Mr. Way Goes To Washington escrita por melisica


Capítulo 5
Pretty Handsome Awkard


Notas iniciais do capítulo

Olha só quem voltou!
Tá aqui o esperado capítulo que andei enrolando tanto para que saísse.
Espero que atinja as expectativas.
Beijos.



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- Esse lugar me lembra quando meu pai me pôs pra fora de casa - Frank comentou entrando no restaurante que ele mesmo havia sugerido. - Foi o último almoço em que estávamos em "paz". 

- Você quer... Ir pra outro lugar? - perguntei talvaz achando que ele poderia ficar incomodado com o ambiente.

- Claro que não - ele riu. - Eu que sugeri vir aqui e outra, a comida é muito boa pra ir embora. Agora vamos pegar uma mesa.

Nos encaminhamos para o fundo do restaurante pegando uma mesa para dois num canto mais afastado do local. Rapidamente um garçom nos trouxe o cardápio e escolhemos nossos pratos. Logo trouxe-nos nossas bebidas para nos distrairmos enquanto aguardávamos a vinda da comida. Eu tomava um suco e ele uma coca-cola. Frank parecia se divertir com suas bolhas de gás que subiam à superfície do líquido âmbar. 

- Cara, que saudades que eu tenho da turma da faculdade...

- Pelo seu jeito, a faculdade foi uma época e tanto, não foi? - perguntei bebericando o líquido amarelado.

- É, foi sim. - ele sorriu. - Eu tinha uma banda.

- E pelo seu estilo estranho Sr. Iero, creio que a deveria ter um som um tanto exótico.

- Não deixa de ser - ele ponderou. - Depende com que tipo de som seu ouvido foi treinado.

- Mozart, Bethoven, Vivaldi... - falei tentando parecer verdadeiro e não soltar nenhuma risada que me denunciasse. 

- Isso é sério? - ele fez uma careta num misto de desconfiança e nojo adorável. 

- Claro, qual o problema? - continuei com o teatro.

- Todos. Música clássica é muito tempo da minha avó - ele crispou os lábios. - Tem que gostar de rock...

- Mas eu não gosto - ri e a expressão de Frank murchou ainda mais. - Mentira, gosto sim.

- Af, que brincadeira de mau gosto - ele disse voltando a rir. - Nunca mais brinque com algo deste porte. 

- Tudo bem - ri.

- Você ta de rolo com a garota ruiva? - ele perguntou mudando, de repente, de assunto.

- O quê? - perguntei sem graça. - Não!

- Ora, mas por quê? Ela é bonita, simpática e se está aqui, deve ser no mínimo inteligente.

- Sei lá, não me atrai. 

- E o que te atrai? - ele riu malicioso.

[i] Homens, de preferência baixinhos, com tatuagens, piercings, cabelos escuros e desfiados na altura da nuca. Eles são homens extremamente sensuais e que quando estão de terno, eu apenas desejo jogá-los contra uma parede e fodê-los a noite inteira. [/i]

Sem chance.

-Não sei... Mas no geral eu prefiro cabelos escuros. Tatuagens e piercings também são muito interessantes. 

- Se eu não fosse homem - riu. - tomaria isso como uma indireta. 

Pude sentir minhas bochechas adquirirem um tom carmim e ficarem quentes em questão de segundos e logo abaixei a cabeça, olhando para meus pés que, de repente, ficaram mais interessantes do que a bela face prostrada à minha frente. 

- Sabe, sempre tive curiosidade sobre certos assuntos - ele disse sorrindo. - Um deles sempre foi beijar um homem.

- Sério?

-Aham - arrastou sua voz deixando-a mais sensual. - E sabe, não é qualquer pessoa que pode me ajudar com essa curiosidade.

- Entendo...

- Mas vejamos o que o destino me traz... - ele disse inclinando-se sobre a mesa, apoiando os cotovelos sobre a mesa. - Trouxe-me um dos caras mais bonitos que já vi na vida. O cara certo pra realizar essa minha "curiosidade".

- Fico feliz por você.

