No capitulo anterior...

“Alo”

“Bella?” - uma voz masculina perguntou.

“É ela, quem fala?”

“Sou eu...” - houve um pequeno silencio - Edward Cullen.

O que diabos Edward Cullen quer comigo? É exatamente isso que eu me pergunto enquanto pego as chaves do carro. Há cerca de cinco minutos ele me ligou.

“Desculpe incomoda-la. Está ocupada?”

Não, imagine só me refazendo da grosseria da sua irmã. Essa era a resposta que eu queria dar, mas decidi ser educada. - “Não, estou apenas assistindo TV, em que posso ajudar?”

“É...eu gostaria de falar com você.”

“Pode falar.”

“Eu preferia que fosse pessoalmente” - Ta isso foi esquisito - “Eu poderia passar em sua casa, para busca-lá?”

“Poderia adiantar o assunto?”

“É sobre o seu namorado”.

“Sobre o Jacob! O que você sabe? Você o viu?” - Por poucos segundos, uma esperança enorme se instalou no meu coração.

“Não...sinto muito. Mas eu acho que sei de uma coisa que você precisa saber.”

“Diga a hora e o lugar.” - respondi.

“Você não quer que eu passe em sua casa? Eu preferia que conversássemos fora da cidade... Em Port Angeles.”

“Eu prefiro ir com o meu carro, devo chegar lá em uma hora. Onde nos encontramos?”

“Tem uma livraria no centro que possui uma lanchonete, você conhece?”

É claro que eu conhecia... Jake e eu fomos lá varias e varias vezes.

“Conheço. Te encontro lá em uma hora.”

“Te vejo daqui a pouco.” - Foi sua resposta

É claro que antes de eu sair, avisei ao meu pai.

“Delegacia de Policia, Chefe Swan falando.”

“Oi pai!”

“Oi, Bells, tudo bem?”

“Tudo, só ligando para te avisar que vou a Port Angeles.”

“O que vai fazer lá?”

“Pai, eu acho que tenho uma pista do Jake. Torça por mim.”

“Isso é ótimo! Quer que eu vá com você?”

“Não pai, não é necessário. Quando eu chegar conversamos direito, ok? Eu preciso ir.”

“Vá com Deus filha, tome cuidado e boa sorte.”

“Obrigada! Até mais tarde.”

Desliguei o telefone e sai de casa, e agora estou aqui...a caminho de Port Angeles. O que o Cullen tem a me dizer, eu não sei. Mas, Deus queira que a partir disso eu encontre o meu sol.

Após uma hora na estrada, cheguei a Port Angeles e ao chegar à livraria avistei o carro dele, um volvo prata. Estacionei e me dirigi a entrada, e lá estava ele. Não pude negar que ele era belo, muito belo na verdade e que todas as mulheres no local o admiravam. Espantei-me por não ter reparado nisso antes. Mas a beleza dele ao mesmo tempo em que era incrível, tinha algo de errado... intimidador, estranho. Ao contrário do Jake. Assim como Edward, ele chamava atenção por onde passava. Mas a beleza do Jake era algo mais natural, não intimidava ou causava incomodo. Era pura luz, pura magia...

Despertei desses pensamentos ao ver Edward puxando a cadeira para mim.

“Obrigada!”-  Agradeci o gesto

“Sem problemas. -Ele sorriu - Agradeço por ter vindo. Deseja alguma coisa?”

“Um café expresso.”

Ele chamou a garçonete e fez o pedido.

“Um café expresso, por favor.”

“Sim, mais alguma coisa?”

“Não só isso.”

A garota anotou o pedido e se retirou, claro que antes ela deu uma boa olhada nele. Mas acho que ele nem reparou.

“Não vai pedir nada?”

“Não, estou em uma dieta especial”

Desde que o vi no refeitório há alguns dias, eu não o vi comendo nenhuma vez, e agora também não... deixa pra lá, é melhor irmos direto ao assunto.

“Então, pode começar. O que você queria tanto me dizer, que não podia ser em Forks.”

“Primeiramente, eu gostaria de te pedir desculpas, pelo que aconteceu com a minha irmã. Ela está bastante arrependida e...”

“Olha, sem querer ser grossa, mas...eu não dou a mínima para o que sua irmã pensa ou sente. Só estou aqui por uma única razão.Então se você puder ser direto, eu agradeceria.”

A garçonete chegou com o meu café, interrompendo aquele inicio de discussão. Assim que ela se afastou ele falou:

“Desculpe. Bem primeiramente, eu te pedi para que conversássemos longe de Forks, para evitar que as pessoas nos vissem juntos...”

