Just Harry escrita por The Escapist


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

A fic está se aproximando do fim, sim, sim salabin, este é o penultimo capítulo, logo o proximo será o último!Então, espero que gostem, comente e indiquem, aproveitem que é natal, me deem uma indicação como presente!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/116808/chapter/7

— Ela é uma garota linda.

— Ela não é só uma garota linda, pai, é a garota mais incrível do mundo.

— Parece que alguém aqui está apaixonado. — Harry sorriu, não era sempre que tinha conversas desse tipo com o pai.

— Eu queria que você e a mamãe voltassem — disse depois de um instante.

— Eu também queria, Harry, eu sinto falta da minha casa.

— Por que você não entra, só para dizer um “oi”.

— Amanhã eu entro, agora eu preciso ir dormir.

— Ok, eu vou dizer a ela que você mandou um beijo. Boa noite.

— Boa noite, Harry, sorte com a Hermione.

— Obrigado. — Harry esperou que o carro do pai desaparecesse para poder entrar, pegou as chaves no bolso e olhou de lado um instante, reparou no carro estacionado. — O que será que o gay do Riddle tá fazendo aqui a essa hora? —

Harry abriu a porta da sala e entrou. Imediatamente avistou Riddle; parecia que era a primeira vez que ele não estava com cara de cachorro de estimação; ele estava na escada, e Lilian também. Harry não quis acreditar, mas eles estavam se beijando. Harry bateu a porta com raiva.

— Harry! — Lilian tratou de amarrar o robe de seda e desceu as escadas seguida por Tom. — Harry, eu...

— Por isso você quis se separar do meu pai? Por que você está transando com esse idiota?

— Harry me deixa explicar, filho.

— Não, eu não sou criança, você traiu o meu pai, isso é nojento.

— Calma, Harry, por que você não escuta a sua mãe?

— Por que você não sai da minha casa, Riddle?

— Tom, é melhor você ir, a gente conversa depois.

— É por isso que você queria que eu ficasse amiguinho do Tom?

— Harry, não é o que você está pensando, filho, minha separação com o seu pai não tem nada a ver com o Tom.

— O meu pai te ama, e você colocou outro cara no lugar dele, dentro da nossa casa.

— Harry, você ainda é jovem demais para entender certas coisas.

— O que você chama de certas coisas, mãe, eu chamo de sacanagem.

— Não fala assim comigo, Harry.

— Ok, não fala comigo, então.

Lilian sabia que não seria difícil, mas não estava esperando por aquela reação de Harry. Foi difícil pra ela sentir a decepção do filho, só queria que fazer Harry entender que o fato do casamento com Tiago ter acabado e ela ter se apaixonado por Tom, eram dois eventos independentes, embora tenham acontecido paralelamente, mesmo que não existisse nada entre ela e Riddle, ainda assim teriam se separado de Tiago.

Quanto a Harry, o garoto estava magoado, claro que era grande o bastante para aceitar o divórcio dos pais, mas não poderia entender como sua mãe deixaria seu pai, que era a melhor pessoa do mundo, por causa de um bajulador falso como Tom Riddle, isso Harry nunca entenderia, nem aceitaria.

— Será que eu posso ficar aqui? — pediu ao pai para ficar no flat onde Tiago estava morando temporariamente.

— Por que alguém ia querer trocar sua casa por um flat, Harry? Aconteceu alguma coisa?

— Não, nada, eu só quero ficar com você pai. — Harry não tinha certeza se deveria contar sobre Lilian e Riddle ao pai.

— Sei, mas prefiro que você fique comigo quando eu mudar para o apartamento. Harry seu lugar é em casa, com a sua mãe. A não ser que exista um motivo para você não querer ficar com a sua mãe. Harry? Olha, se estiver acontecendo alguma coisa, você deveria me contar.

— A mamãe está tendo um caso com Tom Riddle.

XXX

— Que tipo de exemplo você pretende dar ao seu filho, Lilian?

— O exemplo que eu não pretendo dar ao Harry é o de alguém que vive de aparências!

— Você não tinha o direito de fazer isso, Lilian.

—Nós não estamos mais casados, Tiago, eu tenho o direito de fazer o que eu quiser, sair com quem eu quiser.

— Eu te amava, Lily, eu teria feito qualquer coisa por você.

— Isso é o que você diz Tiago, e você só diz. Só que falar não é o bastante, eu não podia mais ficar vivendo a sua vida, Tiago, será que você não pode entender, eu te amei, o que nós vivemos foi maravilhoso, nós tivemos o Harry, mas há outra pessoa agora. — Tiago sentiu os olhos úmidos.

