Amor Após a Morte escrita por Daani_Graah


Capítulo 14
10. Bobinha Apaixonada - Jane


Notas iniciais do capítulo

Como eu disse no capítulo anterior, tds os caps vão ter mais de uma parte agora.
=D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/115808/chapter/14

Parte 1

Maríe me olhava animada.

— E... Isso é tudo! Bem, a não ser a parte de que eu vou me encontrar com ele... De novo... Hoje à noite.

Eu sorri.

— Que fofo... Mas... Você precisa saber... – ela começou a me dizer, mas eu a ignorei.

— Ai... Foi tão bom aquele beijo... Até pareceu ser o meu primeiro beijo... - eu estava nas nuvens.

— Tá... Eca! Não quero nem saber! – ela fez uma careta. – Mas...

— Quando foi que você pintou o cabelo? – eu perguntei notando em seus cabelos antes loiros, que agora estavam ruivos.

— Anti ontem. Lembra... Você passou por mim e eu já estava com esse cabelo. – ela falou passando a mão por entre os fios.

— Acho que eu não notei...

— É... Acho que estava muito ocupada com o tal do... Como é que ele se chama mesmo? – ele perguntou tentando se lembrar.

— Bain. A propósito e o seu carinha de olhos verde-água...

— Eu me encontrei com ele de novo, descobri o seu nome que é Nate e, ah... Ele é um anjo... Assim como o seu Bain. – ela falou tudo em um jato de palavras.

O que?

Realmente ele era tão lindo que parecia um anjo...

— Um anjo? Como assim? – eu perguntei.

— Sabe... Aquelas pessoas que já morreram também, mas foram para o céu e que tem asas? – ela me perguntou sarcasticamente.

— Bain...

Então eu me dou conta...

A beleza, uma beleza que só podia ser divina.

E... E a rosa, que apareceu do nada em minha cama... Só um sobrenatural podia ter feito com que ela aparecesse...

Meu Deus! Bain é um anjo.

Eu era uma bobinha apaixonada, nem me dei conta dos sinais que estavam na minha cara...

— Você recebeu os avisos, não? – Maríe me perguntou.

— Do que você está falando... Que avisos? – eu fiz da resposta uma pergunta.

— Não vou lhe falar todos... Não tenho paciência. - nós duas reviramos os olhos. – Mas, um... Era que os zumbis não poderiam falar com os anjos, pois eles são nossos inimigos... Claro que isso não é verdade não é mesmo? – ela pisca para mim.

— Bain... É... Um... Anjo... – eu estava abalada.

— É... Ele é um anjo... Qual é o seu problema? – Me perguntou Maríe com petulância.

— Ele é o problema... Eu não posso mais ver ele.

A cara de Maríe mostrava indignação.

— Ah, qual é? Vai ser perfeitinha neste assunto também... É a sua felicidade. – parecia que ela queria me dar um tapa.

— Eu sei, mas... E se ele for mesmo um inimigo? – eu perguntei.

— Tá na cara que ele não é, né... Acorda pra vida... Ou melhor... Pra morte... Ele te AMA!

Sim, realmente ela estava se segurando para não me bater.

— Mas...

— Mas nada! Não quero nem saber... Você vai ser feliz e pronto.

— Ele mentiu pra mim... – eu comecei a dizer, me lembrando de outro fato.

— Não mentiu, não. Ele omitiu.

— Que seja... Eu não posso ficar com ele, porque se eu ficar ele pode se machucar...

— Não seja boba! – ela revirava os olhos.

Eu apenas suspirei, sabia que eu era uma boba.

E naquela hora eu tomei uma decisão... Não iria me separar dele só por causa das malditas regras, eu o amava e... O resto eu podia ir levando, mas o que eu não podia aguentar era não vê-lo.

— E ai... Vai ser mesmo a Jane perfeitinha que obedece tudo, até as ordens de um capeta, ou vai se entregar a imperfeição uma vez na vida? – ela me perguntou e eu sorri.

— Não vou me entregar à imperfeição, pois... – eu fiz uma pausa vendo o rosto dela desmoronar – Pois ele é a perfeição para a minha vida.

— É assim que se fala. – ela sorriu – Essa é a minha gêmea!

Ela fez uma cara de culpada.

— Tenho que ir, senão aquela víbora vai desconfiar de alguma coisa...

— Espere... Ah tanto tempo eu queria lhe perguntar, mas não tive coragem. – eu parei e ela esperou – Como foi seu ritual?

Ela teve um surto de emoções, algumas eu reconheci... Ódio, medo, tristeza e confusão.

— Não me lembro, é como se eu tivesse apagado da memória. – seus olhos se estreitaram. – Não sei como você não se esqueceu também.

— Me desculpa. – falei para ela.

— Desculpas por quê? – ela me perguntou.

— Porque é minha culpa estarmos aqui. – eu suspirei – Se eu não tivesse insistido que escalássemos... Nem eu, nem você estaríamos aqui.

— Não... – eu lhe dei um olhar duro e com ódio, ódio de mim mesma.

