguma coisa assim.

Eu peguei um papel amassado que tinha no meu bolso e dei pra ele. Ele pegou o papel e o jogou em uma direção.

-Você é louco?

-Se eles descobrirem por onde fugimos, eles vão seguir naquela direção.-Ele disse naquele jeito Zen que só ele tinha.-Vamos!

Eu o segui. Eu estava um pouco atrás dele, observando a graciosidade de seus movimentos. Nós estávamos correndo em túneis debaixo da terra. Eu devia me preocupar em fugir, não em como a graciosidade, sensualidade e letalidade que Dimitri se movia. Eu resolvi focar no que eu tinha que fazer e acabei quase passando Dimitri. Depois de alguns quilômetos, aumentando e diminuindo o rítmo, Dimitri parou bruscamente e encarou o( ou pelo menos eu achava que era) o vazio. Olhando mais atentamente, eu percebi que era uma escada que levava direto pra escuridão.

-O que é isso?

-Parece uma escada. Eu não sei aonde isso leva mas parece que teve alguém aqui recentemente.-Ele disse apontando pra uma garrafa de água mineral no chão.

-Vamos ver o que é?

-Não- Ele respondeu- Não temos tempo.

Nós seguimos por mais uns três quilômetos, e eu juro que eu ouvi o som do alarme da côrte. Embora fosse baixo, eu ainda achei algo estridente. Pude ver Dimitri me observar com o canto do olho. Eu o estava o observando me observando. Francamente, minha vida não parecia ter sentido algum. O túnel estava começando a se inclinar e lá no fundo podia ver uma pequena luz, aumentando a cada passo.

Depois de alguns minutos, chegamos ao fim do tunel e o som da minha respiração, ofegante, era tudo o que se ouvia.

-Você está bem?-Ele perguntou preocupado.

Eu fechei a minha cara lembrando que eu teria que tentar odiá-lo pelo resto da minha vida.

-Estarei se você não me fizer correr mais.

Ele abriu um pequeno sorriso.Aparentemente, rindo da minha cara e do meu estado.(Eu tinha certeza que estava completamente descabelada.) Ele estava usando uma roupa casual- jeans e uma camisa azul marinho- que pareciam feitas pra ele. Ele estava muito suado e seu cabelo colava em seu rosto. Lindo, como sempre.Suas palavras interromperam o meu pensamento.

-Correr? Deixe aquilo fazer isso por nós. -Ele disse apontando para trás de mim. Aqui parecia o fim(ou o começo) de uma estradinha de terra. Eu encarei algo que estava coberto por uma capa cinza.Dimitri se ocupou de tirá-la. Era um BMW conversível preto. De quem era esse carro,Jesus?

-Esse carro é seu?- Perguntei enquanto entrava no carro.

Ele deu partida no carro e balançou a cabeça positivamente.

-Wow!-Eu disse-Oque aconteceu com os velhos clássicos? Isso é resultado de seis anos de salário nunca usados?

-Não. Abe me deu.

Choque passou por mim.

-Por que diabos Abe te daria um carro?

-Pra tirar a filha dele da prisão?Ou você achou que chegaríamos correndo até onde seja que você quer ir?

Eu cruzei os braços de baixo do peito e bufei, me afundando no banco. Eu aposto que Dimitri rolou os olhos. Espera!

-Hey! Como você sabe que Abe é meu pai?

Ele estava claramente evitando o meu olhar.

-Ele me contou.

-Se tem uma coisa que você me ensinou camarada, é que quando uma pessoa não olha nos seus olhos ela está mentindo. Aliás, você não falou como se tivesse descoberto ontém. Vou repetir: Como você sabe?-Eu estava começando a pensar se ele já não sabia disso antes.

Ele suspirou

-Abe sempre passava por Baia. Eu tinha sete anos da primeira vez que o vi. Nós ficamos meio que amigos, apesar de toda a históra dele ser perigoso e tal. Depois da graduação, eu só fui vê-lo ele de novo com 22 anos. Eu estava com ele no dia que o meu protegido foi assassinado.Ele estava me implorando para ir pra St. Vladmir assumir as buscas pela sua filha que tinha fugido da Academia. Eu aceitei depois que descobri que Zeklos estava morto. Eu tinha começado à imaginar se ele não tinha encomendado a morte dele para que eu aceitasse a sua proposta. Dois anos depois eu estava caçando você pelas ruas de Seatlle.

Várias coisas passaram pela minha cabeça. Nunca imaginei assim. E derrepente...

-Oh Deus!-Eu exclamei- Você trabalha para Abe!


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