— Você ama o Riddle? — Lilian não respondeu. — E você acha que o Riddle te ama também? — Um novo silêncio de Lilian e Tiago sentiu um nó na garganta.

Queria ter raiva de Lilian queria odiá-la, mas não podia quando lembrava a primeira vez que a tinha visto passeando no campus de Oxford, ele nunca poderia odiar o sorriso vivo, os olhos verdes profundos de Lilian, talvez devesse odiar a se mesmo por não ter sido o suficiente para ela.

XXX

Não era uma coisa normal de acontecer, Tiago Potter não se concentrar em nada. Uma das principais lições que aprendeu na vida de empresário foi que não deve deixar que problemas pessoais interfiram no trabalho. Durante toda sua carreira tinha conseguido separar muito bem, e mais, como presidente de uma das gigantes das telecomunicações mundial, tinha aprendido a preservar a imagem da empresa que representava. Mas ele não estava mais aguentando, simplesmente não podia mais conviver com Tom Riddle, trabalhando na sala ao lado sua, enquanto ele dormia com sua mulher.

— O Riddle está na sala dele? — perguntou à secretária.

— Sim, senhor. — Ela levou a mão ao telefone, mas Tiago já caminhava para a sala de Tom antes que ela abrisse a boca. — Bom, ele pode entrar sem ser anunciado — disse pra si mesma, imaginando a cara de Riddle que ficava irado quando alguém entrava de repente.

Tiago não bateu na porta; Riddle estava de olho em papeis e falou sem erguer a cabeça.

— Qual é o problema, Srta. Skeeter, eu já falei que não... Ah, Sr. Potter, desculpa, eu pensei que fosse outra pessoa. — Tiago encarou Riddle. — Algum problema?

— Na verdade há um problema, Riddle — Tiago falou e sentou de frente a Tom.

— Do que se trata?

— De você dormindo com a minha mulher. — Tom não reagiu da maneira que Tiago esperava, não demonstrou qualquer embaraço, se encostou no espaldar da cadeira.

— Ex mulher, até onde eu sei — disse simplesmente, Tiago cerrou os punhos.

— Você está demitido, Tom.

— Com todo respeito, Sr. Potter, o senhor não tem autoridade pra me demitir, só o conselho poderia fazê-lo.

— Conselho do qual eu sou presidente. — Tom engoliu em seco; ele podia ter o apoio da maior parte da diretoria, mas Tiago continuava sendo o sócio majoritário, CEO e presidente do conselho de administração. Ele estava certo. — Ter um caso com a minha mulher não foi só um erro, Tom, foi a ruína da sua carreira, que, é preciso admitir, era brilhante. Arrume suas coisas, Riddle, e não espere por uma carta de recomendação. — Tiago encarou o rosto de Riddle sem o seu costumeiro sorriso; afinal o Harry tinha razão o tempo todo, ele era um puxa saco falso. Tiago já estava na porta quando Tom voltou a falar.

— Me humilhar não vai fazer a Lily voltar a te amar. — Num segundo Tiago voltou e acertou um soco no rosto de Riddle, fazendo-o cambalear e cair sentado na cadeira de couro.

XXX

— Harry, eu posso saber onde você tem andado? Você não para mais em casa... Harry, eu estou falando com você!

— Por que você não procura o Riddle?

— Eu não vou permitir que você continue me tratando dessa maneira. Harry, eu ainda sou sua mãe.

— Você não lembra que é minha mãe quando está na cama com o Riddle. — Lilian mal se deu conta da mão estalando no rosto do filho, imediatamente se arrependeu do que tinha feito.

— Harry, me desculpa, filho...

— Ótimo, fica com ele então.

— Harry, por favor, filho, espera. — Harry saiu batendo a porta atrás de si, pegou o carro e desapareceu.

Harry estava dando voltas pela rua, sem saber para onde ir, não tinha vontade de ir procurar o pai, estava arrependido pelo modo grosseiro como falou com a mãe, mas também estava magoado. Na verdade estava perdido, a família que ele sempre acreditou ser perfeita tinha acabado, não importava o quanto eles dissessem que nada mudaria, era mentira; a verdade era que nada mais seria como antes.

Harry piscou os olhos úmidos pra ter certeza do que via; estacionou o carro e correu para encontrá-la.

— Hermione! — Ela se virou, tinha o capuz na cabeça para se proteger da chuva fina que caia.

— Harry, o que houve com você? — Harry deu um sorriso sem graça, pelo menos Hermione não lhe virou as costas. — Está tudo bem? Você tá chorando? Fala alguma coisa!

— Ah, desculpa, Hermione; você não quer conversar um pouco comigo?