Mas espera um pouco... se ele quer evitar que as pessoas nos vejam juntos, então por que ele queria ir me buscar em casa?

“Queria tanto, que por você, viríamos juntos até aqui.”

“É...”

“Você é louco ou o que? Pelo amor de Deus meu namorado está desaparecido há três meses e você faz todo esse joguinho, achando que eu vou cair em seus braços? Você deve estar maluco. Com licença...”

Fui me levando, irritada, como ele se atreve? Foi ai que senti suas mãos, muito geladas por sinal, segurando o meu braço.

“Não Bella, não é nada disso. Me deixe explicar.”

Olhei em seus olhos e por alguma razão vi que em parte ele dizia a verdade. Eu só não sabia que parte.

“Tudo bem. Pode começar.”

“Olha, o que eu vou te dizer a partir de agora, provavelmente não vai fazer sentido pra você. Mas é importante que você escute e grave cada palavra.”

“Estou ouvindo”

“Você conhece as lendas de La Push?”

“Claro, Billy contava algumas... e outras que eram proibidas, o Jacob me contava.”

“Tente lembrar, Bella.”

“Porque você não pode me falar?”

“Tente lembrar é tudo o que posso te dizer.”

“Isso você poderia ter me dito por telefone, sabia? Isso não faz o mínimo sentido.”

“Perdoe-me, mas é que eu precisava te ver...

“Pois acho bom você deixar de precisar, eu amo o Jacob, ele é tudo pra mim.”

“Eu sei. Eu...me conformo em ser seu amigo. - Seus olhos tinham um brilho triste, mas eu não posso lidar com isso agora. Jacob é minha prioridade.

“Sinto muito, mas não creio que isso seja possível. Mas agradeço o que me disse, vou tentar decifrar essa sua charada.”

“Eu espero sinceramente que você o encontre. Tudo o que eu quero é que você seja feliz.”

Sorri sem graça... esse cara não é normal. Ele saiu me deixando inquieta. Voltei para casa e lá tive uma desagradável surpresa. Um conversível vermelho estava parado em frente a minha casa. E do lado de fora, encostada no capô do carro, Rosalie Cullen me esperava.

“Parece que os Cullens resolveram torra a minha paciência hoje. O que faz aqui?”- disse assim que sai do carro.

“Ola, Bella. Tudo bem?”

“O que você quer? E desde quando você tem educação?”

“Eu vim para pedir desculpas. Por tudo o que te falei.. pelo modo como eu agi.”

“Bom para você e sua consciência, agora se em dá licença eu preciso entrar.”

Quando passei por ela segurou o meu braço, com uma força desnecessária

“Ta maluca? Me solta.”

“Perdão. Eu às vezes não meço bem a minha força. Eu realmente gostaria de falar com você. Posso entrar?”

Ignorei o seu pedido, fui até a porta peguei as chaves e abri. Minha vontade era de bater a porta na cara dela, mas ao me virar para fechá-la, vi algo em seus olhos que me impediu.

“Entre”- Falei baixo, mas ela escutou. Rosalie veio até mim, e eu dei passagem a ela.

“Sua casa, é muito bonita.”

“Obrigada” - respondi sem entender onde ela queria chegar

“Você toca piano?”

“Desde os cinco anos”

“Edward e eu também tocamos. É um instrumento maravilhoso” - Ela disse observando meu velho piano.

“Concordo. Mas então o que gostaria de me dizer?”

“Bella, você tinha razão em certas coisas que disse. Algo muito ruim aconteceu comigo no passado. Emmet me ajudou a curar as feridas, mas, as cicatrizes ainda estão aqui. A minha família é tudo o que eu tenho, e quando você veio falar com a gente hoje de manhã, eu fiquei com medo. Sei que Edward te falou algumas coisas, e acredite de certa forma, nós estamos em perigo.”

“Em perigo? Como assim?”

“Eu tenho certeza que mais tarde você vai descobrir. Mas eu pensei muito no que você me disse, e eu não sei como você ainda está de pé. Ao contrário do que você pensa, se fosse Emmet no lugar do Jacob eu... Olha me desculpe, eu sei que não começamos da maneira correta, mas eu realmente gostaria de ser sua amiga.”

O que eu poderia dizer? Eu a fiquei encarando por um bom tempo. Pelo que eu soube os Cullen nunca deram abertura para ninguém na cidade, porque comigo? Eu tinha ficado furiosa com a Rosalie, mas por algum motivo eu não consigo encontrar em mim, todo aquele ódio que sentia.

