Peter Jansen e o Ladrão de Chapinhas escrita por gui_brs


Capítulo 5
O Script. (Uuuuuuh)


Notas iniciais do capítulo

Depois vocês entenderão esse Uuuuuuuh.



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Annie Bell, Geroven e o Sr. M. foram chamados para a sala principal da casaronazona. Onde havia uma mesa redonda e de mármore. No centro, havia uma estátua de uma cabeça de uma górgona com uma plaquinha em baixo: “Górgona ao se olhar no espelho. Isso que dá ser feia. Haha”.

                A gente sentou na mesa. Sim, foi na mesa, pois as cadeiras estavam sujas de cuspe de lhama. Culpa do velho mendigo chique, vulgo Sr. Austin. Foi bem confortável, o mármore era gelado e estava bem calor. Realmente, uma ótima combinação.

                – Ah, quem está com fome, vou pedir uma pizza. Vou ligar para o Coralina Pizzas. – Eu fui discando o número no meu celular.

                – NÃO! – todos falaram ao mesmo tempo. Annie Bell pegou o celular da minha mão e jogou-o na lareira (Que não sei por que estava acesa, já que o clima estava quente pra dedéu. Mas, como era só cenário, o fogo era mais baixo, logo, nem tão quente.)

                – Ei! Eu sei que a pizza de lá é meio ruim, mas não precisava disso, né! – Eu falei, calmamente.

                – Não, não... Não é isso Peter. – Geroven olhou para a lareira fictícia. – é que celulares são como um “Ei, eu estou aqui, venha me pegar!” para os monstros. Não queremos nenhum monstro por enquanto, não é?

                – Mas aqui não tem uma barreira mágica, e coisa e tal? – Perguntei.

                – Peter! – Gritou Annie Bell – não contrarie o script! Puxa vida! Está escrito aqui! – Ela tirou um pedaço de papel do bolso e apontou para mim – não pode contrariar! Regras são regras.

                – Mas eu sou o protagonista! – Eu estava indignado! Como alguém poderia me mandar seguir o script? Na minha história de humor!

                – Ah, falou certo! – O Sr. M. se manifestou também – você é o protagonista, não o autor. Mas isso não vem ao caso agora! Primeiro, as coisas importantes!

                O velho estava certo, infelizmente. Eu, por minha vez, fiquei calado. Só ouvi o que eles tinham a dizer: Blábláblá

                – Eu me pergunto: Por que Zeus acha que Peter roubou a chapinha? – Perguntou Annie Bell

                – Ah – Geroven mordeu um pedaço de uma latinha de Coca-Cola. É... Ele tinha esse hábito horrível de comer coisas metálicas e vidro. E olhe que na boca dele nunca apareceu um corte! – Eu já expliquei isso para o Peter: É porque ele é o protagonista da história, logo, para ter alguma coisa que preste, ele tem que ser o culpado. Vocês entendem o que estou tentando dizer? Senão não haveria ação nenhuma!

                Todos exclamaram um “ah, claro” ou um “oh”, deram umas risadinhas tipo “pffft, como não tinha pensado nisso?” e deram tapinhas no ar. “pffft”

                – Galera! Não tem graça não, viu? – Realmente tinha graça, mas só para eles. Para mim, havia tanta alegria quanto quando você sabe que só tem mais uma empadinha no forno. (imaginem como eu estava arrasado!) – só porque quem vai morrer sou eu! – murmurei para mim mesmo.

                – Peter, como você sabe que vai morrer? A história ainda está no início! – O Sr. M. tentou me acalmar, ele parecia ser o único a se importar comigo.

                Eu estava morrendo de sono, não aguentava mais nenhum papo. Provei a mim mesmo que era um ótimo ator: Dei um soco na mesa de mármore, com toda força (essa doeu mesmo)

                –Estou de saco cheio de vocês! EU MORRO NA HORA EM QUE EU QUISER! Você não precisa tentar me acalmar não, seu velho inútil que não tem primeiro nome!

                Annie Bell riu. Aqueles risos que você ronca, sabe?

                Eu desci da mesa e saí correndo para o meu novo chalé. O chalé três. Chalé de Poseidon, como disse o tridente-purpurina.

***

                Mas que chalezinho nojento era aquele. Fedia a mofo e coisa guardada. No meio do caminho tinha uma fonte que jorrava água verde. Eu fiquei me perguntando que espécie de gente tem uma fonte dentro de casa. Mas como eu lembrei que era um acampamento público, deixei pra lá. Eu estava querendo demais.

                Eu fui deitar na cama. Tinham dois beliches no quarto. Um com aquelas camas de pregos e outro com colchões de mola. Eu deitei num colchão de prego, porque eu nunca fui fã de molas. Quando eu tinha sete anos, minha mãe me deu um pula- pula de presente, mas era uma coisa pirata, sabem? aí a mola arrebentou e eu fiquei voando por doze horas, até cair na praia, nas dobras da barriga de uma tia gorda lá.

                O colchão até que era confortável. Os pregos eram indianos, bem ajustáveis à coluna.

No dia seguinte, eu olhei o papelzinho debaixo do meu travesseiro. – era o meu script. Nele dizia que eu teria que ir falar com o Sr. Austin na casaronazona. Annie Bell, Geroven e o Sr. M também estariam lá.

                Toc-toc. Bati na porta. O Sr. Austin abriu e me mandou entrar- obviamente ele sabia que era eu, ele também tinha um script daqueles.

                — Senhor Austin? — Na verdade, não sei por que tem um ponto de interrogação aí. Não foi uma pergunta. — Eu recebi um...

                — Eu sei! Eu sei! Isso é um sinal!  — Ele fez um “Uuuuuuuuh” com a boca, sabe? Aqueles efeitos fantasmagóricos?

                — Sinal do que, Senhor? — Perguntou Annie Bell

                — Dá licença? Isso é um papo, não uma conversa, nem. — MEUS DEUSES! BAIXOU A FAVELADA NO SR. AUSTIN.

                Eu ri.

                — Isso está escrito no script, Peter. — Ele fez aquela carinha de msn ( ¬¬ )

                Todos riram.

                — Peter! Vamos logo ao assunto... No meu script diz que agora você tem que visitar O Script. — Mais um “Uuuuuuuuuh”.

                — Tá bom...

                — Mas... Peter, você não vai hesitar nem questionar? Nem um segundinho? — Perguntou Geroven.

                — Não. — Respondi.        

                — Mas, Peter, o script diz que...

                — Ai! Que se dane esse script! Vamos logo com isso! Eu quero assistir a novela!  Hoje é o último capítulo... Eu acho que a Lara matou o Paulo! — ninguém entendeu nada. Tentei explicar. — Aaaah! É uma novela brasileira. Chatone. Passa-se na Itália e tal... Tem a Lara e o Bobó... Ah, esqueçam. Vamos logo com isso.

                O Senhor Austin me guiou ao desconhecido. — Mentira... Ele me guiou até o sótão. Para ser mais preciso: Até uma porta com uma placa indicando “O Script (Uuuuuh)”.


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Notas finais do capítulo

Gente, desculpa não ter postado antes. Escrevi esse capítulo correndo, deve estar uma porcaria... Nem li e nem revisei... Mas por favor, qualquer erro e/ou incoerencia, me avisem...
Ps.: Comentários são bem vindos (Uuuuuuuuuuh)