Amor Após a Morte escrita por Daani_Graah


Capítulo 15
10. Bobinha Apaixonada - Jane


Notas iniciais do capítulo

Esta é a parte 2... Esperamos que gostem e, por favor deixem seus reviews!



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Parte 2

— Entendeu tudo? – perguntou-me ela.

— Sim, tudinho. - eu de fato havia entendido tudo, mas isso não significava que eu seguiria tudo.

— Ótimo. Agora já pode se retirar.

Me levantei da poltrona e segui para a porta.

Parei. Ainda tinha uma pergunta para ela.

— Por algum acaso... No inferno tem salão de beleza?

Ela sorriu e assentiu.

— Vou lhe explicar onde é.

***

Agora me olhava na frente do espelho do salão.

Eu havia repicado e feito umas mechas californianas vermelhas.

Ficara ótimo... Eu esperava que Bain gostasse.

— Tudo pronto, pode ir se quiser. – me disse o cabeleireiro.

Eu me levantei e me dirigi à porta de vidro do salão, tomando muito cuidado com minhas unhas recém pintadas de vermelho.

Assim que sai - e comecei a ir para o palácio -, uma mão havia me puxado para uma das árvores.

Se Maríe queria me assustar...

— Oi, Maríe. Pensei que você não ia sair mais daquele palácio.

Quem era esse?

Meus olhos percorreram sua face, desde os olhos verde-água a sua pele pálida macia e os cabelos negros.

Era Nate, o Nate de Maríe!

Nate, o anjo.

Suspirei.

— Desculpe... Não sou a Maríe.

Ele me deu um olhar confuso.

— Sou a Jane. Prazer.

Estendi minha mão direita.

— Não é a Maríe? Mas que é você? – ele me pergunto enquanto apertava minha mão.

A textura parecia com a de Bain.

— Já disse. Sou Jane. Irmã gêmea de Maríe.

— Ah, a Jane. – ele enfatizou a letra a. – Bain fala muito de você.

— Hum... Maríe também me fala muito de você. – ela me mataria depois.

— Sério? – seus olhos verde-água brilharam enquanto eu dizia que sim com a cabeça.

— Bem, não sei se você sabe que eu sou...

— Um anjo. – o interrompi.

— Maríe ou Bain lhe falou?

— Maríe... Seu amigo não me disse nada.

— Você também é desse mundo... – isso não era uma pergunta.

— Bain, por algum acaso está com você? – tentei procurá-lo.

— Não... Mas ele está ansioso pelo encontro a noite. – ele sorriu com educação e, neste momento eu iria corar, se pudesse.

— Eu também estou. – falei com uma voz tímida.

Uma ideia rondava minha mente e antes que eu pudesse fazê-la desaparecer, eu a verbalizei.

— Que tal se você e Maríe se encontrassem? – eu não pensei nas conseqüências, mas provavelmente eu não morreria.

— Tudo... Tudo bem, mas eu não a encontro...

— Está marcado... No cemitério. Eu a aviso.

Ele sorriu e nos despedimos.

Meu futuro cunhado sumiu rapidamente e eu fui direto para a cozinha.

Peguei uns biscoitos e sai.

Tinha que procurar Maríe, mas se ela estivesse com aquela víbora, como a própria Maríe chamara a demoniza...

Hoje era meu dia de sorte.

Ela estava sozinha no jardim do palácio.

Tão distraída que desta vez que a assustou fui eu.

— Maríe... Não grite! – eu a avisei quando vi que ela ia gritar – Tenho boas notícias... Encontrei o Nate e...

Seu olhar se arregalou.

— Você o que? – novamente ela quase gritou.

— Encontrei o Nate e... Vocês vão se encontrar hoje à noite no cemitério... Podemos até ir juntas...

— Eu vou me encontrar com ele? – seu olhar ainda era pasmo.

— Vai – falei calmamente como se falasse com uma criança teimosa – Você vai se encontrar com ele.

Ela quase explodiu de tanta felicidade.

— Obrigada, Obrigada, Obrigada... – ela pulava e, já estava sem fôlego.