— Se não tivéssemos escalado, você estaria viva e, eu nunca teria ido naquele beco.

— A morte nos encontraria. – ela me disse.

— O que quer dizer? – eu lhe perguntei com um pouco de raiva.

— E se o destino quis assim? – ela parou e me olhou gravemente – Isso nunca lhe passou pela cabeça.

Sim, de fato já havia passado.

— Sim, mas... Eu ainda sinto que sou a culpada. – eu dei um suspiro.

— Pois não sinta... Claro que nós duas preferíamos estar no mundo dos humanos, mas se estivéssemos lá, nunca teríamos conhecido Nate e Bain, então...

Ela parou quando ouvimos passos na escada.

— Eu já vou. – sussurrou Maríe.

Eu apenas assenti e ela pulou da janela.

Agora eu faria isso sempre. Até que era divertido.

A porta se abriu.

— Pensei ter ouvido uns cochichos. – disse a voz sombria da Demoniza.

— Então deve estar louca, porque só tem eu aqui, quer dizer, só tinha eu aqui até você aparecer. – eu digo com petulância, Maríe estaria orgulhosa de mim agora. Eu não era a perfeitinha quando agia assim.

— Está ficando petulante igual a sua irmã. – ela parecia gostar disso. – Parece que você não a suporta mais.

— Realmente não, a culpa é toda dela. – essas palavras faziam meu coração, ou o que ainda restou dele, se partir.

— Nem sua irmã te ama mais... Ops, quer dizer, ela nunca te amou. – ela sorriu e eu me despedaçava cada vez mais. – Sabe, ela nunca te protegeu se não fosse pela falta de amor dela, você estaria viva. Ela não ligou para você um minuto a partir de sua morte. – seu sorriso aumentou.

Eu queria gritar para ela que tudo era mentira, que nós havíamos feito ela de palhaça.

Mesmo assim eu lutei para me controlar e respondi:

— Eu sei. Eu também nunca a amei.

Mais um buraco feito em meu coração morto.

— Não é mais aquela menina tão perfeitinha que eu conheci. – ela sorriu.

— Engano o seu. Eu sou perfeita. – respondi com arrogância.

Ela suspirou e seu olhar perdeu-se em pensamentos.

— Você já comeu? – me perguntou ela.

— Não. Não sinto fome. – tudo o que eu tinha dentro de mim era um ódio profundo por ela.

— Mas, vai sentir. Além, que a comida te deixa mais forte. Tudo o que eu menos preciso é de uma morta-viva imprestável. – eu revirei os olhos.

—Ok. Eu vou comer.

Ela não disse nada.

— Arrã... Agora venha comigo. – ela começou a andar, mas eu ainda estava em minha cama.

— Hello, ainda tô enrolada em uma toalha. – eu indiquei a toalha que enrolava meu corpo e outra que estava em meu cabelo.

Demoniza revirou os olhos.

— Tudo bem, se troque... Vou esperar lá fora.

— Não vou acabar tão rápido.

Ela saiu sem nada a dizer.

Procurei uma roupa antes de tudo.

Eu bagunçara meu closet inteiro ante que encontrei o que queria.

Eu pegara um mini-short preto de cetim, uma camiseta branca, um corpete azul lápis-lazúli para ir por cima da camiseta, uma meia-calça preta arrastão e um all star azul xadrez.

Antes de me vestir fui escovar os dentes e secar meu cabelo.

Será que havia algum cabeleireiro aqui nesse inferno? Eu queria mudar o corte e fazer umas mechas.

Outra lembrança veio a minha mente.

Maríe e eu sempre gostávamos de ir ao cabeleireiro para mudar o corte e a cor.

Não sabia quão dolorosas essas lembranças podiam ser.

Continuei secando-o e assim que estava totalmente seco, o prendi em um coque.

Dei um longo suspiro e depois me vesti.

O look era sombrio, mas jovial.

Eu iria me livrar daquelas roupas de “mamãe”, como Maríe havia chamado.

Olhei-me no espelho antes de sair.

— Está pronta? – me perguntou a demoniza.

Apenas assenti e a segui.

Paramos diante de uma porta.

Demoniza a abriu e fez um gesto para que eu entrasse.

A porta se fechou com um baque depois que eu a atravessei.

Olhei ao meu redor. O local onde eu me encontrava parecia um escritório.

Era claro, com uma mesa de mogno, com papeis e canetas espalhados.

— Fala sério. – murmurei e a demônia me olhou – Capeta agora também tem escritório?

Ela revirou os olhos e mandou que eu me sentasse na poltrona de couro bege e macia à frente da mesa.

— Quero falar com você.

— Não ha nada que a impeça. Estou bem na sua frente.

— Tão arrogante... – ela novamente revirou os olhos.

Olhei para ela esperando.

— Tenho que te dar alguns avisos.

Então era isso, os avisos que Maríe havia me falado hoje.

— Bem, o primeiro e mais importante de todos é...

***


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Esperamos que gostem e depois deixem seus reviews.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor Após a Morte" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.