Amor Após a Morte escrita por Daani_Graah


Capítulo 11
09. E a ficha caiu, depois de muito tempo - Maríe


Notas iniciais do capítulo

Estamos tendo que dividir os capítulos em partes por causa de algum erro.



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Parte 1

Acordei no meio da noite. Minha janela ainda aberta. O vento frio me acordara, e seus ruídos misteriosos na noite fizeram boa parte do trabalho também.

Eu não tinha muito o que fazer. Aqueles olhos, os cabelos negros, e sua pele aparentemente macia e pálida insistiam em permanecer em meu pensamento.

Nada melhor do que encher a paciência da irmã gêmea para superar tudo isso.

Pulei novamente a janela. Na verdade a escalei.

Demorei um certo tempo para perceber que o quarto de Jane era no quarto andar.

Quando descobri, o fiz. Subi com o maior cuidado possível. Apesar de saber que não iria morrer se caísse. Rá.

Ri para mim mesma no silêncio.

Quando encontrei o quarto de Jane – entre os tantos daquele palácio infernal – entrei fazendo pequenos ruídos com a intenção de assustá-la.

— Você tem que parar de me assustar! – ela sussurrou para mim.

— Desculpe. – eu estava querendo rir. Mas me conti.

— O que você está fazendo aqui? – ela ainda parecia assustada.

— Nada... Bem... Como você vai me ignorar amanhã o dia inteiro...

Ela revirou os olhos.

— Você não sabe! – ela me diz. Conseguiu estimular minha curiosidade.

— O que? Me conta! – Ansiava por novidades.

— Eu encontrei um garoto tão lindo... Meu Deus... Parecia... Sei lá... Não tenho palavras para...

Ela parou. Minha face desmoronou. Tinha certeza. Eu senti.

— Era o mesmo garoto que eu vi.

— Não, não era... – como ela poderia ter tanta certeza? - Eu perguntei se ele conhecia alguma Maríe e ele me disse que não... Ele falou que o amigo dele poderia ter se encontrado com alguma Maríe.

— Como ele era. – eu tinha minhas duvidas.

— Ai, lindo. – revirei os olhos. Disso eu sabia. – Tinha os olhos azuis, a pele clara, mas corada, o cabelo era loiro...

Ela suspirou apaixonadinha.

— Que bom... Realmente não é o mesmo garoto. – Eu estava radiante por saber que não era o anjo que eu vira...

— Como era o seu garoto? – Despertei de meus pensamentos com sua curiosidade.

— Sabe... Não tenho palavras... Mas, seus olhos... Eram verde-água... O garoto era perfeito, quase igual ao seu... Só os olhos que mudam... – Suspirei. Novamente entristeci. – Ele não disse nem o nome.

— Eu posso perguntar para o Bain amanhã... Quando eu for me encontrar com ele. – Ela sabia o nome dele. Eu não...

— Pelo menos você sabe o nome... – minha ficha caiu depois de um tempo e berrei. - A Meu Deus... Você vai se encontrar com ele!

Ela sorriu radiante.

— Jane, a perfeitinha vai se encontrar com alguém que nem conhece? Você tá com alguma febre de zumbi? – ironizei. Coloquei a mão em sua testa. Tentei comprovar que não era doença.

— Eu tô... Ansiosa... – E daí? Pensei.

— E devia estar mesmo. – Ainda assim acho que ela deveria estar. Muitas coisas podiam acontecer, afinal. Sorri maliciosamente para ela. – Qual é a roupa que você vai usar... Já sabe?

— Eu escolhi aquela... – Sai correndo para o local onde ela apontara. ELA ESTAVA LOUCA? Aquela... Roupa de... AVÓ? Ela não iria assim. Não mesmo!

— Tem cumprimento demais. – Disse por fim.

Sua feição mudou pasma.

— A fala sério... Você vai se encontrar com um gato, pelo menos é o que você me diz, e vai com isto? Parecendo nossa mãe? – Atirei. Revirei os olhos, irônica, como sempre.

Ela ficou muda.

— De jeito nenhum... Você vai com outro vestido... Um bem mais curto! – Ela teria que valorizar o corpo. SE TERIA.

Como sempre eu estava rebelde. A rebelde que Maríe era quando não estava pensando em um garoto perfeito.

— Que tal esse? Não é muito curto, tem o corte bem feito, é azul, algo mais discreto e valoriza você... O que acha? – Perguntei.

Ela analisou por alguns segundos. Por suas feições eu diria que ela estava mais do que satisfeita.

— É lindo.

— Então estamos de acordo com o seu vestido... Vamos achar uma sandália... – e comecei a bagunçar todo seu guarda-roupa em busca de algo bonito e discreto.

— Achei... A prata... Gostou? – Olhei-a profundamente nos olhos, esperando desaprovação.

Ela assentiu. Estranhei. Ainda assim me exibi.

— O que seria de você sem mim? –Revirei os olhos teatralmente. Eu era ótima atriz.

Ela ficou quieta, sua face se desmoronou em algo parecido com tristeza. Me desesperei, tentei me conter por fora.

— O que foi?

— Nada. – Ela respondeu com uma voz de choro.

— Se não fosse nada você não estaria assim. – Rebati.

— É que, bem, eu fiquei tão... Sozinha.

Ah, não. As péssimas lembranças que me fizeram ficar pior. O sofrimento dela era uma estaca em meu peito. Eu corri me juntei a ela e nos abraçamos.

— É melhor você ir, senão... – ela me avisou.

— Até amanhã, então. – me dirigi á janela.

Enquanto estava presa pelas mãos na janela, quase alcançando o andar de baixo, ouvi Jane assustada, fazendo uma pergunta, que seria para mim...

— Espere você não vai pular a... Janela.

Agora eu estava invadia meu quarto novamente pelas janelas de ébano. Estava exausta.

Me deitei e dessa vez, dormi por completo.

***


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Notas finais do capítulo

Esperamos que gostem e por favor, no fim da leitura deixem seus reviews



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