Pov do William

Beckaett's House

Fui ate o meu guarda roupa e peguei uma pequena caixa que continha objetos dos membros das demais bandas da Fueled By Ramen. Objetos importantes, a maioria deles fotos comprometedoras tiradas por um detetive particular, que poderia mudar a vida de qualquer um. Já tive alguns alvos, mas eles foram fáceis demais.

Meu próximo alvo? Alec Ross. Banda? Panic! Salamander. Motivo? Ciúmes. Ponto fraco? Inseguro. Anotei o básico sobre meu alvo e guardei em um canto. Coloquei a caixa de volta depois de pegar uma foto que será a prova de tudo o que eu disser.

Ter provocando Alec com certa frieza irá fazê-lo sofrer, isso se ele já não estiver sofrendo. Maldita hora em que Joshua cruzou com o seu destino e estragou todos os meus planos. O cara do sorriso encantador, dos lábios grossos e carnudos, do olhar penetrante e dos cabelos escuros. Desejo de qualquer um, sonho que outro qualquer gostaria de ter ao seu lado. Ele não era um sonho, ele é real.

Meu celular tocou as três da manha, atendi porque era importante senão nem teria perdido meu tempo abrindo os olhos para ver quem estava me ligando.

– Beckaett vê se não vai fazer merda.

– Do que você esta falando seu porra?

– Eu sei o que você pretende fazer com o Alec.

– Agora você vai bancar a voz da minha consciência?

– Vou. Pra ver se você não comece a fazer merda. Eu não quero ter que limpar o resto da bosta que você fizer.

– Você nunca limpou o resto da bosta.

– Limpei sim. Lembra aquela vez que você...

– Nem começa porra. Aquele plano deu errado. Quantas vezes eu vou ter que te falar isso?

– Errado o cacete Will.

– Não fode com minha vida.

– Você mesmo fode com ela. Não venha me culpar, porra. Presta atenção: eu já sei o que você pretende fazer com o Ross e ele esta determinado a lutar pelo sonho dele. Só você não percebeu, mas as chances dele ganhar são ótimas. Você vai sair feito um otario disso tudo. Estou te avisando Beckaett.

– Não é possível que ate você esteja do lado deles.

– Eu não estou do lado deles e nem do seu, seu idiota. Só quero deixar bem claro que ambos sentem o mesmo um pelo outro.

– Você esta inventando isso, não?

– Se eu estivesse mesmo inventando, o que você faria? Me mataria? Larga de ser imbecil Beckaett e pule fora desse seu plano maluco.

– Eu não pular fora de plano nenhum. Pode esquecer, eu não vou desistir facilmente e não vou sair feito um covarde. Eu vou ate o fim.

– Depois não diga que eu te avisei. Bom resto de noite William.

Desliguei o celular com muita raiva e fiquei com mais raiva ainda com a pessoa que tinha me ligado. Só me ligou para me deixar mais furioso do que eu já estava. Alem de furioso eu estava um pouco ansioso porque começaria uma turnê com o The Academy Over... em dois dias. Em dois dias eu tinha que arrumar minhas malas e planejar cada detalhe.

Dois dias depois...

Eu estava enfiado dentro de um ônibus com Adam Siska, The Butcher, Mike Carden e Michael Guy. Uns dois meses em uma mini turnê que nosso produtor inventou de ultima hora. Eu estava feliz por termos uma turnê, mas não ser alguns meses depois?

Aproveitei que Siska e os demais estavam bastante distraídos jogando Banco Imobiliário, peguei meu celular e liguei para o meu detetive particular.

– Beckaett, é você?

– Não. Claro que sou eu. Seguinte: houve uma mudança de planos e você vai ter que vigiá-lo sem mim por perto. Estou indo para uma mini turnê que vai durar dois meses.

– Entendi, e ate lá eu faço o que?

– Você é mesmo um detetive porra?

– Está duvidando de minhas palavras Beckaett?

– Não fode Matt. E vá fazer o seu trabalho. Ate mais.

Mais não é possível que eu tenha contratado um retardado. Coloquei meu Ipod e fechei os olhos enquanto ouvia uma musica qualquer. Com os olhos fechados, eu poderia fingir que dormia para ninguém me incomodar e pensar em certas coisas.

Fim do Pov do William

Eu estava em um lugar qualquer dentro de um ônibus com Joshua, Spencer e Jon. Spencer dormia, Jon mexia em seu celular e Joshua e eu conversávamos numa mini sala que tinha dentro do ônibus.

– Joshua, você reparou que depois que o Jon desligou o celular ele ficou estranho?

– Ele é estranho Alec, ele só pode ter ficado assim porque o celular ficou sem sinal.

– Pode ate ser Joshua, mas nada explica aquela cara que ele esta fazendo. – Apontei discretamente para Jon para que Joshua pudesse observá-lo.

– Pare de ficar imaginando coisas Alec, o Jon só deve estar em um dia ruim.

– Joshua, ele não é mulher para ficar de TPM.

– Mais ele pode ter TPS.

– Não vou nem perguntar o que esse TPS significa. Tenho medo da sua resposta.

– Tem certeza? É engraçado. – Ele olhou por cima dos óculos diretamente em meus olhos e depois abaixou o olhar para outras partes do meu corpo.

– Além de cara de pau, você é muito indecente Josh.

Olhei para ele meio de lado e ele mantinha um sorriso largo nos lábios. Olhava-me com uma expressão em seu rosto que eu não sabia definir o que era.

– É Tensão Pré Sacal.

– O que foi o que você disse? – Perguntei olhando para ele um pouco confuso.

– Tensão Pré Sacal. É o que o Jon deve ter quando ele tem um dia ruim.

Cai na gargalhada e ele riu comigo. De fato o TPS era engraçado. Joshua tinha talento para a comedia e eu gostava disso nele. Quantas vezes ele me animou quando eu estava para baixo? Só sei que não foram poucas as vezes que isso aconteceu.

Dois dias depois chegamos à próxima cidade onde faríamos mais um show. Eu preferi dividir o quarto com Joshua, alias, eu sempre fazia isso. Passamos rapidamente pela recepção do hotel e fomos para nossos quartos. Zack reservava um quarto para ele, Spencer dividia o quarto com Jon e eu dividia o quarto com Joshua.

Joshua ficou lendo um pouco enquanto eu estava apenas deitado. Ele deixou o livro de lado e deitou-se também. Estávamos tão exaustos que nosso corpo falava por nos.

– Joshua, posso te fazer uma pergunta? – Perguntei e percebi que ele tinha deitado de lado para me olhar.

– Quantas você quiser.

– Você tem alguma idéia do que o Beckaett pode fazer?

– Então é isso que você esta pensando?

– É o que parece, não? Responda minha pergunta.

– Pra ser sincero não tenho idéia do que ele possa fazer, mas dele pode-se esperar qualquer coisa.

– Às vezes eu tenho medo do que ele possa fazer.

– Não fique com medo meu pequeno. Eu te protejo do “Beckaettzilla”.

– Beckaettzilla? – Comecei a gargalhar incansavelmente. - Só você mesmo pra me fazer rir nessas horas.

– Agora durma pequeno. Amanha nos preocupamos com isso.

Ele se acomodou de maneira confortável em sua cama de solteiro de hotel. Ao lado da sua cama tinha a outra cama de solteiro e nela estava eu deitado com meus pensamentos. Coberto com uma sombra e duvida e com um pouco de medo. Medo por mim e medo por Joshua.