Amor Após a Morte escrita por Daani_Graah


Capítulo 26
15. Susto - Jane


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-nos pela demora...



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15. Susto – Jane

Parte 1

Ai que susto! Que Inferno!

Ele tinha que nos dar um susto tão grande? Quase que eu tive um ataque cardíaco... Mesmo que meu coração não bata, mas... Enfim... Ele não devia nos dar um susto tão grande!

Pelo menos não era aquela víbora da Demoniza.

Voltei a respirar após alguns instantes. Era apenas...

— Nate? – perguntou Maríe – Nate! – ela exclamou e desvencilhou-se de meus braços e correu de encontro a ele.

— O que você está fazendo aqui? – ela lhe perguntou.

— Só vim avisar que vou ter que viajar por um tempo. Mas... Ahn... – Nate passou a mão em seus cabelos. – Acho que vim em hora errada.

Maríe virou-se para mim. Eu a olhava com expectativas de que ela falasse alguma coisa, ou até o beijasse, mas nada. Ela ainda estava parada.

— É! Você veio em uma hora errada. – disse ela.

Ela era retardada ou o que?

Ele começou a se virar e andar para longe de nós, até que – finalmente – Maríe berrou.

— Então... Na hora certa... Ahn... Mais tarde... Você... Ahn...? –ela não terminou a frase, meio desajeitada.

— Não sei se posso. – Maríe abaixou os olhos, fazendo a cara que sempre amolecia o coração de mamãe e papai. Pelo jeito amoleceu o dele também, pois ele se virou. – Depende... Que horas?

— Sete e meia? – ela propôs.

— Até.

— Até.

Meu Deus!

Que Inferno! Ela não ia correr atrás dele, nem nada do tipo? Fala sério... Ela ainda ia o perder e ia sofrer por isso.

Ela se virou para mim novamente e se deparou com meus olhos a fitando.

— Que foi? – ela perguntou com voz de anjinha.

— VOCÊ NÃO FAZ NADA! EXATAMENTE NADA! – gritei!

— Eu não vou agarrar ele.

— Pois deveria. Chega desse papo de ser difícil. Ele vai acabar desistindo de você e você sabe que vai sofrer com isso. MUITO.

— Tá. Eu prometo tomar providência à noite. Agora... No que eu não ia acreditar?

— Bain me levou para o céu... – fiz uma pausa dramática - E mamãe estava lá!

Ela deu um pulou.

— Ela disse que logo ia nos tirar daqui e disse para gente se cuidar. Ela sente nossa falta também.

Ela estaria chorando se pudesse.

— E como ela está? – ela falou, estava em choque.

— Ela está bem, mas quer que você a visite. A torta que eu trouxe foi ela que mandou.

— Que a propósito estava ótima. Aliás... Para onde você estava indo com a Demoniza? – ela sondou.

— Estou toda dolorida porque também fui punida. – respondi simplesmente.

— E FALA COMO SE FOSSE NORMAL? VOCÊ TÁ BEM? – ela saiu de seu choque e agora estava totalmente furiosa.

— Só um pouco dolorida, mas estou bem...

— Aquela víbora desgraçada. Olha, eu não quero nem saber o que eu vou sofrer, mas ela... Eu vou matá-la. – realmente, furiosa era pouco.

— PARA MARÍE! Eu não quero que nenhuma de nós sofra, por favor. – pedi.

— Ela não tem o direito! Aquela... Aquela... Ai! – gritou!

— Quer se acalmar, por favor!

— Você verá Jane... Eu vou matá-la... Vou fazer ela pagar por tudo que está nos causando!

— Maríe! – chamei... Ela estava fora de si... – Quer se acalmar?! Que droga! Você não pode matá-la... Não entende?

Ela apenas balançou a cabeça.

— Se você a matar... Nós não entramos no Céu... Você quer ficar presa aqui para SEMPRE? – enfatizei a última palavra.

— Como você sabe que Deus não me perdoará?

Droga... Eu teria que falar para ela do ocorrido no beco.

— Eu sei por que... Eu quase matei um cara hoje.

Maríe me olhou com o rosto sério e eu retruquei de forma fria.

Depois de mais alguns segundos me olhando ela desatou-se a rir.

Caramba... Que graça tinha?

— Você... Matar... Alguém?! – ela disse em meio aos risos. – Desculpe, mas... Jane... Jane!... A... Perfeitinha...?!

Ela estava gargalhando.

— É Maríe... EU! Jane! – disse com uma voz dura e repreensiva.

Ela parou de rir e deixou apenas um sorriso no rosto, que esmaeceu quando ela entendeu que não era brincadeira.

— Como assim?

Suspirei.

— Bem, eu fui para o mundo humano e fui ao cinema e a balada, como costumávamos fazer nas noites de quinta, quando você estava viva. – dei mais um suspiro – Eu não queria voltar... Queria poder estar viva novamente.

Ela me olhava com alguma expressão que não consegui identificar.

