“Nós podemos fingir aviões no céu noturno são como estrelas cadentes...?”

                Todo aquele tempo que fiquei lá, Liam me ajudou a me recuperar só com o brilho de seus olhos. Sempre quando ele os direcionava para mim, pude sentir as feridas não doerem novamente. Meu amor por ele é intenso, é algo que nunca senti por ninguém na minha vida. É diferente.

                Haveria outra festinha... Festa a fantasia. Eu me vestiria de vampira. Aquilo não importava muito, era a melhor fantasia em meio daquelas coisas horrorosas. Liam iria vestido de ninja. Realmente eu o questionei pela escolha de fantasia, mas, sabe como é. Liam entrou no meu quarto como sempre, me chamando para ir á festa.

- Vampira má! – Brincou ele enquanto me observava.

- Palhaço!

- Vamos, Drácula. A festa já começou...

- Drácula?! – Perguntei.

- Ta bom! Você pode ser a Alice Cullen. Podemos? – Perguntou ele.

- Vamos.

                Saímos e fomos à festa. O salão estava cheio. Logo vi uma pessoa que temia ver: Alec, a pessoa que eu havia fugido.

“- Você me beijaria? – Ele perguntou sem pudor nenhum”

...

“- Isso é complicado...”

                Depois dessa frase, saí correndo imediatamente. Ele ficou ali parado. Ele olhou para mim e sorriu, achei estranho, pois, pensei que estaria bravo comigo. Liam foi cumprimentar alguns amigos, e Alec veio falar comigo.

- Oi! – Ele beijou minha bochecha – Tudo bem com você?

- Sim... E você?  - Perguntei confusa.

- Tudo ótimo... Soube o que ocorreu aqui... Você... Está bem?

- Algumas marcas nunca saem, mais, estou bem sim.

- Ótimo. Quer dançar? – Perguntou-me analisando meu gesso no pé.

Encarei meu pé depois o encarei.

                Ele pegou na minha mão e me levou até a pista. Ergueu-me e me pôs encima de seus pés, sorriu para mim e começamos a dançar.

- Viu, você está dançando...!

- É... Acho que sim. Obrigado.

- De nada!

                Dançamos e mais uma vez conversamos bastante. Por um bom tempo não vi Liam, fiquei preocupada e tentei esquecê-lo pelo menos por um segundo. Distraí-me por um tempo. Mas depois voltei a lembrar dele.

- Me dê licença? Preciso ir ao banheiro.

- Claro.

                Sai e fui procurá-lo até que o vi saindo do banheiro masculino. Tentei esconder a minha preocupação. Entrei no banheiro feminino, lavei meu rosto e apóie-me sobre a pia.

- Zoráh? – Uma menina me chamou – Posso falar com você?

                Lembrei-me daquela menina. Ela tinha participado da surra que Nick me deu.

- Por favor... Não faça nada comigo! – Tremi de medo.

- Não... Eu não vou te bater. – Explicou-se – Eu vim te pedir desculpas.

- Ah... Não precis...

- Não devia ter feito aquilo com você. Por favor, me escute. Se você não quiser me desculpar, eu não ligo, mas só queria que você soubesse que eu me arrependo.

- Não... Claro que desculpo você.

- Ah! Muito obrigado... – Suspirou – Você não sabe o bem que me faz. Sempre que você quiser algo, me diz e eu faço. Será minha forma de pedir desculpas.

- Não precisa nada disso. Por favor.

- Se você quer assim... Tudo bem! – Ela disse se virando  - Muito obrigado! – Ela se virou, sorriu e partiu.

                Decidi ir para o meu quarto, queria descansar um pouco. Liam me chamou quando me viu sair da festa.

- Já vai? – Perguntou ele segurando meu braço.

- Sim... Preciso descansar um pouco.

- Podemos conversar? – Perguntou-me ele com um ar de preocupação.

                Fomos até o jardim de inverno. Andamos embaixo da linda lua que reluzia no pequeno lago.

- O que aquele garoto quer com você? Quais são suas verdadeiras intenções? – Perguntou-me surpreendendo-me.

- Eu vou saber? Que pergunta...

- Não estou brincando! O que ele quer com você?

- Posso estar vestida como uma, mas não sou uma vampira que ler a mente alheia. – Exclamei.

- Não brinque.

- E eu estou brincando? – Comecei a elevar meu tom de voz – E você, o que fica fazendo com aquela garota pra cima e pra baixo? Você me questiona, mas não tem moral pra dizer nada.

- O problema não sou eu, é você. Ele olha pra você de jeito estranho...

- Que ciúme bobo.           

- Não estou com ciúme. Só estou preocupado com você.

- Você acha que eu não sei me cuidar sozinha? Pois eu sei! – Disse abaixando novamente meu tom de voz – E você também não respondeu a minha pergunta: o que fica fazendo com aquela garota pra cima e pra baixo?

- Conversando...

- Ah... É claro. Muito papo, não acha?

- Você não é ninguém pra dizer o que eu devo ou não fazer...

- Ah! É assim?

- Não! Olha... Desculpa, eu não quis dizer isso.

- Por favor, só me diz uma coisa.

- Sim?!

- Você já a beijou? – Perguntei deixando cair algumas lágrimas.

- Hm... Sim. – Confessou ele.

                De alguma forma, a sensação de traição é estranha. Ele não era meu namorado, mas, não sei... Senti-me traída. Minha cabeça começou a girar.

- Adeus – Foi à única coisa que pude dizer.

- Zoráh? – Ele me chamou enquanto eu caminhava.

Continuei caminhado. De repente, me virei e andei em sua direção furiosa.

- Será que você não percebe que eu sou apaixonada por você? Tapado!– Tapei a boca.

                Merda! Porque eu disse isso? Alguém pode me dizer? Esse é o meu principal defeito: falar verdades nas horas erradas. Liam se aproximou de mim e disse:

- Isso é verdade? – Ele disse rapidamente.

Não respondi, só fiquei encarando o vazio com cara de medo.

- Zoráh, senta aqui. – Ele segurou em minha mão e nos sentamos em um banquinho que havia ali – Isso é verdade?

Só acenti timidamente e encarei o chão pensando: “Sua idiota, resolveu dar com a língua nos dentes, agora agüenta!”

- Porque você está assim? – Perguntou ele levantando meu rosto com seus dedos – Não precisa ficar envergonhada.

Continuei no mesmo estado, agora pensando: “burra, burra... Burra!”

- Que bom saber que a menina que eu sou apaixonado corresponde aos meus sentimentos...!

                Quando eu ouvi a palavra “apaixonado”, senti algo diferente, era como se saltasse do meu peito fogos de artifício. Criei coragem e olhei para Liam, e ele recebeu eu olhar com um lindo sorriso e naquela hora, senti a verdade em suas palavras.

- Que? – Disse abrindo um tímido sorriso.

- Apaixonado... Isso é pouco. Eu amo você! – Disse ele sorrindo para mim.

- Ama?

- Sim. Eu te amo, Zoráh! – Ele me disse fazendo-me ter certeza de cada palavra que ele dizia.

Ele me abraçou apertando-me contra ele.

- Queria muito uma coisa... – Eu disse ainda em seus braços.

- O que?

                Puxei-o pela nuca e beijei-o. E senti que nunca sentiria aquilo novamente. Aquilo era perfeito. Fiquei viciada no sabor de sua boca. Ele pôs suas mãos em minha cintura me puxando mais para seu corpo quente, senti seus fios de cabelos passando em minhas mãos, senti meu corpo se entrelaçando ao dele, tornando de dois, em um só.