— Ah, está bem, tudo bem. — Harry quase não acreditou quando ela aceitou sentar no café e conversar com ele, só de estar com Hermione já se sentia melhor. — O que foi que houve, ham?

— Eu tive uma discussão com a minha mãe.

— Pelo visto muito séria.

— Meus pais estão separados, e, a minha mãe, está tendo um caso com outro cara.

— Não é a pior coisa do mundo...

— Não, eu sei que não, mas é fácil falar quando acontece com você, quer dizer, já imaginou sua mãe saindo com um colega de trabalho do seu pai?

— É, vendo por esse lado...

— É tão frustrante, quer dizer, e toda aquela conversa de moral e bons costumes que eu cresci ouvindo?

— Você não acha que está sendo duro demais com a sua mãe? Quer dizer, você não acha que ela possa estar realmente apaixonado por outro homem sem que isso necessariamente signifique uma traição aos “bons costumes”? É muito comum confundir moral com falso moralismo, Harry! Eu tenho certeza que você quer a felicidade dos seus pais, não é?

— Claro, claro que sim.

— Um casamento de aparência certamente não os fazia feliz, claro que eu não sei nada disso, eu nem conheço seus pais, eu só... estou falando isso porque eu acho que o mais importante é a pessoa estar feliz.

— Você está certa, Hermione, eu quero ver a minha mãe feliz, mas eu não consigo aceitar aquele Riddle, ele é tão falso e bajulador, como eu posso acreditar que ele gosta da minha mãe de verdade? — Harry e Hermione ainda demoraram alguns minutos conversando no café.

Ele agradeceu sinceramente por Hermione ter lhe escutado, estava se sentindo bem melhor depois de se abrir com ela.

XXX

— Então, você resolveu dar uma chance ao Harry?

— A gente só conversou, Luna, como amigos.

— Granger, olha para mim. — Hermione olhou para a amiga, Luna arqueou a sobrancelha.

— Que foi?

— Amigos, você acha que pode ser amiga, do Harry Potter?

— Eu acho que é mais fácil ser amiga dele.

— Ah, mas nós vamos para Paris! — Luna falou com ar sonhador, no instante em que Harry e Ron entravam na sala. Harry acenou e sorriu para Hermione, recebendo por isso uma cotovelada do amigo, Luna por sua vez deu uma piscadela cúmplice para a colega. — Espero que você possa realmente ser a fotógrafa do Profeta Diário em Paris, mas eu duvido que você tenha tempo para alguma coisa além daqueles olhos verdes.

— Luna, para, vai.

— Parei. — Luna começou a cantarolar baixinho uma música francesa e só parou quando o Professor Binns entrou na sala.

O silêncio reinou quase absoluto, o professor falava baixo e pausadamente, e se alguém conversasse durante sua aula, ele fazia um monte de perguntas.

— E não esqueçam que amanhã é o último dia para vocês entregarem a autorização assinada pelos pais.

— Professor — Oliver Wood ergueu a mão —, meus pais estão fora da cidade; se eles não puderem assinar?

— Oh, sinto muito, Sr. Wood, a autorização dos pais é imprescindível; quem não trouxer até amanhã, au revoir! — Wood reclamou baixinho, cochichando com o colega ao lado.

Antes de sair da sala, Hermione foi entregar a autorização para a viagem ao professor, Harry também estava entregando a sua, ele apenas sorriu novamente e passou a mão pelos cabelos rebeldes.

— Ei, Harry, quando você vai partir para o ataque? — perguntou Ron, dando um tapa nas costas do amigo quando os dois saíam da sala. — Sabe, eu tive uma ideia, e dessa vez a Granger não vai escapar, quando você estiver em Paris, você tem que...

— Ok, Ron, eu agradeço seu esforço, mas dispenso suas ideias, pode deixar que eu assumo daqui para frente. A propósito, você já entregou a autorização?

— Não, eu não sei se vou, para falar a verdade.

— Qual o problema?

— O papai disse que a Giny merece mais ir para Paris do que eu, por que eu já fui para a Califórnia nas férias, você sabe...

— Mas a gente vai com a escola, você não disse isso ao seu pai?

— Eu disse, Harry, mas você sabe...

— Então você vai precisar de ajuda com o seu velho.

— Nem adianta, seu crédito com ele está baixo, você sabe, por causa da Giny.

— É, eu sei, mas, o crédito do meu pai continua alto, não é?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E mais uma vez obrigada a Debs (escrevi certo dessa vez? kkk) e a ViMarag, por comentar, cada review recebdido é uma alegria pra esta escritora! Um beijo e um feliz natal pra vocês!