— Então eu fui para a nossa casa. – dei mais um suspiro – Largado no chão tinha um jornal, com a manchete de minha morte.

— Oh Jane...

Eu a interrompi.

— Quando sai correndo da casa eu fui direto para o beco e, me sentei exatamente onde tinha morrido.

Estremeci com a lembrança.

— Depois de alguns minutos... Eu os ouvi. – fiz uma pausa – Os meus assassinos.

“Estavam todos lá, rindo. Eu queria que pagassem.

Então quando eles me viram, tomaram um susto! Pensaram que eu era um fantasma...”

A boca de Maríe estava aberta em um O.

— O líder do grupo pegou a faca, pensando que ia me matar – revirei os olhos – Mas, eu tomei a faca dele e fiz exatamente o que ele fez comigo.

Eu relembrava a dor a cada palavra.

— Só que, quando eu ia matar ele – fechei os punhos – Bain chegou e me segurou.

— Meu...

— Eu sei, mas o importante é que eu não matei ninguém.

Ela estremeceu.

— Então eu meio que desmaiei e, Bain me levou para o Céu.

Parei e me lembrei de papai.

— Ah Maríe! Papai não está com a mamãe...

— Como assim?  - Maríe tinha um misto de confusão com preocupação estampados em sua face.

— Bem, como ele se matou... Ele ainda tem pendências e fica rondando por ai...

Ela estremeceu novamente.

— Bom dia garotas...

Ai que... Droga – para não falar outra coisa.

Todos queriam me dar um susto hoje?

Só que dessa vez o susto foi maior... Era a Demoniza...

O mulherzinha inconveniente.

— Estavam conversando?

Virei-me e a encarei.

— Sim... Maríe me perguntou como havia sido a... Punição e eu respondi! – isso seria outra coisa que eu teria que contar para minha gêmea quando ficássemos sós de novo.

— A... Claro... Mas, acho que a dor não foi pior da de Maríe... Veja você... Está andando! – ela sorriu.

— Sim, sua... – parei e inspirei – Eu não ia deixar que você sentisse o gostinho de vitória... Eu sou melhor do que você...

Ela me deu um tapa na cara.

— Tem certeza?

— Absoluta...

Ela ia me dar outro tapa, mas eu agarrei a sua mão e a torci.

— A dor é boa, não é? – perguntei me lembrando da frase de meu assassino.

Ela gritou de raiva e eu a soltei.

Demoniza caiu no chão e me olhou com raiva.

— Isso... Não... Vai... Ficar... Assim!

Maríe tinha razão.

Ela merecia morrer.

— Nossa! Que medo de você! – ironizei e recebi um olhar orgulhoso de Maríe que estava do lado de Demoniza.

— Você verá. – ela olhou para Maríe – Está esperando o que? Me ajude a levantar.

Minha irmã sorriu e se afastou daquela víbora.

— Eu não! Você que se levante sozinha... É problema seu... Não quero nem saber!

Soltei uma risadinha da cara de Demoniza.

— Me ajuda. – a ordinária silabou.

— É inválida agora? – Maríe perguntou insolente.

Eu ri um pouco mais e depois virei às costas para as duas.

— Aonde pensa que vai? – ela gritou.

— Para um lugar longe de você. – falei por sobre o ombro.

Pela minha visão periférica, pude ver que Maríe também já havia saído.

Soltei mais uma risada involuntária e corri.

Eu podia correr mais rápido agora – depois de morta – e também estava mais forte.

Sorri com a imagem de a Demoniza estar caída no chão e não conseguir se levantar.

Provavelmente, ela já estava de pé com a ajuda de um de seus vultos asquerosos.

Sim, eu teria que aguentar as consequências mais tarde.

Como que para comprovar meus pensamentos, o meu corpo latejou e eu me recostei em um túmulo para respirar.

Tudo bem... Não tão forte, mas se eu fosse humana, já estaria morrendo.

Que legal! Eu não tinha absolutamente nada para fazer... Todos os meus livros ficaram na casa... Quer dizer... Eu não sabia do paradeiro de meus livros, já que a casa estava vazia.

Bem... Eu poderia ir comprar novos (e os que já havia lido, eu sou totalmente louca por livros) já que o dinheiro não era problema.

Estes foram um dos avisos daquela ordinária: Não saia sem um cartão de crédito.

Sorri, um sorriso verdadeiramente radiante e me levantei do túmulo que me encontrava.

Andei rapidamente até o portão.

Para minha decepção, estava fechado.

Tudo bem, não seria um portão que iria me deter.

Olhei para os dois lados como uma fugitiva – na verdade eu era uma – e comecei a escalar o muro, com certa dificuldade.

Inferno, Inferno, Inferno!!!

Sem pensar na altura eu pulei quando cheguei ao topo, me surpreendendo ao aterrissar suavemente no chão de pedra.

Suspirei e recomecei a andar.

***


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