“Olha...me desculpe também. Eu não deveria ter falado aquelas coisas.”

“Eu mereci.”

“Sim, mas... isso ainda não me dava o direito de falar tudo aquilo. Eu não sei se poderemos ser amigas, no entanto, eu aceito as suas desculpas.

“Obrigada, Bella. E eu quero que saiba que tudo que estiver ao meu alcance para te ajudar a achar o seu namorado eu farei.”

“Obrigada. Já vai?” - Perguntei ao vê-la se levantando.

“Foi um longo dia para você e você ainda precisa absorver o que meu irmão te disse. Edward é um cara legal Bella e sempre só quis seu bem.”

“Como assim, sempre?”

“Eu tenho que ir, te vejo na escola. E mais uma vez...muito obrigada.”

Quando fui abrir a porta para que ela saísse, Leah estava chegando, e o clima não foi nada amigável.

“O que faz aqui san..? Já não fez estrago o suficiente?

“Até mais Bella” - Rosalie ignorou o comentário de Leah completamente. Entrou em eu carro e foi embora.

“O que ela veio fazer aqui?” - Leah me perguntou, tremendo de raiva.

“Ela veio me pedir desculpas, pelo que aconteceu na escola. Mas Leah o que aconteceu com o seu cabelo? Você está tremendo...” - Coloquei a mão em sua testa - e com febre também.

“Não é nada bella. Acho que estou ficando gripada.”

“Pelo amor de Deus, Leah. O que houve com você? E desde quando você tem tatuagem?”

“É complicado”

“Ah meu deus! É a mesma tatuagem de Sam, Embry e Paul... Sam pegou você também?”

“Bella, eu não tenho muito tempo. Eu só vim para te dizer, que os garotos da reserva não tem nada haver com o desaparecimento do Jake. Tem coisas que eu não posso explicar mas... eles estão fazendo tudo o que podem.

“Não Leah, você também? Céus o que o Sam anda fazendo com vocês?”

“Bella, me escuta com muita atenção. Fique longe dos Cullens, ok? Eles são perigosos. Confie em mim, eu ainda sou a Leah de sempre. Eu tenho que ir, Embry está me esperando.”

“Embry? Quer dizer que você e ele...”

“Sim, nós estamos juntos. Embry é um ótimo cara, Bella. Quero que você o conheça em breve.”

“NÃO É POSSIVEL! COMO VOCÊ QUER QUE EU ACREDITE NESSA BESTEIRA? Leah, me diz pelo amor de deus, qual é o lance com o Sam?

“Eu não posso dizer.”

“Como não pode? Não tem mais ninguém aqui além você e eu.”

“Eles saberiam de qualquer jeito... eles sempre sabem.”

“Deus !Você não” - nesse momento as lagrimas já desciam pelo meu rosto. Embry,  Quil  Leah e provavelmente o Jacob... - Leah me abraçou e disse baixinho

“A parte que me mata, é que você já sabe. Sempre soube.”

“Soube do que?” - perguntei olhando nos olhos dela

“As hist... eu não posso... tente se lembrar das fogueiras.”

Leah saiu da minha casa e subiu na moto de Embry. Eu os vi pela janela. A cada dia quando eu acho que as coisas estão melhorando... tudo piora.

Fui para o meu quarto. Isso é ridículo! O que Leah quis dizer com ‘tente se lembrar das fogueiras’ e mais ainda o que essas malditas histórias tem haver com o desaparecimento do Jake? Deitei na minha cama e fechei os olhos, tentei me lembrar das várias noites que Jacob e eu passávamos conversando sobre a lendas...e foi ai que tudo fez sentido.

“Hoje durante a fogueira meu pai nos contou a história dos únicos inimigos remanescente da tribo”

“E quem são eles?” - perguntei curiosa

Nesse momento sentei na cama com os olhos abertos. Eu podia ver o Jake, sentado na porta de casa comigo. Eu podia ouvir a voz dele dizendo as palavras...

“Os frios”

“Meu Deus!” - gritei e meu pai que estava entrando em casa, veio correndo até o meu quarto.

“Bells está tudo bem?”

“Tudo pai.”- Disse me levantando e indo até o meu closet, eu tinha que achar...

“Como foi em Port Angeles?”

“Nada demais, outra pista errada.”

“Sinto muito filha, mas não perca fé.” - ele disse antes de sair

“Nunca”.