- Eu também ficaria - ele disse sorrindo. - Mas vem cá, como você faria pra chegar numa pessoa que você ainda não tem muita intimidade, quer dizer, num cara. Eu não sei nem ao menos se ele é bissexual.

- Eu não faço a menor ideia, nunca chego em ninguém - respondi. - Na verdade, eu não chego em ninguém e ninguém chega em mim - Deus sabe como isso é verdade. - Nem mosquitos. 

- Eu sinto que isso está prestes a mudar - ele sorriu abertamente e eu pude jurar que se não estivesse sentado, cairia de costas. - Sabe, eu sei prever o futuro. Ler mãos, pra ser mais específico.

Permaneci alguns segundos em silencio, tentando diferenciar algum indicio de que o que ele havia dito era brincadeira e pensando, fiquei observando o ambiente e então senti ele pegando em uma de minhas mãos, virando a palma para o lado de cima. Com seu indicador, ele correu com a ponta por minha pele causando leves cócegas e resenhou algumas formas, talvez "lendo" meu futuro entre as linhas.

- Olha Frank, eu não...

- Shh... - ele sussurrou. - Estou enxergando várias coisas, eu vejo um futuro promissor para você meu jovem. Qual o seu nome?

- Way, Gerard Way. 

- Meu jovem Way, você trabalha com leis, não é? Talvez seja um promotor, talvez um juíz. 

- Não chega a tanto... - ri. - Sou só um mero advogado.

- Vejo também que você tem um chefe ruim... Bem carrasco. Você gosta dele?

- Gosto sim, ele não é tão ruim quanto dizem por aí. 

- Entendo... Vejamos mais coisas que seu futuro lhe guarda - ele disse novamente contornando as linhas de minha palma. - Seu coração... Ele está ocupado por alguém não, está? Vejo cabelos escuros e pele clarinha... Olhos hipnotizantes, uma cor que você nunca viu. Uma bela mulher.

Tive de rir. Uma bela mulher ocupando meu coração seria no máximo minha mãe ou uma querida amiga. Porém, tive certeza que Frank não se referia à minha família.

- Desculpe Gerard, acho que vejo outra coisa - ele disse realmente concentrado. - Há um homem que anda mexendo com você... Não sei em quê, mas vejo que ele te perturba muito e você não consegue fugir disso. Isso ainda não chega a te desgastar, mas te incomoda, é daquele tipo de coisa que é chata de sentir mas ao mesmo tempo te dá ânimo pra viver. Acho que antes de piorar, você tem se livrar desse problema. 

- Vê mais alguma coisa?

- Por enquanto é só - ele disse sorrindo satisfeito. - Mais previsões do que isso tem que me pagar.

- Quanto?

- Depende do quanto você quer pagar pelo serviço.

- Ah... Então quem manda é o cliente?

- É, é o cliente sim.

- Pois bem, pago cinquenta centavos.

- Porra, tem dó né - ele riu. - Tem preço mínimo ta? Cem reais por sessão.

- Ta caro isso... - ri. - Agora chega de palhaçada e vamos almoçar, ok?

- Mas não foi palhaçada, pô! - Frank grunhiu e olhou-o sério. - Pelo menos uma coisinha há bateu, não bateu? Confessa.

- É, uma "coisinha" bateu sim - respondi tomando o restante do suco. Por que a droga da comida não fazia o favor de chegar?

- Sabia que isso é truque de marketing? - ele disse apontando com a cabeça para meu copo, agora vazio. - Eles fazem o prato demorar propositalmente pra você consumir mais bebida e couvert.

- Já tinha percebido isso. Sabe, isso explica os quatro sucos que eu tomei um dia. 

- Mas você vai ver como a espera é recompensadora. 

- Todos dizem que com a demora, aprendemos a saborear a vitória. 

- Não digo saborear vitória, mas é por aí - ele sorriu. - Olha só o que chegou - falou olhando para o garçom que equilibrava dois pratos em ambas mãos. - Nada mais que a melhor comida da cidade.

- Pois vamos ver se o que diz é verdade - ri.


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