— Tá... De nada!

— Tenho que me aprontar... Eu passo no seu quarto as 7h00min, ok?

Assenti e ela correu até desaparecer.

Revirei os olhos e também fui para o meu quarto me aprontar.

Em menos de duas horas estaria com o meu Bain.

Fui tomar banho de espuma.

Depois quando sai – depois de meia hora – escovei os dentes e vesti um roupão.

Meus cabelos estavam molhados e caiam soltos em minhas costas.

Decidi encaracolá-los e não deixá-los lisos.

Assim que meu cabelo estava totalmente cacheado eu fui procurar uma roupa decente para me vestir.

Optei pelo vestido vermelho curto e uma tiara de prata.

Agora só faltavam as sandálias.

Peguei uma sandália de salto super alto com strass.

Tudo pronto, só faltava me maquiar...

Desta vez o batom rosa foi substituído por um vermelho e a sombra clara foi trocada por uma mais escura.

As 7hrs00min Maríe estava em meu quarto.

Seu cabelo ruivo estava liso e ela vestia um vestido preto curto, com corte na diagonal de cetim com sandálias também pretas.

— Tá tentando se misturar com a noite? – eu lhe perguntei e ela revirou os olhos.

— Vamos logo... Tô ansiosa.

Eu ri.

— Já estou quase pronta... Só falta... O perfume! – me lembrei.

— Vê se anda logo.

Rapidamente espirrei o perfume de rosas em meu pescoço.

— Agora sim podemos ir. – ela me deu um sorriso malicioso.

— Gostei de sua roupa... Finalmente escolheu alguma coisa que prestasse. – isso era um elogio?

— Cala a boca! – resmunguei e ela fingiu que não ouviu.

Pulei a janela rapidamente, sem nenhuma hesitação e até com alguma graça.

Pude sentir o vento percorrendo pelo meu corpo e depois ouvi-lo quando Maríe pulou.

Começamos a andar calmamente, ambas com um sorriso no rosto.

No meio do caminho nos separamos, pois Bain estaria de um lado e Nate do outro.

— Tchau... Te vejo assim que voltar. – nós falamos em uníssono e demos uma risadinha.

Segui o calor que emanava do corpo de Bain para encontrá-lo em meio a tantos túmulos.

Nesta noite o céu estava estrelado e a luz da lua cheia iluminava meu caminho.

Tudo em minha volta pareceu desaparecer quando vi o rosto do meu anjo.

Parei de andar e ele veio até mim.

Pegou meu rosto delicadamente e elevou até o seu para me beijar.

Mesmo com aqueles saltos, ele ainda é maior que eu. Outra coisa que não notei. Ele era super alto, tinha 1,90m aproximadamente.

— Anjo, né? – comecei a interrogá-lo assim que nossos lábios se separaram – Por que não me contou?

Ele deu de ombros.

— Não sei... Ás vezes me esqueço de quem eu sou quando fico com você...

E pronto! Não havia mais nada para se dizer naquele momento.

Ele me abraçou forte, me aquecendo e ficou beijando meu pescoço gélido.

— Obrigada. – murmurei e ele me encarou.

— De nada, mas o que eu fiz? – sua tez estava franzida.

— Pela rosa, por tudo.

Ele sorriu.

— Que bom que gostou...

— Como você a pôs em minha cama? – eu questionei.

— Mágica divina. – ele riu e eu o acompanhei.

“Bobinha apaixonada” pensei novamente.

Nós nos deitamos novamente na relva, como na noite anterior, mas nesta eu não poderia ficar até amanhecer.

Ficamos nos fitando... Um perdido no olhar do outro, até que ele quebrou o silêncio rindo.

— O que foi? – perguntei.

— Desculpe... Não havia notado antes o seu cabelo.

— Ah. Tudo bem... Você gostou? – perguntei preocupada que ele não houvesse gostado.

— Claro que sim, tudo fica ótimo em você.

Ele deu de ombros e me puxou para mais perto.

Ele era perfeito... Como eu havia dito... Era a perfeição em minha vida.