Uma das coisas boas no meu pai é que ele sabe exatamente o momento em que quero fica sozinha e nesse momento eu precisava muito. Aquele maldito livro sobre as lendas que eu e Jacob compramos estava em algum lugar... foi ai que lembrei. Em baixo do meu colchão.

Eu o abri e comecei a ler e principalmente a lembrar...

Os Quileutes sempre tiveram magia em seu sangue... quando um frio se instala na cidade, ela se ativa, primeiro vem a febre...

“Sabe, ainda bem que depois de amanhã você vai estar aqui. Não estou me sentindo muito bem. Acho que até que estou com febre.”

“Você deve estar pegando uma gripe, também com o tempo que faz ai. Toma bastante liquido e se agasalhe bem. Beba algum anti-termico.”

“Depois nos transformamos...”

“Em que?”

“Em lobos”

“Ah! Pelo amor de Deus Jacob, isso não existe” - disse entre gargalhadas

“Eu sei! -Ele me acompanhou rindo. - Mas meu pai leva muito a sério essa história de manter a tradição.

“Espera um pouco, afinal de contas, o que são esses frios?”

“Você é lerdinha hein hahahahahaa”

O acertei com meu travesseiro.

“Para de rir e me fala! Quem são esse frios?”

“Vampiros!”

Não precisei de mais nada, estava claro como água. Leah me falou sobre as fogueiras, esse é o ritual do povo quileute, eles sempre se reúnem para discutir coisas da tribo ou contar histórias de seus ancestrais. Todas aquelas histórias que tanto zombamos, eram reais. Vampiros, Lobisomens. A preocupação do Billy com a chegada, ou melhor, a volta dos Cullens... A preocupação dele com o Jake. A Meu Deus! Os Cullens são vampiros! Respira Bella...lembra do que o Jake te falou.

“É uma tal família Cullen. Nós temos uma espécie de tratado com eles.”

“Como assim tratado?”

“Enquanto eles não atacarem ninguém, nós não os atacaremos.”

“Mas isso não faz sentido. Se eles são vampiros, logicamente se alimentam de sangue, e obviamente eles vão atacar alguém.”

“Ai que vem a parte estranha, eles não bebem sangue humano.”

“Como assim? Bebem sangue do que?”

“De animais!”

“Hahahahahahaha. Eu sabia que essas histórias eram furadas. Aonde já se viu, vampiro bebendo sangue de animal?”

“Bella, não ria. São histórias do meu povo.”

“Ah, pelo amor de Deus Jacob, você mal consegue falar sem rir. Não sei como você conseguiu escutar tudo isso, sem gargalhar na frente do teu pai.”

“Foi bem difícil, confesso” - ele explodiu em risadas e eu o acompanhei.

Droga! Se tivéssemos levado essas histórias a sério... Com certeza ele se transformou, e essa tal seita do Sam, nada mais é do que os garotos que se transformaram, e ao que tudo indica até a Leah esta no mesmo barco. Eu tenho que ir a La Push.

Desci correndo as escadas, e em seguida peguei as chaves do carro. Meu pai que estava na sala, logo gritou.

“Vai sair a essa hora? Posso saber pra onde e por que tanta pressa?”

“Pai eu não posso explicar agora o porquê, mas eu vou para La Push, não sei que horas eu volto, talvez eu durma na casa da Leah. Mas confie em mim, eu acho que já sei o que aconteceu com o Jake.”

“Tudo bem! Me ligue quando chegar lá.”

“Eu te amo pai, obrigada.”

“Eu também te amo Bells, tome cuidado”

Entrei no meu carro e dei a partida, esperei me afastar um pouco de casa, para acelerar. Não é nada prudente que a filha do chefe de policia ande acima da velocidade, mas eu não posso esperar. Para me surpreender mais uma vez, eu vi Edward Cullen correndo ao meu lado. Me lembrei de outra característica que os vampiros possuem, velocidade. Aparentemente ele queria falar comigo. Eu continuei acelerando, lido com ele depois. Avistei a reserva e quando olhei pelo retrovisor Edward não estava mais lá. Ai me lembrei, eu já tinha passado o limite do tratado, ele não podia entrar nas terras quileutes.

Fui direto para a casa do Billy e lá encontrei Leah, Embry, Quil, Paul, Jared e Sam.

“Eu sei o que vocês são, e sei também que o Jacob se transformou. Agora me digam onde ele está?”

“Esse é o problema Bella - Leah respondeu - Ele não quer voltar.”