Peter Jansen e o Ladrão de Chapinhas escrita por gui_brs


Capítulo 2
Acampamento Sangue-Bom


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo não é tão hilário quanto o primeiro, pois tem certa importância para o desenrolar da história. Os outros capítulos, no entanto, virão com doses extras de uma comédia exageradamente babaca. Não percam



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/116222/chapter/2

O Sr. Austin ainda estava caído no chão. Eu o ajudei a levantar, mas quando vi que ele estava coberto de cuspe de lhama, larguei-o. O infeliz caiu no chão, bateu com a cabeça e desmaiou. Que trágico que foi aquilo.

                Geroven entrou correndo no grande salão. Quando me viu com a caneta e o Sr. Austin desmaiado no chão, quase deu um ataque. Ele deu um gritinho de mulher e saiu correndo. Eu joguei a caneta nele, que caiu no chão e bateu com a cabeça no mármore.

                – Eu to bem! – Geroven fez cara de bêbado e se levantou.

                – Porra Geroven! Eu não o matei! Quer dizer não com a caneta... Digo, acho que não o matei...

                O Sr. Austin virou-se para nós, ainda deitado no chão.

                – Mona Lisa... Crespa... Chapinha... – Essas foram as últimas palavras do Sr. Austin... Geroven e eu ficamos em silêncio por um minuto.

                – Vamos desová-lo! – Disse eu – Algum esgoto ou matagal por aqui?

                – Não... – Disse Geroven, nervoso.

                Ficamos mais uns minutos pensando, até que eu tive a brilhante idéia: Nós o colocamos dentro da estátua de Cronos comendo seu filho, Zeus. Ainda bem que a estátua era oca. Quando estávamos tentando empurrar a cabeça dele para dentro da estátua, uma desgraçada, amiga da infeliz da Nina Boboca, entrou na sala e nos viu. Ela arregalou os olhos.

                Eu taquei minha caneta – Agora batizada de Lululu – nela. Ela caiu no chão.

***

                Nós estávamos indo para a minha casa, que ficava ali perto. Precisávamos sair daquele museu o mais rápido possível. 

                Minha mãe abriu a porta do seu pequeno apartamento com um sorriso... Nos cumprimentou e logo foi mostrar o novo bichinho de estimação que ela comprara: Um gato... E... o pior era que o gato estava comendo um salame! Oh, meu deus! Era carma! Só podia!

                Enquanto ela nos oferecia um chá roxo – mamãe sempre fazia comidas roxas, de tão mal que cozinhava, o grude ficava daquela cor – eu, discretamente peguei o gato e disfarcei, fazendo carinho nele... Quando mamãe virou, joguei o gato pela janela. O pior foi que o infeliz saiu voando. Que tipo de gato sai voando?? Que absurdo!

                – Cadê a Senhorita Doninha, Peter? – Perguntou a minha mãe?

                – Quem?!

                – A minha gata, senhorita Doninha... – Ah, cara, ela devia estar de sacanagem com a minha cara... Senhorita Doninha? Ah, qual foi???

                – Ela... Saiu voando...

                – Ah! Aquela maldita sempre faz isso... Vou cortar a cota de salame dela por uma semana.

                – Ér... Senhora Jensen... Acho que Percy tem que te contar algo...

                – Geroven! Meu nome é Peter, porra!

                – Que seja! Você tem que contar para a sua mãe!

                Mamãe fez uma careta

                – Eu vou ser avó?!

                – Não, Sra. Jensen... Só que o seu filho quase foi morto por nossa professora de matemática...

                Mamãe teve a audácia de dizer ‘Ufa’ e limpar o suor da testa! Que infeliz!

                – Oh, meu deus! Vamos ter que levá-lo para o acampamento Sangue-Bom, Geroven. – Mamãe arregalou os olhos.

***

                Antes de irmos para o tal acampamento Sangue-Bom, nós passamos em uma cabaninha abandonada, no meio da praia. Eu e mamãe roubamos aquela cabaninha há cinco anos atrás, no natal. Desde então, nós passávamos alguns feriados lá... Mamãe resolveu tirar um cochilo... Hora boa para isso.

                Quando nós apagamos, ouvimos alguém bater à porta. Mamãe atendeu.

                – Pois não? – Mamãe esfregou os olhos... CARA! Tinha um minotauro na minha porta! (Fudeeeeeeeeeeeeeu)

                – Estou procurando – O monstro leu um papelzinho que tinha em mãos – Peter Jensen. A senhora pode me informar onde encontrá-lo?

                – Ah, claro... Ele é meu filho, está lá no quarto, dormindo, quer que eu chame?

                – Por favor... – O monstro agradeceu.

                – Peter! – Mamãe me chamou, pensando que eu estava dormindo. – Tem um carinha procurando você lá fora. Deve ser da cobrança do cartão de crédito...

                – Mãe! Porra! É um minotauro! Caralho! – Porra cara, minha mãe era mais burra que um tamanco! – Ele quer me matar!

                – Mas... Por que ele quer te matar filho? Está devendo alguma coisa no cartão de crédito?

                Eu dei um tapa no meio da minha cara.

                – MÃE! Eu não tenho um cartão de crédito!

                A ficha dela caiu...

                – Filho – Ela pôs a mão no meu ombro – te vira...

                Eu dei um olhar de foda-se para ela. Porra! Que mula!

                Convenci mamãe de que ela precisava me ajudar...  Ela fez o que pôde... Serviu um café pro minotauro. Trinta segundos depois de ingerir a toxina, ele saiu correndo para o banheiro. (Minha mãe era um perigo quando o assunto era coisas consumíveis). Enquanto o minotauro estava vomitando, eu, Geroven e a mula da minha mãe saímos correndo estrada acima. Em direção ao tal acampamento Sangue-Bom.

                Quando estávamos prestes a pisar nos domínios do tal acampamento – Que Geroven falou que estaríamos seguros lá –, aconteceu uma coisa digna de filme da Disney: O minotauro (Não me pergunte como) apareceu na nossa frente, com um pulo. Mamãe fez a coisa mais inteligente de toda a sua vida: Tirou de sua mochila um fogão portátil e um botijão de gás... Ela começou a assar bolinhos. Quando estavam prontos, mamãe jogou a pedra – Isso que os bolinhos dela se tornavam – no chifre do minotauro, que se arrebentou. O monstro deu um grito de dor e se desintegrou. – Na verdade, ele só mudou de forma... Virou uma melancia. Cara, eu nunca mais vou comer uma melancia na minha vida!)

                Mamãe deu um grito de guerra.

                – Peter, meu amor... Eu nasci com um propósito: Cozinhar... Vou fazer isso da vida, me sustentarei com o dinheiro que arrecadarei com os meus bolinhos... Vou para casa prepará-los... Boa sorte na sua jornada, filho. – Mamãe saiu correndo... É, ela ia passar fome.

                Geroven e eu entramos no acampamento Sangue-Bom.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!