Amor Após a Morte escrita por Daani_Graah
15. Susto - Jane
Parte 2
Me senti tão bem comprando meu material de leitura. Como antigamente.
Maríe e eu sempre comprávamos diversos livros, ambas adorávamos ler.
Escolhi alguns livros que achava que ela iria gostar também e fui pagar.
A moça que estava no caixa desconfiou de mim, talvez porque eu fosse muito jovem para ter o cartão de crédito sem limite e, também por ser tão pálida.
Sem dizer nada recolhi minhas compras e decidi comprar algumas roupas e sapatos também.
Sorri e me encaminhei para minhas lojas favoritas.
***
Eu estava cheia de sacolas para voltar a pé para o Inferno. Então decidi pegar um táxi, sendo que eu também tinha algum dinheiro no bolso e não só o cartão.
Ele me olhou seriamente quando eu disse o destino.
— Tem certeza? Porque, bem... O cemitério não é o melhor lugar para um jovem que nem você!... Muito menos com um monte de compras.
— Tenho certeza sim... Obrigada por se preocupar! – eu dei lhe meu sorriso encantador.
Ele balançou a cabeça e começou a dirigir.
***
Chegamos ao destino rapidamente.
— Chegamos. – anunciou o motorista.
— Quanto foi a corrida? – perguntei.
— Vinte. – ele me olhava pelo retrovisor.
Peguei as notas e as joguei no banco de motorista, acenei e sai.
Ele começou a dirigir assim que eu sai.
Com uma risadinha comecei a pensar que o cara tinha medo de mortos.
Entrei no cemitério.
***
Assim que entrei em meu quarto comecei a arrumar meus livros nas prateleiras e minhas roupas e sapatos no closet.
Quando acabei estava exausta.
Quase estava me esquecendo que eu me encontraria com Bain hoje.
Rapidamente tomei um banho e me maquiei. Depois fui me trocar.
Escolhi um vestido vermelho curto, um sapato preto de salto alto e uma tiara preta de lacinho de cetim.
Com um último olhar no espelho eu sai pela janela.
— Aonde vai?
Soltei um grito e escutei uma risada.
Não era demoniza, mas sim Bain... Meu Bain.
***
Deus! Todos estavam me dando um susto hoje!
— Qual é o problema de vocês? – perguntei com raiva ainda tentando respirar – Parece que amam me dar sustos... Que droga!
Ele ainda ria.
— Não tem graça!
Ela tentou se controlar e assim que conseguiu me puxou para seu peito.
— O que você está fazendo aqui? Pensei que ia me encontrar com você no cemitério.
— Bem... Eu vou viajar.
O que?
Ele também ia viajar... Que ótimo!
— Para onde?
— Para um lugar.
Olhei para ele com uma sobrancelha arqueada.
— Desculpe... Não posso falar.
Suspirei.
— Quando volta?
— Eu não sei.
— Perfeito!
Ele me abraçou e beijou a minha testa, em seguida meus lábios...
Seus braços se estreitaram mais e me apertaram contra ele.
— Vou sentir saudades. – ele falou me beijando.
— Também vou. Vê se volta logo pra mim.
Ele sorriu e pediu passagem com a língua e eu cedi.
Ficamos nos beijando por mais alguns minutos até que eu fiquei sem fôlego e percebi que meu corpo doía.
O empurrei e me sentei na cama.
— O que foi?
— Demoniza me castigou ontem... Ainda está dolorido.
Seu rosto estava chocado e, pela primeira vez em que eu havia o visto, com raiva.
— Como ela ousa?
Dei de ombros e assim que recobrei o fôlego o puxei para mim.
Sua raiva pareceu ceder quando eu estava o abraçando.
Ele recostou sua cabeça em meu colo e eu acariciei seus belos cabelos loiros.
Ficamos alguns momentos em silêncio até que eu falei.
— Quando você vai?
— Hoje à noite.
Suspirei.
Ele começou a se levantar e quando o havia feito olhou gravemente nos meus olhos.
Eu mergulhei de encontro com o mar de seus olhos e sem pensar o beijei novamente.
Ele me puxou para si e me abraçou.
Fechei meus olhos cor de amêndoa quando ele o fez também.
Suas mãos faziam círculos em minhas costas para aliviar a tensão que eu sentia.
Eu me inclinei mais para ele, pretendendo o beijar até a hora que fossemos dizer até logo, não diria adeus para ele. Não podia suportar pensar nessa palavra.
— Prometo voltar logo! – ele sussurrou e me beijou novamente. – Mas, agora tenho que ir.
Pronto! Eu estava em pedaços.
Bain desvencilhou-se dos meus braços e me empurrou para os travesseiros, beijando-me novamente.
— Até logo Jane. – ele parou quando viu minha expressão e olhou para o céu – sempre que a lua estiver lá, brilhando, olhe para ela, pois eu também olharei. Não importa o que estiver fazendo.
Eu sorri e olhei para o céu também.
— Vamos estar para sempre juntos.
— Para sempre.
Bain me deu um selinho e pulou a janela, deixando-me sozinha. Rapidamente me levantei e fui até esta para ver meu namorado sumindo por entre as sombras.
Quando eu não o via mais eu voltei para cama, enrosquei-me nas cobertas e comecei a chorar.
Sem mais nem menos um tulipa vermelha apareceu em minha cama.
Tulipas não tinham cheiro, mas esta tinha.
Era o maravilhoso cheiro de Bain.
Peguei-a por entre as minhas mãos e recomecei a chorar. Só parei quando – muito cansada – consegui encontrar o caminho do sono.
Não tive sonhos esta noite e sim pesadelos.
Horríveis pesadelos.
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Feliz 2.011!!!!!