Great Times Will Last Forever. escrita por Maria Rodrigues


Capítulo 7
Capítulo 7 - Boulevard Of Broken Dreams




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Minha sombra, a única que anda do meu lado
Meu coração raso, a única coisa que está batendo
Às vezes eu desejo que alguém me encontre
Até lá, eu andarei só

Naquele mesmo dia, eu sai andando pela rua, eu não sabia ao certo porquê, mas eu sai.
Seb e Chuck vieram comigo, Pat e Jeff ficaram em casa. Patrick é primo de Chuck, e nos ajuda com as coisas da banda e tudo mais.

Havíamos comprado algumas garrafas de vodka, para tomar na rua. Basicamente, fazíamos isso toda sexta feira, mas hoje, terça, eles me acompanharam.

Estávamos alterados, falando besteiras, quando Seb começou a falar muita merda.

- Cara, eu lembro que teve uma vez que eu fui pra cima de uma mina, pra pegar ela na balada, saca? Só que quando eu vi, era um traveco. Bem que eu achei que as pernas dela eram meio fortes. – ele fez cara pensativa e sentou no chão, rindo.
- Eu acho que to meio bêbado. – Chuck falou deitando na calçada.
- Eu odeio ficar bêbado – eu falei bravo, deitando do lado de Chuck. Eu não estava raciocinando direito. – Cara, eu quero ir pra casa. – falei fazendo bico.
- Mas, Pierre, são 10 horas cara.
- Mas eu to começando a ouvir coisas que não quero. – falei com meus olhos se enchendo de lágrimas.
- O que você ouve Bouvier? – Chuck falou preocupado.
- Um choro parecido com o do Dave. – falei bravo.
- Patrick! Eu também to ouvindo um choro! – Seb falou arregalando os olhos.
- Eu sou o Pierre, porra! – falei olhando abismado para Sebastien.
- Não, não, olha o Jeff e o Pat ali! – ele falou apontando para os dois que vinham com três pacotes de 12 cervejas, na mão cada um.
- Ah...- falei dando de ombros. – Mas você ouve mesmo, Seb? – ele confirmou com a cabeça.
- Vamos procurar o Desrosiers, Pierre! – Seb levantou em um pulo, e me puxou pra cima com ele. – Tchau pra vocês! – ele falou rindo e eu apenas acenei.

Andamos até chegar na esquina, e entramos em um beco.

- Pierre, acho que é ele, ali – ele falou apontando para alguém sentado e chorando.
- Eu vou ver, me espere ai. –Ele sentou no chão, de perna de índio. O efeito do álcool parecia ter diminuído junto com a distancia entre mim, e a pessoa sentada ali.
- David? – perguntei receoso. A pessoa levantou a cabeça.
- Quem está ai? Eu não vou voltar praquela casa, já falei! – estava escuro, eu não sabia se ele havia me ouvido ou não, e não sabia se ele era David.
- Dave? – perguntei achando um feixe de luz, que iluminou meu rosto, tendo então que por minha mão na frente.
Ele se levantou devagar, tentando se manter em pé. Eu pude ver que seu corpo estava ensangüentado, e sua roupa um pouco rasgada.
- Quem é você? E como sabe meu nome? – ele falou ríspido. Eu comecei a rir de felicidade. Era ele! Era o Dave! O meu David!
- Sou eu! – coloquei meu rosto na luz, e ele arregalou os olhos.
- Vo-você! Pierre? – ele falou colocando uma mão no meu rosto. Eu não conseguia raciocinar direito, parte pela bebida, parte por estar assim, vendo ele. – Ah meu Deus! – ele me abraçou forte, talvez com o resto de força que ele tinha. – Eu senti tanta a sua falta, cara!

Eu retribui o abraço com medo de machucá-lo mais. Era incrível como ele ainda continuava com o mesmo rosto de criança, com o mesmo aspecto de indefesa.

- Eu sonhei com esse dia, por anos. – falei em seu ouvido.
- Eu também. – ficamos abraçados por alguns minutos. – Cara, você ta fedendo a vodka.
- Eu acho que to meio bêbado. – eu falei rindo.
- Cara, vem vou te levar pra casa. – ele falou rindo com minha cara de bêbado.
- Espera os caras tão me esperando ali na esquina. – falei ainda rindo, e ri mais ainda quando achei Seb dormindo na calçada na mesma posição que eu o deixei.
- Você não toma jeito, né? – ele falou balançando a cabeça negativamente para ele mesmo.
- Eu te amo, Dave. – falei lhe dando um beijo na bochecha, fazendo-o corar.

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