Coleção Poções escrita por EmyBS


Capítulo 2
Amortentia




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“Um aroma unico para cada pessoa”

Chegar em Hogwarts sem Rony, Harry e Hermione era estranho.

Talvez tão estranho como quando tinha dez anos e teve que ficar para trás.

Respirou fundo e entrou na sala de aula deixando as lembranças de lado.

Poções.

Tinha que admitir que o prof. Slughorn era muito mais simpatico que o agora diretor Snape.

Três caldeirões já estavam prontos em cima da mesa do professor.

Ela sorriu, lembrava de Hermione falando sobre aquelas poções no ano anterior.

- E alguém da turma se arriscaria a dizer qual é essa poção aqui? Srta. Weasley!

- Amortentia. É a poção do amor mais poderosa que existe, podendo ser facilmente identificada pelo brilho perolado, pela fumaça em espiral que solta e pelo seu cheiro que varia de pessoa para pessoa de acordo com o que a atrai.

Respirou fundo lembrando de quantas vezes Hermione havia comentado daquela poção durante as conversas que tinham e de como era interessante sentir o cheiro daquilo que lhe atraia na poção.

Fechou os olhos sorrindo.

Chuva, algodão doce, chocolate e...

Deu dois passos para trás assustada.

Sempre imaginou sentir o cheiro de hortelã misturado com almiscar que era o cheiro caracteristico de Harry, mas não era esse o cheiro que parecia ter grudado em seus sentidos.

Pimenta, cereja, madeira, menta, canela, exotico, estranho, único...

Sentiu o coração bater descompassado. Não. Não podia sentir aquele cheiro.

Tinha sentido apenas uma única vez.

Uma única maldita noite por poucos segundos.

Nunca chegará perto o suficiente para sentir toda essa explosão de aromas que vinham dele.

De longe ele lembrava vagamente menta, mas ela sabia que aquilo era apenas um terço da realidade, não havia como descrever ou enumerar, era preciso sentir.

Tomou coragem e chegou novamente perto da poção respirando fundo.

Sim, não havia duvida.

Chuva, algodão doce, chocolate e o aroma que vinha de Draco Malfoy.

Corou colocando uma mecha do cabelo ruivo atrás da orelha.

Sabia que ele tinha retornado, mas ainda não tinham se encontrado.

Bufou inconformada.

Não. Não podia querer encontra-lo.

Ele era o culpado por seu irmão, era o culpado por Dumbledore...

Draco era um Comensal da Morte, não podia, não devia.

Sentiu nojo de si mesma e tentou prender a respiração se afastando da poção de amor.

Mal viu a aula passar e quando ouviu o sinal saiu da sala atortuada.

Andava a esmo, lagrimas escorriam pelo seu rosto.

Era culpa, arrependiamento.

Seus passos ecoavam na pedra fria das masmorras, mas ela não se importava, queria apenas fugir, apenas esquecer. Aquele lugar era frio. Parou se encostando numa parede seus olhos fechados braços caidos junto ao corpo, lagrimas que não paravam de verter dos seus olhos.

Ouviu alguém se aproximar, mas não preciso abrir os olhos para identificar quem era, aquele maldito aroma que não a deixava em paz.

- mal... foy...

- Eu disse que você se arrependeria, Weasley.

O tom era ironico e cruel, mas sentiu seu corpo se arrepiar com a proximidade, ele dizia naquela tipica voz arrastada e arrogante junto a sua orelha.

Apertou ainda mais os olhos não querendo encontrar o cinza tão perto.

- Eu disse que você choraria...

Porque ele tinha que secar suas lagrimas? Porque ele estava ali? Porque seu coração batia descompassado?

A respiração dele batia suave no seu rosto mostrando o quanto ele estava proximo. Menta, pimenta, cereja, madeira, canela. Merlin! Que raio de mistura era essa?

Seus joelhos fraquejarem e ele a enlaçou pela cintura puxando-a e colando seus corpos. Sua cabeça caiu para trás deixando seu pescoço a mostra e logo ela estremeceu ao sentir o nariz gelado dele percorrendo sua pele quente fazendo-o rir.

- para... para malfoy...

Sussurrou fraca.

- E o que exatamente eu deveria parar?

Deslizou as mãos pelas costas dela se inclinando sobre ela tão próximo.

- De tentar copiar o Harry em tudo.

Era maldade, mas tudo o que ela queria era que as coisas voltassem a fazer sentido e estar nos braços de Draco Malfoy não fazia nenhum sentido.

Ele paralizou por um segundo antes dela sentir seu corpo se esparramar no chão, levantou os olhos assustada apenas para vê-lo se agachar para junto dela o cinza chumbo tão frio quanto ela achou que poderia ser um dia, tão frios que ela acabou desviando o olhar com medo.

- Eu não copio o maldito Potter – a voz dele era tão cortante que chegava a machucar – Eu não quero nada que venha dele.

- Então me deixa em paz! – tomou coragem para voltar a encarar os olhos dele – Eu sou do Harry!

Empinou o nariz em provocação, mas ele riu balançando a cabeça e segurou os cabelos vermelhos firmes deixando o rosto dela muito próximo dele.

- Não Weasley... – a voz arrastada agora tinha um tom de deboche e ele parecia se deliciar com as palavras – Você não é dele.

Piscou algumas vezes sem saber como e com que direito ele chegava a essa conclusão.

- Eu... – começou ficando vermelha da raiva que crescia, mas foi cortada por ele.

- Não, você só vai fazer o que é certo. – ele tinha o nariz fina encostado no dela.

- Malfoy... – ela não sabia porque tinha chamado o nome dele, mas aquilo foi o suficiente para que ele pressionasse os labios sobre os dela de maneira suave, quase apaixonada.

Suas mãos seguiram para os cabelos loiros e finos dele, seu corpo foi erguido do chão e pressionado contra a parede fria e dura das masmorras.

Sentiu o mundo girar os seu redor.

Mãos, toques, gemidos, calor, corações descontrolados e uma abrupta separação.

Quando abriu os olhos assutada ele não estava mais lá, olhou em volta perdida, será que tinha sonhado?

Pegou sua blusa e inspirou o cheiro que vinha dela.

Sorriu abobada.

Não havia sonhado.

Lá estava o aroma que sentiu na maldita poção.

A bizarra combinação de pimenta, cereja, madeira, menta e canela.

O cheiro de Draco Malfoy.

O cheiro que sentia na poção Amortencia.


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