- Mãe, tem certeza? – perguntou Kiba, incerto.

\t     - Sim querido, voltaremos somente umas três da manhã. – disse sua mãe. Os seus tios que irão casar hoje são muito próximos de nós, então não poderemos sair cedo da festa de casamento. Tudo bem?

\t     - Ok, já fecharam todas as janelas e portas?

\t     - Não. Pensamos que poderia fazer isso para nós já que estamos apressados. – ouvi-se uma buzina do lado de fora. – É o seu pai. Durma com os anjos.

          Com uma certa euforia, Kiba vê seus pais deixarem a casa. Gostaram do teatrinho? Agora era só ligar para os amigos e chamá-los para fazer a festa. Contudo, ninguém parecia estar em casa. Nem Naruto, nem Sasuke, ninguém. Sempre que ligava, chamava apenas uma vez e era como se alguém no outro lado da linha desligasse.

\t     Insatisfeito e raivoso, fechou a porta da casa na chave e foi fechar as janelas da casa, que eram muitas. Fechou todas as do térreo da casa e subiu as escadas resmungando para seu cachorro, Akamaru.

\t     - Um bando de falsos, isso sim, é o que são.

\t     O cachorro latiu em resposta.

\t     Fechou a janela do quarto de seus pais, do seu quarto e por fim foi ao quarto de hóspedes.

\t     Essa última janela, porém, se negava a fechar. Ele tentou de todos os jeitos, com sua força bruta, fechá-la, porém, em vão. Decidiu então apenas fechar a cortina, afinal ninguém perceberia, daquele jeito, que a janela estaria aberta. Olhou um pouco a rua, e percebeu que esta também estava deserta, levando-se em consideração que naquele horário, era comum a passagem de alguns carros. Só que naquele dia, nenhum.

\t     Um vento frio começou a soprar e ele decidiu sair do quarto, já que fechar a janela não era possível. Kiba decidiu apenas encostar a porta do quarto. Ainda muito furioso com seus amigos, foi dormir, e, afinal a ida de seus pais a um casamento não havia adiantado nada.

\t     Kiba passou a mão na cabeça de Akamaru, que foi deitar-se em baixo da cama, como de costume. O rapaz pegou um cobertor e virou-se para o lado da parede, ainda resmungando. Olhou o relógio de pulso. Eram onze horas. Em questão de minutos, ele adormeceu.

\t     O rapaz acordou sobressaltado. Ouviu um barulho de gotas caindo no chão. Deveria ser o chuveiro, que esqueceram de desligar direito. Olhou no relógio de pulso e ainda era meia-noite. Colocou a mão em baixo da cama, para ver se Akamaru ainda estava ali. Sentiu o cachorro lamber-lhe, virou para o outro lado da cama e adormeceu novamente.

\t     Duas horas depois, Kiba acordou novamente. O barulho das gotas não cessara. Bando de irresponsáveis, pensou. Colocou a mão em baixo da cama, para saber de Akamaru ainda estava lá. O cachorro lambeu sua mão em resposta e o rapaz voltou a dormir.

\t     O barulho das gotas ficou insuportável. Kiba acordou e levantou-se da cama. Olhou no relógio. Eram três e meia. Foi ao quarto dos pais e eles ainda não haviam chegado. Foi então ao banheiro. Porém, o que encontrou lá não foi um chuveiro mau-desligado.

\t     Pendurado no teto estava Akamaru. Seus olhos estavam abertos, porém vazios. Sua língua estava para fora da boca, e a baba saía descontinuamente. O sangue pingava e ecoava no banheiro: era o som alucinante que passara a noite ouvindo. Olhou para o espelho do banheiro. Nele havia uma mensagem, escrita com o sangue do cachorro. A mensagem dizia:

“Humanos também sabem lamber.”