Ele se inclinou buscando os meus lábios, pedido que eu nunca recusaria.

Ele me beijava com ternura, com amor...

Sua mão estava em minha cintura e me puxava para mais perto dele, tão perto que nos praticamente fundíamos em um só.

— Te amo! – ele sussurrava.

Não podia responder, pois estava ocupada retribuindo os seus beijos.

Abri os olhos e me deparei com duas piscinas azuis me encarando com tanto afeto... As piscinas eram tão límpidas que eu podia ver a alma dele... Sua alma pura e divina.

Não ligava para mais nada desde que estivesse com ele...

Seus lábios agora tinham urgência.

Ele fechou os olhos, assim como eu.

Hoje não falamos muito, apenas respondíamos as caricias do outro.

Eu não parecia merecê-lo...

E não o merecia... Eu era uma morta-viva que morava com os comissários do inferno, já ele... Ele morava com outros anjos...

Sua boca fez com que eu me esquecesse de tudo.

Eu sabia que as horas passavam rápidas e que logo eu teria de ir. Mesmo que eu quisesse ficar com ele por toda a eternidade.

— Tenho que ir. – sussurrei para ele depois de passada mais uma hora.

— Não... Fica aqui comigo.

— Me desculpa... Eu tenho mesmo que ir. – por mais que me doesse eu tinha que sair da li logo antes que me encrencasse e não pudesse mais vê-lo.

— Por favor, não vá. – ele me implorou.

Eu já estava me levantando.

— É sério... Se eu não for agora eu não vou mais poder voltar.

Seus olhos se entristeceram.

— Eu. Te. Amo. – falei.

— Eu também te amo.

— Amanhã... A mesma hora?

Ele assentiu e se levantou.

Antes que eu começasse a correr, ele me puxou para si e me deu um longo abraço, seguido de um longo beijo.

Com um suspiro eu interrompi esse beijo e me afastei dele.

— Até amanhã. – eu disse e depois estava correndo.

Eu me sentia a própria Julieta.

“Bobinha apaixonada” falei comigo mesma.

Rapidamente escalei a parede e fui para o quarto de Maríe.

Estava vazio.

Revirei os olhos.

Ela que me procurasse depois.

Provavelmente ela faria isso, não se aguentaria quieta no quarto.

Suspirei.

Joguei-me janela adentro e entrei no meu quarto.

Fui tomar um longo banho, como sempre em minha nova rotina.

O banho me acalmava.

Assim que sai do banheiro com uma nuvem de fumaça atrás de mim, fui para o closet e peguei uma camisola de cetim.

Me deitei na cama, mesmo sendo um caso perdido, não iria conseguir dormir.

Esperei de olhos abertos Maríe aparecer, ela estava demorando...

Sorri, lógico que minha maninha rebelde não ligava de ficar enrascada, ela sempre conseguira escapar, desde criança.

Depois de mais alguns minutos um vulto entrou pela minha janela.

Esse vulto não era Maríe e sim... Bain.

— Oi. – ele me beijou.

— O que esta fazendo aqui? – perguntei.

— Vou ficar com você até que amanheça. – ele sorriu.

Anjos também podiam ficar loucos? Eu achava que sim.

Ele se deitou em minha cama. Me abraçando.

O que Maríe iria pensar se viesse aqui?

— Não pode ficar! – eu sussurrei e me afastei dele. Era uma cama de casal grande, então não ouve problemas.

— Você não me quer?

Revirei os olhos.

— Claro que sim, mas se a demoniza te pega...

Eu paro não querendo pensar nas consequências.

— Ela não irá.

Eu balanço a cabeça e ele vem até mim, me puxa para ele e me beija.

— Como será que está sendo o encontro do outro casalzinho? – ele ri.

— Não faço ideia.

Eu estava começando a ficar com sono.

Soltei um bocejo involuntário e Bain riu.

— Te amo... Muito... – ele sussurrava.

— Eu também.

Sua boca encontrou a minha novamente e ele me abraçou.

Aquecida nos braços dele eu já ia pegar no sono quando outro vulto passou por a minha janela, me despertando totalmente...


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